sábado, novembro 29, 2014

F, de Antônio Xerxenesky

E a melhor leitura do mês não poderia ter sido melhor. F. Sim, o nome do livro é apenas isso: F. Escrito por Antônio Xerxenesky e publicado pela Editora Rocco, esse livro de apenas 240 páginas fala sobre a história de Ana, uma brasileira que mora nos Estados Unidos e que é matadora de aluguel. Numa simples ligação anônima, ela vai lá, faz o serviço e ganha uma grana, e vai se sustentando com isso. Ela tem apenas 25 anos, mas já viu sangue e violência com uma naturalidade de quem faz arte com a morte... 

Ambientada nos anos 80, a história faz referências a alguns fatos históricos ocorridos no Brasil, como a infância da protagonista no período da Ditadura Militar, quando seu pai [adepto das idéias dos 'milicos'] morre, e conhece um tio no velório dele, que de início se mostra suspeito, mas por quem ela nutre amizade tempos depois, por meio de cartas escondidas da mãe, e graças a ele, vai morar em Los Angeles, sem que sua mãe desconfie para onde ela está indo, já que não gosta de seu cunhado. Posteriormente descobrimos que a relação entre os irmãos não era boa, em virtude de seu tio José ser admirador dos 'camaradas' perseguidos no período da ditadura, ao contrário de seu pai, senhor da moral e bons costumes, mas que por trás das cortinas de conservadorismo, não passava de um crápula asqueroso e doentio [não darei detalhes do porquê pois seria um baita spoiler]. Com o tio, Ana aprende a atirar, vai pra Cuba e passa um tempo por lá treinando táticas de guerrilha e sobrevivência. Muito do que faz em sua vida atual, deve a essa época... 

Ana tem uma irmã, a quem ela chama de Lúcia, e descreve a trajetória suicida dela, de quando ela cortou os pulsos, de quando tentou pílulas e em paralelo à história de seu novo 'trabalho encomendado', faz incríveis alusões à Ian Curtis, do Joy Division com o problema da irmã... E falando em trabalho, a tarefa que lhe designaram por meio de telefonemas anônimos seria de matar Orson Welles, famoso cineasta da época. O grande produtor do filme Cidadão Kane. Ana, disfarçada de tradutora e amante do cinema, viaja para Paris a fim de cumprir seu objetivo, se vê envolvida com o mundo da 7ª arte, e quando consegue se aproximar de Welles, a convivência com ele torna a tarefa mais difícil... Então, ela passa a questionar sua missão, e a medida que o prazo estipulado por seu empregador misterioso chega ao fim, ela se vê desesperada querendo voltar atrás, e se vê perdida, sem saber como se livrar desta empreitada...

Peguei esse livro emprestado por indicação de meu amigo e professor Alberon [ele sempre com as melhores dicas*risos*] e confesso que estou tentada a 'dar o ganho no livro dele' mentira, tô brincando *risos*. Mas sim, o livro é excelente, e foi meu primeiro contato com o autor, do qual já me rendi apaixonada. A escrita de Xerxenesky [eu amei esse sobrenome, sério] é fluída, leve e entremeada de devaneios da protagonista Ana, onde na terceira parte do livro ela não sabe mais o que é real e o que não é. Na primeira parte do livro, a história é sobre a vida dela e da família, de como ela virou assassina de aluguel e de quando ela recebe a proposta para matar Orson Welles. Na segunda parte, presenciamos a relação da vítima com seu algoz, onde Ana passa a questionar a arte do cinema, sua interação com dois jovens que ela conhece na capital parisiense, sem contar que ela acaba se envolvendo afetivamente' com um deles, Antoine. Nessa parte, ela passa a se envolver com o conceito do que seria Arte, visita museus, estuda sobre o assunto, pois precisa agir como uma apreciadora da arte, em especial pelo cinema de Welles. 

A terceira e última parte é sobre o desfecho. Será que ela mata o cineasta? Desiste? Que fantasmas assombram sua mente, fazendo-a transtornada? E sua irmã, consegue finalmente se matar? O título do livro faz referência a F for Fake, um filme de Orson Welles. F, de falso, pois ao conhecer o mundo mostrado pelo cineasta, Ana passa a questionar se a existência não seria apenas um acidente 'de percurso', onde tudo é permeado de simulacros suspensos no ar, sem consistência alguma... O autor escreve pela perspectiva de Ana; na realidade, é ela que nos escreve, como uma espécie de diário, que precisa desaparecer assim que finalizado, matando a Ana que nos conta sua história, para que outra mulher ressurja dela... 

Para quem curte uma leitura cheia de metáforas, referência à cultura pop dos anos 80, intrigas, cinema e em especial, o cinema de Orson Welles, é uma boa leitura. Aos que não conhecem e mesmo assim, quiserem se aventurar nessas [entre]linhas, o deleite será o mesmo... "É bonito. Mas é arte?" Pra mim, [F]oi... 






terça-feira, novembro 25, 2014

VI Roda de Leitura Paudalho - PE



E a sexta edição da Roda de Leitura foi um sucesso. Foi realizada no último dia 22/11, e mesmo com a data alterada, os participantes marcaram presença e se divertiram bastante. O livro que discutimos foi O leão, a Feiticeira e o guarda-roupa, d'As Crônicas de Nárnia. Confira algumas photos do evento...


vencedores dos sorteios

selfie com alguns dos participantes
 
Alguns dos organizadores...

Houve o Quiz sobre o livro, perguntas sobre trechos do livro, e claro que não poderia faltar a dramatização, onde as equipes tiveram que encenar a chegada das crianças à Nárnia... Houve também a prova de Caçar Aslam, foi bem divertido... 

E a 7ª edição já foi confirmada, para o dia 14 de Dezembro [um dia depois do meu aniversário]... O livro discutido será O pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. Sintam-se convidados também *risos*.


Bem, até o próximo post... ^.~

Não esqueçam das promoções que estão rolando no blog, participem!!!

quarta-feira, novembro 19, 2014

Parceria - Lilian Farias

Gente, venho anunciar mais uma ótima parceria para o blog. A parceira da vez é Lilian Farias, autora dos livros Mulheres que não sabem chorar e O céu é logo ali. 



Lilian é formada em Letras pela Universidade de Pernambuco, é professora e adora escrever poesias. Além de autora, mantém um blog chamado Poesia na Alma e trabalha no Movimento Social. Nasceu em 1985. Recomendo que sigam o blog dela, que é muito bom e tem ótimas recomendações de livros. Você pode acompanhar seu trabalho em sua FanPage 

Aguardem que logo haverá resenha aqui para vocês.



Adicione os livros de Lilian em sua estante do Skoob.
Mulheres que não sabem chorar


Até o próximo post, pessoal... ♥

segunda-feira, novembro 17, 2014

[HQ] O Livro de Ouro do Recruta Zero




Trago para vocês as impressões que tive com a leitura de O livro de Ouro do Recruta Zero, que marcou forte presença em minha infância e até hoje me deixa em clima de nostalgia... Criado por Mort Walker, O Recruta surgiu em 4 de setembro de 1950, com o nome de Beetle Bailey, em 12 jornais da época. No início ele não fez muito sucesso, mas o criador resolveu alistar o personagem no exército e sua fama aumentou. Até hoje, é uma das tiras norte-americanas mais lidas no mundo. De tirinhas, passou também para o formato de Comic books. Li várias quando era pequena, junto com minha irmã. Há até hoje edições em formato livro e pocket-books sendo lançadas. E eis uma delas em minhas mãos...

Lançado pela Ediouro e custando R$16.90, são 128 páginas divididas em capítulos, cada um com os personagens mais marcantes das tirinhas. Zero, que é o protagonista vem logo no início, ilustrando o livro com suas brigas com o Sargento Tainha... 



Outro que ganha destaque nesse volume é o General Dureza, este que não consegue por em ordem seu batalhão no Quartel Swampy e sempre se vê às voltas de muita confusão... Tem esposa mas não tira os olhos da sua secretária Dona Tetê [Miss Buxley].



Outro digno de grandes risadas é o Tenente Escovinha. Ambicioso, almeja o posto máximo no exército, mas é tão insignificante para os demais membros do quartel que nem o cachorro do Sargento Tainha lhe dá créditos... 



E falando no cachorro... Oto, o adorável mascote [odiado por todo o quartel, mas muito querido pelo público leitor] é uma gracinha *risos*. Sempre ganha vantagens sobre os soldados, até na cozinha...


Na cozinha temos um cozinheiro nada higiênico, capaz de nos arrancar altas gargalhadas com suas aparições no quadrinho... Cuca. A personagem feminina de destaque é a secretária do General, dona Tetê, que vive a exibir suas curvas sensuais, deixando todos no quartel 'animados'. Temos um representante dos negros, acrescentado na história depois que Walker recebeu uma crítica de uma revista sobre seu quartel, que não tinha nenhum membro negro, sendo que nos quartéis da realidade, haviam vários, então Walker nos presenteou com o Tenente Mironga, com direito a black power. Outro personagem de destaque é o Capelão e suas filosofias, Quindim, o super namorador, o esperto Cabo Cosmo, conhecido por seus negócios escusos e Dentinho, ingênio e atrapalhado. Não podemos esquecer também de Roque, o revoltado e Platão, agraciando o quartel com sua intelectualidade...

Dona Tetê não é a única presença feminina do quartel, pois temos a senhorita Blips, e que sempre se sente pra baixo por Dona Tetê receber regalias por causa de seus 'dotes' e ela não, e a esposa do General, dona Marta. Mort Walker hoje tem 91 anos e quem tomou conta das tirinhas foi o seu filho, Greg, que segue com os negócios do pai, deixando-o na supervisão das novas criações... 

Em 1962, a tirinha ganhou uma animação para a TV, e posteriormente ganhou dois especiais animados. Mas não emplacou nas telas de cinema até hoje. A aparição do Recruta Zero no Brasil se deu em 1952, com o nome de Recruta 23, numa revista intitulada A Mão Negra. Mas apenas em 1962 se popularizou graças à Ed. Rio Gráfica, onde ganharam os nomes brasileiros que perduram até hoje. Perdendo apenas para O Fantasma, foi a segunda revista mais vendida da editora. A Rio Gráfica hoje é a editora Globo e publicou O recruta Zero até os anos 1990. 

O quadrinho é composto de várias tirinhas com sacadas irônicas e divertidas, basicamente sobre os atrapalhados integrantes do Quartel Swampy. É impossível não rir e para aqueles que gostam de um bom gibi clássico, é uma boa pedida... O Recruta Zero marcou minha vida e qual não foi minha surpresa em ver O livro de Ouro nas bancas. Adquiri sem pensar duas vezes. E retornei aos meus bons velhos anos de criança naquelas páginas...




P.s: Relevem as imagens que postei, porque não tenho câmera e meu celular não é de boa qualidade. Mas nos viramos com o que temos, não é mesmo? u.u' 


sexta-feira, novembro 14, 2014

A poesia está de luto... Manoel de Barros...


"Dentro de mim eu me eremito."
 Tratado geral das grandezas do ínfimo.


E quando pensamos que esse ano de 2014 não podia mais nos pregar peças, em virtude de ter levado tantos nomes importantes do meio literário, ele nos surpreende na reta final com o falecimento de mais um grande poeta brasileiro, o incrível e encantador Manoel de Barros...




Manoel estava com 97 anos e tinha sido internado em finais de outubro, vindo a falecer ontem, dia 13 de novembro de 2014 por falência múltipla de órgãos... É decerto, uma grande perda para os admiradores de seus maravilhosos versos... Ele era natural do Mato Grosso, nasceu em Cuiabá, a 19 de dezembro de 1916... além de poeta, era fazendeiro e advogado...

Já há um bom tempo eu deveria ter postado algo sobre ele aqui no blog, pois é um dos meus poetas preferidos... Infelizmente não possuo nada de sua obra em meu acervo, mas sempre lia emprestado de um amigo ou da biblioteca; livros como Compêndio para o uso dos pássaros, Tratado Geral das grandezas do ínfimo, Ensaios fotográficos, O guardador de águas, Gramática expositiva do chão, Poemas rupestres, Matéria de poesia, Retrato do arista quando coisa, entre outros, são livros que merecem ser apreciados, seja num dia chuvoso ou numa tarde ensolarada na varanda. A poesia de Manoel de Barros é transcendente, lírica, não é para entendimento, e sim para absorção... 

Mas o nosso querido Manoel partiu... depois de ter perdido os filhos anos atrás, sua vida foi definhando, e ontem a última chama se extinguiu... Vai, Manoel, encontrar teus filhos, que se foram antes do pai...

Ilustração de Luyse Costa


"Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas."

terça-feira, novembro 11, 2014

Inocência, de Visconde de Taunay


Inocência, escrito em 1872 pelo Visconde de Taunay é uma obra de temática regionalista que traz no próprio título uma homenagem à protagonista da trama, Inocência, filha de um homem de pensamento rígido, que não deixa ninguém se aproximar de sua filha, pois ela está prometida a um rapaz conhecido seu. O problema é que o viajante que o pai acolhe em sua casa se apaixona pela moça, e começa a padecer numa paixão proibida e sem a certeza de estar sendo ou não correspondido... 

Confesso que no primeiro capítulo quase desisto do livro. Eu gosto de obras descritivas, mas esse se superou. Mas segui em frente e não me arrependi pois já no segundo capítulo a leitura começa a fluir muito melhor... Taunay descreve a paisagem onde a história é ambientada, Mato Grosso, mesclada com o romance de Inocência e Cirino. A narrativa é fluida, deixa o leitor tentado a ler o capítulo seguinte, até descobrir o desfecho da história.

O pai de Inocência acaba hospedando um 'gringo' e pelo comportamento lisonjeiro desse para com Inocência, logo fica desconfiado de Meyer, achando que ele está com más intenções para sua filha, e confessa sua desconfiança a Cirino, que aproveita essa oportunidade para cortejar a moça sem que a desconfiança do pai dela recaia sobre si. Pereira passa o tempo inteiro seguindo os passos de Meyer, que na sua ingenuidade, não percebe que o pai de Inocência está lhe observando irritado...

Meyer é naturalista e passa os dias à caça de espécies raras de borboletas, e o período em que passa hospedado na casa de Pereira é longo, Pereira já não sabe o que fazer para se conter e expulsar aquele homem 'atrevido' de seu lar, a ética lhe impede de botá-lo para fora se lhe deu acolhida por tempo indeterminado. Nesse ínterim, Inocência, que vinha adoentada vem se curando graças aos remédios prescritos por Cirino, que na verdade não é médico formado, mas uma espécie de curandeiro... 

O que se pode perceber na obra é a maneira como as mulheres eram tratadas como se fossem propriedade do pai, em que o direito de escolher com quem casar lhe é negado. E uma 'desonra' ocorrendo na casa traria a morte, inclusive da própria Inocência, caso ela contestasse a decisão do pai de casá-la com Maneco, o tal noivo que estava longe e Pereira não via a hora de voltar para realizar o casamento e impedir que Meyer conquistasse sua filha... Mal sabia ele que os olhos dela estavam voltados para Cirino... O livro traduz bem a sociedade e costumes da época, numa pequena cidade de interior perdida no meio do Brasil... O desenrolar da história não pode ser contado pois seria spoiler... Não há muito mais a falar do livro, mas recomendo a leitura, não desistam por causa do capítulo Um. *risos*



Alfred d' Escragnolle Taunay, nasceu no dia 22 de Fevereiro de 1843 na cidade do Rio de Janeiro. Foi memorialista, romancista, sociólogo, historiador e político,  e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.tendo criado a cadeira número 13, do qual Francisco Otaviano é patrono. De família nobre cresceu num ambiente repleto de privilégios e logo mostrou interesse nas Artes. Formado em Letras, cursou também Matemática e ingressou na Escola Militar. adotou o nome literário de Visconde de Taunay. Além de Inocência, escreveu também A retirada da Laguna, Narrativas militares, Ouro sobre azul, entre outros. Faleceu na cidade onde nasceu, em 25 de Janeiro de 1899... 


quinta-feira, novembro 06, 2014

Livros que comprei em Outubro/2014

E vamos a mais uma listinha dos livros que comprei no mês de outubro... Comparado com os meses anteriores, até que consegui controlar o bolso, e li quase todos da lista. Ao todo foram 13 livros. Teve literatura brasileira, russa, inglesa... pra todos os gostos... confira a lista:

'estrago' do mês...


A profecia - David Seltzer [5 estrelas]
Montanha-russa - Martha Medeiros [4 estrelas]
Lady Barberina / A outra volta do parafuso - Henry James
Anne Frank o outro lado do diário - Miep Gies [5 estrelas]
Bebel que a cidade comeu - Ignácio de Loyola Brandão
O silêncio das montanhas - Khaled Hosseini
Toda a verdade - David Baldacci [lendo]
A confissão de um filho do século - Alfred de Musset
9 e 1/2 semanas de amor - Elizabeth McNeill [4 estrelas]
Sempre haverá um amanhã - Giselda Laporta [5 estrelas]
O homem do terno marrom - Agatha Christie [3 estrelas]
O silvano - Anton Tchekov [3 estrelas]
Divã - Martha Medeiros [4 estrelas]

Martha Medeiros tava a um precinho bacana, então comprei logo dois: Montanha-russa e Divã. Achei Divã uma leitura bem divertida, e me identifiquei em alguns trechos do livro...



Na linha de suspense/terror/policial comprei um de Agatha Christie, que nunca sai da minha lista,  A profecia eu já tinha lido ano passado, mas era uma edição emprestada. A que comprei é diferente da que li. Comprei porque estava com o preço bem em conta o livro Toda a Verdade, de David Baldacci [minha leitura atual]. Não é ruim, mas demorei um pouco pra 'engrenar' na história... E um clássico de Henry James, dois volumes em um [Lady Barberina e A outra volta do parafuso]. Minha experiência com esse autor foi muito boa, por isso não exitei quando o vi no sebo...


E falando em clássicos, mais duas aquisições para a estante: O Silvano, de Tchekov e meu primeiro livro de Alfred de Musset: A confissão de um Filho do Século. Confesso que o que me chamou a atenção nele foi a temática: ciúme... Mas não pretendo ler tão cedo... O Silvano já foi lido, achei uma leitura agradável...



Anne Frank foi a última leitura, já tem resenha aqui no blog. Sempre haverá um amanhã eu já tinha lido há uns anos, emprestado. Quando vi no sebo, achei válido trazer, porque a história é legal, traz uma importante lição de vida... Quem sabe um dia eu faça resenha dele aqui, quem sabe... O silêncio das montanhas do meu querido Khaled Hosseini... Sou apaixonada pelos livros desse autor afegão e precisava ter o terceiro publicado no acervo... Pretendo [re]ler O caçador de Pipas e A cidade do sol para resenhar, porque são duas obras que me emocionaram demais, e indico a todos vocês... Quando ler O silêncio, irei resenhá-lo também...




Para encerrar as comprinhas do mês, 9 e 1/2 semanas de amor, também resenhado aqui, e meu segundo título de Ignácio de Loyola no Acervo: Bebel que a cidade comeu. Lógico que o título me venceu de cara, e a capa contribuiu bastante pra que eu o trouxesse, já estava fechando a conta no sebo quando o vendedor me mostrou, e foi amor à primeira vista... Pretendo ler ainda esse ano. até o coloquei à frente de algumas leituras... Quem sabe eu resenhe também...





Como sempre, a maioria foi aquisição de sebo, mas comprei alguns na banca de revistas aqui da cidade. E vocês, compraram muito em outubro? Já leram ou tem vontade de ler alguns desses títulos? Me contem nos comentários... ;)
Beijos e até o próximo post.. 

quarta-feira, novembro 05, 2014

Anne Frank - O outro lado do diário...




A primeira vez que tive contato com a menina Anne foi em um artigo de jornal na biblioteca da escola onde eu estudava, e ao ver aquele rosto senti como se algo me dissesse que eu precisava conhecer sobre sua vida, que ela havia sido alguém na história que eu deveria saber quem era... Eu era uma criança de 11 ou 12 anos, e logo simpatizei com a photo preta e branca daquela menininha judia, que aos 15 anos morrera num campo de concentração nazista, durante a Segunda Guerra Mundial... O jornal não dava detalhes mas falava sobre O diário de Anne Frank, escrito por ela enquanto escondida com sua família em um anexo de um prédio em Amsterdã... 


A garota de 11 ou 12 anos cresceu e hoje vos escreve nesse blog. Com a minha integração ao mundo da internet [sim, faz muito tempo desde os meus 11 anos...], pude saber mais a respeito de Anne e sempre tive vontade de ler seu diário, então meu querido namorado me presenteia em meu aniversário de 24 anos. [sim, demorei 13 anos pra finalmente ler O diário de Anne Frank] e posso dizer que foi uma experiência única, repleta de lágrimas e dor, e ao mesmo tempo de felicidade por saber que ela não foi apenas uma vítima anônima da guerra, como tantos outros judeus... 


E eis que um dia desses encontro no sebo que costumo frequentar o livro Anne Frank - O outro lado do Diário. Miep Gies e Alison Leslie Gold. A história da mulher que ajudou a esconder a família Frank. Pensei: não é possível, outro livro sobre Anne que eu desconhecia? Seria a mesma história do Diário que já tenho em casa? Mas, resolvi trazer, pois estava por apenas 5 reais, meio gasto, grifado por sua dona anterior... Se fosse repetido, eu doaria pra alguém, mas não foi...

O outro lado do Diário seria a versão de Miep Gies, mulher que ajudou a família Frank quando estava escondida, e que era secretária de Otto Frank na época. De extrema confiança, ela e seu marido arriscaram a vida, junto com alguns funcionários da empresa, a ajudar não só os Frank, mas também a família Van Pels e um dentista amigo de Otto, Fritz Pfeffer. Foram oito pessoas que conviveram escondidas durante 25 meses num espaço pequeno, sem privacidade e tendo o medo como constante companhia...

Miep começa o livro falando sobre si mesma, de quando teve que sair do convívio de sua família após o final da primeira guerra, sendo adotada por uma família holandesa. Ela era austríaca. Fala sobre sua juventude, de quando conseguiu o emprego na pequena firma de Otto Frank e de como conquistou a confiança e estima de seu patrão. Fala também sobre os demais funcionários do escritório e sobre a invasão das tropas nazistas em Amsterdã. Os horrores da guerra e a fuga para o anexo de seus amigos, e o período em que os ajudou, buscando comida - cada vez mais difícil de encontrar - a fim de alimentar a todos...

Miep Gies



Entre as páginas, podemos perceber que Miep descrevia Anne a todo momento como sendo uma garota que crescia rapidamente, tanto física como psicologicamente, e tendo que enfrentar as dificuldades que a guerra impunha, Anne acabou amadurecendo de forma precoce, mas sem perder a ingenuidade e fé na bondade das pessoas...




Confesso que em várias passagens do livro senti uma espécie de desconforto sobre a maneira que os judeus eram humilhados pelos nazistas. Eles perderam tudo: os bens, os amigos, o direito de ir e vir, parentes, a própria vida. Tendo que se esconder, fugir, passar fome, serem torturados e conviverem com o medo de serem levados pelos trens de gado pra caminho desconhecido... para a morte... É revoltante saber disso, e não sei se eu conseguiria suportar tanto como eles fizeram... Não só os judeus, mas os holandeses passaram várias dificuldades. A principal delas era a fome, pois a comida do país era prioridade para os soldados alemães... O holandês que se recusasse a contribuir com a Alemanha e o partido nazista também era punido, e Miep passou por maus bocados por conta de sua recusa em se aliar ao partido...

A última parte do livro é sobre a captura da família e amigos, eles foram traídos por alguém que até hoje não se conhece a identidade... O único sobrevivente foi Otto Frank, que tinha esperanças de encontrar ao menos suas filhas Anne e Margot vivas, já que sua esposa Edith havia perecido num dos campos de concentração... Infelizmente sabemos que suas esperanças foram vãs... no final de fevereiro Margot, então com 18 anos, morreu de tifo no campo de Bergen-Belsen, e Anne faleceu poucos dias depois de sua irmã, sozinha, fraca e sem esperanças que alguém de sua família tivesse sobrevivido. Ela não sabia que seu pai havia sido libertado pelo menos um mês antes... Anne encontrou a morte sozinha, desamparada, seu fim foi triste e cruel...


Anne Frank


O outro lado do diário emociona porque é um relato honesto e profundo sobre uma mulher que viu de perto os horrores cometidos contra os judeus naqueles anos terríveis. É o relato de uma sobrevivente da guerra, embora não tenha sido presa nem perseguida, mas que convivia com a ameaça contínua de ser pega ajudando judeus, fato que poderia lhe causar a morte, inclusive... Recomendo a leitura para todos que se sintam sensibilizados pela história da menina judia que conquistou o mundo com os seus relatos descritos enquanto esteve escondida. Uma garota que ajudou e até hoje ajuda a muitos leitores de seu Diário, a superarem as dificuldades que a vida nos impõe, e a sempre ter esperança em dias melhores, mesmo que eles não venham... Não seria um sentimento vão, mas sim de como ser forte em meio a tantas adversidades e sofrimento...

Deixo para quem quiser assistir, um documentário sobre a vida de Anne Frank...


segunda-feira, novembro 03, 2014

Correios [Envios e Recebidos] - 18

Olá, pessoal. Trago a vocês mais uma Caixinha de correio, e desse mês ganhei vários sorteios mas não recebi nada ainda. Então, a caixinha tá bem escassa. Em compensação, enviei muita coisa em outubro: Marcadores do blog para Lígia Colares do Way 2 Happiness e para Ítalo Sousa, do Incrriativos. Kris do Conversas de Alcova recebeu o prêmio do top comentarista de Setembro, bem como as ganhadoras da promoção de marcadores que realizei pelo Facebook. 

Recebi como cortesia da autora Julianna Costa o livro 4 semanas de prazer, que lerei em breve e trarei resenha dele para vocês, sendo postada antes no blog Leitor Cabuloso... 



Comprei o livro 9 e 1/2 Semanas de Amor de uma garota no Skoob e já li e resenhei... Confiram aqui o post... 




E para finalizar, recebi uma cartinha de Ítalo Costa e sua irmã Tamara, duas pessoas muito queridas por mim. Tama me enviou de presente o livro O fantasma da ópera, e marcadores personalizados muito lindos, que ela mesma imprimiu...



Bem, por hoje é só. Espero que agora em novembro eu receba tudo o que está atrasado... Tem muita coisa pra chegar... aguardem... ;)

domingo, novembro 02, 2014

Uma Biblioteca dentro de uma maçã Parte #6

Bem, estamos em início de mês e lá vamos nós com mais um sorteio da maçã com livros encalhados da estante. A obra sorteada que eu terei que ler [e até já comecei a leitura] em novembro é Os Lusíadas, de Luís de Camões. Confesso que será uma leitura difícil, mas como o livro tem apenas 106 páginas, vou lendo aos poucos, por capítulos, para absorver melhor a leitura... Esse livro foi comprado numa lojinha de artigos para o lar, estava apenas por R$ 2.00. Isso mesmo que você leu. Comprei ele e outros títulos, inclusive alguns eu dei de presente... O livro da parte 5 do Desafio foi lido, gostei e logo haverá resenha dele por aqui [Inocência, de Visconde de Taunay]