sexta-feira, maio 30, 2014

Resenha: Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva...

"Nunca tinha imaginado que essa operação pudesse ser tão violenta. Seis horas numa mesa cirúrgica com o pescoço aberto. Depois tem o acordar, ainda sob efeito da anestesia: a cabeça em ordem, o corpo em câmera lenta. Acaba a anestesia e vem a dor. Para operar meu pescoço, tiveram que afastar com um gancho todos os músculos da coluna. Três dias de dores insuportáveis, amarrado. E, o que era pior, quinze dias sem sentar. Senti-me voltando à UTI. "Eu não aguento mais, é muito sofrimento prum carinha de vinte anos que nunca fez mal a ninguém." Ó deus, como você foi injusto, cara. Lamentável. Tanta gente babaca por aí, e justo eu você escolhe... Tanto assassino, tanto ladrão, tanta gente que não usa o corpo pra nada, que não sabe tocar um Villa Lobos, não sabe catar no gol, não se interessa por agricultura, não sabe fazer amor. É, você me preparou uma surpresa desagradável. Tudo aquilo que eu tinha sonhado, meus planos pro futuro, desaguou numa simples queda mal calculada."


Ler Feliz Ano Velho foi uma grata surpresa. Estava eu no sebo onde costumo comprar meus livros e em meio a pilha de obras 'do momento', encontro escondido um exemplar da Ed. Brasiliense, com as folhas gastas pelo tempo, orelhas na capa e um título que me soou levemente familiar... Lendo um dos posts mais antigos do Dose Literária, feito pela minha saudosa Eni [in memorian] me deparei com um livro chamado Quando o futuro não pede licença, do autor Carlos Moreno. Fiquei bem curiosa com o título, com a trama, ainda mais por se tratar de um caso real... e em meio ao seu texto, Eni tinha falado que o autor ganhou o livro Feliz Ano Velho de um amigo, Marcelo Rubens Paiva, que passava pela mesma situação de ter perdido o movimento do corpo numa fatalidade. Claro que anotei na listinha de livros a procurar em sebos... Ainda não encontrei o livro de Carlos Moreno, mas encontrei o de Rubens Paiva...

Li em apenas dois dias, e logo no prefácio, senti que Marcelo Rubens Paiva me 'pegou de jeito'. Me senti acariciada' com uma leve bofetada, como se ele me dissesse: 'ei, esse livro eu escrevi pra que você soubesse da minha história, vamos papear'. Um dos trechos que mais me encantaram no prefácio diz o seguinte: 
"No fundo eu acho que a transa da literatura está ligada à transa da verdade (assim como a revolução, o amor e um montão de coisas). [...] A tua história está transada de um jeito putamente terno, bem-humorado, erótico e sedutor, o que, aliás, é a sua maneira de ser."  

Esse trecho foi escrito por um amigo de nome Luis Travassos, em 1981. A resposta de Marcelo foi a seguinte:
"Nós, com quem o destino não foi muito generoso, temos uma cumplicidade com a vida, e procuramos juntos nos defender dela. [...] Você morreu, Zé, e eu adorava você. Esse livro é dedicado a você, e, quando eu for pro céu, vou levar o que você não leu, e umas folhas em branco pra sua história. Até mais, garotão." Marcelo. 
E eis que Marcelo me contou sua história...

Aos vinte anos, um rapaz como tantos outros, que tocava violão, jogava bola e era estudante de engenharia agrônoma pula numa piscina rasa e vê sua vida mudar completamente. Em 14 de dezembro do ano de 1979, ele subiu numa pedra e gritou: 

"- Aí, Gregor, vou descobrir o tesouro que você escondeu aqui embaixo, seu milionário disfarçado. Pulei com a pose do tio Patinhas, bati a cabeça no chão e foi aí que ouvi a melodia: biiiiiiin." 

Eis que começa o seu pesadelo real. Aos vinte anos, Marcelo se vê preso a uma cadeira de rodas, lutando com todas as suas forças para ganhar os movimentos do pescoço pra baixo. ele narra os acontecimentos de sua infância, quando seu pai foi levado pelos militares na época da Ditadura, e nunca mais o viu. Confesso que grifei boa parte do livro, nas passagens que ele conta sobre seus sonhos, suas dificuldades de adaptação, o início de tudo, em que ele se recusa a entender que vai ficar preso a uma cadeira de rodas para sempre, que as chances de voltar a andar são mínimas, bem como seus medos, receios, amores, família... 

A linguagem de Marcelo é bem crua, contando também de suas relações sexuais, as lembranças de um passado não tão distante que se perdeu no caminho pós-queda... É um relato intenso, que emociona, cativa o leitor, faz refletir e por momentos eu me coloquei no lugar dele. Se fosse comigo? Se fosse com um parente meu, alguém próximo a mim? Você descobre as dificuldades de um cadeirante numa sociedade que tem obsessão por escadas, onde o acesso a muitos lugares é comprometido. Me fez lembrar de uma situação que vivi alguns dias atrás, quando vinha de Recife pra minha cidade. Estava eu no centro da 'Veneza brasileira', quando o ônibus pára e junto comigo, subiu um cadeirante. O elevador do ônibus quebrou após subirem o rapaz, e passamos uns dez minutos esperando o motorista conseguir guardar o elevador pra continuarmos a viagem. E todas as pessoas no ônibus olhavam para o cadeirante, como se a culpa pelo atraso do ônibus fosse por causa dele 'se o ônibus não tivesse parado para o paraplégico, estaríamos seguindo viagem' e não por uma falta de manutenção do transporte público. Fiquei pensando no que o rapaz pensava na hora, com aqueles olhares acusadores e/ou questionadores voltados pra ele. Fiquei triste, senti vontade de chegar perto dele e perguntar se ele precisava de alguma coisa. Mas segurei meu ímpeto porque a maioria não gosta de ser vista com 'piedade'. E volta e meia agimos assim com os deficientes. Ao ler o livro, esse rapaz me veio a mente, e penso que o autor, Marcelo, deve ter passado por situações parecidas, até hoje inclusive... 

Não é uma leitura leve, divertida, mas passa longe do depressivo. Mesmo nas piores 'passagens' do livro, Marcelo usa de uma ironia mordaz para tratar de seu problema, algo como 'se é o jeito, vamos rir pra não chorar'. Sua crueza me fascinou, me despertou um misto de sensações e confusão... E senti como se ele falasse pra mim, num papo casual, como ocorreu a tragédia de sua vida, e de como ele a superou com o tempo e ajuda 'dos seus'...  Leitura mais que recomendada. Uma das melhores do ano, quiçá da vida... 


"Hoje em dia, me pergunto se preferiria estar morto. Não sei, nem quero saber. Só sei que, nas noites em que tenho insônia, lembro de um garoto normal que subiu numa pedra e gritou:
- Aí, Gregor, vou descobrir o tesouro que você escondeu aqui embaixo, seu milionário disfarçado. Pulei com a pose do tio Patinhas, bati a cabeça no chão e foi aí que ouvi a melodia: biiiiiiin.
Estava debaixo d'água. Não mexia os braços nem as pernas. Via somente a água barrenta e ouvia: BIIIIIIIN." 

Feliz Ano Velho - os R$5,00 reais mais bem pagos da minha vida...

quarta-feira, maio 28, 2014

TAG - Trilha do Livro

Eis mais uma TAG que resolvi responder. 

A Tag consiste em fazer uma playlist com clipes, e responder as perguntas a respeito da minha leitura do momento, e no final revelar qual o livro que estou lendo... 

  • Que Música a capa do livro te faz lembrar?
Welcome to my nightmare, Alice Cooper
  • Que música tem a ver com a temática do livro?
All Nightmare Long, Metallica
  • Que música tem o ritmo do livro?
Live After Death, Iron Maiden. 
  • Que música te lembra o protagonista?
Don't Fear the Reaper - Blue Öyster Cult

E o livro que estou lendo é...




A tumba e outras histórias
, de H. P. Lovecraft. Como se trata de um livro de contos, não tem um protagonista em específico, porque são contos separados que não possuem relação um com o outro, então ficou meio que impossível responder a última pergunta da TAG, né? Por isso resolvi escolher um clipe de uma música que se identificasse com a leitora [eu] enquanto lia... 

Bom, não vou indicar ninguém [ultimamente ando com preguiça pra isso] mas quem quiser fazer, sinta-se à vontade, é só mandar o link aqui nos comentários que eu visito e comento depois... Só peço que avisem no post que viram a tag aqui em meu blog, ok?
Bom, espero que tenham curtido... 

segunda-feira, maio 26, 2014

Um espetáculo da vida... Água para elefantes...


"A idade é um ladrão terrível. Justamente quando se começa a entender melhor a vida, a idade nocauteia suas pernas e arqueia suas costas. Ela lhe traz dores, lhe confunde a cabeça e silenciosamente espalha o câncer em sua esposa.
Metastático, disse o médico. É uma questão de semanas ou meses. Mas minha amada era frágil como um passarinho. Ela morreu em nove dias. Depois de 61 anos juntos, ela simplesmente apertou a minha mão e expirou.
Embora haja ocasiões em que eu daria tudo para tê-la de volta, foi bom ela ter ido primeiro. Perdê-la foi como ter sido partido ao meio. Naquele momento tudo acabou para mim, e eu não gostaria que ela passasse por isso. Ser sobrevivente é uma droga.
Eu achava que preferia morrer à outra opção, mas agora já não tenho mais tanta certeza. Às vezes, a monotonia dos bingos, dos saraus e dessa gente antiga e embolorada, estacionada no corredor em suas cadeiras de rodas, me faz desejar a morte. Principalmente quando me lembro de que sou um deles, jogado de lado como se fosse uma quinquilharia inútil.
Mas não há nada que se possa fazer em relação a isso. Só me resta passar o tempo esperando o inevitável, observando os fantasmas do meu passado se agitarem em volta do meu presente insignificante. Eles se chocam e se esbarram à vontade, principalmente por não haver nenhuma resistência. Parei de lutar contra eles.
Neste momento, eles estão se agitando ao meu redor.
Sintam-se à vontade, rapazes. Fiquem mais um pouco. Ah, desculpem - vocês já estão à vontade.
Malditos fantasmas!"

Água para elefantes, da autora Sara Gruen, é uma publicação da Ed. Arqueiro.  Trata-se da história de um senhor bem velhinho, Jacob Jankowski, que durante sua mocidade teve sua vida completamente virada de cabeça pra baixo após a trágica morte de seus pais num acidente de carro. Sem dinheiro, casa nem parentes que lhe ajudassem, ele acaba 'pulando' num trem e descobre que é um circo chamado O Esquadrão Voador do Circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra. 

Estudante de veterinária, logo Jacob vê uma oportunidade de não passar fome e ter um teto onde dormir nesse período em que os Estados Unidos passavam pela Lei Seca, onde bebidas destiladas eram vendidas às escuras, fugindo da fiscalização. Logo Jacob percebe que conviver com aqueles artistas, o dono do circo e de outros personagens não será tarefa fácil, mas com o decorrer do tempo ele acaba fazendo fiéis amigos... E é deles que ele vai precisar quando se envolver com August, o desprezível chefe do setor de animais, para o qual Jacob foi designado... August é o tipo de ser humano covarde, cruel e detestável que faz o leitor criar ódio instantâneo. Ele é casado com Marlena, que suporta ao longo dos anos um marido que oscila lapsos de gentileza e brutalidade extrema e incontrolável. E daí se imagina o que vai ocorrer entre ela e Jacob, não? 

Uma personagem que me cativou foi Rosie, a elefanta que o dono do circo, Tio Al, compra e no começo, todos acham que foi um péssimo negócio. Futuramente, eles descobrem o porquê da elefanta parecer tão 'burra'. Mas não vou contar porque é spoiler... Rosie é um animal admirável e me revoltei com a forma que August lida com a pobrezinha. É de partir o coração os maus-tratos que ele a submete... Outro animal que gostei muito foi Bobo, o orangotango. Dócil e inteligente, assim como a maioria dos animais do circo, que cativam Jacob e ele se sente mais revigorado em lidar com eles do que com certos seres humanos daquele circo...

A história alterna entre os períodos da juventude e a velhice de Jacob, que se põe a pensar em toda sua vida, e em como ele se encontra hoje, numa casa de repouso, esquecido pela sua família. Os fantasmas de seu passado lhe assombram, e durante todo esse tempo, setenta anos, ele nunca tinha falado a ninguém sobre sua vida no circo... É uma narrativa triste, tanto no passado, quanto no presente, e os detalhes da velhice de um senhor com mais de noventa anos envolve o leitor por completo. É um livro bem escrito, com detalhes que fazem você se imaginar na cena, entre os diálogos, sofrendo junto com o casal e os animais... 

Detalhe para umas das partes que mais me chocaram durante a leitura: a alimentação dos felinos... Nem vou soltar nada, pois vocês precisam ler isso... e também sobre os trabalhadores que 'desaparecem' do trem em movimento... é revoltante a forma como essas pessoas são tratadas, por dependerem de patrões ambiciosos que só pensam em privilégios para si... Mas o final, acredito eu, foi satisfatório para esses vilões... Embora ao final do livro eu tenha ficado com uma sensação que poderia ter me surpreendido mais... Ao menos pra mim, o livro terminou sem prantos de minha parte. Foi um final bacana mas que poderia ter me emocionado mais... Se bem que, ao longo da história, eu me envolvi, me toquei e me revoltei... alguns trechos me deixaram realmente hipnotizada e reflexiva...

Foi uma experiência válida conhecer a fundo a história de Jacob Jankowski e seu desfecho não poderia ter sido mais feliz, apesar de tudo... 

sábado, maio 24, 2014

Um ano já se passou...


E hoje fez um ano da morte trágica de tio Renato, um ano que não atendo meu celular de forma tranquila, com medo de que do outro lado da linha me espere [outra] notícia ruim... Um ano que me pego chorando ao lembrar de como foi seu fim, e de angústia por não poder voltar no tempo e impedir de terem feito mal pra ele... Dias que passam longos, dolorosos, e embora eu me distraia de todas as formas possíveis, com todos os recursos que um ser humano pode utilizar pra 'fazer passar a tristeza', ainda sinto lá no fundo aquela dorzinha de saudades, indignação e revolta... Mas procuro levantar a cabeça e seguir em frente, porque se ele estivesse aqui e me visse chorar, certamente diria algo do tipo 'deixa de frescura e para de chorar nessa porra'.
E sigo com a saudade de suas brincadeiras, de suas caretas ao beber, e de suas piadinhas que faziam qualquer criatura com um senso de seriedade corar e dar risada... Sigo amando meu sobrinho da mesma forma que ele amou a mim e a minha irmã, pois sei que de onde estiver, ele estaria satisfeito comigo por isso... 

É isso, 'prender o choro e aguar o bom do amor', como o senhor um dia nos mostrou... 

Te amamos, tio 'Moá'...

quinta-feira, maio 22, 2014

A garota da casa grande [aquela da diagonal...]

Bem, acabei de fazer a leitura desse livro e com a mente ainda fresca das linhas lidas, resolvi escrever esta resenha... Recebi A garota da casa grande em parceria com a autora Amanda Marchi, e por ser um livro fininho e com uma temática que me desperta logo a curiosidade, dei uma pausa em outra leitura para desfrutar de suas páginas. 

Confesso que li rápido, em apenas uma sentada, tal a leveza da história. Apesar do tema ser polêmico, achei que o livro não peca pelo clichê, e a autora conduziu de maneira sutil o romance das personagens... Trata-se da história de Geórgia, que vai passar mais uma vez as férias anuais na casa da avó, numa cidadezinha perdida no interior. Entediada com a longa viagem, sem expectativas de diversão durante sua estadia por lá, Geórgia não se sente confortável em rever pessoas que mal tem contato ao longo do ano, e fingir saudades ou entusiasmo não é a melhor maneira de lidar com a situação...

A narrativa funciona em primeira pessoa, com a protagonista nos falando sobre esses dias ao lado da avó e de uma tia. Algo acaba despertando seu interesse: a vizinha da casa grande, que fica na verdade, na diagonal da rua... o jeito como Geórgia olha pra ela é carregado de curiosidade. E logo o destino coloca ambas as garotas frente a frente [graças ao cachorro Max] e um livro num banco de praça... O contato entre elas é breve, mas carregado de interesse mútuo, embora demonstrado de maneira sutil... 

Achei o livro bem detalhado em suas descrições, a narrativa de Geórgia é quase sem vírgulas, como ditas em um só fôlego, uma linguagem bem casual, que aproxima o leitor da protagonista... Uma das características da personagem na qual me identifiquei é seu gosto por leitura e sua indisposição de acordar cedo [*risos*]. Ela cita ao longo do livro Oscar Wilde, Agatha Christie e Game of Thrones, achei bem bacana essas referências... 

Um ponto que poderia considerar 'negativo' é que alguns acontecimentos ocorrem em tempo bem rápido. Não sei se pelo número de páginas, algumas coisas ficam meio corridas, de uma cena logo pula-se pra outra, sem rodeios... Mas não chegou a atrapalhar a leitura. Com o passar dos capítulos, consegui me adaptar a isso. E apesar dessa condução apressada da história, a relação de Geórgia e Alice não se dá da noite pro dia, ocorre de maneira natural. [Não pense que verá algo do tipo 'duas garotas se conhecem e no dia seguinte já caem na cama apaixonadas']. O romance acontece aos poucos, sem pressa...

Em um trecho do livro, há uma mostra do preconceito das pessoas, principalmente de cidades do interior... O machismo se faz presente nesse momento... Outro ponto importante a ressaltar é a relação de Geórgia com sua avó, que vai ficando mais forte depois que ela descobre a opinião da senhora sobre sua orientação sexual... Mas então acontece uma coisa que muda tudo, e será um fator decisivo na relação de Geórgia e Alice...

Em suma, é um livro que merece ser lido, a autora é jovem e talentosa, mostrou que sabe usar bem as palavras para mostrar às pessoas que o amor pode ser vivido de todas as maneiras, por qualquer pessoa, independente de serem do mesmo sexo ou não... E que as barreiras impostas pelo destino podem não ser páreo para uma paixão verdadeira, sincera e pura como a de duas garotas...


sábado, maio 17, 2014

Tag - Mapa-Múndi Literário

Encontrei essa Tag no blog de Maurinha e achei muito interessante, resolvi fazer aqui também.
Você precisa formar o mapa-múndi a partir dos autores e seus livros de sua estante. Eu resolvi colocar os livros que já li, os que ainda não li, mas todos são do meu Acervo Particular...

Imagem retirada desse site 

África
Feras de lugar nenhum, de Uzodinma Iweala [Nigéria] e A confissão da leoa, de Mia Couto [Moçambique].


América
Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe [EUA]  e Crimes de Paixão, de Dalton Trevisan [Brasil].


Ásia
Lolita, de Nabokov [Rússia] e .A cidade do sol, de Khaled Hosseini [Afeganistão]. Não consegui encontrar a capa da minha edição de Lolita, então postei essa que achei muito linda...


Europa
Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac [França] e Dracula, de Bram Stocker [Irlanda].


Oceania
A filha do silêncio e Arlequim, de Morris West [Austrália]. Só tenho um autor representando a Oceania. Vergonha. Preciso conhecer mais da literatura desta parte do mundo...



Espero que tenham curtido. Fiquem à vontade pra responder essa Tag. E deixem os links nos comentários que eu verei as respostas de vocês, ok?


quinta-feira, maio 15, 2014

O pequeno príncipe - Antoine de Saint-Exupéry

minha quote preferida do livro...

Alguns falam que é livro de miss, outros dizem que é muito infantil, há os que o defendem com afinco... entre tantas opiniões distintas, é acertado dizer que O pequeno Príncipe é um clássico que carrega em sua aparente simplicidade uma emocionante reflexão de vida, que pode ser levada em conta tanto por crianças quanto por adultos... Antoine de Saint-Exupéry presenteou o mundo com uma das obras mais encantadoras da literatura mundial. O livro é uma Ode às crianças que existem dentro de cada um de nós...

O narrador começa contando sobre sua infância, aos seis anos, quando encontra uma gravura num livro representando uma jiboia engolindo um animal. E então, a pequena criança faz o seu próprio desenho da jiboia, e quando questiona às pessoas adultas se elas tem medo de seu desenho, elas respondem que um chapéu desenhado não poderia causar medo... E aí, nosso pequeno contador de história redesenha mostrando o lado interior da jiboia, a fim de que as pessoas adultas entendam que aquilo não era um chapéu, e sim, uma cobra gigante que comeu um elefante. E ainda completa dizendo que os adultos precisam de explicações complexas, detalhadas, pois não conseguem entender a simplicidade das coisas... 



Já adulto, em uma de suas viagens ele sofre uma pane no deserto e encontra um homenzinho de aparência curiosa... A primeira coisa que ele lhe pede é que ele desenhe um carneiro. Em um local inóspito, a quilômetros de distância da civilização, ele acha estranho ver um homem pequenino, parecendo uma criança, vestido em roupas estranhas, lhe pedindo um desenho de carneiro. Apesar da estranheza, o bom narrador atende seu pedido... Então, mais do que depressa, ela faz o desenho da jiboia comendo o elefante [a única coisa que sabia desenhar na vida], já esperando que o homenzinho lhe diga que aquilo é um chapéu, e se surpreende quando este lhe diz:

"- Não! Não! Eu não quero um elefante numa jiboia. A jiboia é perigosa e o elefante toma muito espaço. tudo é pequeno onde eu moro. Preciso é de um carneiro. Desenha-me um carneiro."
Aquele pequeno e estranho homenzinho enxergava além dos detalhes...
De onde ele vem? Como surgiu ali naquele deserto? Nosso protagonista, o Pequeno Príncipe, vive num asteroide de nome B 612. Em algum momento, ele recebe em seu planeta um botão de flor. A rosa que nasceu desse pequeno botão é arrogante, e acaba repelindo o pequeno príncipe. Sua decepção por não conquistar o afeto da rosa é tamanho que ele parte de seu planeta em busca de amizade em outros locais.
Ao longo do caminho, se depara com diversos personagens, como a Raposa, um Rei, um Vaidoso, entre outros, e a cada encontro, lições de vida são reveladas...

Em sua jornada, o Pequeno Príncipe encontra em seu amigo aviador [nosso narrador] um amigo. Ele consegue cativar a Raposa, e enxerga a importância de sua rosa.

"- Vai rever as rosas. Assim compreenderás que a tua é única no mundo."



Minha edição é toda grifada, pois vários trechos do livro me fizeram engolir em seco, me emocionaram... Tive a oportunidade de comprar uma edição ilustrada, com imagens feitas pelo próprio autor, pintadas em aquarela. Segundo o principezinho, o belo é invisível aos olhos, e que, mesmo em meio a um deserto, é possível encontrar um poço com água fresca... As metáforas do livro nos ensinam que sempre deverá haver esperança, embora as situações não pareçam promissoras, que devemos enxergar além do que nos é mostrado, e que se pudermos ver o mundo com os olhos inocentes de uma criança, aquela que fomos um dia, tudo será mais bonito, leal e sincero. Ao menos pra mim, foi isso que a leitura significou. Acho que cada leitor tira uma mensagem diferente, mas de igual equivalência...

O Pequeno Príncipe comove por ser puro, discreto, e apesar de metafórico, pela simplicidade de suas palavras... Ao terminar a leitura, senti o corpo desabar no choro, chorei de soluçar... e quando a leitura faz isso comigo, é certo que é uma obra que levo comigo pra vida inteira... 


Comprado na Bienal 2013, pois quando li foi emprestado, e agora tenho minha própria edição...


quarta-feira, maio 14, 2014

Ciclo de Convivências literárias de Maio e Resenha de 'Na Escuridão das Brenhas'


Roberto Beltrão e eu...


No último dia 10 de maio, participei de um encontro com o autor Roberto Beltrão, que escreveu Estranhos mistérios d'O Recife Assombrado já resenhado aqui por mim, junto com sua outra obra, Histórias Medonhas, e nessa reunião' foi discutido o seu novo lançamento, Na Escuridão das Brenhas, publicado também pela Edições Bagaço, aqui de Pernambuco. Acabei indo sozinha, e lá chegando, me encontrei com Bianca, que já me esperava *risos*. 

Pois bem, foram postos em pauta a literatura fantástica, de realismo fantástico, o romantismo e o gótico do século XVIII, bem como as vertentes inglesas, francesas e alemãs de tais literaturas. Realmente, foi uma tarde maravilhosa, em que pude conhecer mais um pouquinho de temática que tanto me agrada. Tais elementos que podem ser encontrados no imaginário popular e que inspiram pessoas como Roberto a escreverem bons livros...


No final, consegui comprar meu exemplar de Na escuridão das brenhas e super simpático, o autor autografou meu livro, junto com minhas duas edições d'O Recife Assombrado, que levei ao encontro com essa finalidade. 
E vamos às minhas impressões sobre o livro. Na escuridão das brenhas é um livro com sete contos intitulados A curva das cruzes, Maluvida, A lata estampada, Sombrinha, Açude, O cartaz do cowboy e Azul avermelhado. Certamente os que mais me chamaram a atenção foram Sombrinha, A curva das cruzes, A lata estampada  e Azul avermelhado




A curva das cruzes é sobre um rapaz que prestes a casar, acaba se deparando com um acidente de carro na estrada, na Serra das Russas, próxima a Gravatá, a caminho de casa. Encontra um anel de ouro na mão da morta e leva pra casa, pois precisava comprar um anel para pedir em casamento a sua namorada, então nada mais prático que pegar o anel da morta, pois ninguém iria saber desse detalhe... Passam-se os dias, colocaram cruzes no trecho da estrada em memória ao casal morto no acidente, e Palmiro leva sua vida tranquila, preparando o casamento. Mas aí, ele passa a ter visões da morta, como que pedindo o que é seu de volta... Por andar assombrado, o destino acaba levando Palmiro a outra cena de acidente, junto com sua noiva... e o desfecho disso não foi feliz... É um conto arrepiante, e mexe com o popular caso de 'assombração da estrada', muito conhecido aqui em Pernambuco.

O conto A lata estampada trata de um rapaz que vai visitar uma velhinha, conhecida de sua família, que se encontra num asilo. A pobre senhora nunca teve filhos, embora amasse crianças. E começa a contar uma história para ele, explicando o motivo de ter ido embora da fazenda Pilambó, em Caruaru. Dona Nadir começou a ter visões de um menininho na ponta de sua cama, 'pedindo vela'. Depois de muito se 'aperrear' com essa aparição, resolve acender uma vela pra ele no terreno de sua propriedade, rezando pela alma do infeliz. Seus sobrinhos acharam que dona Nadir estava louca e ela acabou internada onde hoje se encontra. Mas ela trouxe uma lembrança de sua antiga fazenda, uma lata estampada com bolas de gude, pião, brinquedos de menino, que ela encontrou no local onde acendeu a vela pra alma da criança. O rapaz, após ouvir essa história assustadora, resolve se despedir, e percebe que a velhinha não está sozinha no quarto... 
Esse tipo de 'aparição' é muito comum nas histórias contadas aqui. 'Morto pedindo vela para iluminar o seu caminho no 'além''...

Sombrinha foi meu conto preferido. Trata-se de um homem chamado Arlindo, galanteador, que fugiu da capital por confusão com maridos e suas amantes, se refugiando na cidade interiorana de Catende. Seus dois amigos de bar, Samuel e João Serafim, sabendo que o amigo não 'perdoava' um rabo de saia, falam pra ele, como em desafio, que duvidavam que ele conseguisse conquistar a misteriosa moça que costumava passear pelas ruas desertas da cidade, em noites de sexta-feira. Arlindo não deixa por menos, e aceita o 'desafio'. Acostumado com a vida boêmia da capital, se perfuma e veste bem e sai na noite de sexta-feira a procura da misteriosa mulher... Quando a encontra, logo perde seu 'rastro'. Os dias da semana até a próxima sexta passam lentos, agoniados, e Arlindo não vê a hora de encontrar e abordar a mulher de sombrinha na mão...  E eis que finalmente, no dia esperado, ele se surpreende com a própria lhe procura, e acaba lhe arrastando pra um lugar mais apropriado pra se ficar à vontade... 
Nesse conto, a figura da 'morta que seduz os homens' é clássica das lendas urbanas. 

Em cada conto, Roberto Beltrão busca recriar personagens de assombrações do imaginário popular em histórias que assustam e prendem a atenção [e fôlego] do leitor. Me senti presa em cada descrição detalhada, em cada nuance de medo dos protagonistas, tive alguns sustos [sugestionáveis a esse tipo de leitura] e devorei suas quase 100 páginas de forma intensa, profunda... É aquele tipo de leitura que transporta o leitor para dentro dos personagens, não só do conto em si... Você vivencia o medo, sente a nuca arrepiar e os pelos eriçarem...

Foi um prazer enorme poder conhecer Roberto Beltrão, pois admiro demais o seu trabalho. Decerto, é um dos melhores autores que Pernambuco possui. E que orgulho dessa minha terrinha... 

sábado, maio 10, 2014

Correios - [Envios e recebidos] - 12

Gente, esse mês de Abril foi muito generoso comigo. Recebi muita coisa e tem outros pacotinhos que acabaram não chegando a tempo mas ficam pra maio... Sem mais, vamos lá... 
Recebi cartinhas de Michelle e Tamara. É a primeira carta que recebo de Mii, infelizmente com circunstâncias tristes, mas espero que daqui pra frente não sejam mais por esses motivos, e sim, por coisas alegres... A de Tama não foi a primeira, porque há um tempo trocamos cartinha, e essa última também veio com ares de tristeza... mas enfim... espero que melhore daqui pra frente... Tenho um afeto enorme por essas duas garotas, elas são pessoas incríveis com as quais nunca quero deixar de ter contato. Um beijão pra vocês, meninas... ♥ 


cartas de Tama e Mii

Fui a um evento da Ed. Arqueiro que ocorreu na Liv. Saraiva e acabei conhecendo gente legal por lá, além de [re]ver umas amigas... E bacana que eu acabei ganhando um dos sorteios realizados no encontro... Eis os meus prêmios na photo: uma linda ecobag e marcadores + adesivo.

Ecobag Romances de Época, da Ed. Arqueiro

Ganhei o Top Comentarista do blog de Carissa. Fiquei muito feliz de ter participado e levado o prêmio. Logo que puder, vou ler esse livro lindo. 


Top Comentarista

Minha Páscoa não passou em branco. Além de chocolates, que é o de praxe, ainda ganhei livros do meu amor. Muito obrigada, Minho [meu mozo tozo ] Caninos Brancos já foi lido e vocês podem conferir a resenha dele aqui. Água para elefantes será lido em breve...


presentes do meu amor...


Minha querida Carolli Márol me enviou uma cartinha super fofa, que demorou um pouquinho pra chegar, mas chegou hehe. Além da carta, ela me enviou um marcador e um livro de Anais Nïn, Uma espiã na casa do amor, que eu não tinha, e é minha leitura atual... Não tenho palavras para agradecer o carinho de Carolli. Muito obrigada, flor querida.


Mais um de Nïn pro meu Acervo...

Houve mais um encontro em Abril, dessa vez na liv. Imperatriz do Shopping Plaza, em Recife. Não poderia deixar de ir, pra encontras as amigas e conhecer um pouco de Cassandra Clare, que foi o 'tema' do encontro. Ainda não li nada da autora, mas há um bom tempo venho tendo curiosidade em suas obras, e eis que no sorteio ao final do encontro, eu ganhei o livro O Códex dos caçadores de sombras. Saí ainda mais animada pra comprar suas séries. Todos que foram ao evento ganharam um lindo kit de marcadores, livreto e um pôster [que acabei dando a minha amiga Karina, do Leitor Cabuloso, que não pôde ir ao evento.] Logo farei um post sobre esse evento. Fiquem ligados... 


Ganhei o livro no sorteio + marcadores + livreto


Saindo do Encontro na Liv. Imperatriz, fui encontrar Karina pra pegar os lançamentos de março, abril e maio da Ed. Novo Conceito. Como sabem, ela é parceira da editora e eu sou colaboradora do seu blog, por isso a quantidade de resenhas da NC por aqui. Meu blog não é parceiro deles, mas claro que posto as resenhas aqui também. Eis os títulos:


Março

  • Arrabal e a noiva do capitão 
  • A filha do louco
  • As gêmeas
  • Diga aos lobos que estou em casa 

Abril


Maio




2 meses sem encontrar Karina resultaram nesse acúmulo *risos*

Além dos livros, Karina me deus uns bottons, marcadores e livretos que vieram com os livros... 


marcadores + bottons + livretos...


Bem, creio que foi uma Caixinha de correio bem recheada, não? Espero que a de Maio seja assim também. 
Beijos a todos... ^.~


quarta-feira, maio 07, 2014

Tag: Quadrinhos + Emoções

Vi essa Tag no Dose Literária e achei legal demais fazer por aqui. Consiste em responder algumas perguntas com HQ's. Então, eis minhas respostas:
Que quadrinho fez você se sentir:

  • Feliz

Peanuts, de Charles M. Schulz
Porque Snoopy me deixa encantada, feliz, abobalhada com tanta fofura...



  • Triste

Palestina - Na Faixa de Gaza e Área de Segurança - Gorazde, ambos de Joe Sacco. As coisas terríveis descritas neles me deixaram indignada, mas sobretudo com uma desesperança enorme no ser humano...




  •  Nervosa [com raiva]

Maus, de Art Spielgman. 
Me deixou de estômago virado, por tantas atrocidades cometidas contra os judeus durante a segunda guerra...





  •  Nostálgica

Turma da Mônica, Fantasma, Pato Donald e Recruta Zero, porque foi com eles que comecei a ler...



  • Assustada

Ring - o chamado, de Koji Suzuki. 
Tive 'medinho' *risos*





  • Surpresa

The Walking Dead, de Robert Kirkman.
A cada edição, me sinto pega de surpresa com os acontecimentos. Fora que a ação do quadrinho é de tirar o fôlego. Kirkman não poupa ninguém.




  • Desapontada

Derrotista, de Joe Sacco. 
Depois de ter lido os outros dele, fiquei meio frustrada com a história desse último, não supriu minhas expectativas...






  • Angustiada, aflita, agoniada...

Daytripper, de Fábio Moon e Gabriel Bá. Até resenhei ele aqui no blog. Pela resenha, vai dar pra entender o porquê da minha aflição e angústia...



  •  Confusa
Juro que tô tentando lembrar de algum que tenha me deixado confusa mas não vem nenhum a mente... 


E vocês? Deixem as respostas nos comentários. Vou adorar saber as de vocês. E se fizerem a tag, não esqueçam de me enviar o link pra eu dar uma conferida, ok?
Espero que tenham curtido o post.
Beijinhos entorpecedores... 

terça-feira, maio 06, 2014

Livros que comprei em Abril/2014

E vamos sem demora às comprinhas do mês. o/
Me controlei bastante em Abril e só comprei três livros:

O gato do Brasil e outras histórias - Arthur Conan Doyle
Fábulas Chinesas - Márcia Schmaltz , Sergio Capparelli
Memórias de um gigolô - Marcos Rey


Cada um me custou apenas R$5,00. Memórias de um gigolô eu tinha lido há uns anos e comprei de uma moça pelo facebook, que me entregou em mãos, em Recife. Com isso, não gastei com frete... Há muito tempo eu procurava esse livro e só agora encontrei, não poderia deixar passar essa oportunidade de tê-lo em minha estante...
Fábulas chinesas e O gato do Brasil são da coleção 64 páginas da L&PM Editores. Aos poucos, vou tendo todos os livrinhos lançados dessa coleção... Os três livros são boas leituras. 

Bom, por hoje é só... No post com o que ganhei [Correio] haverão mais livros... 


segunda-feira, maio 05, 2014

Encontro Literário na Liv. Imperatriz - Recife/PE

Equipe 2

Olá, pessoas! Esse final de Abril teve um Encontro de Fãs da autora Cassandra Clare, no Shopping Plaza Forte, em Recife e eu - mesmo sem ter lido nada da autora - resolvi ir, pra conhecer um pouco mais de seus tão bem falados livros, pra conhecer novas pessoas, [re]ver as meninas que conheci no evento da Arqueiro, ganhar marcadores *risos* enfim... Sair da casca é bom vezemquando...

brindes que foram distribuídos no evento...

Assim que cheguei lá [depois de duas horas de viagem], estavam já esperando o pessoal chegar pra começar de fato o encontro. Fiquei ali, uns minutinhos, meio completamente tímida, e logo nos organizamos, sentamos e o debate começou. Depois de um tempo, Geise e Rafaela aparecem e logo me sinto mais a vontade. Como tinha pouca gente, fomos divididos em duas equipes, que iriam realizar algumas tarefas e o grupo vencedor seria sorteado pra ganhar alguns brindes. Infelizmente, a pessoa que vos escreve era totalmente leiga no quesito 'Cassandra Clare' e não pude ajudar muito a nossa equipe. Quem nos salvou de um mico maior foi Felipe e seu irmão Scottie. *risos* Infelizmente perdemos [era de se esperar], e os brindes foram sorteados entre a equipe vencedora.  

'tentando' realizar uma das provas... *risos*

Mas claro que não sairíamos de mãos abanando. Todos acabaram ganhando alguns marcadores e um livreto do livro Cidade dos Ossos, mais um pôster do livro O códex dos caçadores de sombras. E mais: havia um exemplar desse livro a ser sorteado entre todos os participantes do evento, independente da equipe ter ganho as provas ou não, e quem levou a melhor? Eu [fazendo a voz do chapolin colorado]. 

A galerinha reunida pra photo final...

Pois é, ando com uma sorte para promoções esses últimos tempos que vocês não tem noção. Tão ruim isso... /ironia. Pena que minhas amigas Carol e Karina não puderam comparecer. Mas quem sabe num próximo evento... Quem quiser ver as demais photos desse dia [não são muitas, mas...] visitem meu álbum no Facebook... 

Espero que tenham gostado. Até a próxima...
Au revoir... 

sábado, maio 03, 2014

E hoje seria seu aniversário, Eni...

Bem, hoje seria o aniversário da minha amiga Eni, do Dose Literária... 
Saber que a data está chegando e tudo o que eu vinha planejando comprar quando passeava pelo centro da minha cidade, pra montar uma caixa cheia de mimos e coisas que me lembrassem a pessoa dela, pra enviar pelos correios, e fazê-la sorrir quando recebesse o pacote me deixa muito triste, porque não adianta comprar nada, montar nada, enviar algo para alguém que infelizmente já não está entre nós... 

A saudade bate quando vou abrir os e-mails e não tem nenhum novo na caixa de entrada... Quando começo a ler algum livro e penso em indicar pra ela, quando penso em seus filhos e esposo, que devem estar sentindo demais a sua falta... Não está sendo nada fácil, a dor ainda é muito recente, cruel... Dia 27 de abril fez um mês de sua partida... mas os dias não passam rápido, a fim de levar a tristeza embora... Eu nunca vou esquecê-la, mas por vezes, sinto como se a visse na minha frente, da forma mais terrível que se pode encontrar alguém morto... 

Queria deixar minha singela homenagem pra essa mulher guerreira, inteligente, intensa, educada, mãe de verdade, uma amiga leal, com um coração gigante, cheio de ternura...
Enimara Miranda, minha Eni... 

Te amo. Sempre. Eternamente. Quem sabe um dia a gente se encontre. Tenho 'fé' nisso...



Deixo aqui uma música que sempre me lembra você... Lady in black, de Uriah Heep. Num dos e-mails trocados você falou que essa música te define... 




"Ela veio a mim uma certa manhã
Uma solitária manhã de domingo
Seu lindo cabelo negro balançava ao suave toque do vento
Eu não sei como ela me encontrou
Porque na escuridão eu andava
E a destruição estava ao meu redor
De uma batalha da qual eu não consegui vencer... 
[...]
Ó dama estenda-me a mão, disse eu
E deixe-me descansar ao teu lado
Tenha fé e acredite em mim disse ela
E preencheu meu coração com vida... 
[...]
Não caia em um erro tão tolo
Mas quando precisar de mim
Fique tranquilo,não estarei longe... 
[...]
Após suas palavras,ela deu-me as costas
E incapaz de dizer qualquer coisa
Apenas a observei distanciar-se de mim
Até que suas vestes negras desaparecessem

Meu trabalho agora nem por isso é mais fácil
Mas agora sei que não estou sozinho
Meu coração se renova
A cada lembrança
que tenho daquele dia...
[...]
E se um dia ela vir até você
Absorve sabiamente todas suas palavras
Faça de sua coragem e sua presença seu prêmio
E diga ''olá'' por mim!..."





sexta-feira, maio 02, 2014

Resenha: Caninos brancos, de Jack London



A resenha de hoje é de mais uma obra de Jack London ao blog. Já havia falado sobre outro livro seu nesse post, em que conhecemos a história de Buck, um cão domesticado que por um acaso do destino precisa sobreviver num ambiente inóspito e acaba voltando ao seu estado primitivo, atendendo ao chamado da natureza. 

No caso de Caninos Brancos, a história é inversa. Conhecemos Lobinho, que futuramente terá o nome de Caninos Brancos, um filho de loba que se vê capturado pelo homem e precisa perder seu instinto selvagem e se domesticar, de forma a conviver com o Homem. Confesso que li com certa expectativa e fiquei surpresa ao final do livro. A narrativa de London é fantástica, faz você incorporar o personagem [nesse caso, o lobo] e sentir todas as suas inquietações. A maestria de London ao descrever os monólogos mentais de Caninos Brancos me deixou extasiada. 

O começo do livro conta o período antes do nascimento do protagonista que dá nome ao livro. Nas terras geladas do norte, dois homens tentam cruzar essa área tão cruel e perigosa, enfrentando todo tipo de perigos e dificuldades, até serem [ao menos um deles] resgatados com vida por outras pessoas. A jornada árdua, no frio, em meio a fome, com os cães que puxavam o trenó perecendo no caminho, é difícil para esses indivíduos, e em meio a esse caos, uma loba que perseguia os homens com seu bando, a fim de se alimentar, acaba tendo filhotes. Um deles 'vinga', e se torna nosso protagonista...

"eram apenas homens que penetravam nas paragens onde só reinam a solitude, a irrisão, o silêncio - aventureiros insignificantes, empenhados numa aventura colossal, opondo-se à força de um mundo tão remoto, hostil e inanimado como os abismos do espaço." 

A história é dividida em cinco partes, e em cada uma delas, conhecemos uma etapa na vida dos lobos, no nascimento de Lobinho, e de como ele se transforma em Caninos brancos, bem como seu destino final, numa propriedade civilizada, em meio a humanos, dos quais ele sempre desconfiou em vida. Um ponto notável a ressaltar, é de quando ele encontra seu último dono, e a relação que daí se forma, gradual e profunda entre ambos... 

Por meio do instinto, Caninos Brancos vai descobrindo a natureza a sua volta, perde sua mãe, aprende a se defender dos animais que desejam comê-lo ou matá-lo, dos homens que o machucam, e nessa jornada rumo a civilização/domesticação, ele cada vez mais se encontra distante de sua verdadeira essência, mas sua lealdade com o dono é quase palpável. 

"Só muito tempo depois abandonou o refúgio. Tinha aprendido muito. As coisas vivas eram carne. Serviam para comer e eram boas. Mas as coisas vivas, quando bastante grandes, podiam causar dor. Era melhor comer coisas vivas pequenas, como as perdizes recém-nascidas. No entanto sentia a picadinha da ambição, o secreto desejo de travar outra luta com a perdiz mãe. Mas o falcão levara-a. Talvez houvesse outras. Iria procurá-las."

Alguns trechos me deixaram bem afetada, entristecida, pensando sobre a vida desses animais selvagens... O final do livro me trouxe uma perspectiva feliz. Ele não tem um desfecho cruel. Confesso que chorei emocionada... O livro foi presente de páscoa do meu amor [obrigada, Minho], que sabe da minha paixão por Jack London [e não tem ciúmes dela *risos*] desde que li O apelo da Selva. Em breve, lerei O lobo do mar, e espero gostar dele tanto quanto dos demais que li. Caninos Brancos me cativou, me emocionou e com certeza entra para a lista de meus livros preferidos...

Jack London