domingo, janeiro 31, 2016

O que me trouxe a literatura húngara: O legado de Eszter

Venho através deste post trazer para vocês a primeira resenha do Desafio Poisonous Bloggers Challenge 2016, em que para o mês de Janeiro, Amanda deu o tema 'escolher um livro que você não saiba pronunciar o nome do[a] autor[a]. A obra que escolhi foi O legado de Eszter, do escritor e jornalista húngaro Sándor Márai. [Não pensem que é fácil pronunciar haha] A edição é da Editora Companhia das Letras.

Trata-se de uma novela em que Eszter, após vinte anos, reencontra o homem que possuiu seu coração, mas que ainda na juventude, casou-se com sua irmã, Vilma [Vilmó]. Essa volta à antiga casa onde se conheceram não foi por acaso. Viúvo já há muito, Lajos [Lê-se Lóiosh] pretende reclamar a posse da propriedade para si e os filhos que teve com Vilma. 

Apesar do caráter conhecido de Lajos como vigarista, golpista e mentiroso, Eszter está disposta a entregar os [poucos] bens que lhe restam numa [vã?] esperança de enfim viver esse amor, interrompido por uma série de circunstâncias ocorridas há tantos anos... Confesso que em determinados momentos, sentia raiva pela permissividade de Eszter em acatar resignada as investidas despossuídas de caráter e empatia por parte de seu amor... 

Além dos protagonistas, temos Eva, filha de Vilma e Lajos, Nunu, uma espécie de governanta que vive por anos com Eszter, de personalidade misteriosa e indiferente; parece estar alheia ao que acontece ao seu redor, quando na verdade possui sabedoria suficiente para entender o que se passa sem falar muito... Um antigo admirador de Eszter, que nunca teve chance com ela, entre alguns outros... 

Em apenas 113 páginas, Márai escancara a passividade de Eszter, que mesmo tendo sido lograda com as atitudes de Lajos, ainda nutre um amor que não se consumiu com o tempo... Tempo - eu diria - que pode ser considerado um importante personagem desse enredo, pois a narrativa em primeira pessoa de Eszter nos faz adentrar na estória de maneira intuitiva e profunda... E em determinado momento, o ângulo muda, e acompanhamos o desfecho numa visão mais ampla e com final surpreendente, embora lá no fundo o leitor saiba que seria feliz demais findar de outra forma...

Eszter é passiva, e senti um misto de raiva, pena e tristeza pela mulher sofrida que amargou anos sem seu amor. 
"anos atrás fui infeliz. Mas depois o sentimento coagulou, como sangue na ferida. Desconhecia a força que tamponou em mim o frêmito da dor. Entretanto, há feridas que "o tempo" não "cura". Sabia que não me curara. Mas alguns anos após a "separação" - é muito difícil encontrar palavras precisas para o que aconteceu entre nós - o insuportável tornou-se de repente mais natural, mais simples. Já não sentia a toda a hora necessidade de chamar quem ajudasse, não clamava por policial, nem médico ou padre. De algum modo, vivia..."





Há cartas que não foram lidas, sequer entregues e apenas numa conversa entre tia e sobrinha é que são descobertas. Quem sabe ali estivesse a chave para que tudo pudesse ter sido diferente? Eszter, agora ciente da existência delas, parece compreender como sua vida teria sido se tais cartas tivessem chegado às suas mãos... Seria possível encontrar alguma verdade em Lajos, em meio a uma vida de mentiras e logro? O Tempo escancara [assim como as portas da capa do livro] os anos perdidos de Eszter e Lajos...

"E voltei a deitar-me, com minhas cartas, minhas lembranças, e a consciência amarga da juventude perdida."

Para minha primeira experiência com a literatura húngara, arrisco dizer que foi uma investida positiva, e pretendo ler outras obras de Sándor Márai [lê-se Shándor Márói]. Não só dele mas também de outros autores húngaros...

Enfim, espero que tenham apreciado a resenha... Até a próxima postagem... ;)

sexta-feira, janeiro 29, 2016

12 meses de Poe: Metzengerstein

Dando início as resenhas do Desafio 12 meses de Poe, trago para vocês as impressões do primeiro conto lido do desafio, Metzengerstein, que faz parte da minha edição de Histórias Extraordinárias, da Editora Abril Cultural...


A história se passa na Hungria, onde há muitos séculos as famílias Metzengerstein e Berliftizing são rivais. As duas casas são extremamente hostis uma com a outra, sem motivo aparente, mas muitos atribuem a inimizade a uma antiga profecia que dizia o seguinte:

"Um nome ilustre sofrerá terrível queda quando, como o cavaleiro sobre o seu cavalo, a mortalidade de Metzengerstein triunfar sobre a mortalidade de Berliftizing." 

Havia o Conde de Berliftizing, Wilhelm, que se encontrava velho e enfermo, apaixonado por cavalos e caçadas, e que mesmo em idade avançada não deixava de lado essa atividade tão perigosa... Havia também o Barão de Metzengerstein, o jovem Frederick, que contava apenas 18 anos, e que teve que assumir as propriedades da família após a morte de seu pai. Sua conduta poderia ser considerada libertina e inescrupulosa. 



Em dado momento houve um incêndio nos estábulos da família Berliftizing, e no quarto dia após esse acontecimento, o jovem barão se achava mergulhado em meditação admirando a tapeçaria de um de seus aposentos. Foi com surpresa e certo pavor no desconhecido que ele observou atentamente um detalhe da tapeçaria, onde um cavalo que pertencia a família de seu rival, aparecia em primeiro plano, onde ao fundo, seu cavaleiro era derrotado sob a adaga de um Metzengerstein...

Com o tumulto nos arredores de sua mansão, surge um cavalo de origem desconhecida, muito semelhante ao cavalo demoníaco da tapeçaria [e que Frederick jurava ter visto se mexer], e logo o jovem barão se vê como proprietário do animal, já que ninguém na vizinhança o reclamou... Coincidentemente, um dos criados o informa que o pedaço de uma tapeçaria desapareceu... 

No decorrer do conto, percebemos os acontecimentos se interligando, contados de maneira frenética e assombrosa. É impossível ao leitor desatentar-se da história, se inserindo avidamente a narrativa até seu desfecho misterioso e assustador... A escrita de Poe extravasa o limite do criativo mórbido, proporcionando a quem o lê uma sensação de urgência e temor por algo que não se vê, mas está ali, como uma força pulsante, nos fazendo companhia... 



É um conto curto e seu desfecho é satisfatório, bem escrito e com uma linguagem de fácil compreensão dos fatos... Ideal para ser lido num fim de tarde chuvosa, como nesse momento em que revisitei suas páginas... 



quarta-feira, janeiro 27, 2016

Quadrinhos Clássicos de Jim Davis - Garfield

Laranja, gordo e preguiçoso. Apaixonado por lasanhas, vive a dormir o tempo inteiro ou a provocar seu dono. Provavelmente você deve saber a que personagem de tirinhas criado por Jim Davis eu estou me referindo...

Garfield, o famoso e idolatrado gatinho ganhou uma edição super bacana da Editora Ediouro, e logo que vi na banca de revistas não pensei duas vezes em adquirir. O compilado traz ilustrações publicadas desde os primeiros anos até a versão atual e mais conhecida da geração de hoje dos quadrinhos.

meu quadrinho e meu mascote... ♥


Traz ainda algumas informações acerca de Jim Davis, que criou o gatinho em 1978. Ele viveu por muitos anos numa fazendo com cerca de 25 gatos, fez Belas-Artes e Economia. Antes de Garfield, ele havia publicado por cinco anos as tirinhas de um inseto, a tira Gnorm Gnat, mas não teve tanto sucesso. Seu editor deu a dica dele escolher um animal mais 'fofinho' e então nasce Garfield... A tira foi sucesso imediato, é a mais lida do mundo inteiro, sendo publicada em mais de 2.500 jornais...



Virou desenho animado, estampa produtos de diversos tipos e possui até longa-metragem. Davis tem 70 anos e é um dos cartunistas mais famosos do mundo, e até hoje cria suas próprias tirinhas... E são algumas delas que Garfield e seus amigos - quadrinhos clássicos de Jim Davis traz ao leitor... 




Mesmo que você nunca tenha lido uma HQ na vida [de que planeta você é?], é certo que você já ouviu falar nesse gatinho. A não ser que você viva numa bolha subterrânea, alheia ao mundo... Nessa edição, nos deparamos com os personagens que fazem parte do cotidiano do felino, como o cachorro bobo e brincalhão Odie, seu dono Jon, Nermal e a gata Arlene. Há também alguns ratinhos pra compor o cenário da história, que consiste num dia-a-dia preguiçoso, onde o gato mal sai de sua cama, e quando sai é pra comer, arranhar uma cortina ou sofá ou dar umas voltas pela vizinhança, brincando com o cão...



Em suma, a obra é um deleite para os fãs do felino, e tenho certeza que a compra vai valer super a pena... Essencial pra se ler entre histórias mais densas e creio que as tiras vão te arrancar belas risadas... 



terça-feira, janeiro 26, 2016

The Return of the Thin White Duke, por Neil Gaiman

No dia 11 de janeiro o mundo da música perdia um grande artista, David Bowie, aos 69 anos, vítima de um câncer. A notícia chocou os fãs e a imprensa, ainda mais porque dias antes, no dia de seu aniversário, o cantor lançou um álbum, que soa como uma despedida para aqueles que acompanharam sua trajetória artística. Além de cantor, Bowie era um performer, artista completo, e certamente sua morte deixou uma lacuna que jamais virá a ser preenchida no mundo musical...

Entre várias homenagens e cover's realizados por artistas de todo o planeta, Neil Gaiman, aclamado autor de livros de fantasia e quadrinhos prestou uma pequena ode ao cantor, lançando o conto The Return of the Thin White Duke... Você pode ler na íntegra clicando no nome do conto, em inglês. Como meu inglês é sofrível, encontrei uma tradução no site Retalho Club e você pode ler aqui.

O retorno do Duque Branco e Magro, em português...


As ilustrações do conto são do artista Yoshitaka Amano e a história é baseada numa letra de David Bowie... 

Em suma, espero que a postagem seja interessante a vocês, e fica aqui minha singela homenagem a esse grande homem, que eu tanto admirei desde minha adolescência... meu eterno Ziggy Stardust... 

sábado, janeiro 23, 2016

A Guerra dos Tronos, volume I da Série As crônicas de Gelo e Fogo - George R. R. Martin

os post-its marcam as mortes do livro...


É com imenso prazer que venho através deste post discorrer minhas impressões com o primeiro livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo, A guerra dos Tronos, do autor George R. R. Martin, e publicado aqui no Brasil pela Editora Leya. Logo quando ouvi falar da série de livros e de TV, não me animei pra conhecer a história [tenho problema com modinhas e quem me indicou não ajudou muito]. Ainda bem que resolvi mudar de ideia e comecei a ver o primeiro capítulo... o resultado disso é que em uma semana, havia assistido 4 temporadas... 

Patrulha da Noite


Tudo começa quando três patrulheiros da Patrulha da Noite são atacados por criaturas estranhas que habitam o norte da grande muralha de gelo... Apenas um deles sobrevive mas por ter desertado da Patrulha da Noite, acaba decapitado por Lorde Eddard Stark [Ned], pai de seis filhos [sendo um deles bastardo, Jon Snow]... São eles: Robb, Sansa, Arya, Brandom e Rickon... O mais novo tem três anos e Robb tem quatorze, assim como Jon. Eles vivem em Winterfell e o símbolo de sua família é um lobo...

Cat, Bran, Arya , Sansa, Robb, Jon Snow e Ned.

Falando em lobos, na volta para casa, Ned se depara com uma loba morta e cinco filhotes. Jon convence a dar as crias a cada um de seus filhos, e logo percebe um filhote mais afastado, todo branco, que acaba ficando sob seus cuidados... Ele o chama de Fantasma... No retorno a Winterfell, Ned recebe a visita inesperada do rei Robert Baratheon, sua esposa, cunhados, filhos e comitiva... Ele quer seu amigo de longa data como Mão do Rei, cargo que só perde em poder para o do próprio rei, e apesar de vários acontecimentos estranhos, incluindo um 'acidente' com Bran, Ned acaba cedendo, sem muitas opções... Mas algo ocorreu com a antiga Mão do Rei, cunhado de Ned, e ele vai perceber da pior forma o quanto sua família estará em perigo após ele ter aceitado esse cargo... 

Lorde Tywin, Cersei, Jaime e Tyrion


Temos a família Lannister, Jaime e Cersei [mulher do rei], gêmeos. e Tyrion Lannister, o filho caçula, anão. O pai deles é muito rico e poderoso, em geral a familia é ambiciosa e não mede esforços para conseguir seus objetivos... Ao longo da trama, somos apresentados a vários outros personagens que terão relevância com o decorrer do livro, entre eles Daenerys e Khal Drogo, a família Tully [Catelyn, esposa de Ned, pertence a essa família], os membros da Patrulha da Noite, que estão enfrentando um poder desconhecido além da muralha, e que não são apenas os selvagens que vivem no local... Esse poder desconhecido está trazendo consigo um rigoroso inverno, e a disputa pelo trono de ferro é o menor dos problemas do Reino... 


Khal Drogo e Daenerys [melhor casal, shippo muito]...

O livro é dividido em capítulos, alternando os personagens-chave do primeiro livro: Ned, Catelyn, Tyrion, Bran, Daenerys, Sansa, Arya e Jon Snow. Cada um é narrado em terceira pessoa, contando fatos sobre cada um dos personagens, entremeando os acontecimentos... Apesar de ser uma leitura que prende o leitor, possui uma narrativa densa e cheia de detalhes que são imprescindíveis para a trama, e é necessária atenção do leitor para não se perder nos pormenores... 



Apesar de ser um belo calhamaço de quase 600 páginas, não há como se entediar ou abandonar a leitura... Para os fãs do gênero Fantasia, a série é um deleite repleto de intrigas, mortes [Martin não poupa ninguém, seja vilão ou herói], personagens odiáveis que no capítulo seguinte podem ser amados [e o contrário também], magia, lutas, enfim... um belo conjunto harmonioso que trazem ao leitor satisfação mais que garantida... Você vai se apaixonar por cada detalhe, vai chorar, ter raiva... as emoções se entremeiam, num misto de liquidificador... 

Com relação à série, este ano estreia a sexta temporada, e já tomei altos spoilers e me informaram também que a partir da segunda temporada, muita coisa se difere dos livros... Pretendo ler ao menos o segundo calhamaço ainda esse ano... e mesmo sabendo das discrepâncias, não consigo odiar a adaptação para a tela da TV... Como diria o lema da casa Stark, "O inverno está chegando", e você não pode ficar alheio[a] as tramas ardilosas e mortais do reino de Westeros... Bem-vindo[a] aos Sete Reinos... 

George R. R. Martin

sexta-feira, janeiro 22, 2016

Poemas, de Byron...

A 22 de janeiro de 1788 nascia George Gordon Byron, famoso poeta inglês mais conhecido como Lord Byron... Mesmo tendo nascido em Londres, passou boa parte de sua vida na Escócia. Aos três anos perde seu pai e aos dez, ganha o título de lorde, juntamente com as propriedades de seu tio-avô. Seu primeiro volume de poemas é publicado em 1807, mas não foi reconhecido de forma positiva pela crítica da época... Dois anos depois viaja pela Europa e pelo Oriente Médio, inclusive a Grécia, cuja paisagem e hábitos lhe causaram uma forte impressão... 


Ele começa a escrever um longo poema autobiográfico que lhe rendeu fama imediata. Em 1815, acaba se casando com Anne Isabella Milbanke mas um ano depois sua mulher o abandona, devido a rumores de uma relação incestuosa que ele mantinha com sua meio-irmã, Augusta Leigh. Se envolve com uma condessa italiana, engaja-se de maneira superficial à política dos carbonários, e em 1819 publica os dois primeiros cantos de sua obra-prima mais conhecida: Don Juan. Acaba por falecer na Grécia, devido a uma febre, um ano depois de lutar com os gregos pela independência do país, em 1824... 

Apresentado o autor, venho falar sobre uma obra que possuo em meu Acervo: Poemas, publicado pela Editora Hedra. Trata-se de uma edição de bolso composta de várias composições de grande significado para o poeta. Há também antologias e excertos de Don Juan e poemas retirados da obra Hebrew Melodies. No Brasil, a poesia de Byron foi forte influência para autores como Castro Alves, Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães, entre outros. A obra de Byron recebeu elogios de Goethe e Shelley [que era amigo do poeta]... 

O livro conta também com um prefácio de Péricles Eugênio da Silva Ramos, que discorre sobre a vida do autor, desde a infância até sua viagem ao Oriente Médio, sua relação com a meia-irmã e seus relacionamentos amorosos... Boa parte da geração de românticos da nossa literatura se inspirou na obra Byroniana. Em seus escritos, estão presentes a dúvida, descrença, blasfêmias e certo humor negro... Seus poemas são embriagantes e trazem certo fascínio melancólico e mórbido ao leitor... 


A edição da Hedra é bilíngue e traz várias notas de rodapé acerca de algumas particularidades encontradas nos poemas... Dentre eles, uns dos mais belos, a meu ver, são Ela caminha em formosura, Assim não mais iremos vaguear, Adeus, E morreste tão jovem e formosa, Trevas e Versos inscritos numa taça feita de um crânio. Há também cartas e sonetos escritos para Augusta... 

Encerrando o post, deixo um trecho de um de seus poemas mais memoráveis... Espero que tenham gostado da resenha... Algum de vocês conhece o autor e/ou sua obra? Têm vontade de ler?

Mais um esforço, e livre estou depois
"Mais um esforço, e livre estou depois
Da angústia que me parte o coração em dois;
Um último suspiro a ti e ao teu amor
E à vida ativa retornar então:
Serve-me agora misturar-me sem calor
Com seres pelos quais jamais tive atração:
Já que toda alegria aqui eu vi fugir,
Que dor futura ainda pode me atingir?"

"One struggle more, and i free
From pangs that rend my heart in twain;
One last song sigh to love and thee,
Then back to busy life again.
It suits me well to mingle now
With things that never pleased before:
Though every joy is fled below,
What future grief can touch me more?"

quinta-feira, janeiro 21, 2016

Rebentar - dolorido e visceral...

Confesso que pela capa e seus tons de cinza eu não daria muita coisa por Rebentar, de Rafael Gallo, publicado pela Ed. Record. O que me atraiu mesmo foi a sinopse, e apesar de ter protelado a leitura por um tempo, assim que embarquei em suas páginas, senti que não voltaria ao ponto em que eu me encontrava, algo em mim se modificou...

Rebentar é sobre a história de Ângela e Otávio, um casal que vive um pesadelo de três décadas, em busca o filho Felipe, que aos cinco anos, desapareceu numa galeria quando estava em companhia da mãe. 

Com o passar de todos estes anos, Ângela toma uma difícil decisão que iria abalar a estrutura de sua família e pessoas próximas - embora já tenham sido abalados trinta anos antes - simplesmente desistir de procurar pelo menino, hoje um homem, caso ainda esteja vivo... Talvez o termo 'simplesmente' não se encaixe adequadamente aqui, em virtude de toda a dor de 'desapegar' de uma história, um quarto infantil montado em casa que jamais seria ocupado pelo dono novamente, pelas fotos, lembranças e calendários anuais do grupo de mães que procuram por seus filhos desaparecidos...

Com uma escrita fluída e ao mesmo tempo pungente, acompanhamos a trajetória de uma mãe que em meio ao sofrimento da perda, ainda terá que enfrentar certa resistência no olhar de pessoas que conviveram com seu problema, e que preferiam enxergar a figura da mãe como uma mulher dolorida e infeliz, do que tentar compreender que ela também precisaria viver, e por uma pedra nessa busca que se rendeu infrutífera apesar de todos os esforços empregados... 


Apesar da aparente resistência por parte de sua irmã Regina, de Dora, presidente do Mães em Busca e de Suzana, sua terapeuta e amiga, é na figura de Otávio e Isa, prima de Felipe, que Ângela consegue a força para levar adiante sua decisão extrema. Em momento algum, o marido a recrimina, e apesar de fazer parte do processo, como pai da criança, o foco maior do livro é na mãe, pois foi com ela que o menino estava antes de sumir na loja de brinquedos, foi ela que resolveu encerrar esse ciclo labiríntico em que se perdeu por tantas décadas, numa busca infeliz e sem esperanças... 

Um ponto importante que gostaria de ressaltar na história é sobre a história de Dora. Assim como Ângela, ela também perdeu seu filho, mas diferente da mãe branca de classe privilegiada, não recebeu assistência das autoridades como deveria uma mãe numa situação dessas. Por ser pobre e negra, viu o desaparecimento do filho ser tratado com descaso e ameaças, como se fosse uma piada de mal gosto. Percebe-se nessa comparação, o quanto a Justiça social pode ser implacável e desigual quando se é de uma classe desfavorecida...

"Matheus foi tachado, diante dela, de "mais um vagabundinho que não deve estar achando o caminho de casa, de tanta droga que enfiou na cabeça."." Mas no caso de Felipe, o caso ganhou repercussão nacional, pois não era comum alguém de sua classe ser sequestrado e 'ficar por isso mesmo'... Senti uma sutil crítica do autor nessa questão, ponto muito válido na leitura - devo ressaltar...

No decorrer das páginas, senti a aflição da mãe em desapegar de toda uma vida construída na ausência do filho. Senti a angustia de uma mãe que teve seu rebento tirado de sua existência e que conviveu com a felicidade de outras pessoas ao seu redor numa vã esperança que aquilo acontecesse em sua vida. Chorei com a despedida de um filho morto sem corpo presente...

"Eu nem mesmo sei se você está vivo ou morto. Ou o quanto viveu e de que maneira. Talvez tudo tenha acabado em questão de minutos, e nós só não tenhamos encontrado o seu corpo, entregue à indiferença da morte desde o princípio do desaparecimento. Talvez você tenha vivido mais - algumas horas, alguns dias, meses ou anos - e tenha morrido muito depois, sem saber de nós. Talvez você esteja vivo ainda. E tudo isso é tão igualmente vazio, que eu posso cair em desespero se pensar muito a respeito."

Eu diria que o livro rebentou com minhas emoções. Se eu fosse mãe, certamente não teria conseguido chegar ao fim da leitura... Você pode pensar que a história é sem graça, que não vai levar a lugar algum, mas a escrita é tão intensa e visceral que você não se dá conta de suas quase 400 páginas... Ângela precisava rebentar essa prisão em que ela mesma se encarcerou. Não foi sua culpa, nem de Felipe o destino de ambos ter sido apartado. Eles foram vítimas de uma crueldade, de alguém insensível que provavelmente pegou na mão do menino quando este se soltou da mãe. 

O desfecho não tende para um conto de fadas milagroso, como alguns podem supor. Foi real, como poderia ser na história de qualquer um. E talvez por essa característica ele tenha chegado tão perto de mim, de você ou de qualquer um que algum dia [espero que não] venha a sentir essa tristeza... 

terça-feira, janeiro 19, 2016

Desafio de Leitura #12MesesDePoe

Bem, como os leitores daqui já sabem, Edgar Allan Poe é uma de minhas funestas paixões. Visitando blogs que tenho o costume de frequentar, eis que me deparo com um Desafio Literário 12 meses de Poe, que consiste em ler um conto do autor a cada mês durante esse ano... Lógico que não poderia deixar de participar...



Anna Costa, criadora do desafio, estipulou o calendário da imagem abaixo com os contos que devem ser lidos, disponibilizando também este link, onde se pode encontrá-los online, mas caso você não deseje ler algum deles, pode substituir por outro que tenha em algum livro físico seu em casa...






Para divulgar o desafio é simples: 

  1. Através da hashtag #12mesesdepoe você pode divulgar suas leituras e encontrar outras pessoas lendo também, no instagram, facebook e twitter. 
  2. Página do facebook: "12 meses de Poe"
  3. Pelo blog da Anna Costa, onde ela vai publicar resenhas dos contos lidos... 
Então é isso, e nada melhor do que iniciar este desafio no dia do aniversário desse grande autor. Quem quiser participar, não esqueça da divulgação com a hashtag... Até a próxima...

domingo, janeiro 17, 2016

Desafio Literário: #EuLi 2016


Vi esse Desafio Literário no blog Seguindo o Coelho Branco e resolvi participar. Para mais informações, sugiro visitar a postagem nesse link e se topar participar, seguir as instruções que Alice deixou no post... 

E como sou muito apressada, claro que já fui elaborando uma listinha, porque não iria conseguir escolher aos poucos, ao longo do ano... Minha lista ficou assim:


1 - Não estou encontrando nenhum título em minha estante, então resolvi colocar um mangá: Yuyu Hakusho edição 15.
2 - Dona Flor e seus dois maridos, Jorge Amado;
3 - Evil Dead - a morte do demônio, Bill Warren;
4 - Tudo e todas as coisas, de Nicola Yoon;
5 - As crônicas de gelo e fogo volume I - A guerra dos tronos, George R. R. Martin;
6 - 12 anos de Escravidão, Solomon Northup;
7 - A história de O, Guido Crepax;
8 - ...E o vento levou, Margareth Mitchell;
9 - Bebel que a cidade comeu, Ignácio de Loyola Brandão;
10 - O Rei Lear, William Shakespeare.


Vou ficar devendo apenas o item 4, e quando for escolhido, atualizo o post com ele... Espero conseguir finalizar o desafio por completo... A medida em que eu for lendo, vou riscando da lista...

quinta-feira, janeiro 14, 2016

Minha estreia com Preacher...

Há alguns anos duas amigas minhas me recomendaram a série de quadrinhos Preacher, de Garth Ennis. Então, num belo dia visitando o sebo, encontro uma edição avulsa, perdida e resolvi adicioná-la em minhas aquisições, mas só neste momento eu senti vontade de ler... O que posso dizer é que foi uma química imediata, tesão à primeira lida... 



Preacher Especial 2 - Cassidy: Sangue e uísque no conta sobre uma viagem que o personagem Cassidy faz até Nova Orleans, e lá ele acaba encontrando alguém como ele, aparentemente... No decorrer da história, é que ele vai percebendo que aquele vampiro não tem nada em comum consigo,a não ser o fato de ser um vampiro...

Cassidy se depara com figuras peculiares, criaturas solitárias que vivem a esvaziar copos de bebida num bar, noite afora, madrugada adentro... E na companhia de Eccarius, ele conhece um local subterrâneo frequentado por aqueles que se intitulam Les Enfants du sang... Cassidy percebe que ali não é um lugar que ele deseje estar...

A série é publicada pelo Selo Vertigo da DC Comics, e seus desenhos são assinados por Steve Dillon. É um quadrinho adulto, tendo 75 edições ao total - sendo cinco delas especiais, e uma série limitada de quatro edições. Posteriormente essas edições foram reunidas em nove encadernados. Quem quiser me presentear com eles, agradeço *risos*

Cassidy não é o único protagonista da série. Além desse vampiro irlandês, temos um ex-pastor [Jesse Custer, protagonista] e Tulipa, sua ex-namorada. Mas o foco desse quadrinho que li é apenas o vampiro. 



A respeito de Cassidy, adorei seu sarcasmo presente em todo o quadrinho. Eu diria que ele tem um pouco da escrotidão de Negan [vilão de The Walking Dead] e a rudeza de John Constantine, de Hellblazer... Em suma, já virou meu queridinho 2016... Me pergunto como passei tanto tempo sem conhecer a história ainda... Mas, antes tarde do que nunca... 

Então por hoje é só... Espero que tenham gostado dessa nova indicação de quadrinho adulto... Alguém já leu ou tem vontade? Me contem nos comentários ^.~

segunda-feira, janeiro 11, 2016

Poisonous Bloggers Challenge 2016





Quem me conhece sabe que amo um Desafio Literário, não é? E como vivo fazendo os mais interessantes que vejo pela internet, pensei: por que não me juntar com amigas e criar o nosso? E foi o que Lilian Farias, do Poesia na Alma, e Amanda e Kris, do Conversas de Alcova resolvemos. E eis o Poisonous Blogguers Challenge 2016...

A ideia original de nos juntarmos partiu de Kris, mas todas tivemos participação no desafio. Vamos conhecer quais desafios mensais estipulamos?






Janeiro: ler um livro de um autor que você não sabe pronunciar o nome.
Fevereiro: leia o livro com a capa mais bonita da sua estante.
Março: Um livro que envolva comida.
Abril: um livro publicado no ano de seu nascimento.
Maio: Um livro que possua uma personagem feminista emponderada.
Junho: um livro que tenha uma estação do ano no título.
Julho: um clássico de poesias.
Agosto: um livro ambientado na Segunda Guerra Mundial.
Setembro: um livro ambientado num lugar que você gostaria de visitar.
Outubro: um livro que prometa sangue e carnificina.
Novembro: um livro escrito por autor[a] negro[a].
Dezembro: um livro que tenha um personagem animal.


E então, gostaram das temáticas? Para participar, não tem dificuldade. Basta fazer um post de apresentação do Poisonous Bloggers Challenge, apresentando a TBR [livros para ler] escolhida por vocês.

A TBR definida pode ser modificada ao longo do ano da forma que acharem melhor. Utilizem as imagens oficiais do desafio que estão disponíveis neste link. Faremos uma postagem ao fim de cada mês relacionada ao nosso desempenho no desafio, com resenha do mesmo ou justificativa para não ter lido caso não cumpramos.

Então é isso... Espero cumprir bem o desafio... Por hoje é só... Beijos...

domingo, janeiro 10, 2016

A face sombria da beleza - uma biografia de Marlon Brando

François Forrestier revela um mito desnudo e sem o glamour que seu nome evoca no imaginário dos apreciadores de Cinema: a figura arrogante, conturbada e repleta de tragédias de Marlon Brando, considerado um dos nomes mais famosos da história da Sétima Arte.

Nascido nos Estados Unidos na década de 1920, desde a pequena infância teve uma vida tumultuada, pais que viviam brigando, num ambiente familiar beirando o claustrofóbico... O autor narra os primeiros anos em películas que se tornaram um grande sucesso e elevaram o nome do artista a altos patamares do Cinema americano. 

Mas fala também sobre o grande número de mulheres que frequentaram a cama do ator, bem como os homens que também passaram... Marilyn Monroe, Vivien Leigh [a famosa Scarlet O'hara de ...E o vento levou], Rita Moreno, Gia Scala, entre várias outras. Muitas chegaram a tentar o suicidio, algumas conseguiram... várias brigas e atrasos nos sets de filmagem, pois Brando se julgava o Rei, e o estúdio e diretores sempre se rendiam ao seu magnetismo e satisfaziam todos os seus caprichos...


Por vezes, haviam momentos de seriedade, no trabalho, em causas sociais ou até mesmo com algumas companheiras. Chegou a casar, teve filhos inúmeros, alguns sequer reconhecidos... Ao mesmo tempo que amava ser o centro dos holofotes se queixava da profissão que escolhera... Viajou à França, financiou projetos financeiros malucos de seu pai e tinha uma relação profunda com sua mãe [as más línguas sugeriam um possível incesto...]... 

"Dormiu com centenas de mulheres e dezenas de homens, amou por breve tempo alguns amantes ou noivas e depois acabou com tudo, arrasou com tudo. Chegou a seduzir a mulher de Laurence Olivier, a louca Vivien Leigh. Desa época distante, da qual nada resta senão títulos de filmes - Um bonde chamado desejo, Viva Zapata!, O selvagem, Sindicato de ladrões - , Marlon Brando não fala mais. Sua luta em favor dos indígenas, dos negros, dos direitos humanos? Esquecida. Seus projetos de paraíso ecológico, de filmes com mensagem, de hotéis de alto luxo, de reciclagem de algas Enterrados. Suas esposas? Espalhadas. Seus filhos? Nem ele mesmo sabe quantos são - oficiais ou não. OS boatos lhe atribuem uma dezena de herdeiros conhecidos e uma quinzena de filhos ilegítimos.
Ele já não passa de um homem corroído pela noite, a noite interior, a noite terrível."

São relatos depreciativos como esses que encontramos no decorrer do livro. O porquê de um homem de extrema beleza, charme e carisma agir de maneira tão egoísta com as pessoas ao seu redor nunca saberemos, mas é fato que tais acontecimentos contribuíram para a construção da imagem de um mito rebelde, sexy e completamente fora do comum, de olhar hipnotizante e temperamento imprevisível. 



Um ponto negativo que me irritou ao longo da leitura foi ter sentido uma leve pitada de 'tentativa de ser mordaz' por parte do autor... Não sei se de forma intencional ou por ele escrever assim. Em várias passagens há certa nuance de 'humor barato' que não me passou despercebida e me incomodou um pouco durante a leitura, algo como 'alfinetadas sugeridas' ou um certo prazer em desconstruir a 'beleza' de Brando... Ao menos comigo essa dramaticidade não me surpreendeu, devido ao fato de eu conhecer boa parte da vida de Brando, por ser admiradora de sua obra. Mas aos olhos de um leigo, é possível ocorrer uma formação de opinião a partir do que foi lido devido a parcialidade do autor da biografia com relação ao biografado...

Ademais, é uma leitura interessante... 

sexta-feira, janeiro 08, 2016

O horror lovecraftiano em quadrinhos: O cão de caça e outras histórias

Uma grata surpresa me esperava entre as prateleiras da banca de revistas de minha cidade, uma edição publicada pela Editora JBC do mangá O cão de caça e outras histórias, que são três contos do mestre de horror H. P. Lovecraft, numa adaptação de Gou Tanabe. Por ser volume único, não hesitei em passar no caixa... 


O primeiro conto do mangá - O templo - foi publicado originalmente na Revista Weird Tales, em 1925. trata-se de uma tripulação num submarino alemão que se depara com um corpo - provavelmente um inglês - num navio a deriva. Pouco antes de jogarem o corpo ao mar, a pedido do capitão do submarino, este retira do bolso do morto uma pequena e enigmática estatueta... Pouco tempo depois, seus marinheiros começam a ver coisas estranhas e deliram, afirmando que o morto guiava outros mortos na água... O capitão logo terá que enfrentar uma série de acontecimentos estranhos e uma tripulação descontente, além do fato de seu próprio submarino estar prestes a se sepultar em definitivo no fundo do oceano, devido a uma explosão que ocorre na sala de máquinas... Mas algo ainda mais sinistro e misterioso se revela aos olhos do capitão...

O conto que nomeia a edição, escrito originalmente em 1922 e posteriormente publicado em 1924, fala sobre dois amigos que violam túmulos em busca de artefatos antigos e raros. John e o narrador [que em momento algum é chamado pelo nome], estão cada vez mais enredados em leituras ocultas e místicas, fazendo do Necronomicon seu livro de cabeceira... Amor e aventuras já não satisfazem ambos os jovens, que buscam algo mais perigoso pra dar sabor às suas vidas... E numa de suas pesquisas, viajam para a Holanda, a fim de violar um túmulo de um ladrão de tumbas que estava morto há 500 anos, e eis que eles encontram uma estatueta junto ao cadáver - espécie de amuleto - e o levam consigo, juntando o artefato em sua coleção... Mas logo essa 'aquisição' cobra um preço alto aos dois amigos...

Por último, mas não menos importante, o conto A cidade sem nome ganha vida nas páginas finais do quadrinho. Publicado em 1921 no periódico The Wolverine, a história é sobre um explorador que adentra as ruínas de uma antiga civilização há muito perdida, descobrindo entre suas paredes um horror inimaginável e aterrorizante...






Com relação a arte de O cão de caça e outras história, Gou Tanabe fez um trabalho igualmente incrível a adaptação. Os traços possuem uma atmosfera claustrofóbica e causam horror aos olhos do leitor... é como se as ilustrações nos sufocassem... uma verdadeira obra-prima... Confesso que gostaria de ver outros contos de Lovecraft desenhados pelas mãos de Tanabe...

Em suma, um trabalho incrível e terrorífico que a Editora JBC acerta em cheio ao trazer a seu público. E aos que não conhecem Lovecraft e se dizem fãs de terror, estão esperando o que ainda pra adentrar em seu universo? A experiência será impressionante, afirmo com experiência... 

quinta-feira, janeiro 07, 2016

07 de Janeiro - Dia do Leitor


Em 07 de janeiro comemora-se o Dia do Leitor. Então, resolvi trazer para vocês algumas pinturas de pessoas lendo, numa forma de parabenizar a todos nós que adoramos esse hábito e fazemos dele uma filosofia de vida... E nada melhor que mesclar algo que tanto gosto com algo que tanto aprecio [Arte]...



Menina lendo – pintura de Jean-Honoré Fragonard (1732-1806)


Henri Matisse - Mulher Lendo (1894)


René Magritte, "Man with a newspaper" (1928)



Theodore Clement Steele


"Louis-Auguste-Cézanne - Pai do Artista Lendo" - Paul Cézanne, Pintor pós-impressionista francês (1839-1906)


Ned Anshutz lendo (óleo sobre tela, 1900), por Thomas Pollock Anshutz (Pintor americano, 1851-1912)


Filha do artista (óleo sobre tela, s/d), por Wincenty Wodzinowski (Pintor polonês, 1866-1940)


Infelizmente não consegui encontrar a autoria do primeiro quadro que ilustra o post. Se alguém souber, me avise, por favor... Então é isso, espero que tenham gostado. E um Feliz Dia do Leitor, com leituras maravilhosas a todos... 

quarta-feira, janeiro 06, 2016

Compras e recebidos - Dezembro/2015

Faço aniversário em dezembro, e eu costumo receber muita coisa legal por isso n mês hehe...

Participei de alguns Amigos Secretos na escola onde trabalho e ganhei maquiagem, bolsa, bijus... Alguns alunos me presentearam com chocolates [já comi e não tirei photo]... Minho me levou ao cinema no dia pra comemorar, assistimos Victor Frankenstein... 

Ganhei um perfume da Natura - Águas [Laranjeira em Flor]... Uma aluna me deu um par de brincos de bolinha [são meu xodó atual]... Relevem a qualidade das primeiras photos do post, pois ainda estava com o celular antigo...

bolsinha, perfume, chocolates, brinco, chaveiro, make, sabonetes


Recebi um cartão de natal da minha querida amiga Mara Vanessa; a Editora Schoba me enviou um lindo marcador e recebi de Adriana Cecchi, do blog Redatora de Merda, uns marcadores que ganhei numa promoção do blog dela... 

marcadores que ganhei no RDM, cartão de natal e marcador da Schoba


Dias depois do meu aniversário, ainda ganhei mais presentes: uma garrafinha 'Drink Me' da minha amiga Glenda e uma caixa de sabonetes EKOS da Natura [de João e sua mãe]. Fiquei muito feliz pela surpresa, e sou grata a vocês pelos presentes...

Drink me e sabonetes Ekos

Recebi da Editora Companhia das Letras o livro Joyland, de Stephen King [pula de felicidade, Valéria]. Ele será resenhado para o Dose Literária, mas vai ter resenha dele aqui também, lógico...



Celular MotoG2 do meu marido como presente de aniversário. Não preciso dizer o quanto AMEI esse presente, pois estava louca pra mudar de aparelho e não fazia ideia de que ele iria me presentear...

No amigo secreto da roda de leitura ganhei um exemplar de Rangers: ordem dos arqueiros. Não li ainda, e me pareceu bom, mas não tenho previsão de quando vou começar a ler...



Recebi pelos correios um envelope de Pathy, do DL, com livro e mimos... Além de postais, ela me enviou uma linda capa de tecido para livros. E o título que ela me enviou, Prelúdio de sangue, infelizmente não tem previsão de leitura pra ele, ao menos nesse primeiro semestre do ano... Meu muito obrigada a Pathy pelos presentes...



Alguns dias depois recebi cartinha de Clívia com mimos de aniversário... Ela mandou cartinha, postal, marcadores [incluindo um do Pequeno Príncipe que é lindo de morrer], e uma caderneta de gatinhos, super fofa... Obrigada, querida ;)




Minha amiga Cris Gonçalves me enviou outra caixa de livros. Alguns são meus e outros serão sorteados nas próximas rodas de leitura... Veio até um card game de O hobbit, claro que ele fica pra mim, como item de colecionador hahah



Compras [e algumas trocas no sebo]:

Cenas de Nova York e outras viagens [Jack Kerouac]

Eu tinha esse livro, mas acabei dando de presente meu próprio exemplar, e como não queria deixar minha coleção de Kerouac desfalcada, comprei outro, já que é super baratinho... Tem resenha ele no blog, é só clicar no nome... Essa pequena lista abaixo foi uma compra que fiz a um amigo meu. Há tempos namorava essa edição de A profecia, e a que eu tinha, dei de presente a outro amigo... Infelizmente não tive tempo de ler nenhuma dessas compras ainda... Mas logo serão lidos e quem sabe resenhados...

A profecia - David Seltzer
Canções de ninar, canções de matar - B. M. Gill
O grito da coruja - Patricia Highsmith
Até que a morte nos separe - Vincent Bugliosi e Ken Hurwitz
Querelle - Jean Genet


Passando pela banca de revistas, acabei não resistindo e comprando esse livrinho, que já foi lido e resenhado. Só clicar no nome pra ser direcionado pra resenha dele...
O pequeno Príncipe - a história do filme


Fui ao sebo e fiz algumas trocas, acabei trazendo livros bem interessantes... Mas também, comprei três títulos, que são os três últimos da lista... Pretendo ler esse título de Agatha agora em janeiro, pois ele é bem curto e fiquei instigada pela sinopse... Na verdade, a maior parte dessa lista será lida esse mês [espero]...


O que é História? - Vavy Pacheco Borges
Moby Dick - Herman Melville
Morte na praia - Agatha Christie
Pollyanna Moça - Eleanor H. Potter
As minas do rei Salomão - Robert Louis Stevenson
Fahrenheit 451 - Ray Bradbury
... E o vento levou - Margareth Mitchell
Scarlett - Margareth Mitchell
A fúria dos Reis - vol. 2 de As crônicas de gelo e fogo - George R. R. Martin

meu morcego Louis, mascote das compras...

Uma ida à livraria não me poupou de comprar duas obras do velho Buk pro meu Acervo. Comecei a ler Factótum e estou adorando...

Factotum - Charles Bukowski
Notas de um velho safado - Charles Bukowski


Não resisti quando vi na papelaria e adquiri essa Agenda Snoopy 2016. Já está sendo utilizada, e nunca tem dessas coisas em minha cidade, por isso não pensei duas vezes em trazer para casa...


Com relação aos quadrinhos, só comprei o 'básico' do mês [Yu yu e Hellsing] e como extra, uma edição de Conan, que estava por apenas um real e cinquenta... Além delas, compro vez em quando essas edições da Marvel, e como a segunda do Quarteto Fantástico não chegou à banca onde as compro, foi a única que faltou pra fechar o box...

Yu Yu Hakusho #14
Coleção Histórica Marvel Quarteto Fantástico Edições #1, #2 e #3.
Hellsing #6
Conan, o Cimério #47





Pra finalizar o que ganhei de aniversário, recebi a HQ A história de O, de Guido Crepax, que foi meu presente dado pelo 8º ano [mais informações clique aqui]. Da turma do 9º ano, inicialmente eu queria o livro Just Kids, de Patti Smith, mas acabei vendo uma promoção da DarkSide e troquei o pedido... E eis que recebo esse maravilhoso Box VHS com os livros O massacre da serra elétrica e Evil Dead edições brochura, com um acabamento primoroso que só a editora consegue fazer... Confesso que estou babando neles e desejando terminar umas leituras de parceria o quanto antes para pegá-los da estante... 


Bem, espero que tenham curtido a postagem, ficou enorme mas acho que toda caixinha de correio deveria vir sempre recheada, não? hehe Até a próxima e desejo boas leituras a todos vocês esse mês... Beijos... ^.~