quinta-feira, abril 30, 2015

Minha 4ª Tattoo - Anúbis e Hieróglifos egípcios...

Gente, fazia tempo que não postava nada nessa coluna e hoje resolvi mostrar a você uma das minhas mais queridas tatuagens: O Anúbis que possuo no braço esquerdo, junto com os hieróglifos que foram feitos posteriormente, em uma outra sessão. 

1ª sessão, em 28 de setembro de 2010

Bem, como alguns sabem eu sou apaixonada pelo Egito e sua cultura/mitologia. É uma das civilizações antigas que mais me atraem e desde pequena eu sempre sonhei em um dia poder visitar a grande Terra em que habitaram os Faraós, e conhecer suas magníficas pirâmides e templos. Então pensei 'por que não fazer uma tatuagem que simbolize esse meu amor pelo Egito?',


2ª sessão - colorir o Anúbis


Escolhi o deus Anúbis por ser o meu preferido de todo o Panteão. Posteriormente acrescentei alguns hieróglifos retirados de uma imagem do Livro dos Mortos, em que Anúbis pesa o coração do morto, que foi julgado pelo tribunal de 42 juízes. É claro que o espaço do braço não deu pra colocar toda a passagem do papiro, mas coloquei na ordem em que apareciam na imagem até onde o braço deu pra tatuar... 

O resultado ficou assim:

3ª sessão - acrescentar hieróglifos

Ao todo [até agora] foram realizadas três sessões, mas ainda faltam mais duas. E vou acrescentar outra tatuagem próxima à cabeça de Anúbis, um olho de Hórus, pra deixar o antebraço todo fechadinho com a temática egípcia... Tive o cuidado de comparar várias imagens na internet da fonte dos hieróglifos, e os símbolos eram iguais em todas. Então, eu sabia que o que eu queria registrar na pele não era um desenho 'incorreto'. O desenho do qual tirei minha tatuagem foi esse:



Muitas pessoas até hoje me 'criticam' por eu não ter mandado desenhar um Anúbis mais estilizado, por acharem o traço da minha tattoo simples demais. Oras, eu quis retratar um desenho que fosse semelhante ao que se encontram nas paredes de templos e monumentos egípcios e não um Anúbis musculoso 3D superfoda e por aí vai... 

Então, por mais que alguns critiquem, sempre vou ter orgulho de olhar para meu braço esquerdo e ver um pedacinho de uma cultura tão especial, atrativa e fascinante ali...


Então, você gosta de Mitologia Egípcia? Já pensou em tatuar algo assim? Me contem nos comentários ;)


terça-feira, abril 28, 2015

Promoção Mulheres que não sabem chorar

Olá, queridos leitores. Resolvi animar um pouco as coisas por aqui e é com muito prazer que lanço uma promoção super bacana no blog. Em parceria com a autora Lilian Farias, estou sorteando um exemplar do livro Mulheres que não sabem chorar, já resenhado aqui por mim. 




Então, atenção às regras e boa sorte!


Regras ~

  • Residir no Brasil.
  • É necessário seguir corretamente as opções obrigatórias do formulário. 
  • Comentar na postagem com um e-mail válido +  nome de seguidor[a]. 
  • O ganhador será comunicado[a] por e-mail e terá até 3 dias para responder, caso contrário o sorteio será refeito. 
  • Perfis promocionais ou fakes não serão aceitos. 
  • Danos, extravios ou similares não é de responsabilidade da remetente. 
  • O envio será feito em até 45 dias úteis. 
  • Qualquer participante que viole o regulamento será desclassificado.



a Rafflecopter giveaway

segunda-feira, abril 27, 2015

TAG - os 7 pecados capitais da leitura

Vi essa tag incrível numa das postagens antigas da minha querida Eni, do Dose Literária e resolvi fazê-la por aqui também. Fiquei bem empolgada com as respostas dela e de algumas outras meninas que responderam a Tag por lá. Então, vejam minhas respostas para cada pergunta:



1. Ganância: qual é seu livro mais caro? E o menos caro? 

O livro mais caro da minha estante foi Os Goonies edição limitada da Editora DarkSide Books. Comprei porque estava por R$25 reais, numa promoção do Submarino, mas com o frete ele ficou por quase R$35,00. Valeu muito a pena ter comprado... O mais barato me custou apenas R$0.50 centavos, comprei num sebo de Recife. Foi o livro Fada cisco quase nada, de Sylvia Orthof.

2. Ira: com qual autor você tem uma relação de amor/ódio?



Nietzsche. Tenho vários livros dele, pretendo ler todos que foram publicados aqui no Brasil, e apesar de me identificar bastante com muito do que ele escreveu, por outro lado existem coisas que penso completamente o oposto. É um misto de amor e ódio mesmo que tenho com ele...

3. Gula: que livro você devorou sem vergonha alguma?

4 semanas de prazer, de Juliana Costa. Eu li prevendo o pior estilo 50 tons de cinza e me deparei com uma escrita erótica nacional de primeira qualidade, que fugiu por completo dos clichês modistas a la 50 tons... Um livro de mais de 500 páginas devoradas em 2 dias...

4. Preguiça: qual livro você tem negligenciado devido à preguiça?

Desejo e Reação, adaptação com Keira [linda] Knightley no elenco...

Reparação, de Ian McEwam. Peguei emprestado com um amigo e não li ainda, ando protelando desde o ano passado essa leitura... Mas vou ler, ele ainda persiste e só vou devolvê-lo quando ler... o próprio dono só aceita devolução quando eu tiver o que falar sobre a obra com ele... xD


5. Orgulho: que livro tem mais orgulho de ter lido?



O diário de Anne Frank, por se tratar de um dos meus livros preferidos. Graças a um recorte de jornal tendo uma matéria sobre Anne Frank, nasceu minha paixão por História contemporânea e um fascínio por segunda guerra mundial...

6. Luxúria: quais atributos você acha mais atraentes em personagens masculinos e femininos? 

Mark Renton, Trainspotting [Irvine Welsh]

Gosto de personagens misteriosos, desequilibrados, pessimistas, com espírito de liberdade e/ou possessivos.  Gosto dos 'outsiders'... Heathcliff. Lisbeth Salander, Norman Bates, Mark Renton, Vlad Tepes, Louis Pointe du Lac, O motoqueiro irmão de Rusty James em Rumble Fish, Gollum, Elizabeth Bennet, entre outros... 


7. Inveja: que livros você gostaria de receber de presente?

Aqui estão alguns do que pretendo comprar na Bienal desse ano, então qualquer um desses que alguém quiser me dar, agradeço *risos*

sábado, abril 25, 2015

O oitavo passageiro (Alien) - Alan Dean Foster

Minha infância regada a filmes de terror e ficção científica [obrigada, Mainha] foi bem proveitosa, vendo filmes como Star Trek, Star Wars, Planeta dos macacos, Sexta-Feira 13 e afins. Claro que não poderia faltar nessa lista os filmes de Alien, o oitavo passageiro. E é com muita felicidade que descubro que o filme tem livro, e melhor ainda porque um amigo meu possui o livro e gentilmente me emprestou pra que eu me aventurasse à bordo do Nostromo com os demais tripulantes e pudesse conhecer essa criatura enigmática e letal, que causou um grande estrago na nave e em seus ocupantes...



"Não é o escuro que conheço que me dá medo, mas o que não conheço. Especialmente quando há neles sons como o dessa pulsação de alarme..."






Pois bem, não poderia escolher outro livro para o Resenha do Mês, do que O oitavo passageiro (Alien), escrito por Alan Dean Foster e publicado pela coleção Grandes Sucessos Abril Cultural. Com apenas 224 páginas, pude sentir o terror gélido dos personagens sendo observados num ambiente claustrofóbico e perdido na imensidão do espaço. Como garimpo em sebos, dificilmente encontro algum livro de sci-fi por eles, exceto algumas edições de Arquivo X, entre outros [pouquíssimos] livros acrescentados à minha estante... Mas aos poucos vou acrescentando títulos em meu acervo...

Tudo começa quando a nave Nostromo - um rebocador espacial - recebe um sinal aparente de SOS de um asteróide. Eles resolvem sair de sua rota para investigar o local, e após um pouso difícil, dos sete tripulantes, três saem da nave a fim de explorar o ambiente e checar o sinal. O que eles encontram é uma nave alienígena, aparentemente abandonada, gigantesca e eles não imaginam o porquê de um sinal de socorro ter partido de local tão inóspito. Uma vez dentro da nave, resolvem explorar o local, e um dos personagens, Kane, desce numa espécie de poço profundo e escuro. O que ele encontra lá embaixo não foi lá muito bacana pra ele...

"Em toda aquela terra embuçada não havia uma só nota mais vibrante de cor. Não havia, por exemplo, nem azul nem verde. Tudo lavado em sépia e amarelo, com algum laranja, castanhos desbotados, cinzentos sujos. Nada capaz de alegrar a vista, aquecer a alma ou aliviar as preocupações da mente. A atmosfera semelhava um experimento malogrado de química com cloro e enxofre. E o chão parecia um tombadilho coberta de excreta. A despeito de qualquer evidência pró ou contra, sentia que nada vivia ali agora."

Quando enfim os demais o socorrem, ele se encontra em coma e é transportado para a nave, e apesar dos pedidos de quarentena orientados pela agente de segurança, Ripley, o cientista Ash permite a entrada dos três astronautas, mesmo correndo um risco de possível contaminação. Após os exames iniciais, percebem que não será possível retirar aquela 'criatura' que agarrou-se ao rosto de Kane e resolvem partir dali assim mesmo, mantendo o amigo vivo através dos aparelhos da nave. Mas aí Kane acorda depois de uns dias, e faminto... Tudo aparenta estar bem, mas não está...

tão lindo ele *-*  vou criar e ensinar a gotejar ácido nas inimigas... 

É difícil não soltar spoiler tamanha a empolgação que o livro me deixou, mas vou parando por aqui com o enredo e tentar me concentrar na parte mais 'técnica' do livro... A linguagem dele é simples, apesar da temática sci-fi, mas a história não engrenou nos parágrafos iniciais, mas a partir do segundo capítulo, fluiu bem melhor. Quem não tem o hábito de devorar livros de sci-fi não vai se dar mal em ler Alien, porque a narrativa não é cansativa, e os termos utilizados são de simples compreensão, até para os mais leigos. 

Mas a obra é uma leitura empolgante, que vai fazer o leitor perder o fôlego em vários momentos cruciais da história. Fiquei sem respirar quando Dallas entrou nos tubos de ventilação perseguindo a criatura alienígena. Tremi na cena em que Ripley e Parker quase empurram o Alien para a imensidão espacial e algo acontece impedindo o plano deles de se livrarem do cuspidor de ácido... Sim, ele espirra ácido ao ser ferido, tão forte que derrete até aço... 

rolando um flerte com Ripley...

É provável que você já tenha visto o filme com a atriz Sigourney Weaver, lançado em 1979, mas ainda assim, não perca a chance de ler a obra, caso ela venha pousar em suas mãos. Serão algumas horas de entretenimento prazeroso garantido, disso não tenho dúvidas... E aproveite para [re]ver o filme, é diversão duplamente garantida... Aos fãs de Ficção científica, um prato cheio de deleite...


P.S: Algum tempo depois de ter lido,  finalmente pude comprar um exemplar, lançado pela Editora Aleph... Eis o belo na imagem abaixo... 


sexta-feira, abril 24, 2015

Histórias por dentro das histórias dos livros...

Sempre gostei de livros novos, mas quem me conhece sabe o amor que sinto pelos sebos e suas mesas ou estantes empoeiradas... Me sinto uma verdadeira garimpeira em busca de preciosidades, sejam livros raros, edições antigas ou que não estão em estoque nas livrarias... Mais do que o cheiro embolorado e coloração desbotada, além de um preço bem mais em conta para o meu bolso, gosto de idealizar as histórias que esses livros me trazem, não apenas aquela[a] escrita[s] em suas páginas pelo autor, e sim aquelas histórias que se insinuam pelos grifos do antigo dono, pelas dedicatórias ou objetos esquecidos entre as páginas...

Já encontrei recibos de compra e venda, flores secas, marcadores diversos, bilhetes e até fotografias... Me pego pensando no porquê daquele trecho tal ter sido sublinhado, o que chamou a atenção daquele parágrafo em quem leu antes de mim... Se o antigo dono morreu, e o motivo do livro ter ido parar no sebo, por quantas mãos ele passou até chegar às minhas... Se foi um presente, se foi uma compra bem [ou mal]sucedida, se a pessoa se mudou e no caminho o livro se perdeu... 

Guardo algumas coisas que encontrei em livros, é meio que um resgate de quem se aventurou naquelas páginas... anônimos que nunca conheci e provavelmente sequer conhecerei a identidade, mas que estão tão próximos a mim, de alguma forma, como se parte delas estivesse comigo... Eu simpatizaria com essas pessoas? Não iria com a cara de alguma[a]? Não sei...


Mas especulo, conjecturo, idealizo... 

quarta-feira, abril 22, 2015

Wishlist Bienal

Olá, leitores queridos. Como vocês estão? Desculpem-me a ausência esses dias, mas devido ao cansaço, provas a corrigir, cadernetas a preencher, uma enxaqueca que me persegue desde a semana passada e - confesso - alguns episódios de Dexter, acabei me desligando um pouco do blog. Mas venho hoje com esse post sobre minha Wishlist para a Bienal do Livro 2015, aqui em Pernambuco. Ainda faltam uns meses, mas a ansiedade é maior, e eu sempre vou anotando ao longo de um evento e outro quais livros pretendo comprar por lá... 


Esse ano eu decidi me conter com relação a títulos que não conheço e que saio comprando porque estão baratos, para me concentrar em livros que realmente desejo ter na estante. Questão de deixar meu Acervo bem a minha cara, e também desapegar de alguns livros que provavelmente nunca lerei e que só estão ocupando lugar no tão abarrotado cantinho...





Uma das editoras que terão destaque nas compras desse ano é a DarkSide Books. Serão o carro-chefe da minha falência esse ano, graças aos seus lançamentos e de alguns mais antigos que quero ter o prazer de ler... Por amar o gênero TERROR, vou arrumar um local específico para tais livros em alguma prateleira... 
Pretendo comprar:
  • O massacre da serra elétrica - Limited Edition
  • Anatomia do mal
  • Evil Dead - Brochura
  • Tubarão - Brochura
  • Exterminador do futuro - Brochura
  • Sexta-Feira 13 - Arquivos de Crystal Lake Limited Edition




Como falei no início do post, Dexter me ocupou em algumas horas nesse feriado, estou indo para a última temporada e depois disso vou sentir tristeza em ter que dar adeus ao meu assassino psicopata preferido. Pra compensar e matar a saudade, vou comprar ao menos dois livros, mas na verdade queria todos *risos*. Tudo vai depender de quanto dinheiro vou reservar para as compras... Ainda falta o último livro lançado na imagem abaixo, mas não vou conseguir comprar todos, quero aos menos os primeiros... vou completando aos poucos...



The Walking Dead também está na minha lista, porque só tenho os quatro primeiros e pretendo completar minha coleção. Além do Declínio, quero também Os bastidores da série... Caso eu encontre algumas edições dos quadrinhos, vou trazer também...





















Outra série que estou acompanhando e vou comprar as edições que me faltam é Assassin's Creed. Tenho os cinco primeiros, e na imagem abaixo falta mais um, são os três que quero comprar, os últimos lançados...




Vou completar também Game of Thrones, comprando as edições 2 e 5, pois as outras eu já possuo na estante...


Emily Strange também está na minha lista... 



Há tempos que namoro as edições comentadas da Zahar Editora. Mais do que todos, eu quero Peter Pan, mas pretendo ter também O mágico de Oz e Alice no país das maravilhas... Assim que tiver os três, compro outros títulos da editora...


O sonho de consumo da minha vida literária não poderia deixar de faltar nessa lista... A trilogia de O Senhor dos Anéis...



Pra finalizar, a lista de quadrinhos que ainda não tenho e preciso comprar, esperando que tenham pra vender na Bienal...

  • Maus
  • A história de O
  • O estranho Mundo de Jack
  • Daytripper
  •  espinafre de Yukiko
  • Valsa com Bashir
  • O Clic 
  • Bórgia
  • Na colônia penal
  • Watchmen
  • Gen - Pés descalços
  • Scott Pilgrim
  • 300
  • Mutts
  • Asterix [qualquer volume que ainda não tenho]
  • Persépolis

e edições de mangás que ainda estou completando aos poucos a coleção...

Bem, pelo post já dá pra ver que vou entrar em falência, não é? É uma wishlist que vai diminuindo a medida em que eu for comprando, pode ser que daqui pra outubro eu já tenha alguns desses no acervo, se eu não comprar todos na bienal, vou adquirindo depois... Essas edições não são baratas, então nem em sonho trarei tudo que tá listado aqui, mas se vier um terço disso pra casa, já estarei satisfeita...

Não vou prometer não comprar nada que está fora da lista, até porque tem uns títulos da lista da Bienal de 2011 que ainda quero comprar, outros que já risquei porque tenho, mas não iriam caber nesse post... Quem sabe mais a frente eu faça outra listagem falando dos que sobraram da edição passada... Espero me segurar com as promoções e com os títulos baratinhos que nunca ouvi falar, preciso ser seletiva... 


Bem, então é isso... Espero que tenham curtido. Alguns desses livros também estão em sua lista de desejados? Se quiserem me dar algum de presente de aniversário, tô aceitando também, é em dezembro, vale por aniversário e natal *risos incontroláveis*

Até a próxima... Beijos... ^.~

terça-feira, abril 21, 2015

Evanescence Book Tag

Vi no blog Leituras e Fofuras e não poderia deixar de responder essa Tag com uma das minhas bandas preferidas. Sem mais enrolação, vamos às perguntas.






  • Bring Me To Life: livro que te tirou da ressaca literária.

O menino dos fantoches de Varsóvia, de Eva Weaver. Eu tinha acabado as mais de 700 páginas de Nárnia, e apesar de ter gostado da leitura, ela me foi cansativa em alguns momentos... Então, quando peguei O menino dos fantoches da estante, esperava uma leitura mais leve apesar da temática de guerra, mas ela se mostrou densa e ao mesmo tempo fluída. Acabei o livro num piscar de olhos...

  • My Heart Is Broken: livro que você nunca superou.
Éramos seis, de Maria José Dupré. Só de lembrar o final do livro, me dá um nó na garganta. Tentei ler pela terceira vez, mas não consegui. A história é densa, beira a melancolia... A lembrança da história sempre me deixa triste...


  • Lost In Paradise: livro que te desconectou do mundo.

Trainspotting, Irvine Welsh. A narrativa é simplesmente maravilhosa. Tenho nem palavras para descrever esse livro. É incrível, estupendo. 
  • Good Enough: livro que você nem amou nem odiou, mas valeu a leitura.
Ciranda de Pedra, Lygia Fagundes Telles. Não cai de amores por ele, mas como foi minha estreia com a autora, senti que posso voltar a ler outros títulos dela...
  • Missing: um livro que falte para a sua coleção.
Apenas garotos, de Patti Smith. Eu li emprestado de um amigo e não vou descansar enquanto não tiver minha própria edição na estante...


  • My Last Breath: livro tão tenso que te fez prender a respiração.

Horror em Amityville, de Jay Anson. A cada capítulo eu ficava sem ar, querendo saber o desfecho da história... 
  • Oceans: livro ou série que você postergou por não ter coragem de terminar.
Paris nos tempos do Rei-Sol, de Jacques Wilhelm. Comecei quando tava no final da faculdade, e já terminei o curso há quase 4 anos... A leitura dele é bem cansativa....

  • Everybody's Fool: livro com capa, título ou sinopse enganosos.

Mas não se mata cavalos?, de Horace McCoy. A princípio, você não entende o porquê do livro ter este título, e apenas ao fim do livro o leitor decifra esse mistério. Mas é um livro incrível... 
  • Made of Stone: livro que fez todo mundo chorar, menos você.
A Culpa é das estrelas, de J. Green. Achei apenas um livro ok. Sem toda essa choradeira que tantos tiveram ao ler...

  • Call Me When You're Sober: livro que você emprestou e nunca mais teve de volta.
Macbeth, de William Shakespeare. Emprestei pra uma amiga e até hoje não peguei de volta. Mas acredito que é porque mal nos vemos, então fica difícil pegar com ela...


  • Taking Over Me: livro que sugou sua vida, seu cérebro, tudo.
O meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos. Me senti depressiva depois da leitura. Impactante, ainda mais por se tratar de uma obra juvenil...

quarta-feira, abril 15, 2015

Ao Sul de lugar nenhum - Histórias da vida subterrânea, de Charles Bukowski

Charles Bukowski nos presenteia com alguns de seus maravilhosos contos nesta edição de Ao sul de lugar nenhum - Histórias da vida subterrânea, publicada pela L&PM Editores... São 27 contos ao longo de 238 páginas, em que ele conversa com o leitor, em alguns até sobre os mais inusitados momentos de seu 'Henry Chinaski'. Em Lembra de Pearl Harbor? ele conta uma experiência na cadeia, Pittsburgh Phill & Cia marca sua jogatina desenfreada a ponto de perder valiosas quantias de dinheiro apostando em corridas de cavalo, Encontros com mulheres, experiências não tão bem sucedidas de trabalhos temporários, períodos em que ele ficou doente por causa de hemorroidas e teve que se internar e passar por cirurgia, até o momento de recuperação, entre outras coisas... Tudo isso regado a linguagem crua, mordaz e marginal.




Ele empresta sua voz a personagens excluídos da sociedade, apostadores, prostitutas e perdedores no grande jogo da vida, que se assemelham como ele por estarem numa sarjeta criada pela sociedade [pseudo] moralista. Em vários contos ele acentua a dificuldade em se conseguir dinheiro para pagar o aluguel, para comprar uma lata de sardinhas ou comprar charutos e vinho. 

"No andar de cima, tudo me custou cinco dólares, e ela me lavou antes e depois. Lavou-me em uma bacia pequena e branca na qual se via pintinhos pintados perseguindo uns aos outros ao redor da bacia. Ela, em dez minutos, ganhou o mesmo que eu tinha ganhado  em um dia e mais algumas horas. Em termos monetários, parecia mais do que certo que era melhor ter uma buceta do que um caralho."


Sim, aos que [des]conhecem a escrita de Bukowski, ela é bem suja. Se você for o tipo de leitor que se choca com palavrões e expressões escatológicas, sinto dizer que não vai apreciar a obra dele. E falar palavrão de forma poética é para poucos, e nisso Bukowski tira de letra... Os contos que mais gostei foram Solidão, Amor por 17.50, Os assassinos, Pare de olhar para minhas tetas, senhor e Todos os cus do mundo e também o meu [o melhor deles]. Os títulos dos contos já são estranhos por si mesmos, e ler cada um deles é uma experiência única...

O livro seria uma espécie de reflexão sobre os personagens que desistiram da sociedade porque ela já desistiu deles há muito tempo. E apesar de escanteados, são seres humanos que possuem sonhos e esperanças, mesmo que por vezes esses sonhos sejam completamente anormais se comparados com o 'correto', são notas avulsas numa caixa de padrões pré-concebidos. Humor ácido existe de sobra nas linhas de Ao sul de lugar nenhum. É uma viagem ao desconhecido, sem chance de retorno ou escolha de itinerário... 



Em suma, eis uma boa experiência de leitura para quem deseja se aventurar nas histórias e personagens 'outsiders' da sociedade, descritos por Bukowski em suas obras de maneira a fazer o leitor simpatizar com tais indivíduos, e por que não? Até se identificar com alguns deles...


sábado, abril 11, 2015

As Ervas Daninhas que Caio compilou... Ovelhas Negras...




E venho através desta resenha mostrar a vocês mais uma obra de Caio F. Abreu, publicada pela L&PM Editores, que me deixou encantada por alguns dias... Costumo render livros de contos o máximo que posso, a fim de aproveitar e saborear melhor a leitura. Com Ovelhas Negras não poderia ter sido diferente...

Ovelhas Negras nada mais é que uma compilação feita pelo autor daqueles textos que ficaram por muito tempo esquecidos em uma gaveta... Textos que ora não se encaixavam num dos outros livros publicados, ora impressos em jornais, muitos deles já extintos, e até alguns que a censura da ditadura militar, época em que foram escritos, não permitiu que viessem a público. Sorte nossa que Caio não costumava rasgar ou queimar seus escritos, por mais bizarros ou surreais, ou até mesmo sem graça ou coerência que lhe parecessem... 

O livro reúne contos escritos entre os anos de 1962 até 1995, dos 14 aos 46 anos do autor, entre suas paragens pela Argentina, Brasil e Europa... Funciona como uma autobiografia ficcional, são textos que o próprio Caio relegou à não publicação por vários anos, mas que um dia foram reunidos... Ele imaginou um título como Ervas Daninhas anteriormente, mas resolveu publicar como sendo suas Ovelhas Negras. Alguns sonhos foram registrados em papel, por isso não reparem na aparente estranheza que eles possam lhe causar durante a leitura dos mesmos...



"Então quero que você venha para deitar comigo no meu quarto novo, para ver minha paisagem além da janela, que agora é outra, quero inaugurar meu novo estar-dentro-de-mim ao teu lado, aqui, sob este teto curvo e quebrado, entre estas paredes cobertas de guirlandas de rosas desbotadas. Vem para que eu possa acender incenso do Nepal, velas da suécia na beirada da janela, fechar charos de haxixe marroquino, abrir armários, mostrar fotografias, contar dos meus muitos ou poucos passados, futuros possíveis ou presentes impossíveis, dos meus muitos ou nenhuns eus. Vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro com kol, salpicar tua cara com purpurina dourada, rezar, gritar, cantar, fazer qualquer coisa, desde que você venha, para que meu coração não permaneça esse poço frio sem lua refletida. Porque nada mais sou além de chamar você agora, porque tenho medo e estou sozinho, porque não tenho medo e não estou sozinho, porque não, porque sim, vem e me leva outra vez para aquele país distante onde as coisas eram tão reais e um pouco assustadoras dentro da sua ameaça constante, mas onde existe um verde imaginado, encantado, perdido. Vem, então, e me leva de volta para o lado de lá do oceano de onde viemos os dois."


Não pude deixar de grifar várias passagens ao longo do livro, algumas por identificação, outras por admirar a forma como Caio aborda os assuntos mais simples de maneira tão poética... ele aprofunda as palavras com ricos monólogos, quase sem pontos finais, dando margem para o leitor inebriar-se com os personagens e situações...
"te procuro em outro corpo, juro que um dia eu encontro.Não temos culpa, tentei. Tentamos."

O livro foi dividido em três partes: Ch'ien, K'an e Kên, palavras oriundas do idioma chinês. 3 epígrafes de O livro das mutações e cada conto dedicado a alguém que foi especial na vida de Caio. Como introdução aos contos, ele deixa uma breve nota explicando a origem da história, quando e onde [se for o caso] foi publicada, e o ano em que escreveu. Confesso que não gostei muito da capa escolhida pela L&PM Editores, por achar simples demais; Contudo, o livro é belíssimo, traz sentimentos conflituosos e melancólicos em cada uma de suas páginas...

"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada. Daqui há pouco você vai crescer e achar tudo isso ridículo. Antes que tudo se perca, enquanto ainda posso dizer sim, por favor chegue mais perto..."

Não preciso dizer o quanto sou apaixonada por Caio e por sua obra, e ler Ovelhas Negras só aumentou a afeição que sinto por ele. Dou destaque especial para os contos Lixo e purpurina,  De várias cores, retalhos [um conto bem místico], Creme de alface [que possui uma pitada de suspense] e Anotações sobre um amor urbano... Carregados de misticismo, meio religiosos e por vezes obscenos, os contos nos transportam para as ruas em que as almas descritas se tocam, para os bares em que eles conversam, para as madrugadas frias em que eles se tocam... 

Em suma, para aqueles apaixonados pela escrita sensual/cadente/melancólica de Caio, aos que desconhecem sua obra e desejam um ponto de partida para leitura ou simplesmente para os que gostam de horas de deleite debruçados sobre bons contos, Ovelhas Negras é uma ótima pedida... Recomendo uma boa taça de vinho tinto e meia-luz para apreciá-lo... 


sexta-feira, abril 10, 2015

Autor Parceiro: Anderson Henrique



Trago para vocês, queridos leitores aqui do blog, uma notícia maravilhosa: Acabo de fechar parceria com  Anderson Henrique, o autor de Anelisa Sangrava Flores [podem conferir a resenha do livro aqui]. Anderson é carioca, nasceu em 1982 e já foi Webdesigner. Anelisa é seu primeiro livro de contos, publicado pela Editora Penalux. O autor é super talentoso e uma pessoa incrível. Espero que possam conhecer o trabalho dele, e se depender de mim, ele sempre será falado por aqui...

Conheça um pouco mais do livro de estreia do autor.

Anelisa Sangrava flores
Anderson Henrique
126 páginas.
Editora Penalux
Ano de publicação: 2014

"Sangrou Flores pela segunda vez ainda menina. Esgueirou-se pela cozinha enquanto a mãe preparava o almoço, afanou uma faca de ponta afiada e correu para o quintal. Com a extremidade perfurante do objeto, desenhou uma paisagem no muro da casa. Durante os retoques, falhou a pontaria e a lâmina foi de encontro à carne. O choro fugiu pela garganta, e duas gotas de sangue escaparam para o chão. Quando a mãe chegou para socorrê-la, as gotas derramadas sobre a terra eram gérberas avermelhadas."

Você não vai deixar de ler essa fantástica obra. Leia a resenha e descubra um pouco mais sobre o livro...

Até mais, pessoal... ^.~


quarta-feira, abril 08, 2015

Um relato surpreendente de uma jovem que aprendeu a conviver com a AIDS... Depois daquela viagem, de Valéria Piassa Polizzi...

"às vezes ainda me sinto como Edward Mãos de Tesoura, preso em seu castelo, fazendo obras de arte porque não há outro jeito com o qual possa tocar as pessoas."

E eis que conhecemos a história de adaptação, batalha e superação de Valéria Piassa Polizzi, uma jovem que aos 16 anos, em sua primeira relação sexual, contrai o vírus da AIDS. Isso numa época em que ser HIV positivo era sinônimo de morte certa, em que não haviam medicamentos para todo mundo [apenas para quem pudesse pagar, como foi o caso de Valéria] e em que a doença ainda era considerada o mal dos 'gays'. Uma mulher sendo portadora do vírus era ainda mais absurdo e o preconceito e desinformação eram altos... 



Valéria nos apresenta Depois daquela viagem [publicado pela Editora Ática] como uma espécie de bate-papo informal, dando aos jovens [faixa etária alvo do livro] uma verdadeira lição de vida e de como você deve se prevenir para que não aconteça com você o que houve com ela. Ela trata do início, quando descobriu que estava doente, do choque, em ter que revelar aos pais, esconder do resto da família e dos amigos. viu suas expectativas e sonhos caírem por terra pois acreditava que não viveria muito. Foi no ano de 1986, aos 15 anos, que ela conheceu o homem que viria a contaminá-la meses depois. 

Eles se conheceram numa viagem de navio e após os contatos iniciais engataram um namoro. Com o passar dos meses, ela transou com ele pela primeira vez, e sem saber contraiu o vírus. Descobriu dois anos mais tarde, aos 18, ao fazer exames de rotina, por sentir algumas dores estomacais. Foi um baque e uma reviravolta na vida de Valéria. Ela viajou para os Estados Unidos para estudar, pois queria ao menos terminar um curso de inglês antes de morrer. Largou o teatro, a faculdade, o trabalho ao lado do pai, administrando seus negócios e passou alguns anos escondendo sua condição de soropositiva dos amigos que fez na estadia nos EUA. Ela tinha medo que as pessoas descobrissem e a expulsassem do país.

Nos primeiros anos ela não tomou o AZT, um conhecido remédio que prolonga o tempo de vida dos pacientes, mas a medida que sua imunidade vai baixando assustadoramente, e o médico que a examina regularmente praticamente implora que ela comece a se medicar, ela volta ao Brasil para começar seu tratamento. Não antes de ter uma tuberculose que quase lhe tira a vida...

Lembro quando eu era pequena e vi uma entrevista com Valéria num programa na TV, em que ela falava sua história e contava sobre a publicação de seu livro. Fiquei curiosa para saber mais a respeito dela, ainda mais por se tratar de alguém com meu nome. Isso ocorreu em meados de 1998, quando eu tinha então 12, 13 anos. E só agora, aos 29 anos, é que tive a oportunidade de ler seu livro... E pasmem - Valéria ainda é viva.

Passado um tempo, ela já namorou, morou fora do país e hoje dá palestras sobre AIDS, além de ter 3 livros publicados. Depois daquela viagem foi seu romance biográfico de estreia, escrito em fins da década de 1990. Foi colunista da revista Atrevida, lançou Papo de garota e Enquanto estamos crescendo e teve seu livro publicado em vários países, servindo como uma espécie de guia de prevenção para jovens e adolescentes. 




Já são quase 30 anos convivendo com a doença, para alguém que achava não passar de 10, Valéria é uma vencedora, uma guerreira, e hoje faz campanhas e palestras orientando os jovens a usarem camisinha e discutindo sobre Educação sexual nas escolas. Terminou a faculdade de Jornalismo. Casou. Viajou pelo mundo. Depois daquela viagem é uma verdadeira lição de vida, recomendo a todos, não apenas jovens, mas a quem gosta de uma história sensível, tocante e de superação diante das adversidades... É um livro que não aborda apenas a AIDS, mas também o preconceito, a vontade de viver, é sobre a adolescência e sobre sonhos...

Fica aqui registrada minha imensa admiração pela autora, minha xará...



Espero que tenham curtido a resenha. Já leram alguns de seus livros ou á tinham ouvido falar em Valéria? Me contem nos comentários... 

terça-feira, abril 07, 2015

Tag - Eu amo poesia

A querida Lilian Farias do Poesia na Alma escolheu o blog para responder uma Tag sobre Poesia, e claro que não poderia rejeitar a proposta... A Tag consiste em responder algumas perguntas e ao fim postar uma imagem de seus livros de poesia... Então, vamos lá conhecer minhas respostas?





  • Quantos livros de poesia já li?
Pelas contas, uns 56. 
  • Quantos livros de poesia tenho na minha estante?
19, creio eu...
  • Quando ouço a palavra poesia, qual o primeiro(a) autor(a) que me vem em mente?
Florbela Espanca.
  • Qual foi o último livro de poesia que leu?
Ode a uma estrela, de Pablo Neruda.
  • Uma poesia que marcou sua vida?


Eu, de Florbela Espanca.

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

  • Que poesia seu blog oferece aos leitores?
uma poesia de Manoel de Barros.

"Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas."

  • Uma foto de sua estante poética...


Bem, não tenho como reunir todos os meus livros de poesia numa só photo, mas escolhi alguns dos que mais gosto e que sempre [re]leio quando tenho um tempinho... Obrigada a Lilian pela indicação da Tag, adorei responder... Espero que tenham curtido. Quem quiser fazer também, fique à vontade... Beijos e até a próxima.. ^.~

segunda-feira, abril 06, 2015

O Realismo Fantástico de Anderson Henrique, em Anelisa sangrava flores...


Recebi de cortesia do autor Anderson Henrique o seu livro Anelisa Sangrava Flores, publicado pela Ed. Penalux. Já tinha me atraído pelo livro há algum tempo, lendo algumas resenhas em blogs, pois o título e a capa do livro me chamaram a atenção. Ainda mais por se tratar de um livro de contos, com a temática de Realismo fantástico, com quem flerto vememquando...

Pois bem, gentilmente Anderson me enviou seu livro, com uma linda dedicatória e logo que me senti apta a embarcar nessas aventuras iniciei a leitura do mesmo. Para minha completa satisfação, foram páginas devoradas em pouco tempo, que me deixaram entorpecida por narrativa tão fluída e sobretudo, intensa. 

O livro conta com 124 páginas, divididas em 13 histórias e um prefácio. Neste, Luciano Prado compara os textos de Anderson Henrique aos de Borges e Cortázar, mas eu não me atreveria a discordar, embora ele não me remeta a esses dois autores [creio que por ter lido tão pouco deles não poderia fazer essa comparação.], mas certamente a leitura me lembrou a escrita de Moacyr Scliar, em vários momentos da leitura... E como sou apaixonada por Scliar, os contos de Anderson me soaram perfeitamente maravilhosos...

O primeiro deles é intitulado Gigante, em que conhecemos a história de Jurandir, que se mostrou grandioso desde seu nascimento e que por causa disso sofreu com algumas situações peculiares. O simbolismo que encontrei naquelas linhas é de alguém que - por se mostrar diferente dos demais, vira alvo daqueles que não enxergam beleza na diversidade e condenam o indivíduo ao isolamento. Mas a força e determinação são maiores que as críticas de outros, e o indivíduo - nesse caso, Jurandir, chega a um estado de elevação existencial, em que a presença da matéria não é o fator principal, mas a essência do ser prevalece, de alguma forma... 

No conto seguinte, que dá nome ao livro, Anelisa teve sua placenta enterrada assim que nasceu, e o vermelho de seu sangue se faz presente [e importante] ao longo de todo conto. Seria uma espécie de metáfora para as várias passagens da vida de uma garota, onde o sangue é elemento vital em sua existência... O elo entre a menina e a Terra, que fazia brotar flores com o contato do sangue da menina, me passou a impressão da mulher como criação de tudo, é a mulher e seu sangue que faz em brotar a vida na Terra. A medida que Anelisa sangra, mais vida surge ao seu redor...

A seguir um dos contos que mais gostei no livro, chamado Uma noite, uma década. Mostra como o Tempo pode ser um elemento [des]importante numa relação afetuosa. O tempo se torna abstrato, sem sentido, quando um homem encontra uma mulher em um quarto de hotel e da relação tempestuosa e avassaladora que surge entre eles, o elemento tempo lhe rouba uma década. Anos se passam e um reencontro acontece e o desfecho desse enlace você só vai descobrir ao ler o conto... 

"certas coisas são imunes ao tempo. - Como assim?- Há circunstâncias na vida que são intocáveis."

Há também a história de Carolina que vira Scarlet e que vira Jordana, José Pasqual e suas previsões, que o fazem desistir de seu cotidiano por acreditar que no dia seguinte o mundo viraria pó, O beijo que dá início a uma relação amorosa entre o narrador e uma bela mulher que surgiu em sua vida, e que da mesma maneira inusitada que surgiu, foi embora... [um dos contos que mais gostei], e temos até um conto sobre seres da noite [vampiros?!], entre vários outros personagens narrados ao longo do livro. É possível o leitor se identificar em alguma das situações descritas, embora de cunho fantástico, e se refletirem em alguns dos personagens. 

Anderson Henrique nos presenteia com textos curtos porém densos, que prendem a atenção, fazendo o leitor segurar a respiração a fim de saber o desfecho de cada história de maneira prazerosa. A diagramação do livro é bonita, com páginas amareladas que não cansam os olhos no decorrer da leitura. A capa condiz bem com o conto Anelisa Sangrava Flores. Em suma, é um livro que merece ser apreciado, mesmo por aqueles que não são familiarizados com Realismo Fantástico. Ouso dizer até que seria um bom começo para conhecer esse estilo literário, e por que não com um autor nacional, não é mesmo?

Anderson Henrique nasceu em 1982, no Rio de Janeiro. Trabalhou como webdesigner, programador e colaborou com sites de cultura. 
Espero que tenham gostado da resenha. Até a próxima, pessoal... ^.~


sábado, abril 04, 2015

Uma Biblioteca dentro de uma maçã parte #11



Gente, estou muito feliz em já postar esse desafio mensal no comecinho de Abril, em virtude de ter atrasado a leitura dos livros no começo do ano. Como podem ver no post anterior, expliquei meu atraso e pensei que iria terminar o título da parte #10 pelo meio do mês, mas acabei em tempo recorde e já estou postando o novo livro sorteado para leitura... 

O título foi A salamandra, do autor Morris West. Comprei esse livro em 2010 e já se vão 5 anos encalhado na estante. Estava numa promoção numa banca de sebo por apenas dois reais, então trouxe uma pilha comigo, e apesar de já ter tido contato com a escrita de West anteriormente, não me animei tão cedo pra ler A Salamandra. Graças ao desafio da maçã, ele foi desencalhado e terei todo o mês de Abril pra concluir sua leitura. Me desejem sorte, e em maio eu chego na etapa final... 

Até a próxima, gente... Beijos... ^.~

quinta-feira, abril 02, 2015

O retrato - Nicolai Gogol

E hoje eu trago para vocês a resenha de um livrinho da L&PM Editores que tenho na estante, da coleção 64 páginas. Como ontem foi o aniversário do autor Nicolai Gogol, achei relevante trazer as impressões que tive com uma de suas obras através desta resenha. A obra escolhida foi O retrato.



Dividido em duas partes, o conto nos fala sobre um pintor de quadros chamado Tchartkov, que na busca de inspiração para seus quadros, se depara durante um passeio com um quadro enigmático, meio esquecido entre tantos outros, numa galeria de arte. O que chamou a atenção do jovem pintor foi a expressão do homem asiático retratado, de olhos aterradores e profundos. Antes um artista fracassado e desconhecido, Tchartkov, após adquirir o retrato, passa por uma maré de sorte financeira e ganha popularidade, a medida que vai ficando mais cheio de si, orgulhoso, devido a influência que o retrato exerce sobre ele. Com isso, ele perde a sanidade. 
"Tchartkov aproximou-se mais uma vez do retrato para examinar aqueles olhos extraordinários e sentiu, não sem algum terror, que eles o observavam. Não era mais uma cópia da natureza, antes a vida perturbadora com a qual poderia se animar o rosto de um cadáver recém-saído de um túmulo. Seria um efeito da claridade lunar, esta mensageira do delírio que imprime em tudo um aspecto irreal? Não sei, mas ele sentiu um mal-estar súbito por se encontrar sozinho naquela peça. Afastou-se lentamente do retrato, virou-se, fez um esforço para não olhá-lo mais. No entanto, apesar de seu desejo, seu olho, incapaz de desviar-se, retornava sem descanso àquela direção."
Tchartkov tem pesadelos na noite em que leva o quadro para casa. A natureza dos sonhos é tão aterradora que mais parece real; ele vê a figura retratada saindo da moldura. Tendo encontrado ouro escondido sob a moldura, ele logo se muda do pequeno quarto que morava e passa a exibir um estilo de vida espalhafatoso e cheio de gastos desnecessários, esbanjando fortuna e trabalhando pouco, sem economizar. Os trabalhos que vão aparecendo para ele fazer o deixam decepcionado, pois muitos modelos não querem que ele os retrate de forma fiel e sim, eliminando possíveis 'imperfeições' do modelo, tornando-se no fim, apenas 'mais do mesmo', retratos sem originalidade e com a mesma expressão vazia...

Mas seus clientes admiravam sua obra, o elogiavam como artista e isso ia envaidecendo ainda mais o ego do pintor. Com o passar do tempo, sentimentos conflituosos pairavam na cabeça do artista, e ele percebeu então que sua transformação devia-se ao momento em que adquiriu aquele retrato cujos olhos lhe encaravam ferozmente. Quando a loucura tomou posse de si por completo, ele não resiste a ela...

Na segunda parte do conto, o retrato é objeto de extremo valor e está sendo leiloado. Entre os presentes, alguém chama a atenção para a tela e conta sua história repleta de tragédias na vida de quem o possuiu, inclusive do retratista que fez a obra. é Um livro de tirar o fôlego. A pessoa que narra toda a trajetória do quadro, contando inclusive a quem pertence aquelo rosto demoníaco, é o filho do artista que pintou o quadro. Através de seu relato descobrimos todos os malefícios que a obra causou em quem a possuiu... 


Nicolai Gogol viveu apenas 43 anos, tendo morrido de inanição, causada por uma série de infortúnios em sua vida. Além de romancista, foi também dramaturgo e contista.Sua estreia no mundo literário se deu com o livro Numa fazenda perto de Divanka, uma coletânea de contos de humor. A partir daí, sua carreira alavancou e ele hoje é considerado um dos grandes nomes da literatura clássica universal, ao lado de seus conterrâneos Dostoiévski, Tolstoi e Tchekov. Sua escrita se enquadra no gênero realismo fantástico, onde ele mistura aspectos reais e comuns com acontecimentos irreais, sem esquecer de acrescentar uma pitada de humor, trazendo uma reflexão sobre a vida e a arte em suas obras. Faleceu no ano de 1852, na cidade de Moscou.






quarta-feira, abril 01, 2015

Correios e Compras de Março/2015

Hello, guys and girls. Aqui estou novamente mostrando a caixinha de correio do mês. Essa está bem recheada e espero que curtam as novidades que chegaram, sejam elas compradas, trocadas ou ganhas em promoção/cortesia... Vamos lá?

 Indo a Recife pra um evento literário, acabei encontrando as garotas do Sopa Primordial e peguei pessoalmente 4 prêmios que havia ganho ao longo dos meses, ano passado... Foram os livros A escolha do coração, que ganhei no blog A Fábrica Diversão e Arte e Boneca de ossos, O reino das vozes que não se calam e De volta para casa, pelos Top Comentaristas do Sopa Primordial.

veio numa linda caixa...

Boneca de ossos não ficou comigo porque fiz uma promoção com ele e ele será encaminhado para sua dona [eu já tenho meu exemplar], e A escolha do coração foi sorteado na 11ª Roda de Leitura daqui de Paudalho. Os outros dois são meus, mas caso eu não curta a leitura, sorteio também...

Só fiquei com O reino das vozes pra mim...

Ganhei uma promoção no blog Despindo Estórias, e recebi o livro Silo. Mas não faço a mínima ideia de quando vou começar a leitura dele...


O autor Breno Melo me cedeu gentilmente seu livro A garota que tinha medo, para ser resenhado. Logo será lido e vocês poderão ler minha opinião sobre ele. Espero gostar da leitura...



A Editora Novo Conceito foi uma fofa e me enviou o livro A mais pura verdade, já que postei minhas impressões sobre ele anteriormente. Confiam a resenha da obra completa aqui.


E ainda falando em NC, eles enviaram o livreto de A playlist de Hayden, e você pode conferir minhas primeiras impressões sobre o livro neste link... Aguardo ansiosa pela continuação porque a história me pegou de jeito...



Nas Compras eu bem que tentei me conter esse mês. Estou poupando em comprar livros e doando alguns porque a estante está ficando lotada [a ponto de uma das prateleiras ter lascado]. E como é ano de Bienal aqui em Pernambuco, imaginem quantos livros vou comprar de uma só vez, e onde vou colocar... Preciso urgente de duas prateleiras... xD O problema é que os títulos adquiridos esse mês eu já vinha querendo há um bom tempo, então foi impossível não comprar... Eis a lista:


  1. O ovo apunhalado - Caio f. [4 estrelas]
  2. Ovelhas negras - Caio f. [não li ainda]
  3. Arquivo X - Sangue ed. 7 - Les Martin  [3 estrelas]
  4. A lenda do cavaleiro sem cabeça - Washington Irving [5 estrelas]
  5. Geração beat - Jack Kerouac [3 estrelas]
  6. A extravagância do morto - Agatha Christie [troca que fiz no sebo com algumas revistas]
  7. Depois daquela viagem - Valéria Piassa Polizzi
  8. A menina que roubava livros - Markus Zusak
  9. O silêncio dos inocentes - Thomas Harris [5 estrelas]
  10. Hannibal - Thomas Harris



Quadrinhos e Revistas:


  • Mangá Love in the Hell Volume I [5 estrelas]
  • Yuyu Hakusho 5
  • Otsuichi - Feridas - Hiro Kiyohara
  • Bolinha 46
  • Automóveis Antigos & Clássicos
  • As Deusas - História sagrada da Mitologia
  • Lugares sinistros
  • Col. Mundo estranho - Os contos mais assustadores da Mitologia




Só não li Yuyu e Feridas da lista, os outros foram lidos e é só clicar no nome Love in the Hell pra conferir a resenha que fiz...

Bem, espero que tenham gostado. Já leram alguns destes títulos? Algum em especial chamou sua atenção? Me conta nos comentários... ^.~
Beijos...