sexta-feira, outubro 15, 2010

Jogo perigoso. Instintos desacorrentados...

O ar parou de soprar naquele momento deixando a atmosfera tensa. Ambos haviam percebido que havia um desejo reprimido ali, escondido, maquiado pelas conveniências... Levemente, ele roça seus dedos nas costas de Marie, que se entregava languidamente ao seu contato... Seus dedos saboreiam todo o comprimento dos músculos doloridos e sua respiração começa a se alterar. Um toque no pescoço a faz desmanchar-se em tremores... aquele jogo perigoso de mãos sobre músculos estava se tornando excitante. Sentindo um arrepio percorrer sua espinha por completo, ela se inclina para trás, recostando-se nervosa ao peito de Pierre, que intensifica seus movimentos, tornando seu toque antes delicado, um vigoroso movimento sensual, enquanto sentia o perfume de seus cabelos ruivos penetrar-lhe as narinas. O perfume exalado daqueles fios sedosos estava deixando-o louco de desejo, e sentiu algo crescer dentro de suas calças. Seu objeto de prazer, que há dias latejava ante a visão estupenda daquele corpo sinuoso, que o provocava com um ligeiro balançar de quadris, ou com um simples sorriso tímido, já não suportava o calor de suas roupas, e almejava o calor do interior de Marie. Por dias inteiros ele desejou possuir aquele corpo, e neste momento, ele estava ali, totalmente submisso ao controle de suas mãos. E Marie suspirava, seus seios subiam e desciam em resposta à respiração de Pierre em sua nuca. As mãos dele estavam mais ousadas, e a massagem de alto teor inebriante tomou proporções carregadas de tesão. Desceu seus dedos em volta da cintura delgada, apalpando as covinhas daquelas costas suaves e delicadas. Com esse movimento, Marie se contorceu e levou sua mão rumo ao membro palpitante, que se avolumava cada vez mais e já mal cabia dentro da calça apertada. Ela percebeu o tesão que provocava nele. A essa altura, seus seios já estavam sendo esmagados por mãos furiosas e insaciáveis, que a apertavam com força, e sentiu seus bicos recém-libertos da lingerie endurecerem... Vendo o quanto aqueles montículos estavam intumescidos, Pierre os soltou e tentou colocar a mão por dentro da calça dela, e Marie abriu ainda mais as pernas, ansiosa pelo toque dele em seu ponto mais íntimo. Pierre toca em seus lábios intumescidos e molha as pontas de seus dedos naquele mar revolto de prazer, deleitando-se em tamborilar o botão inchado daquela garota sedenta.
Num ímpeto, ele levantou-se e tomou-a nos braços, e a carregou até o lavabo. tirando a roupa, sentiu o toque do frio azulejo em suas costas. E beijou-a, sugou-a pela boca, num beijo rápido e envolvente. Eles não tinham muito tempo, o perigo de serem surpreendidos por alguém permeava a atmosfera carregada de luxúria. Mastubaram-se, compartilhando fluídos. Pierre fecha os olhos e empurra com sofreguidão a cabeça de Marie em direção ao seu membro quente e febril. Pierre quer sentir o poder daqueles lábios sobre si, fechando-se, moldando-se em sua virilidade. E Marie pensa em recuar, mas pára diante daquela visão inebriante. Seus olhos pousam sobre aquele membro róseo, liso, duro, convidativo... e imediatamente, toma-o em seus lábios sedentos. Ela quer mais... E engole a virilidade de Pierre com volúpia, fecha os olhos e se entrega ao prazer de ter aquele pênis descomunal encostando em sua garganta. Em poucos segundos, Pierre afasta-se daquela boca ávida e jorra seu néctar no piso do lavabo. Ainda trêmula, Marie o abraça pelas costas e o mordisca carinhosamente, beijando seus ombros nus...
Entreolham-se, saciados, constrangidos, e após um momento de ligeiro relaxamento, o ar pesa novamente sobre aqueles dois velhos conhecidos...
Pierre dirige-se à porta, rubro, entorpecido... ainda sem crer no que acabava de acontecer... Marie fecha a porta, reflexiva, e deixa-se cair ao chão... ambos não acreditavam...

E o som de guitarras rasgadas de blues despedaça meu coração...

Quero sentir o chão sob meus pés novamente... Saturada de voar tão longe... sozinha...
Como humana que sou, busco o inalcansável, mesmo sabendo que não terei o que necessito...
É decadente essa incrível busca pelo devir, sabendo que ele nunca chega...
Correr e ver adiante o intocável...
...minha desesperança...
E eu corro, e eu grito. Abro os braços ao infinito de vozes em minha cabeça, vozes mortas, de memórias felizes que jazem no mais íntimo de meu ser...
E me desespero... fujo de mim mesma,de minhas viagens nostálgicas nas profundezas das minhas lembranças...e quero arrancar de meus ossos as sensações voluptuosas... mas como arrancar-me de mim? Não posso desprender-me de mim mesma... não nessa vida...
é como rasgar a própria pele...

Todas essas coisas me fazem lembrar...


O clima de cafés e cabarés parisienses da Era Moderna, a nostalgia, vanguarda e as histórias de ambientes bordeaux...
os amores ardidos de lady Chatterley... a decadência, o surrealismo, as luzes de postes nas noites urbanas regadas a fumaça de cigarros dos poetas malditos... e tudo o que preciso, é ESQUECER...

Recordo-me de uma atmosfera "ardente, animal, elétrica"...
uma solidão mútua... em que me rendi, em que me perdi... a mim mesma, a mim mesma...
Porém, entonteci...
embriaguei-me num lirismo único, cru, visceral... surreal...
e no íntimo, infelizmente eu sabia que seria minha última dança de prazer...
até nunca mais. Nunca mais é tempo demais, e não sei mais em que pensar, no que dizer..
queria voltar àquelas horas, àquele quarto, àquele prazer...

Só quisera você...

domingo, outubro 10, 2010

Sensações...



eu sinto você... em todos os meus poros... quando respiro... quando fecho os olhos e sinto a brisa da noite invadindo minha janela... quando leio versos, trechos de amores impossíveis, de histórias sublimes sem finais felizes...
sinto tua presença no tilintar dos copos alheios, no cheiro das páginas de meus velhos livros empoeirados... no embaçado do espelho, quando sopro languidamente sobre ele...

terça-feira, outubro 05, 2010

Fumaça de incenso

Me sinto tão vazia... Estou rodeada de vozes familiares, vozes desconhecidas, burburinhos intermináveis. Nesta sala de aula, só almejo o silêncio, a quietude daquelas tardes...
Minha mente me transporta ao frescor daqueles dias...
O som da tua respiração, teu leve ressonar. Ao teu lado fui mais feliz, penso eu. Feliz com tão pouco, felicidade plena.
Senti ao teu lado o prazer saboroso de tuas idéias, enquanto a fumaça de incenso formava desenhos surreais diante de meus olhos, exalando cheiros e impregnando o ambiente com suas notas suavemente amadeiradas... Seu olhar me revelava coisas que os lábios não precisavam proferir... O suor que escorria pelo teu peito misturava-se aos líquidos de minha boca e de meu corpo... A luz que penetrava no cômodo por uma fresta na porta possibilitava a ambos admirarem a dança dos nossos corpos e suas sombras projetadas na parede, em movimentos cadenciados e arredios, quase selvagens ...Tive prazer com isto. Fui feliz com isto...
Me vêm à lembrança os teus cachos rebeldes,de uma cor de ébano, escuros tal qual a noite misteriosa que nos observava lá fora, que cascateavam teus ombros bem delineados, de uma beleza sublime... em contraste com teus olhos cor de avelãs e tua tez empalidecida como a face da lua cheia num céu pontilhado de estrelas longínquas.
Como és belo, meu souvenir...
Meus olhos presenciaram a personificação da beleza rebelde diante deles: você.
E a única canção que embalava meu torpor eram tuas cordas vocais, proferindo sons agradáveis e ininteligíveis, mas que eu compreendia perfeitamente, tal a doçura de sua entonação...
Meus lábios entreabriram-se, como que suplicando um beijo inefável. E tu prontamente viestes a meu socorro. Suas mãos macias percorriam meus caminhos sinuosos de pele e ossos... Senti minhas entranhas vibrarem ante teu toque mais íntimo... E o enlevo suave foi se intensificando, nossos olhos contemplavam as sombras na parede , que em perfeita sincronia rumo ao êxtase, explodiam juntas num gozo frenético e alucinante.
Estremeci...


E no aconchego dos teus braços, desfaleci o meu corpo...
Horas depois, os raios de sol que penetravam nas grandes janelas entreabertas contemplaram nossas tépidas faces em sua aurora brilhante e renovadora...

domingo, outubro 03, 2010

Viajar...


Eu quero um trailler, pra viajar o mundo inteiro, acompanhada do vento batendo no meu rosto e na bagagem, sonhos e devaneios...