sábado, março 29, 2014

Eni, muita Luz pra você, onde quer que esteja... [LUTO]



É  com muito pesar que escrevo este post pra falar da morte de uma amiga muito querida, Eni Miranda. Minha parceira de blog, amiga de cartas, e-mails e amor pelos livros. Com ela aprendi tanta coisa, compartilhamos nossas angústias, planos e alegrias. Infelizmente nunca poderei conhecê-la pessoalmente, sua morte deixou um vazio inexplicável em mim...
Ela era a dona do blog Dose Literária, do qual eu também faço parte como autora, algumas pessoas a conheciam por causa do blog...

Ainda me pergunto o motivo, apesar de lá no fundo desconfiar, pois eu tinha noção de algumas coisas ruins que andavam atormentando sua vida... estou preocupada com seus 3 filhos pequenos, e nem sei como as coisas serão daqui pra frente... Muitos podem dizer que é covardia mas só quem passa pelo que ela sofreu a vida inteira pode compreender o porquê...
Só espero que ela encontre Luz em seu caminho, e que a felicidade, liberdade e paz que ela procurou tanto em vida sejam constantes para seu espírito nesse novo caminho...
Muita luz, Enimara. Nunca esquecerei de você. Sempre haverá teu espaço garantido em meu coração... Só queria segurar tua mão e te impedir de partir dessa forma tão desesperançada... :'(
Mas eu não tive chance disso... Quero que saiba, onde estiver, que eu te amo, infinitamente... ♥


RIP, Eni... O Dose Literária está de luto por você... 

P.s: Os post vão seguindo porque tenho alguns programados, mas não estou conseguindo escrever nada novo por enquanto, espero que compreendam... Sobre O Dose, ainda é tudo muito incerto... Espero que compreendam...

quinta-feira, março 27, 2014

Tag - Como eu leio


Vi essa Tag que Tama respondeu no Dose Literária e resolvi postar por aqui também. O nome da Tag é Como eu leio. São cinco categorias, e cada uma tem três perguntas. Eis minhas respostas:















A aquisição


1) Sempre compra você mesma seus livros ou tem anjos da guarda? Se tem, quem são eles?
Sempre compro, mas vezemquando recebo livros de presentes, do namorado, família ou amigos. Engraçado é que até pessoas que desconheço já apareceram me doando livros, seja pelo skoob ou ao vivo, ou até quando eu fazia faculdade...

2) Gasta quanto (em média) por mês em livros? Já estourou o cartão de crédito com livros?
Ah, gasto praticamente meu salário com livros [o que sobra dele depois de pagas as contas], mas esse ano estipulei uma meta de comprar o mínimo possível, então são em média 5 livros por mês... Não estourei o cartão de crédito porque não possuo um [já por causa do descontrole, eu não resistiria a promoções comprando em cartão]...

3) Consegue livros emprestados com frequência? Se sim, quem te empresta normalmente?
Vezemquando pego emprestado com amigos, ando sem tempo de frequentar biblioteca, mas quando fazia faculdade, pegava emprestado lá... 

O deleite

1) Lê em média quantos livros por mês?
Depende muito dos que me chegarem às mãos. Por vezes leio os que compro/ganho por mês, ou quando leio infantis em blogs, a conta sobre muito. Ando na tentativa de diminuir a leitura mensal pra 'curtir' mais o livro... mas fica numa média de 13 por mês...

2) Lê em média quantas páginas num dia da semana? E nos fins de semana?
Tem dias que não estou ocupada e acabo lendo mais de 200. Já cheguei a ler 400 páginas num dia... Fins de semana eu leio a mesma quantidade dos outros dias...

3) Consegue abandonar um livro no meio da leitura?
Não, por pior que o livro seja, eu vou arrastando a leitura, nem que leve mais de um ano. Não abandono porque mesmo que seja pra criticar depois, preciso ler todo. E já aconteceu de algumas histórias me surpreenderem nas últimas páginas...

O local do crime

1) Consegue ler em local movimentado? (ônibus, fila de banco)
lia em ônibus mas parei por causa da vista. Mas leio em metrô, no banheiro, na cama, sofá, rede, pracinha, se eu encostar em qualquer calçada, tiro logo um livro da bolsa... filas de pagamento, no intervalo da escola, durante as refeições, e dependendo da história, até enquanto eu ando no meio da rua...

2) Prefere ler na mesa, sofá, no chão ou na cama?
sim, como disse na pergunta anterior. Mas o local preferido é a cama, ou uma rede...

3) Qual a hora do dia que prefere para ler?
Qualquer hora, quando me der vontade, mas a madrugada é realmente prazerosa pra leitura...

Os impedimentos

1) É solteira? Se não, seu namorado, noivo, esposo, te dá espaço para ler?
não. meu Mow me apoia, me dá livros, me deixa ler sossegada, me incentiva com o blog e as leituras. Mesmo ele próprio não sendo um assíduo leitor, fica por horas e horas ouvindo minhas conjecturas e opiniões sobre os livros...

2) Lê no trabalho? Se sim, qual emprego dá essa dádiva de ler na hora de serviço?
Sim, porque sou professora, e sempre que dá a hora do recreio ou antes de tocar pro início das aulas, eu fico lendo...

3) Já deixou de sair com a galera só pra ler aqueles capítulos irresistíveis?
já, muitas vezes... 

As insanidades

1) Já sonhou ou teve pesadelos vivendo a história de um livro? Qual foi o livro?
já, várias vezes. O último foi com The Walking Dead.

2) Qual a maior loucura que já fez ou que faria para conseguir um livro?
Que já fiz foi ter gastado todo o meu salário do mês na Bienal do ano passado, aqui em PE. Tudo bem que eu nem ganhava muito na época, mas cada centavo foi transformado em livros. rs

3) Já chorou ao terminar um livro? Foi de felicidade ou tristeza? Qual foi o livro?
Lógico que sim... em várias ocasiões... sou muito chorona, sensível... chorei de raiva, de tristeza, de emoção, de rir... Como foram vários, vou citar alguns: Diário de uma paixão, O pequeno príncipe, O apelo da selva, Jardim de inverno, E.T., o extraterrestre, A mala de Hana, Apenas garotos, O segredo de Brokeback Mountain, O pianista, Capitães da areia, Éramos seis, A cor púrpura, Marley e eu, O caçador de pipas, A cidade do sol, Emmeline, Olho de gato... entre outros...

Quem quiser responder, fique à vontade... 
Beijinhos entorpecedores...

quarta-feira, março 19, 2014

~ Torpor Notícias [Matheus Ferraz]

Olá, pessoas queridas! Trago a vocês uma notícia muito boa sobre o autor parceiro Matheus Ferraz, e quem acompanha seu trabalho e o blog. Matheus irá participar de uma palestra em comemoração aos 13 anos do Boca do Inferno, o maior site de terror da América Latina. E sua palestra será a única do evento voltada para a literatura. A temática da palestra é sobre as produções de Sherlock Holmes voltadas ao gênero do horror, seguindo a proposta do site. Se você ainda não ouviu falar do escritor, visite sua FanPage no Facebook. O evento ocorrerá na Vila Mariana, em São Paulo, no dia 10 de maio de 2014. Quem for de São Paulo, não deixe de ir a fim de prestigiar um dos grandes talentos da literatura nacional. Se eu morasse pertinho, com certeza iria conferir essa palestra. Aproveitem a chance!!! 


domingo, março 16, 2014

Tag: Trinca de leitura

Bem, cá estou eu respondendo a mais uma tag a qual fui indicada pelos lindíssimos Italo e Victor do blog Incriativos. Um blog apaixonante que eu tenho o maior orgulho de ser parceira. Visitem, sigam, comentem por lá. Vocês não vão se arrepender. Um grande beijo aos meus dois amores  
A tag é pra ser respondida em vídeo, mas como não possuo um canal ativo, então vou responder por aqui mesmo. E vou indicar 3 pessoas pra responderem.




Bem, a tag consiste em responder algumas perguntinhas básicas. Vamos lá.

1 -- Quais autores/obras se envergonha de ainda não ter lido? Ou ainda não leu direito?
Gente, todo mundo fala em Vladimir Nabokov e eu sou louca pra ler algo dele mas ainda não li. Mas brevemente lerei Lolita [já tenho meu exemplar esperando na pilha de livros e desse ano não passa]

2 - Quais autores/obras "destoam" sua biblioteca de leituras?
Bem, creio que chick-lit. Não consigo me apaixonar por esse estilo, embora tenha lido um de Emily Giffin e dois de Debbie Macomber [li O amor mora ao lado e  Anjos à mesa - gostei de ambos, embora não tenha achado leituras mirabolantes que mudaram minha vida]. Creio que ambas as autoras se encaixam nesse estilo, não é?

3-- Quais autores/obras dá um trabalho hercúleo não gostar?
J. K. Rowling. Prevejo potterianos me odiando agora HAHA
Sério. Nunca me desceu Harry podre e não sinto a mínima vontade de ler nada que essa mulher escreva. Mesmo que ela escreva algo que não seja sobre Harry, ao ver seu nome no livro, prefiro não desperdiçar meu tempo.
Outra que não suporto é E.L. James, a destruidora da literatura erótica. Passo longe da trilogia 50 tons sem graça. Até tentei ler mas no primeiro capítulo senti ânsia de vômito. Penso em como alguém que escreve de forma tão 'pobre' tenha obtido tanto sucesso. [Prevejo mais fãs me odiando...] 
Ah, por último mas não menos importante: Stephenie Meyer. Odeio Crepúsculo com todo o ódio do meu coração. Sinto-me agredida mentalmente ao ver comparações dos vampiros dela com o clássico de Bram Stocker. Enfim... 

Bem, espero que tenham gostado de minhas respostas.. [Alguns odiarão...]

Um beijo enorme pra meus amores Victor e Italo.
E um pra todos os meus queridos leitores [até mesmo os fãs de Rowling, Meyer e James]

quarta-feira, março 12, 2014

Jack Kerouac... nasce um mito da Cultura Beat...




"Sempre considerei  escrever meu dever na Terra. E também pregar a bondade universal, que críticos histéricos não foram capazes de descobrir sob a frenética atividade das minhas histórias verídicas sobre a geração beat. - Na verdade, não sou um beat, mas sim um estranho e solitário católico, louco e místico..."

Eis uma phrase perfeita que define Kerouac. Confesso que demorei o dia inteiro pra tentar escolher entre as inúmeras quotes grifadas em meus livros, alguma que se encaixasse para defini-lo tão bem. Em 12 de março do ano de 1922, na cidade de Lowell, em Massachusetts, nascia o grande Jack, aquele que viria revolucionar o mundo literário com um estilo único, original e cru de escrita. Filho de um tipógrafo, adorava passear pelos campos e margens de rios em sua cidade. Em seu quarto, criava diários e jornais com assuntos desportivos descritos por ele de forma peculiar. Conheceu os escritos de Jack London aos 18 anos e decidiu dali que deveria ser escritor. Creio que o espírito aventureiro de seu xará tenha contribuído para despertar seu próprio anseio de também correr o mundo, de colocar o 'pé na estrada'... 

Teve Hemingway e Saroyan como influências literárias. Viveu com a mãe a maior parte de sua vida, quando não estava percorrendo o país, como um Viajante solitário. Seu pai havia morrido de câncer na época em que a Segunda Guerra devastava a Europa. Atravessou os EUA de trem, pegando caronas com desconhecidos, dormindo sob as estrelas, tendo o céu limpo e sem nuvens como cobertor em noites longas e frias... Viajou pela Europa, foi ao México, flertou com o budismo. Suas experiências com drogas lhe renderam amizades com outros grandes nomes da geração beat -  Allen Ginsberg, Will Burroughs, Neal Cassady. Seu primeiro livro foi escrito em apenas três semanas, usando uma máquina de escrever quase ininterruptamente... 

Você pode encontrar em seus livros ferrovias, vagabundos sem lar, misticismo, drogas, montanhas, viagens... em suma, um resumo de vida percorrendo lugares estranhos, desconhecidos, tendo como única companhia a poesia, descrita de forma leve, natural e sem preâmbulos, cenários descritos em fluxos de consciência, praticamente sem vírgulas, sem fôlego, findando em reticências... A prosa espontânea de Jack Kerouac é fascinante.



Por indicação de um querido amigo, soube da existência de On the Road [o tal livro escrito em três semanas]. Me apaixonei pela forma fluída de escrever de Kerouac. As aventuras cruzando o país pela Rota 66, os amores intensos e breves, a lealdade com seus companheiros de viagem, as árduas horas de trabalho em campos de algodão... Tudo isso ficou impregnado em minha mente e a partir dali, percebi que havia sido seduzida pela obra do autor. Depois de um tempo, li Tristessa, meu segundo livro, e me senti entorpecida pela sua relação com a personagem que dá nome ao livro... Parti para Despertar: uma vida de Buda, e sinceramente, foi o único livro dele que eu não lerei novamente tão cedo. Achei a filosofia complexa demais. Talvez em um momento mais oportuno eu consiga entender o que Kerouac quis passar com ele, ao escrevê-lo... Li também Cenas de Nova York e outras viagens, e apesar de curtinho, é um dos meus livros preferidos. Fala 'basicamente' de viagens do autor pelas montanhas, mas escrito de uma forma tão estonteante que acho impossível não se envolver e se imaginar subindo as encostas junto com Jack. 

Capa de Cenas de Nova York e outras viagens

"Nenhum homem deveria passar pela vida sem experimentar pelo menos uma vez a saudável e até aborrecida solidão em um lugar selvagem, dependendo exclusivamente de si mesmo e, com isso, aprendendo a descobrir sua verdadeira força oculta. - Aprendendo, por exemplo, a comer quando tem fome e a dormir quando tem sono." 

Kerouac é poético, apaixonante, sua obra parece um devaneio... Ao ler seus livros, penso que ele conversa comigo, usa palavras bonitas para discorrer sobre um fato corriqueiro. Ele consegue transformar em belo o 'comum'.

minha [ainda] modesta coleção...
 "Eu simplesmente me deitava nos campos da montanha ao luar, com a cabeça na grama, e ouvia o reconhecimento silencioso das minhas angústias passageiras." 

Posteriormente li O viajante solitário e ganhei esse ano como presente de aniversário Os vagabundos iluminados. Amei ambos. Pretendo ler agora Satori em Paris, Visões de Gerard e O livro dos sonhos. Mas afinal, o que seria a Geração beat? Eu falei sobre seu 'criador' sem expor a 'criação'. Beat seria a batida, exaustão, porrada ou um misto de todos esses elementos para designar um estilo de escrita que 'pulsa' com o leitor, que o transporta para um universo paralelo alucinógeno. Bem, eu diria que essa é a minha definição, é como a Geração Beat se mostra pra mim, Maria Valéria. É algo também como cadenciar as palavras, seguir a trilha, cruzar o mundo. Sei que estou sendo poética demais, mas me sinto assim quando falo sobre 'beat'... enfim... Esse espírito de beatitude e epifania eu consigo captar na escrita de Kerouac. Me faz ter vontade de jogar uma mochila nas costas e seguir rumo ao desconhecido...

Em 1969 Kerouac veio a falecer. Com apenas 47 anos, a estrela beat se apagava, devido a problemas com álcool. Depois de ter voltado às raízes católicas, de ter renunciado a tudo que vinha sendo o estilo de sua vida, de ter se afastado de seus amigos beats, e de seus pensamentos loucos, líricos, solitários... Morreu, mas deixou um legado para a literatura americana, que se estendeu ao mundo...
Kerouac pegou 'a estrada'... 


"Suave é o chuviscar que perturbou minha calma..."

~ Freedom...

Adoraria sair pelo mundo num trailler, ou em algum carro modelo anos 50 [quem sabe até mesmo a pé], cruzando fronteiras, barreiras e acumulando sonhos... De escolher aleatoriamente alguma estrada no mapa para descobrir onde ela daria, e me perder em suas curvas e asfalto, sob a chuva ou sol escaldante, deixando o vento despentear meus cabelos...

Libertar todo o sentimento de liberdade aprisionado dentro de mim...


segunda-feira, março 10, 2014

Tag - Blogagem Coletiva

Fui indicada pelos lindos do blog Incriativos pra responder uma Tag super bacana. Eis minhas respostas: 


1 - Desde quando você criou sua paixão por livros?
Desde que meus pais começaram a comprar livros infantis e gibis para que eu aprendesse a ler...

2 - O que te levou a criar o blog?
Ele foi criado a fim de que eu tivesse onde 'depositar' meus textos e devaneios... um tempo depois resolvi transformá-lo em blog literário, devido a minha paixão por leituras...

3 - De onde você tira suas ideias para fazer os posts?
Bom, sempre passeio por blogs alheios e quando vejo uma coluna ou post interessante, resolvo fazer no meu. E sempre indico de onde peguei tal idéia. Além disso, costumo falar de minhas impressões de leitura acerca dos livros que leio ou já li... 


4 - Qual seu gênero literário favorito?
Bem, gosto de clássicos, terror, suspense, drama, romances de banca, poemas, crônicas. Sou apaixonada por contos. Também curto literatura erótica. Melhor seria dizer os gêneros que não curto [chick-lit, espírita, auto-ajuda, eróticos da 'classe 50 tons'].



5 - Além de ler, o que você gosta de fazer para passar o tempo? ver filmes, namorar, visitar minha família, escrever, comer, dormir... 



Os blogs que indico para  responder a tag:

E quem mais quiser fazer. 
Em breve, postarei uma novidade ótima para o blog. Aguardem...

sábado, março 08, 2014

Resenha: Selvagens, de Don Winslow






Selvagens é a história de dois amigos e sua garota [sim, eles são muito amigos a ponto de dividirem o amor entre si], que vendem drogas. A melhor droga da sua região. Com tanto dinheiro entrando em caixa, logo eles começam a chamar a atenção de seus inimigos, o Cartel de Baja, no México. Ben e Cho não pretendem aceitar a proposta que o cartel fez a eles, e como o Cartel percebe que não vai conseguir lucrar em cima dos dois amigos, resolvem sequestrar a namorada deles, Ophelia, carinhosamente chamada de O. O resultado disso é que eles precisam correr contra o tempo, enfrentar muitos caras mal-encarados para tentar salvar a vida de O, impedindo que seu pescoço seja decapitado pelo cartel...

A ação do livro é excelente e para quem curte um gênero estilo Tarantino, vai se impressionar com a narrativa. Os protagonistas são bem diferentes um do outro. Enquanto Ben é mais 'civilizado' e 'diplomata', Cho é quem faz a sujeira e joga por baixo do tapete. Ele age mais com a razão e Ben age mais com a emoção e prudência. O seria uma espécie de elo entre os dois. Ela é do tipo de mulher quente, que não vive sem sexo, e que leva a vida se divertindo. Ela é parte fundamental da relação entre Ben e Cho. É como se ambos não pudessem sobreviver sem O em suas vidas. 

Há outra mulher que se destaca na trama, ela se chama Elena. Elena é poderosa, chefe do cartel e tem uma penca de homens como seus subordinados. Nada pode dar errado em suas negociações. Ela cede territórios a fim de ganhar aliados. E seu império é vasto. 

"Quando Elena Sanchez Lauter assumiu a liderança do cartel de Baja, muitos dos homens imaginaram que, por ser mulher, ela fosse fraca. A maioria desses homens está morta hoje."

Por esse trecho o leitor percebe a fibra da mulher. Miguel Arroyo, ou "Lado" é o braço direito de Elena. A parte em que pessoas perdem as cabeças por decapitação é com ele. Vocês podem imaginar como é violento o universo dos carteis de drogas mexicanos. Mas Elena tem fraquezas. Assumiu a liderança do cartel porque era a única pessoa da família que poderia fazer isso. Tem uma filha da idade de O., que é muito problemática. Seu marido foi morto, o mesmo ocorreu com seus irmãos. Vive num ninho de cobras, e se ela perder a 'pose', pode perder outras coisas além... A solidão é sua companhia. Tem várias casas, e ninguém pra desfrutar de seu conforto nelas. 

Lado é violento, não teme matar quem quer que seja para garantir o sucesso de seus negócios. E a caçada que Bem e Cho estão fazendo com seus homens para resgatar O está lhe tirando a paciência. Ele precisa pôr as mãos nesses dois, mas a forma como eles estão agindo não deixa provas concretas de seus atos. Lado precisa esperar pra dar uma lição em ambos. Em paralelo, O. é bem tratada [na medida do possível para uma sequestrada] e anseia que seus amigos a libertem. Ela ama Ben e Cho por igual. Não saberia viver com um sem o outro. Eles formam o trio perfeito, e nas poucas vezes que pode manter contato com eles, pra provar que está viva, ela nutre esperança de que eles a tirem daquela enrascada... 

 Adrenalina, suspense e ação formam uma combinação perfeita para a escrita de Winslow. Selvagens é um Thriller de tirar o fôlego até a última página. O leitor vai se apaixonar, certamente... 

O livro é composto de capítulos curtos, diálogos carregados de ironia e sarcasmo. É um livro envolvente. 

"Chon divide o mundo em duas categorias de pessoas:
Ele, Ben e O.
Todo o resto. Ele faria qualquer coisa por Ben e O.
Por Ben e O. ele faria qualquer coisa a Todo o Resto.
Simples assim."

O desfecho é chocante e surpreendente. 

sexta-feira, março 07, 2014

[quentes] Noites Italianas...

minha edição...


Esses dias fiz a leitura de Noites Italianas, obra baseada na história real da autora, Kate Holden, em que ela discorre sobre seus casos amorosos durante a estadia na Itália. O que posso dizer é que me encantei com a escrita apaixonada de Kate, de como ela fala sem preâmbulos sobre situações quentes em que se envolveu com tamanha naturalidade, e que às vezes nem percebemos que se tratam de relações sexuais... Kate escreve de forma poética e por várias passagens, me identifiquei com seus pensamentos e reflexões... 

"Ela veio à Itália em busca de três coisas: Roma, românticos e romance. Quatro coisas. Veio em busca de si mesma também." 

Em busca de liberdade, Kate passeia pelas ruas de Roma, Nápoles e conhece homens apaixonantes, dispostos a oferecer-lhe companhia, enquanto o homem com quem ela está envolvida a deixa para escanteio, alegando problemas no trabalho e com a esposa. Kate se sente perdida em meio a cidade, e em suas andanças conhece pessoas com as quais vai se envolvendo. O livro se divide em 7 capítulos, e cada um deles Kate fala sobre a aventura vivida com alguém diferente, mas volta e meia, entre os capítulos, fantasmas do 'evento anterior' ressurgem... 

"Inconstante, instável, autodestrutiva. Sim, foda-se, sou." 

O primeiro romance de Kate no livro é Jack. Casado e ausente, Kate é muito apegada a ele. Mas isso não a impede de se envolver com outros e Jack não permite isso. Então, ela se encontra às escondidas com outros homens. Primeiro Guido, depois Massimo [irmão de Guido] e um amigo seu, Rufus. Cada um deles tem características únicas, sorrisos marcantes e tratam Kate de forma especial, fazendo-a sentir-se desejada. Mas esses homens também tem outras mulheres, esposas, amantes... Kate vai se envolvendo e se sentindo cada vez mais só... Sua busca incansável por compreender a si mesma a leva a caminhos tortuosos, relações com amigos, inclusive, e a fatal recaída nas drogas, embora tenha sido apenas uma vez...

Com direito a sexo a três, e em mais de uma ocasião, a leitura pode parecer vulgar, mas passa longe disso. Kate veio de Melbourne, na Austrália. Foi prostituta, usou heroína, e ao contar sobre seu passado a seus amantes, tenta de alguma maneira ser aceita 'apesar de'. A aceitação é importante para ela, e ela se frustra quando decepciona algum de seus companheiros, por vezes ela se sente usada, julgada como promíscua... Mas Kate é solteira, dona de seu próprio nariz, já se submeteu a coisas mais 'ultrajantes', por que não deveria se divertir quando tem vontade? Apesar do medo de ser rejeitada, Kate não para, e vai somando mais gozo à sua cama...

Qualquer lugar é cenário para uma transa. Kate usa o telefone enquanto se masturba, amassa a lataria de um carro na rua, enquanto é erguida sobre ele, se envolve com o amigo que lhe dá abrigo... Não há limites. Festas, almoços, jantares, apartamentos estranhos com completos desconhecidos, tudo é motivo de sexo para Kate. Mas não pense que o livro se torna um mero clichê por causa disso. A autora sabe conduzir a história sem cair no 'lugar-comum'. O leitor passa a torcer pela protagonista, pra que tudo dê certo pra ela.

Particularmente, achei o livro fantástico. Só me frustrei um pouquinho com seu desfecho. Não vou entrar em detalhes a fim de não cometer spoiler, mas a entrada de "Donatella" poderia ter sido melhor aproveitada. Achei que a partir daí, a escrita de Kate decaiu um pouco... Não sei se a premissa me pareceu algo e fiquei na expectativa, e no decorrer desse capítulo me deparei com algo totalmente diferente do que eu almejava, ou se realmente não curti o clima da relação das duas personagens, com o terceiro 'elemento'. Mas ainda assim, o final foi satisfatório... 

"Bem, ela irá livre para casa agora. Você é tão livre. Pulsações profundas de pesar se tornam um ritmo, uma dor quente. Salgadas como sal. Ela se vê quase feliz." 

É uma leitura envolvente, sensual, e deve ser saboreada, de preferência, com uma taça de vinho na mão...
Noites italianas é mais um lançamento da Ed. Novo Conceito.



Sobre a autora: 


Kate Holden é natural de Melbourne, Austrália. Nascida em 1972. Formada em Estudos Clássicos e Literatura na Universidade de Melbourne. Antes de escrever livros, já lavou pratos, trabalhou numa livraria e foi modelo de cabelo. Trabalhou como Profissional do sexo. Após a publicação de seu primeiro livro, iniciou uma nova fase na vida. Atualmente é colunista do jornal Saturday Age.




Noites italianas 
Selo: Novo Conceito
Autora: Kate Holden
Ano: 2014
272 páginas.
Preço sugerido: R$29,90
Auto biografia, biografia, Não-ficção



terça-feira, março 04, 2014

Livros que comprei em Fevereiro/2014

Bem, pessoal. Cá estou eu em mais um post sobre as compras de Fevereiro, e confesso que eu me surpreendi com minha força de vontade nesse mês. Consegui comprar UM livro. Pra não dizer que não comprei mais nada alem disso, incluo na lista uma HQ de Before Watchmen - Coruja, que comprei pela Estante Virtual, e falei dela no outro post, sobre os Correios do mês... E a HQ Os julgamentos de Loki


O livro comprado foi A corista e outras historias, de Anton Tchekhov, da L&PM Editores, da coleção 64 paginas. No dia que encontrei minha amiga do Leitor Cabuloso, na Livraria Saraiva do shopping RioMar, em Recife, não poderia sair da livraria sem comprar nada, e paguei apenas R$5.00 nele. Pelo preço, amo essa coleção.
Watchmen custou R$16.80 [incluso o frete.]

imagem de capa retirada do google, preguiça de tirar photo da minha...

Os julgamentos de Loki foi minha última aquisição, aos 45 do segundo tempo [Sim, comprada dia 28/02], na banca de revistas, e custou 19,90. 
Até agora estou conseguindo manter minha meta de comprar poucos livros por mês hehe

Beijinhos entorpecedores...