sábado, maio 30, 2015

[HQ] O livro de ouro do Recruta Zero Volume 2


Olá, queridos leitores. E o Recruta Zero volta mais uma vez ao blog, dessa vez pelo volume dois d'O livro de outro do Recruta Zero, do autor Mort Walker, publicado pela Ediouro Publicações. Para quem quiser conferir a resenha do primeiro volume, ao fim do post eu vou colocar o link. O que posso falar a respeito dessa segunda edição é que a compilação de tirinhas traz mais aventuras do próprio Zero, do Sargento Tainha, do cozinheiro Cuca e sua comida intragável, e dá vez a alguns personagens que não tiveram capítulos exclusivos na outra edição. 

Como alguns que se destacam nesse volume temos mais uma vez o bobo Dentinho, a Sargento Lorota e suas peripécias com o Sargento Tainha, bem como a relação de sua gata Bella com o cachorro Otto. O capelão dá o ar de sua graça soltando sermões [que ninguém quer ouvir] e apela de todas as formas possíveis para manter a igreja cheia aos domingos [inclusive convidando a senhorita Tetê para participar da reunião religiosa, a fim de que os soldados marquem presença...]



Diferente do volume anterior, onde os capítulos eram divididos exclusivamente por personagens, O livro de ouro dois faz uma divisão de capítulos [também] por situações rotineiras do quartel, como por exemplo, Sessão xingamento, sessão pancada e respeitando a hierarquia - frisando que em todas o Zero se ferra de alguma forma... *risos*...




O valor do quadrinho é de apenas $19.90 e digo, para os fãs das tirinhas de Walker, é imprescindível ter na coleção. São apenas dois volumes, então não tem desculpa de não poder se estender em coleções gigantes. Além do mais, ficam muito bonitas na estante. As ilustrações ao fim da HQ são interessantes, inclusive são leiloadas nos Estados Unidos, por se tratarem de esboços originais do autor. O livro de ouro do Recruta Zero é um presente para os mais nostálgicos que, assim como eu, vivenciaram a infância nos anos 80/90. O livro conta com 128 páginas recheadas de humor de primeira qualidade, bem no clima de quartel maluco. Quem gosta de humor simples e original, certamente vai apreciar as aventuras do Recruta Zero e seus amigos... 



A Ediouro planeja trazer outros personagens das décadas de ouro para a banca/livraria mais próxima de você. Eles não revelaram ainda quais os títulos, mas é certo vir coisa boa por aí... Fiquem de olho. E qualquer novidade, eu conto por aqui...
Espero que tenham curtido a resenha.
Beijos...



Post relacionado:
O livro de ouro do Recruta Zero Volume 1

quarta-feira, maio 27, 2015

Eventos Literários em Pernambuco

Pernambuco vem tendo um boom de eventos literários nos últimos meses e isso me deixa muito feliz. Mostra que em nosso estado temos leitores pra diversos gostos e algumas editoras já estão percebendo o potencial desses leitores. A editora Galera Record traz para Pernambuco o Mochilão da Record, no dia 30 de maio. Local? Shopping RioMar, dentro do teatro da Livraria Cultura. Haverá distribuição de senhas e pretendo chegar cedo pra garantir logo a minha. Então, fiquem ligados nas novidades que a editora vai trazer pra gente... Além de Recife, outras capitais vão sediar o mochilão, fiquem de olho nas redes sociais da editora para descobrir o calendário de seu estado.





E como eu havia falado anteriormente, eis a temática da Roda de Leitura de Junho, a ser realizada no dia 28: A saga Bruxos e Bruxas, de James Patterson. Para saber mais, acompanhe a FanPage da Roda e  evento do Facebook. 



segunda-feira, maio 25, 2015

Parceria: Cláudio Duffrayer

Olá, pessoas. Venho anunciar através deste post a nova parceria que o blog conseguiu, com Cláudio Duffrayer, autor do livro Noturna e outros poemas. O livro foi publicado pela Editora Multifoco. Claudio Quiroz Duffrayer é carioca e estuda Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ]. Noturna e outros poemas é seu primeiro livro, mas ele tem ainda um ensaio publicado na revista Pequena Morte, chamado O mergulho no desconhecido. 



Noturna e outros poemas pode ser encontrado no Skoob. Clique aqui e o adicione à sua estante.
Sinopse [retirada do Skoob]:


Noturna e outros poemas - O livro de estreia de Cláudio Duffrayer, Noturna e outros poemas, com ilustrações de Thaís Melo é composto da mescla de poesia e prosa poética escapando das armadilhas de uma linguagem sintética e contida para se espraiar na escrita do detalhe, do ornamento, dos arabescos. Anjos, demônios, esfinges, esqueletos, criaturas espectrais testemunham, junto à fauna noturna de mariposas, serpentes e hienas, o interesse do poeta por um universo sobrenatural e fantasmagórico onde o gosto por uma beleza melancólica impregna a imaginação criadora. Não é à toa que referências a mestres da literatura fantástica e de mistério aparecem: H. P. Lovecraft, Edgar A. Poe, Göttfried Bürger ecoam como vozes da tradição encenada por Claudio Duffrayer neste livro publicado hoje, em pleno início do século XXI, pela Editora Multifoco.


Noturna e outros poemas
Cláudio Duffrayer
Editora Multifoco
58 páginas.

sábado, maio 23, 2015

13ª Roda de Leitura em Paudalho - Auto da Compadecida, de Ariano suassuna

Olá, pessoas. Venho através deste post mostrar a vocês como foi realizada a nossa 13ª edição da Roda de Leitura aqui na cidade. Diferente das outras, essa roda deu muita gente. Nunca tínhamos um público tão grande antes. Provas de que o Projeto está melhorando a cada mês...


brindes do mês

A obra discutida foi O auto da compadecida, do grande Ariano Suassuna. Quem não teve tempo de ler a obra, certamente já tinha visto o filme, então o debate girou em torno de livro e filme... Falamos sobre conceitos de religião e a fé do homem nordestino, bem como das intempéries que o homem do sertão precisa enfrentar a cada dia, discutimos sobre a seca, a fome, a miséria que assola o povo do nordeste e de como - apesar de tantos problemas - ele nunca perde o humor e a generosidade. 


Selfie geral, com a maioria que estava lá...

Houveram comparações com outras obras publicadas sobre o povo nordestino, como Vidas Secas, de Graciliano Ramos e O quinze, de Rachel de Queiroz. Em um dado momento, Nathy fez uma alusão ao teatro de Gil Vicente e em como Ariano trouxe em suas obras essa herança da literatura portuguesa [os autos] para suas próprias histórias. 

Fizemos algumas brincadeiras entre os participantes, não houve Quiz dessa vez e voltamos com a encenação do teatro. Alguns tiveram que fazer uma prova declamando o trecho em que o personagem João Grilo invoca Nossa Senhora. Foi muito bacana a participação e integração de todos nessa roda.


Finalizado o teatro, e após a distribuição dos prêmios aos sorteados e os marcadores de 'consolação' pra quem não ganhou nada, encerramos a Roda de Leitura de Maio com a sensação de dever cumprido, de meta alcançada. A visibilidade que tivemos nesta última roda anda rendendo nas redes sociais... Espero que isso motive a outras pessoas em criarem projetos como esse, de incentivo à literatura ou a outro tipo de arte/cultura. E aguardem que logo venho falar da Roda de Leitura do mês de junho, que será uma confraternização de um ano do evento na cidade...

Gostaria de agradecer às pessoas que andam ajudando no Projeto, doando livros, marcadores, e afins, ou divulgando nas redes sociais. Um agradecimento em especial à minha professora Kalina, da Universidade de Pernambuco, a Glenda [que mesmo não sendo da organização] contribui confeccionando artesanato com temática de livros para sortearmos e à Dedê, dono do sebo que vez ou outra disponibiliza livros para serem sorteados. Em nome da organização, venho mostrar a gratidão para com a Roda de Leitura. Ah, sem esquecer o apoio dos membros do Dose Literária, que sempre estão divulgando e compartilhando as news da Roda pelo Facebook. 


Abaixo, quem me ajuda com o projeto: Nathalia, Carlinhos e Danilo.

organizadores


Espero que tenham curtido o post. Mês que vem trarei mais novidades sobre o evento...


terça-feira, maio 19, 2015

História da Eternidade - Jorge Luis Borges

Meu primeiro contato com Jorge Luis Borges se deu na faculdade em meu segundo período, em 2009, quando pagava uma cadeira de Análise do Discurso, onde tínhamos que ler algumas obras literárias clássicas estipuladas no início do semestre pela professora e resenhá-las, uma por semana... Entre os autores da lista, pude conhecer alguns autores fantásticos pelos quais me apaixonei, outros nem tanto e Borges era o último da lista... Então, tive que ler a obra Ficções em pdf porque não tinha o livro físico, às pressas pois já estava no final do período, e fiz uma resenha um tanto medíocre, [Como um amigo meu diria, 'feita nas coxas']

Não preciso dizer que o contato foi desastroso, e apesar de ser um livro curto, não me senti apegada a escrita de Borges, mas não quis desistir dele, e uns anos depois compro uma edição de Ficções a fim de dar uma segunda chance. Mas recentemente ganhei o livro História da eternidade, que é na verdade uma espécie de ensaio crítico sobre a eternidade, dividida em alguns capítulos e por se tratar de um livro curtinho, resolvi ler. Adianto que a leitura de Jorge Luis Borges é complexa, difícil, cheia de termos metafísicos e afins, então li calmamente, sorvendo a leitura em pequenos goles...



O livro inicia com uma introdução sobre a obra de Borges, e de um prólogo, já dando ao leitor um aperitivo do que estaria por vir. Inicialmente, ele aborda a História da eternidade, dando ênfase às suas opiniões, embasadas em escritos de filósofos da Antiguidade, como Platão e Plotino, sobre o Tempo, elemento sempre presente na Humanidade. Discute sobre a Santíssima Trindade do Cristianismo e cita Agostinho em seus escritos.

A seguir, ele traz um capítulo falando sobre as Kenningar da poesia islandesa e outro falando sobre a metáfora, ainda abordando a obra literária da Islândia. Logo após, ele faz uma crítica a teoria do Eterno Retorno que Nietzsche defendia, segundo alguns acreditam. Confesso que nessa parte do livro me senti perdida conjecturando sobre isso, pois tinha com essa Lei do Eterno Retorno boa parte de minha filosofia pessoal. Não me senti agredida pela opinião de Borges, e sim como se ele estivesse quebrado vários dos meus dogmas, me deixando aturdida, como se tivesse perdido a conexão com 'algo' que não sei explicar... 

"O número de todos os átomos que compõem o mundo é, embora descomunal, finito, e só capaz, como tal, de um numeroso finito (embora também descomunal) de permutações. Num tempo infinito, o número das permutações possíveis deve ser alcançado, e o universo tem de se repetir. Novamente nascerás de um ventre, novamente crescerá teu esqueleto, novamente chegará esta mesma página às tuas mãos iguais, novamente percorrerás todas as horas até a de tua morte incrível." 

Diz ele que essa assertiva é a ordem 'habitual desse argumento, do prelúdio insípido ao enorme desenlace ameaçador' atribuído no caso, a Nietzsche. 

Não me considero uma estudiosa profunda do Eterno Retorno nem conhecedora da obra de Nietzsche, tampouco da extensa obra Borgiana, mas pelo pouco que entendi desse assunto relevante a mim, consultando umas opiniões alheias e baseadas até em Teosofia, não concordei com a forma simplória como Borges nomeou a lei do Cíclico. Mas admirei como ele elucidou argumentos que me deixaram num estado de reflexão acerca do tema, e me mostrou que preciso me aprofundar mais em estudos que tratem da temática, seja os que defendem a teoria, como aqueles que a criticam negando sua existência...

Ao longo do Ensaio o autor argumenta usando Cícero, Tácito e Schopenhauer. Encerrando o livro, ele fala sobre os tradutores do clássico As mil e uma noites, e como essas histórias chegaram até nós, aqui no Ocidente. Interessante salientar que ao fim dos capítulos, ele sempre expõe as obras lidas e pesquisadas a fim de emitir sua opinião sobre tais assuntos. 

História da Eternidade é uma publicação da Editora Globo. Espero que tenham gostado e/ou entendido algo do post, e se ficaram confusos com relação a algo que eu citei, me falem nos comentários... Vezemquando é bom flertar com algo mais complexo e metafísico, obras assim 'fazem pensar', e ao menos pra mim, é uma ótima forma de sair da 'zona de conforto'...

"Imortal o instante. [...] Por esse instante eu suporto o Regresso."



sábado, maio 16, 2015

[Literatura Indígena] Pelas Mulheres Indígenas

Vi uma resenha no blog da querida Lilian de um livro chamado Pelas mulheres indígenas e achei de cara, uma ótima temática a ser abordada num livrinho de apenas 62 páginas, mas que traz em seu interior histórias que renderiam uma enciclopédia infinda. Histórias de mulheres guerreiras, indígenas, que passaram [e passam] maus bocados na vida mas não desistem de sobreviver num mundo tão hostil e preconceituoso. 



O melhor de tudo é que Lilian postou o link para ler online o livro, e lógico que não perdi tempo e na primeira brecha da minha semana atribulada, dediquei uns bons minutos reflexivos para essa leitura... Não me arrependi, e me senti surpresa, dolorida, compadecida da vida dessas mulheres, me colocando inclusive no lugar de algumas. Creio que não teria força suficiente para passar de cabeça erguida por muito do que elas vivenciaram...


Pelas Mulheres indígenas funciona ainda como uma cartilha para ajudar mulheres que são vítimas da violência de seus maridos e familiares, e mostra também o que fazer e qual órgão procurar a fim de pedir ajuda. Não é vergonha nenhuma garantir que seus direitos sejam assegurados e os culpados por tais violências, punidos. O problema é que muitas mulheres tem medo, por elas mesmas e por suas famílias, que podem sofrer represálias por parte dos atacantes. Mas deixá-los impunes não é a melhor saída...

Ruim mesmo é quando as próprias autoridades responsáveis pela segurança dos cidadãos debocham ou fazem ar de pouco caso quando algum indígena ou mestiço precisa de apoio e segurança. Para isso, existem órgãos que devem ser acionados a fim de fazer valer seus direitos...

Alguns depoimentos do livro/cartilha me chocaram. Abusos, sejam eles físicos ou psicológicos, ameaças de morte, atentados e destruição de vilas inteiras, crianças, idosas e mulheres que tiveram filhos há pouco tempo sendo estupradas, massacradas, exterminadas. Uma crueldade sem limites. Culturas destruídas, falta de alimentos, doenças entre vários outros fatores ruins que marcaram a vida dessas mulheres, desse povo que tanto contribuiu para a cultura do nosso país. Muitos esquecem que antes dos brancos chegarem aqui, a terra já era deles...

O livro foi produzido pela própria comunidade indígena, sem ajuda de grandes editoras ou coisa do tipo. É um conjunto de relatos sem sensacionalismo, é puramente o que se viveu escrito ali, sem apelo emocional barato... Vale muito a pena conferir esse trabalho incrível e chocante. Deixo aqui para vocês o link para quem quiser ler a obra na íntegra. E para quem quiser saber mais acerca do projeto, é só visitar o site aqui.


sexta-feira, maio 15, 2015

12ª roda de Leitura - Literatura de Segunda Guerra + próxima Roda [em maio]



Hello, people. Trago para vocês o que andou rolando na última Roda de Leitura realizada aqui em Pernambuco. A temática do mês de Abril foi Literatura de Segunda Guerra, onde discutimos 5 obras: O menino do pijama listrado, O diário de Anne Frank, A HQ Maus, A menina que roubava livros e O pianista. Apesar de alguns contratempos [sempre tem], a roda foi maravilhosa. 

Prêmios


Além dos sorteios de brindes e Quiz, tivemos uma discussão sobre ser uma minoria prestes a ser exterminada, e qual o sentido de se fortalecer preconceitos por causa da etnia das pessoas... Sentimentos de nacionalismo, religião e afins também entraram no debate. Como eu disse, foi bem proveitoso e deixou os participantes bem reflexivos...


Selfie geral


Mais uma vez contei com a presença de alguns dos meus alunos e de vários amigos que sempre marcam presença nas Rodas. Agradeço a Deus pelo projeto estar dando certo, e gostaria de agradecer também às pessoas que apoiam a Roda de alguma maneira, e ajudam compartilhando, divulgando ou mesmo doando material para ser sorteado nos eventos... 

Eu e os 'premiados' dessa edição...


Para finalizar, quero deixar registrado que a próxima Roda de Leitura será realizada agora, no dia 17 de maio de 2015, com a temática de Movimento Armorial e o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Mais informações neste link, e se puderem, curtam a FanPage da Roda no Facebook. Quem for de Paudalho e redondezas, compareça. Será muito bem-vindo[a]!


Até a próxima, pessoal... Beijos ^.~


quarta-feira, maio 13, 2015

TAG - Confissões de um Bibliófilo

Fui indicada pelo querido Airechu, do blog MultiversoX a responder essa TAG bacana. Ela é muito simples, só basta responder algumas perguntas sobre nossos hábitos de leitura... Eis as perguntas...




1 - Qual é o gênero de literatura que você se mantém longe? 


autoajuda, religiosos e estilo 50 tons de ser... 



2 - Qual é o livro que você tem na estante e tem vergonha de não ter lido? 

Tenho Lolita, mas ainda não me atrevi a pegar da estante... mas desse ano não passa [espero]



3 - Qual é o seu pior hábito enquanto leitor(a)? 

Simplesmente desleixo do serviço doméstico, a bagunça vai acumulando quando pego uma leitura bem eletrizante, que não me deixa fazer outra coisa além de lê-lo... 



4 - Você costuma ler a sinopse antes de ler o livro? Lê todos os livros para resenha que são enviados pelos parceiros? 

Leio quase sempre. E também as orelhas, epígrafes... *risos*. Leio todos os que me enviam para parceria. A meu tempo, claro, porque não suporto prazos estipulados. Ler sob pressão faz com que a leitura não seja prazerosa, e o intuito de ler é justamente ter prazer e me deliciar com o livro. Mas claro que não vou demorar anos pra ler um livro de parceria, mas costumo deixar claro para os parceiros que posso demorar uns meses... mas sempre leio, sempre resenho...


5 - Qual é o livro mais caro da sua estante? 

Uma Graphic novel de Catel e Bocquet, Kiki de Montparnasse. Me custou 32.00 reais na Bienal de 2011. O preço original dele é é média 80.00 reais... 



6 - Você compra livros usados/em sebo?


Sempre. Na cidade vizinha tem um, então quase todo mês tô lá 'batendo o ponto'. Digamos que 65% de minha estante é composta de livros usados. 



7 - Qual é a sua livraria (física) preferida?

Gosto bastante da Livraria Cultura e da Saraiva. Quando vou à capital [Recife] sempre dou um jeito de passar em uma delas...



8 - Qual é a sua livraria online preferida? 

Estante Virtual e Submarino.



9 - Você tem um orçamento (mensal) para comprar livros? 

Na verdade não, mas gasto boa parte do meu dinheiro em livros, hábito que estou tentando evitar de uns tempos pra cá, por falta de espaço na estante e porque preciso sair, ver amigos, comprar outras coisas, enfim... 



10 - Quem você “tagueia”?

Lilian do Poesia na Alma 


terça-feira, maio 12, 2015

Minha estreia com Jô Soares: As esganadas

Não falo apenas de livros que me encantaram aqui no blog. Volta e meia me deparo com alguma leitura que, embora famosa ou bem-quista pelo mundo literário, não me empolgou como eu esperava... Expectativa demais em cima do autor/história? Momento não-propício para tal leitura? Não sei responder... mas é verdade que [quase] nunca pego um livro para ler sem vontade, sem que o mesmo me chame da prateleira... enfim...




Há um bom tempo gostaria de conhecer o trabalho literário de Jô Soares, e o título O xangô de Baker Street já havia me fisgado. Quem me conhece sabe que gosto de títulos/capas peculiares, e que por muitas vezes são esses os motivos pra que eu leve uma obra 'desconhecida' para casa, mas como o título de Jô que chegou primeiro às minhas mão foi As esganadas, achei conveniente a curiosidade de ler sem pressa pelo fato de ter o livro em mãos... Pois bem...

O começo do livro me foi fluido, não senti dificuldade na escrita nem em me habituar à história, que trata de um assassino psicopata que mata apenas mulheres gordas, utilizando-se de alguns subterfúgios [bem clichês, eu diria] para 'fisgar' suas vítimas... A identidade do assassino se faz evidente nas primeiras páginas, a narrativa faz com que o leitor acompanhe a maneira como os detetives irão agarrá-lo. 

É nessa parte que a coisa toda descamba para certo mal-gosto. O típico investigador de polícia com jeito de 'já deveria estar aposentado' Calixto, o delegado de polícia Mello Noronha, o detetive  português Tobias Esteves, e além deles uma jornalista de renome, que para fugir da influência de sua família, não assume o sobrenome famoso. O assassino? Um agente de casa funerária, que enterra boa parte de suas vítimas através dos serviços de sua funerária sem que ninguém conheça seu segredo, de aparência sinistra e com uma doença genética que faz com que tenha seus cabelos e unhas enfraquecidos e não possua impressões digitais, dificultando o trabalho da polícia durante a investigação. Até seu nome soa funesto: Caronte - numa alusão ao barqueiro do rio Estige, que tem a tarefa de transportar os mortos para o inferno, na mitologia grega... 



No decorrer da narrativa, me deparo com frases 'de efeito', um humor meio que inadequado para a trama, que - na tentativa de ser engraçada - torna-se forçada demais... O desfecho me surpreendeu um pouco, pois não esperava que o assassino fosse cometer tal 'coisa' [não vou dar spoiler]. Mas posso afirmar que o que me fez continuar a leitura foi tal personagem, o assassino. E apesar de tudo, a escrita não se mostrou enfadonha. Outro fator que poderia considerar inusitado na leitura são as 'vinhetas' de comerciais no meio das notícias trágicas de assassinato, não sabendo explicar bem o porquê, mas nada me soou tão distante da mídia atual, que intercala o trágico ao 'consumo'.

"PRG - 3, Tupi do Rio. - Anúncio fúnebre. deu-se, ontem, no cemitério São João Batista,a inumação das quatro desditosas moçoilas misteriosamente imoladas em nossa cidade. Nosso distinto chefe de polícia, doutor Filinto Müller, garante, contudo, que várias pistas foram encontradas e promete, para breve, a captura do desequilibrado que praticou atos tão ignóbeis", declara Rodolpho d' Alencastro, impostando, num registro grave, sua voz multifacetada. "Esta triste notícia é uma cortesia da Matricária Dutra, a melhor para as gengivas do seu bebê. Se o nenezinho chora quando o dentinho aflora, Matricária Dutra alivia na hora."

As personagens variam de prostituas a freiras e temos até um palhaço anão que se apaixona por uma das vítimas. Ou melhor: por duas delas. É pela boca que Caronte atrai suas vítimas, montando cenários grotescos nas cenas dos assassinatos. Junte ainda à narrativa as piadinhas com gordas e algumas notas sobre o nazismo, em virtude da história se passar nos anos 30, quando o partido nazista ganhava força na Europa e temos um 'excelente prato'.

Ainda assim, apesar do personagem Caronte e do que apresentei de 'bacana' na resenha, As esganadas não é um livro que eu deseje manter na estante... Pesando bem as medidas, foi uma leitura regular, e nada mais. Não ter começado de forma positiva com Jô Soares não me fará desistir de ler O xangô. Agora, mais do que nunca, quero que o autor me convença do contrário - que posso vir a me apaixonar pela sua obra literária... Por vezes, não é a primeira impressão a que prevalece...


As esganadas é uma publicação da Editora Companhia das Letras.

domingo, maio 10, 2015

Especial Fim de Semana - Dia das Mães Parte III - Mães guerreiras da literatura...

Então, encerrando a homenagem para o Dia das Mães cá estou fazendo mais um post sobre mães e literatura... Resolvi fazer um top 3 com mães guerreiras da literatura, ou seja, personagens que são mães e marcantes em livros que já li e adorei... Vamos conhecer a pequena lista?


Leonor, de Éramos Seis [Maria José Dupré]

Eu sou apaixonada pela história desse livro, já o li umas 3 vezes durante minha adolescência e teve também uma novela do SBT contando a história de Leonor e seu marido Júlio, com seus quatro filhos: Carlos, Isabel, Júlio e Alfredo. Uma história contada do ponto de vista da mãe, em que ela foca o tempo inteiro em se sacrificar pelo bem-estar de sua família. É uma obra que merece ser lida, apreciada e que vai marcar o coração de quem ler... A personagem Leonor é decerto, uma das mães mais guerreiras da literatura, por todas as dificuldades passadas e pelo seu desfecho triste, que nos deixa com um nó na garganta...




A segunda colocada nesse top 3 é a personagem que dá nome ao livro de Judith Rossner, Emmeline. Uma garotinha, que aos 13 anos precisa deixar sua família para ir trabalhar numa fábrica de tecelagem e acaba seduzida pelo dono da fábrica, engravidando dele e tendo que abandonar seu filho/a pequeno/a para voltar ao seio da família, sem que eles nunca descobrissem que ela engravidou... A questão é que a história é ambientada no século IXI, então imaginem a situação da pobre Emmeline, e que na segunda parte do livro vai sofrer um golpe ainda mais aterrador do destino... Apesar da pouca idade, ela foi guerreira em passar por tantos sofrimentos até a sua morte, já bem velhinha... A [re]leitura dele também será feita para que eu poste uma resenha aqui no blog... Aguardem... 



A terceira mãe guerreira que escolhi para findar este post é Anya, do livro Jardim de Inverno, de Kristin Hannah. Sem dúvida, uma das histórias mais arrebatadoras que já tive o prazer de ler e que conta a história de uma mulher que não é apegada às suas filhas, Meredith e Nina. Após a morte do pai, elas precisam cumprir a promessa que fizeram pra ele de fazer a mãe contar até o final uma história que ela contava para as filhas quando elas eram crianças. No desenrolar da trama, percebe-se que esse 'conto  de fadas' é o passado da mãe durante a segunda guerra mundial, e elas precisam descobrir o que houve com Anya para ela ter se tornado tão fria com ambas... Anya foi vítima de uma guerra que levou a parte mais importante de sua vida... leiam para descobrir... Já resenhei o livro aqui, acredito que vão gostar da história...



Em suma, espero que tenham curtido o post, a homenagem singela que fiz para esse dia e aproveito para encerrar o post desejando um Feliz dia das Mães para todas essas mulheres que são guerreiras por si só, pra minha mãe, minha irmã, minha sogra, minhas amigas mamães, às mamães blogueiras, aquelas que não podem ter filhos mas adotaram e são tão mães quanto qualquer outra. A todas aquelas que perderam seus filhos, àquelas que partiram, às vovós que são mãe em dobro e tudo o mais... Vocês deveriam estar neste post, pois são guerreiras, e reais...

Um feliz dia Das Mães a todas vocês... 

sábado, maio 09, 2015

Além de escritoras, mães... - Especial Dia das Mães

E hoje eu trago para o blog um Top 3 com algumas escritoras e seus filhos, em comemoração ao fim de semana Especial Dia das Mães. Sim, porque eu não poderia deixar de homenagear mulheres tão maravilhosas na literatura que também tiveram a oportunidade de serem mães...  Infelizmente não pude ir à cata de muitas imagens, mas as que consegui foram essas. Espero que gostem...

Agatha Christie, e sua filha Rosalind... Era filha unica e faleceu em 2004... Curioso dizer que ela morreu na mesma idade que Agatha, aos 85 anos... 




Clarice Lispector e seus filhos Paulo e Pedro... Pedro foi diagnosticado ainda na adolescência com esquizofrenia e já é falecido. Segundo o que andei pesquisando no Google, seu filho Paulo ainda vive...



Sylvia Plath e seus filhos Frieda e Nicholas. Frieda, um ano mais velha que seu irmão, ainda vive. Nicholas, teve o mesmo fim que sua mãe, se suicidou em 2009, aos 47 anos... 



E então, conheciam algumas dessas curiosidades sobre essas três autoras? Já leram obras delas? Me contem nos comentários... Até o próximo post... ^.~

sexta-feira, maio 08, 2015

Especial Fim de semana - Dias das Mães

Olá, pessoas. Estou meio sumida esses dias, mas é que o trabalho vem me consumindo demais ultimamente, sem contar a mudança da minha irmã, em que eu tô ajudando a empacotar as caixas e tudo mais... enfim... estou devendo um post com resenha pra estes dias, mas hoje venho trazer um post em homenagem ao dia das mães, que será nesse domingo, dia 10 de maio. 


Bem, o que seriam de nós, leitores, se algumas mamães não tivessem colocado no mundo grandes gênios da literatura, não é? Confiram abaixo algumas que separei, que foram mães de alguns dos meus/seus escritores preferidos.


Gabrielle Kerouac, mãe de Jack Kerouac...



Clara, mãe de Agatha Christie...



Leonor, mãe de Jorge Luís Borges


Emily, mãe de Doris Lessing


Dora Llosa, mãe de Vargas Llosa.


Katharina, mãe de Charles Bukowski


Maria da Piedade, mãe de José Saramago



Espero que tenham curtido o post... Até a próxima... ^.~

quarta-feira, maio 06, 2015

TAG - Meia noite em Paris

Olá, leitores queridos. Vim postar uma TAG super bacana que vi no canal do Sopa Primordial, em que eles fizeram as perguntas e responderam com títulos de filmes. Mas as perguntas servem pra filmes e livros, então resolvi responder com livros... 



1. Jazz: Um filme ou livro que se passa nos anos 20.

Não posso pensar em nenhum outro título que não seja O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald. 

2. Belle Epoque: Um filme ou livro que se passa na Europa do séc. XIX.

Kiki de Montparnasse, de Catel e Bocquet. Se trata de uma Graphic Novel, mas tá valendo...

3. Surrealismo: Um filme ou livro surreal.

O centauro no Jardim, de Moacyr Scliar. Acredito que esse título se encaixe bem na pergunta, pois a trama beira realmente algo surreal, inconcebível... 

4. Paris: Um filme ou livro que se passa em Paris.

O corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo. Um dos clássicos que mais gosto... A história é emocionante, e não existe um final à la Disney, para os que só conhecem essa versão, melhor ler a obra... Aquele final me deixou com um nó sufocado na garganta... Além dele, gostaria de citar também Último Tango em Paris, de Robert Alley, certamente um dos meus livros prediletos... Odiado por uns, amado por outros [me encaixo completamente nessa categoria...]

5. Um filme ou livro com viagem no tempo.

Oito minutos dentro de uma fotografia, de Ganymedes José. Li durante minha infância e foi um dos livros que fez eu me apaixonar pela escrita de Ganymedes...



Bem, espero que tenham curtido minhas respostas... Até a próxima TAG...

terça-feira, maio 05, 2015

Correios e Compras de Abril / 2015

Hello, people. Estão curiosos pra saber o que andei recebendo e comprando em Abril? Confesso que comprei mais do que recebi pelos Correios, mas ganhei umas coisas bacanas e fiz umas trocas no sebo também... Vamos lá... 


Na Páscoa meu amor me deu de presente um ovo da Cacau Show - O pequeno Príncipe, que veio numa caixa linda e de brinde uma raposinha muito fofa. Comi logo porque não aguento guardar chocolate. E a raposinha está enfeitando minha estante... ♥



Recebi do autor parceiro Anderson Henrique um exemplar de Dimensões.BR - contos de literatura fantástica no Brasil, publicado pela Editora Andross. O livro é uma compilação de vários contos de autores diferentes e está rolando Top Comentarista dele aqui no blog. Quem sabe ele não pode ser seu? Comente bastante e participe hehe



Ganhei uma promoção na FanPage do Sopa Primordial e recebi da Editora Aleph os livros Eu, robô [Isaac Asimov] e Star Wars - Herdeiro do Império Livro I [Timothy Zahn]. Os kits são lindos de morrer e estou ansiosa pra ler, já coloquei até em minha meta de leitura 2015... E logo faço resenha de ambos...



Pra finalizar, lembram da minha Wishlist postada dias atrás? Então... Uma professora minha da faculdade viu a lista e resolveu me doar alguns itens dela... Aqui estão meus novos amores na estante.. Grata eternamente a Kalina, gente, pelamor...E além dos dois livros de Dexter, ela me presenteou com vários outros títulos, alguns vou sortear nas rodas de leitura, outros serão meus, e já separei alguns dos meus pra sortear na Roda de Maio... 





Compras:
Paperboy - Pete Dexter [não li ainda]
Ao sul de lugar nenhum - Charles Bukowski
Toda poesia - Ferreira Gullar [lendo]
Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban - J. K. Rowling [não li ainda]
Harry Potter e a ordem da Fênix - J. K. Rowling [não li ainda]
Harry Potter e o enigma do príncipe - J. K. Rowling [não li ainda]
O dom - James Patterson [não li ainda]
Passageiro para Frankfurt - Agatha Christie [2 estrelas]
O jogador e Nossa rua tem um problema - Valter de Oliveira [lidos]




Revistas e quadrinhos:
Cenas do Antigo Egito - edição 1.
Coleção Mundo Estranho Crimes bizarros
Street Fighter Apresentando: O furão
Pato Donald 1894
[todos lidos]



Ok, me excedi [novamente] mas a ideia original era apenas comprar os três primeiros volumes da lista, mas um amigo estava vendendo os de HP [sim, eu sempre odiei mas uma bela manhã acordei e mudei de ideia e pensei: vou ler estaporra]. E uma outra ida ao sebo me rendeu o restante da lista, mas não foram compras e sim, trocas... u.u 

Ainda estou esperando uma série de coisas que os Correios não me entregaram. Então ficou tudo pro correio de Maio [que espero ser mais generoso que esse e não atrase tanto...]
Até a próxima, people... ^.~

sábado, maio 02, 2015

Minha estreia com os vampiros de Anne Rice [na literatura] - Entrevista com o vampiro

“O vampiro era incrivelmente branco e suave, como se tivesse sido esculpido em osso descorado. Seu rosto parecia tão inanimado quanto uma estátua, exceto pelos dois olhos verdes e brilhantes que examinavam o rapaz atentamente, como se fossem chamas saindo de um crânio. O vampiro sorriu, quase melancolicamente, e a substância branca e macia de seu rosto se moveu como as linhas infinitamente flexíveis, mas mínimas, de um desenho animado…”



Estou escrevendo enquanto a empolgação não me abandona. Eis que terminei essa madrugada o livro Entrevista com o vampiro, da escritora Anne Rice, publicado pela Editora Rocco. A sensação que tenho é de que gostaria de me tornar imortal se a maneira como se dá a coisa é como a descrita no livro *risos eternos*. Principalmente se fosse um Lestat ou um Louis que me transformassem.

Falando sério agora. O livro é apaixonante. Não poderia descrevê-lo de forma melhor. Eu conhecia a história por causa do filme, estrelado por Brad Pitt e Tom Cruise, tendo ainda Antonio Banderas como o vampiro Armand e Christian Slater como o rapaz que entrevista o vampiro Louis. E como já era apaixonada pela história, lógico que queria conhecer o livro, mas nunca tinha tido chance, até uns dias atrás, quando um amigo me emprestou o exemplar dele. Adianto que logo lerei outros títulos de Rice que ele possui, e que eu igualmente só conheço por meio de filmes... 



O que posso dizer é que Anne Rice conquistou meu coração e pretendo ter suas obras em meu Acervo Particular... Entrevista com o vampiro possui uma narrativa fluída, apesar de não ter divisão de capítulos. Costumo achar livros assim divididos meio enfadonhos, mas ele se mostrou excepcionalmente fluído e denso. A história é contada do ponto de vista de Louis, um vampiro transformado por Lestat no ano de 1791, aos 25 anos. Segundo ele, Lestat o escolheu por ele possuir um imóvel na zona afastada da cidade, que era de interesse do misterioso vampiro. A partir daí, nasceu uma dependência de ambos os lados, e apesar de Louis não sentir afeto de qualquer espécie por Lestat, ao mesmo tempo se via enredado nele, sem conseguir ficar longe dele. 

Louis vai narrando toda a história para o entrevistador, que está registrando toda a conversa num gravador com toca-fitas. A noite parece se demorar propositadamente a fim de que o vampiro narre todos os acontecimentos importantes de sua longa existência. Um destes fatos é quando Claudia entra em sua não-vida, uma criança de cinco anos que ele sugou e Lestat aproveitou a situação para imortalizá-la, acredito eu, numa forma de punir a 'moralidade' de Louis, que se recusava a aceitar sua condição vampírica, de não querer matar e se alimentar muitas vezes com sangue de animais. 

“O mal é um ponto de vista - sussurrava agora. - Somos imortais. e o que temos à nossa frente são os ricos festins que a consciência não pode julgar e que os homens mortais não podem conhecer sem culpa.”Lestat

Louis de Pointe du Lac e Lestat de Lioncourt


A meu ver, Louis não abandonou sua existência mortal. Ele se indigna com sua condição, não quer matar, embora seja preciso mas não encontra uma saída para acabar com sua frustração. Se entrega às artes, à leitura de vários livros ao longo das décadas. Quando Claudia surge em suas vidas, ele toma conta da pequena como se fosse sua filha, lhe ensina a cultura dos mortais, embora Claudia se assemelhe bastante a Lestat, caçando os humanos sem se importar em matá-los. Os anos vão passando e Claudia é uma mulher, mas presa para sempre na aparência de uma criança. Usa dessa artimanha para se alimentar por diversas vezes, mas sente-se frustrada em nunca conhecer o 'amor'.

Lestat é misterioso, não fala nunca sobre sua origem, ou como foi mordido, não explica todas as 'regras' para Louis, deixando-o sempre 'às escuras.' Debochado, cínico e por vezes arrogante, tem um charme característico e uma queda por vítimas jovens, em especial meninos.

Notei certa homoafetividade entre os vampiros descritos por Anne Rice. A relação de Lestat e Louis traz muito dessas características. Não há cenas sexuais entre os dois, mas há nuances perceptíveis de erotismo nela. Com relação a Claudia, as mentes mais conservadoras e moralistas poderiam definir como pedofilia ou coisa do gênero, pois o tratamento dela com Louis é mais do que 'pai e filha', embora não haja sexo entre os personagens. Creio que esse foi o motivo da escolha de uma garota mais velha para interpretar a vampira no filme, ficando o papel com Kirsten Dunst, com 13 anos na época.

- Não posso viver sem você - ela sussurrou. - Morreria do mesmo modo que ele morreu. Não posso suportar o olhar que me lançou. Não posso suportar o fato de não me amar!- seus soluços ficaram mais altos, mais amargos, até que finalmente me inclinei e beijei seu pescoço e suas faces macias. Ameixas de inverno. Ameixas de uma floresta encantada onde a fruta jamais cai dos galhos. Onde as flores nunca murcham e morrem.- Está bem, minha querida… - disse eu. - Está bem, meu amor…- E a embalei lentamente, delicadamente em meus braços, até que adormecesse, murmurando algo sobre a felicidade eterna…

Outro ponto positivo na trama é que ela se divide em 4 partes. De início conhecemos Louis e sua história, depois ele nos conduz [junto com o entrevistador] à vida dele e Claudia sem Lestat [perdão pelo spoiler mas não contarei como se deu esse desfecho], depois a vida na Europa quando ele retorna à França levando a companheira, e conhecem outros de sua espécie, entre eles o sedutor Armand. A parte final seria o retorno à cidade de Nova Orleans, onde a história começou e o surgimento de alguém muito importante e vital para Louis...

Não poderia deixar de falar sobre como Anne é descritiva. Cenários, figurino, costumes da época, bem como o relato de Louis falando sobre como se dá a transformação ou o ato de se alimentar de uma vítima humana. Tudo isso faz com que o leitor esteja presente na cena em si. A autora narra com maestria, a ponto de nos transportar para dentro do livro...

Claudia, apesar de cruel como Lestat, odeia sua condição nas formas que apresenta. Ela fica com ódio de Lestat por ele lembrar-lhe essa condição. Curiosa, insiste até descobrir como de fato se deu sua transformação. Passa a odiar ambos os 'tutores'... Louis é quem lhe confessa o que realmente aconteceu, pois ela só tinha cinco anos na época e não lembrava de muita coisa... 

“E eu senti novamente aquela paixão por você. Oh, sei que agora a perdi para sempre. Posso vê-lo em seus olhos! Você me olha como aos mortais, de longe, de alguma região de fria auto-suficiência que eu não podia compreender. Mas eu o fiz. Senti tudo de novo, uma ânsia vil e incontrolável de ouvir seu coração martelando, de sentir este rosto, esta pele. Você era rosada e perfumada como são as crianças mortais, doce como um travo de de sal e poeira. Abracei-a de novo, e a possuí novamente. E quando pensei que o seu coração me mataria, e não me importei, ele nos separou e, rasgando seu próprio pulso, ofereceu-o a você. E você bebeu. Bebeu e bebeu até quase esgotá-lo, e ele ficou tonto. Mas, então, você já era uma vampira. E naquela mesma noite bebeu sangue humano, como nas noites que se seguiram.- Sua expressão não mudou. A carne lembrava a cera de velas de marfim; somente os olhos denotavam vida. Não tinha mais nada a lhe dizer. Coloquei-a no chão.- tirei sua vida - disse eu. - Ele a devolveu.- E aqui estamos - ela disse ofegante. - E eu odeio a ambos!” 

Kirsten Dunst e Brad Pitt, como Claudia e Louis...


Me perdoem pelas grandes citações, mas não poderia deixar de registrá-las aqui. Confesso que grifaria praticamente tudo, se o livro fosse meu... A cada página, eu não conseguia parar de ler, e queria saber o que me aguardava no trecho seguinte. Me senti conversando com o próprio Louis, o tempo inteiro... Os personagens despertam certo fascínio no leitor, e creio ser possível se identificar com algum[ns] dele[s] em vários momentos do livro. A visão da autora é de um pessimismo refletido nos personagens. Através deles, ela faz críticas à religiosidade, e tudo tende ao fadado fracasso da existência... Mesmo com a 'honra' da imortalidade, é como se a própria criatura um dia se cansasse disso... O tempo todo isso se reflete na figura de Louis... Apesar de achar que perdeu sua alma, ele seria o mais 'humano' dentre os personagens, por não ter abandonado por completo sua mortalidade. Ele relembra da família, das pessoas que conheceu e que hoje não passam de cinzas, enquanto ele permanece, perdido entre os séculos, buscando algo que o deixe 'vivo' quando o tédio da imortalidade lhe assoma a existência...


Você me deu o seu beijo imortal - ela disse, não para mim, mas para si própria. - Você me amou com sua alma de vampiro. - E eu a amo com minha alma humana, se é que já tive uma - disse eu.


Em suma, é um livro para ser digerido aos poucos, como goles de sangue retirados de um pulso ou de um belo pescoço *risos*. Aos apaixonados por vampiros [de verdade, e não esses clichês baratos que andam vendendo por aí], eis uma boa leitura... Interessante também é ver o filme, que é igualmente fascinante... Espero que tenham apreciado a resenha... Até a próxima... beijos vampíricos... ^.~