sexta-feira, julho 31, 2015

Correios e Compras de Julho/2015

E venho outra vez mostrar para vocês a caixinha [recheada] de correio do mês [julho]. Praticamente não comprei livros porque a maioria é de parceria. Vamos conferir as novidades?

Em parceria com o autor Claudio Duffrayer recebi o livro Noturna e outros poemas. Ele é bem curto e só não já li e resenhei por causa das leituras da Maratona de inverno, mas assim que finalizar na segunda-feira, ele será o primeiro livro a ser lido... 



Lilian me enviou seis exemplares para serem resenhados no blog dela, Poesia na Alma, do qual sou resenhista. Depois de publicadas lá, elas irão aparecer por aqui... Foram dois títulos da Record, dois da Chiado Editora e dois da NC. São eles:

Ariana - Igor Gielow
Swing - Eu, tu... Eles - Maria Silvério [lendo]
A comédia mundana - Luiz Biajoni
Bom dia, Sr. Mandela - Zelda la Grange [já tem resenha programada]
Primeiro e Único - Emily Giffin




A Editora Novo Conceito me cedeu um exemplar de Prometo Falhar, do autor português Pedro Chagas Freitas, mesmo não sendo parceira da editora. Estes dias sai resenha dele por aqui... Quero agradecer à editora pela bela cortesia...


qualidade péssima da câmera do celular... TT_TT

Um amigo meu do Skoob me enviou uma HQ de Preacher Volume 5 e o Box de Dexter 1ª temporada. Não preciso dizer o quanto fiquei feliz com o presente, não é? Obrigada, Antônio. ^^

HQ e DVD...


Agora vamos às compras... Pela revista AVON, comprei os livros:



Chaves -  a história oficial ilustrada. [para os fãs é um livro maravilhoso]
O pântano das borboletas - Frederico Axat. [indicação de minha amiga Amanda]
O colecionador de ossos - Jeffery Deaver [sou apaixonada pelo filme, por isso quero ler o livro]
Seis anos depois - Harlan Coben [minha segunda trama do autor na estante]

Na banca de revistas o 'estrago' foi maior... Foram muitos quadrinhos e me rendi até a um livro para pintar...

Star Wars clássicos volumes 4 e 5. [tentarei colecionar ao menos o primeiro arco de histórias, pois o preço de dois volumes mensais é bem salgado...]



Livro para Colorir - Corujas [como artista sou uma ótima professora...] e Revista Rolling Stone Edição Especial 60 anos de rock [o título já explica o porquê da compra... não perderia essa edição por nada... hehe]



Yu Yu hakusho edição 9 [já estou na metade da coleção] e Hellsing edição 1 [sou apaixonada pelo anime e não hesitei em começar a coleção, que está saindo em bancas em formato tankohon]


Coleção Histórica Marvel edições 7 e 8 [completei mais um arco...]




Então foi isso, espero que tenham curtido... Não li a maioria do que chegou pois estou dando prioridade à #MLI2015, mas depois do dia 3 de agosto ponho em dia os livros de parceria e as HQ's..  As demais leituras irei fazendo aos poucos e trazendo algumas delas resenhadas para vocês...
Até a próxima Caixa de Correio... ^.~

quarta-feira, julho 29, 2015

As aventuras de Huckleberry Finn...

Em As aventuras de Huckleberry Finn, clássico da ficção americana escrito por Mark Twain e publicado pela L&PM Editores, acompanhamos a trajetória de um menino - Huck - que resolve fugir numa balsa pelo rio Mississippi para escapar do pai, bêbado e violento, que vivia lhe espancando e queria o dinheiro de sua herança. No caminho ele se depara com Jim, um escravo fugitivo e juntos vivem experiências intensas, narradas de forma quase ingênua pelo menino. 



Logo nos capítulos iniciais conhecemos uma cidade pequena, às margens do rio Mississippi, cheia de personagens típicos de um país escravocrata, com suas gírias e vocabulário ribeirinho. Huckleberry é amigo de Tom Sawyer, personagem do livro que antecede este, e suas brincadeiras repletas de imaginação consistem em planejar assaltos e mortes na estrada, fazendo reféns que devem ser mortos ou soltos depois de terem o resgate pago. 

A índole de Huck é questionada pelo próprio todo o tempo, em que ele se põe em dilema com suas decisões e na maioria das vezes, ele se considera mal por tomar algumas delas... Ele simula seu assassinato e precisa sobreviver às intempéries de sua época. Rio abaixo, ele e Jim se deparam com dois vigaristas e passam por poucas e boas para se safar de serem pegos e descobertos...

"de que adianta aprender a fazer a coisa certa, quando é complicado fazer a coisa certa e não custa nada fazer a coisa errada, e o resultado é o mesmo? Fiquei emperrado. Não consegui responder. Então pensei que não ia mais me incomodar com isso, mas daí por diante fazer sempre o que me parecia mais conveniente na hora."

A narrativa é de fácil compreensão, apesar de várias expressões 'caipiras' ditas pelos personagens. O autor ressalta bastante o lado 'ignorante' de Jim e o menino age com ele como qualquer pessoa que vivia no período pré-guerra civil americana estava habituado a tratar um escravo negro. Contrapondo-se a isso, ele tem um amigo na figura de Jim, que arrisca a própria liberdade em vários momentos para proteger o protagonista...



Um dos pontos mais interessantes que achei na história foi de uma rixa de famílias, em que Huck presencia a morte de um menino de sua idade, simplesmente por causa de uma briga a qual os lados envolvidos nem lembravam mais do motivo e que se estendia por décadas. É nesse cenário de violência que Huck desenvolve sua perspicácia para se livrar de situações delicadas e arriscadas... É na vivência que ele adquire suas experiências para sobreviver num mundo incivilizado, mascarado de convenções e 'boas maneiras' da sociedade escravocrata sul-americana...

Mark Twain critica a hipocrisia da sociedade pelos olhos de um menino, que se transformou numa figura anti-heroica mítica da literatura do século XIX, que não está isenta de certa malícia, fugindo ao estereótipo de 'mocinho perfeito', mas que desdobra com honestidade e sutileza a crueldade e injustiça de seu tempo... O menino desajustado socialmente serve como chave para levantar questionamentos sobre a índole humana. 

As aventuras de Huckleberry Finn foi considerado por alguns como uma obra de cunho racista pelo termo nigger usado ao longo do livro. A editora New South quis publicar uma nova edição modificando o termo por 'slave'. Mas a meu ver, o livro trata - não de uma ode ou apologia ao racismo, e sim - de uma crítica social com relação a este. Modificar a escrita do autor em novas traduções seria destruir todo um contexto histórico de época e ambientação, em que não havia um significado pejorativo em utilizar o termo. 

"Bem, ele tinha razão, ele quase sempre tinha razão, tinha uma cabeça incomum, para um negro."
  
Esse livro foi uma das leituras escolhidas para a Maratona Literária de Inverno 2015, cumprindo o desafio de ler um livro com a capa azul... Trata-se também de minha estreia com a obra de Mark Twain. Já leram? Tem vontade? Já conhecem o autor? Me contem nos comentários...


terça-feira, julho 28, 2015

[Resenha] - Mário Prata entrevista uns brasileiros


Numa obra irreverente e repleta de originalidade, Mário Prata consegue trazer ritmo e dar nova cor à personagens da história brasileira, desde os remotos anos do século XV até meados de 1900. Publicado pela Editora Record, Mário Prata entrevista uns Brasileiros traz nomes importantes de nossa nação, como Xica da silva, Tiradentes, Rui Barbosa, Pedro Álvares Cabral, entre outros, não exatamente nessa ordem. Na verdade, a cada entrevista, ele faz uma espécie de cronologia, onde o 'descobridor' [que não descobriu nada, na verdade] é o primeiro da roda de ilustres entrevistados, e fechando o ciclo temos Charles Miller...


O autor mistura fatos históricos com ficção numa linguagem divertida, informal, algumas vezes recorrendo a diálogos mais 'sujos', invadindo a intimidade dessas personalidades numa escrita deliciosa e de grande fluidez... São 248 páginas, mas o leitor se mantém preso a cada uma delas e quando percebe, o livro findou... Além disso, traz várias ilustrações a cada capítulo, da personalidade entrevistada...

Por vezes, os entrevistados se mostram injuriados com as perguntas meio que invasivas de Mário Prata. Várias dessas respostas arrancaram-me boas risadas... 

"- Dizem que dos treze navios que partiram do Tejo só cinco voltaram depois de passar pelo Brasil e pelas Índias. E que o senhor levou fortunas. Da Índia.
- Estou a falar com um jornalista ou com um fiscal do imposto de renda?"
Mário Prata entrevistando Pedro Álvares Cabral.

O livro é um belo compilado de etnias e variedades, temos o índio que se 'afrancesou', o bispo que foi comido por índios Caetés, o traidor Calabar, O Padre Anchieta [que virou nome de rodovia], o ex-escravo Chico-Rei, e cada um deles fala sobre aspectos de sua vida, se embaraçam pra responder algumas perguntas e tentam fugir do diálogo mas acabam voltando 'à pergunta que não quer calar'. 

"- Por falar em independência, o boato...
- Estás vendo, Chalaça, rodeia, rodeia, igual mosca de merda. queres saber das minhas defecações às margens plácidas. Queres saber? Obrei mesmo! E daí? Tu nunca obraste, por acaso?"
Prata entrevista D. Pedro I.

O que achei genial durante as entrevistas fictícias é que Prata não afirma com certeza a teoria A ou B sobre tal personagem histórico. Ele põe em pauta mais de uma perspectiva de acordo com as fontes e com o que alguns historiadores defendem, expondo, deixando 'em aberto' a possibilidade da história ter sido contada de tal forma e como ela pode ser contestada por outros que pesquisam o assunto. Como exemplo, ele questiona Tiradentes sobre ele ter deixado descendentes. Muitos livros de História afirmam que não, mas há historiadores que defendem uma linha de pesquisa em que existem pessoas que são provenientes da linhagem de Joaquim José da Silva Xavier. E vai explicando de que forma se chegou a tal tese. Quanto à resposta definitiva, se Tiradentes teve ou não descendentes, ele deixa em aberto. Ele abre/explora as possibilidades, mas não as fecha em conclusões.  

Ele traz algumas críticas sociais inseridas de maneira simbólica nas entrevistas. Uma das que achei mais claras, sem abuso de subjetividade foi o seguinte trecho, quando ele entrevista Chico-Rei:

"- Mas não precisamos falar em pelourinho, né?
- Não, todo mundo sabe o que é.
- Odeio ficar remoendo essas dores.
- Mesmo porque andam amarrando pessoas em postes novamente. Deu na Veja.
- Nem me fale."
Outra metáfora que achei mais sutil foi durante a conversa com a neta de Xica da Silva, que se faz passar pela avó, por esta sofrer de Alzheimer e elas precisarem dos cachês para se manter... 

"- E a gente precisa desse cachê, Mário. Entenda! O governo de Minas não dá nenhum tostão para nós. Nem mesmo o prefeito de Diamantina. Celebridade velha é uma merda!"

A meu ver, vi nas entrelinhas uma crítica à mídia, que detém os '15 minutos de fama' de muitos artistas, e aos que se prolongam bem mais que esse tempo, quando chegam em certo momento que não possuem mais atrativos para o público, são descartados por grandes emissoras, tendo o ostracismo como futuro certo, pois logo surgem os novos talentos, não dando espaço para esses artistas e celebridades que possuem anos de carreira uma chance de se reinventar...

Em suma, a leitura acaba sendo uma espécie de viagem ao tempo, onde o leitor pode conhecer outras facetas de grandes nomes que marcaram época e que nem sempre são bem representados nos livros didáticos. Como professora de História, achei uma proposta válida, inclusive - de utilizar em sala de aula, para instigar a curiosidade dos alunos em saber mais de História do Brasil... Não levando o livro ao pé da letra, claro, mas de maneira divertida, fazer com que busquem sempre outros ângulos de uma mesma história...





sábado, julho 25, 2015

Pequenos Deuses, minha estreia com Terry Pratchett

 Recebi este livro como cortesia da Bertrand Brasil para resenhá-lo para o blog Leitor Cabuloso, do qual sou resenhista. Confesso que nunca tinha lido nada do autor, Terry Pratchett. Pequenos Deuses é o 13º livro da série Discworld, é considerada um clássico de Fantasia e foi publicada em vários países e traduzida para mais de vinte idiomas. Discworld é o mundo fantástico onde as histórias ocorrem, servindo de referência por satirizar jogos de RPG e grandes autores do gênero... 



Somos apresentados a Brutha, ingênuo e de ótima memória, que vai se aventurar mundo afora junto com uma tartaruga que se apresenta como sendo o grande deus Om. A religião é algo fortemente discutida no reino, e os deuses precisam da crença das pessoas neles para adquirirem poder. Quanto mais seguidores, mais poder o deus terá. O problema é que a única pessoa que acredita realmente em Om é Brutha, e a tartaruga depende dele constantemente para não ser morta por engano... 

Apesar de ser o décimo terceiro volume da série, é possível ler e compreender a história sem a necessidade de ter lido previamente os volumes anteriores. Um dos aspectos mais encontrados ao longo do livro é a crítica à religiosidade. Em vários pontos, é possível detectar referências ao Cristianismo, às religiões pagãs, ao hinduísmo. A linguagem do livro é um pouco difícil, existem várias ironias contidas ao longo do texto, mas lendo atentamente é possível percebê-las ao longo da história... 

"Há bilhões de deuses no mundo. Formam um bando mais numeroso do que ovas de arenque. Muitos deles são pequenos demais para serem vistos e nunca são adorados, pelo menos não por algo maior do que bactérias, que nunca fazem suas orações e não são muito exigentes em termos de milagres. São os pequenos deuses - os espíritos dos lugares onde duas trilhas de formigas se cruzam, os deuses dos microclimas abaixo dos gramados. E a maioria deles continua assim."
Na cidade de Omnia, onde vive Brutha, há um Quisidor chamado Vorbis, que em sua ânsia de poder, decide tomar outras cidades alegando existir apenas um deus verdadeiro, Om, e que todo culto a outro deus deve ser destruído, e seus sacerdotes punidos. Om decide se manisfestar como um touro e acaba ressurgindo como uma tartaruga, e é nesse corpo que ele precisa convencer o bobinho Brutha, de que é o grande deus Om. Além do mais, ele está desmemoriado, porque viveu alguns anos no deserto, perdeu um olho e volta e meia precisa tomar cuidado com as águias que adoram tartaruga no almoço...



Existem hierarquias no templo da cidade onde Brutha vive. Seriam padres e coisas do tipo, com nomes específicos, como por exemplo, os Arcepadres, Sous menores e algumas centenas de bispos, diáconos e sacerdotes. Os noviços ocupam um lugar menor que esses indivíduos, e logo abaixo deles se encontram os artesãos, torturadores e virgens vestigiais. Caso alguém cometesse alguma heresia, seria julgado pelo tribunal da Quisição. Por medo de serem punidas, as pessoas se submetiam à todas as ordens da religião praticada no reino. Nota-se a referência clara à Inquisição católica e à forma como a fé é utilizada para manter certas pessoas no poder...

Filosofia, política e afins também são encontradas nas páginas de Pequenos Deuses. Os dogmas de várias religiões, bem como o misticismo e formas de governo são metaforicamente utilizados para compor a trama do livro. Há também a questão do mundo conhecido por eles ser considerado redondo e alguns contestam dizendo que ele é plano e fica acima do casco de uma tartaruga, que plana no vazio... 

Quanto à diagramação do livro, só ouso ressaltar que o livro não se divide em capítulos e em alguns momentos, a leitura se mostrou um pouco cansativa por conta disso... Mas é questão pessoal mesmo, por não gostar muito de livros sem divisão de capítulos... Afora isso, a edição está perfeita...  

Em suma, não é um livro para crianças, acredito eu, pois sua linguagem cheia de metáforas e simbolismos serão melhor compreendidos por um público adulto, já habituado ao gênero de Fantasia. Terry Pratchett faleceu em março deste ano, mas sua obra se eternizou em 39 livros que compõem a série Discworld e certamente, muitas gerações irão se deliciar ainda com seus personagens e aventuras... 






segunda-feira, julho 20, 2015

Minha 5ª Tattoo - Carpe Noctem

E cá estou com outro post sobre minhas tatuagens. Muita gente pergunta quantas tenho, o que significam, se pretendo fazer mais, entre outra infinidade de perguntas que não cabem a mim transcrever aqui... Mas, tirando as dúvidas de quem sempre pergunta o significado de uma ou outra, resolvi criar essa coluna que fala sobre cada um dos desenhos que tenho na pele...

Minha quinta tatuagem foi feita no mesmo dia em que fiz a egípcia no braço. Escolhi uma fonte simples, da qual não me recordo agora o nome/tipo e escrevi a frase Carpe Noctem, que significa Aproveite a noite, em latim. Muitas pessoas tatuam carpe diem e - além de achar clichê, o dia não tem muito significado ou importância para mim...

Como alguns sabem, não gosto de tatuar desenhos ou frases que não tenham algo a ver comigo, precisa rolar certa identificação ou coisa do tipo... Essa tattoo foi feita em setembro de 2010. Digamos que sou uma pessoa que produz melhor à noite, seja em pensamentos, preparando aulas, trabalhando em algo diferente, lavando roupa, enfim... A noite é um mistério para mim, gosto de criaturas noturnas e toda sorte de coisas que envolvem a noite... e ando aproveitando bem as minhas...

Em suma, não tenho muito mais a falar sobre meu 'Carpe Noctem'. Logo mais volto aqui pra falar de outras tattoos... Até o próximo post...



sábado, julho 18, 2015

The Walking Dead - A queda do Governador Parte 2

Olá, pessoas queridas. Volto com mais uma resenha de livro que está na lista da Maratona Literária de Inverno 2015. The Walking Dead - A queda do Governador Parte 2, de Robert Kirkman e Jay Bonansinga, publicado pela Editora Record, não faz parte dos desafios da #MLI2015 mas está inserido dentro da temática da Primeira semana, e foi uma boa leitura feita em apenas 2 dias... Aviso que se você não leu os livros anteriores, vai encontrar alguns spoilers na resenha, pois tentei e não consegui ficar sem abordar nada do enredo até então... Aconselho a pular ou escolher outro post do blog para ler...




Dando continuidade aos acontecimentos ocorridos no livro anterior, o Governador se vê a beira da morte, e só não se ferra por causa de Bob, que - mesmo relutante por seu vício em bebida, não se acovarda e passa a cuidar de sua recuperação, que se dá quase por um milagre, tal o estado em que Michonne o deixou... Em paralelo, Lilly e Austin estão cada vez mais inseguros quanto ao futuro incerto deles e do bebê que Lilly carrega no ventre. A cada dia, ela se convence que o grupo de Rick é responsável por todo o caos que se instaurou em Woodbury e fica cada vez mais leal ao Governador, embora uns meses antes tenha organizado um motim contra ele...

"Ele vê todo o sangue escorrendo pelo tronco despido, formando manchas grudentas, no formato de mapas, que já começavam a secar e escureciam à luz fraca da sala. ele olha para o cotoco chamuscado do braço direito, etão avalia a cavidade ocular exposta e ensopada de sangue; a órbita ocular, brilhante e gelatinosa como um ovo cozido mole, pendia da lateral do rosto do homem por gavinhas de tecido. Ele reparar no pântano de sangue arterial formando uma poça ao redor das partes íntimas do homem." 

Quando O Governador consegue se pôr de pé, resolve atacar a prisão, mas pra isso ele envia alguns homens para descobrir a localização do esconderijo de Rick, além de irem encontrar Martinez, que até o momento não voltou... O grupo parte, juntamente com Lilly e Austin, e no caminho, se deparam com uma horda de mordedores e algumas descobertas nada agradáveis. Ao relatarem tudo a Philip, este aproveita parar usar de artifícios que fazem com que a população de Woodbury se volte contra o grupo da Prisão, e acabam promovendo uma caçada ao local a fim de matarem todos os sobreviventes que encontrarem na prisão, sem chance de redenção. Cegos de fúria, vinte e três membros da cidade partem, carregados de munição e armamento pesado... Pelo jeito a carnificina será grande... Muitas baixas ocorrem, principalmente no grupo do Governador. Mas uma morte [três, na verdade] no grupo de Rick tem efeitos bem impactantes e causam uma reviravolta na trama... 

Mais uma vez, o enfoque principal dos livros está na figura de Philip Blake, o Governador. Diferente da série, nos livros conhecemos mais o lado dos moradores de Woodbury, e os personagens centrais da série ficam em segundo plano, embora tenham papel importante na história. Pelos livros, é possível conhecer mais o 'lado inimigo', que na verdade é composto apenas de mais vítimas do ardor doentio de Philip... Lilly [que no livro anterior me deu muita raiva], me deixou um pouco penalizada com ela neste volume da série, e passa a enxergar as coisas por outra perspectiva, embora de forma ainda muito remota... 

O livro deixa um final satisfatório, de uma calma e felicidade tensas, como se a qualquer momento, tudo o que eles reuniram após os eventos tempestuosos pudesse ruir, como num castelo de cartas... E acredito que o livro cinco terá um enfoque maior no grupo de Rick. Vamos aguardar pra ver...



quinta-feira, julho 16, 2015

Tag - Inverno Literário

Os lindos do Incriativos me indicaram numa TAG super bacana, chama-se a Tag Inverno Literário. Lógico que eu aceitei responder e postar aqui para vocês...



São apenas 8 perguntas. Só basta respondê-las, e se quiser, pode ilustrar a Tag com imagens dos livros. 


1- Inverno - Livro que te lembre o Inverno

Perdida na Neve, de Holly Webb.

2- Abaixo de zero - Um livro que se passe no inverno.

Jardim de inverno, de Kristin Hannah.

3- Céu-azul - um livro com a capa azul.

A guerra dos tronos - George R. R. Martin.

4- Abraços Quentinhos: Um livro com a capa branca ou cinza.

Cem sonetos de amor, de Pablo Neruda.

5 -  Chocolate Quente: Um livro que te conforta e você nunca cansa dele.

O pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exúpery.

6 -  Filmes e Pipoca com as(os) Amigas(os): Um livro que você queria muito que virasse filme.

Olho de gato, de Margareth Atwood.

7 -  Brigadeiro de Colher: Um livro muito doce que você ama.

E.T., de William Kotzwinkle.

8 -  Debaixo das cobertas: Um livro calmo.

Noite em claro, de Martha Medeiros.



Vou indicar  Pathy, do dose Literária, para responder também.

E então, o que acharam das minhas respostas?

segunda-feira, julho 13, 2015

O belo no Grotesco – Os “monstros” da vida real, do cinema e da literatura.

Em meu oitavo período de estudos na faculdade, durante minha graduação do curso de História, em 2012, apresentei um trabalho falando sobre personagens de bom caráter que possuem aparência grotesca/monstruosa, do cinema e de obras literárias, fazendo um comparativo com exemplos reais. Procurei alguns personagens que admiro, numa espécie de compilado e resolvi mostrar esse trabalho a vocês, pois acredito que a temática que ele aborda cabe aqui - com termos mais sucintos do que os utilizados no artigo acadêmico... 

a Criatura


O personagem abordado na obra Frankenstein, de Mary Shelley, a Criatura feita por Victor Frankenstein, foi um dos objetos de análise deste trabalho, por seu aspecto grotesco e índole inicialmente bondosa, embora com o decorrer da história tenha sido corrompida por ter sido rejeitado, abandonado e deixado para morrer pelo seu criador. A Criatura pode ser considerada um símbolo dos excluídos, uma espécie de crítica da autora para com a sociedade de sua época. 

Quasímodo...


Outros personagens de livros que merecem destaque se encontram em duas obras de Victor HugoQuasímodo, da obra O corcunda de Notre Dame e Gwynplaine, de seu livro O homem que ri. Escrito em 1831, a história do Corcunda fala sobre uma criança rejeitada por sua deformidade, mas que cresce com o coração bondoso, a ponto de se apaixonar por uma bela moça, Esmeralda, uma cigana de grande beleza. Dá-se o contraste do belo com o grotesco na relação afetuosa que Quasímodo nutre pela cigana, embora esta não enxergue a beleza interior de seu salvador apaixonado, por medo de sua aparência assustadora. 

Gwynplaine, o homem que ri...

De forma parecida, seu personagem Gwynplaine, que na infância foi deformado por pessoas ambiciosas que almejavam sua riqueza. Cresceu como aberração de circo e assim como Quasímodo, nutria paixão por uma bela jovem de nome Dea, esta, cega de nascença. Mais uma vez, o contraste belo/grotesco se faz presente na obra de Victor Hugo. 

O homem-elefante


Dentre os personagens reais retratados no cinema que sofreram preconceito da sociedade em que viveram por suas deformidades destacam-se Joseph Merrick, O homem-elefante, e os personagens circenses do filme Monstros, de 1932. Joseph Merrick possuía uma doença rara que deformava praticamente todo seu corpo, homem de bom caráter que aos cuidados de um médico que o recolheu do circo onde era atração bizarra, pôde viver com dignidade e frequentou os círculos sociais do período Vitoriano, sendo inclusive, convidado a várias celebrações pela própria rainha Vitória. 

cartaz do filme Freaks [1932]


No caso dos personagens circenses de Monstros, estes eram objeto de curiosidade e repugnância pelos frequentadores dos circos que possuíam atrações bizarras, shows de horrores muito comuns no início do século XX. Por suas variadas deformidades físicas, eram considerados aberrações, que viviam à margem da sociedade. No filme, o diretor Tod Browning faz uma crítica de imagens utilizando-se de ícones de beleza de sua época, que possuíam mau-caráter, contrastando com as “aberrações” que tinham um bom coração, uma espécie de “Perfeição” suja e o Grotesco limpo. Os belos do filme eram ruins, e os deformados eram boas pessoas. 

Edward Scissorhands


Como bônus, pois não estava inserido em meu artigo, acrescento o personagem Edward Mãos-De-Tesoura, que tomou forma no ator Johnny Depp, imortalizado no filme homônimo de Tim Burton. Não poderia deixar um dos personagens do cinema que mais admiro e me identifico, fora dessa postagem...  Edward é um rapaz criado em laboratório, mas antes que seu criador concluísse o trabalho, acabou falecendo, deixando no lugar onde deveriam ter mãos... tesouras... Edward vive isolado em seu castelo, num terreno afastado da pequena cidade onde se passa a história. Até que um dia, uma senhora aparece em sua porta, e vendo seu estado de solidão [e após o susto inicial], resolve levá-lo para sua própria casa e mostrá-lo à civilização, que enxerga com surpresa aquele indivíduo tão estranho e descolado, mas que apesar da aparência,  possui um caráter gentil... 

Todos estes personagens tem um fator em comum: alguma característica física que os torna amedrontadores para a humanidade, e por esse motivo são estigmatizados, excluídos, postos à margem do convívio social. Por vezes, a índole bondosa que eles possuíam acabava se perdendo diante de tantas rejeições e preconceito por parte das 'pessoas de bem'. É fato que a estranheza causa desconforto, qualquer coisa que se sobressaia do padrão acaba por ser visto com desconfiança. Não é preciso ter mãos de tesoura, corcunda ou um sorriso que nunca se desfaz para ser marginalizado. Por nossa cor, condição social, religião, orientação sexual ou gosto musical/literário já temos fatores suficientes para muitos nos tratarmos como inferiores. Bem, fica aqui a reflexão... Por vezes, aquilo que se mostra belo e perfeito traz em seu interior uma mácula odiosa, seja ela em falta de caráter ou intolerância com as diferenças... E sim, eu prefiro os 'monstros'. Sempre me juntarei à eles, nas bordas do que chamam de 'mundo'... 


"We accept you, one of us! Gooble Gobble!"

sábado, julho 11, 2015

Resenha dupla - a saga do Monstro do Pântano [2 volumes]


Cumprindo a terceira meta da Maratona Literária de Inverno 2015, li A saga do Monstro do Pântano Livro 02, produzido por Alan Moore, Stephen Bissette e John Totleben, publicado pela Panini Comics, como cumprimento do Desafio de ler uma obra com imagens ou ilustrações. Já havia lido o primeiro volume uns meses atrás e resolvi ler a segunda parte antes de correr atrás dos livros 03 e 04 e não ficar encalhando HQ na estante sem ler... Sábia escolha minha...

Ainda estou me perguntando porque diabos não tinha lido o volume dois ainda, pois a história é maravilhosa, além de possuir um traço maravilhoso. Então resolvi dar uma relida na outra edição e trazer uma resenha dupla para vocês... 

O primeiro volume reúne as edições 20 a 27 da Saga do Monstro do Pântano, contando algumas histórias de Alec Holland, mas não do início, como pensei que fosse, embora tenha - ao longo da leitura - me familiarizado com a origem de sua existência, desde o acidente em seus laboratório até seu ressurgimento como uma criatura feita de plantas e raízes, que habita um pântano perigoso... A HQ aborda também seu relacionamento com Abby Cable, a bela garota de cabelos brancos, que tem um marido em coma e, se aproximando cada vez mais da criatura, acaba por se apaixonar por ele.


Abby e Alec


Alan Moore é o roteirista da obra e junto com os outros dois, que assinam a arte da revista, assumiram um arco incompleto da história dando uma nova forma aos personagens. Pontas Soltas está inserida nesse encadernado justamente para fechar um 'ciclo' e dar continuidade à obra... Em seguida temos A Lição de Anatomia,  onde o protagonista sofre uma autópsia, mostrando o surgimento de um antigo vilão da DC. e nessa autópsia é revelado que a criatura não é alguém que morreu e sofreu uma transformação e sim, trata-se de uma planta que adquiriu consciência e memória de um morto, se tornando um ser Elemental. 

Apesar de ser considerada uma obra de Terror, o Monstro não assusta ou causa repulsa - ao contrário - ele nos cativa - por sua humanidade perdida/escondida num corpo de monstro. Moore conseguiu salvar a revista dando início a um arco de histórias muito bem construído e que alavancou a venda nos Estados Unidos, criando uma nova linha de histórias em quadrinhos para o público adulto, que viria a se tornar o Selo Vertigo. Com relação à arte, o traço de Bissette é impressionante, dando um ar de rusticidade e dramatização à história, trazendo profundidade aos personagens... 

Para mais detalhes da obra, visite o site da Panini.



No segundo volume da série, que reúne as edições 28 a 34 da Saga, nos deparamos com o monstro enterrando a memória de Alec Holland, numa espécie de despedida às histórias criadas originalmente por Len wein e Bernie Wrightson. 

Na sequência, Amor e Morte nos brinda sendo o primeiro episódio da trilogia Arcane. Abigail Cable é o tema central da história, onde o cheiro dos seus pesadelos impregna sua pele e ela não consegue se desvencilhar dele. Nesse momento da HQ percebemos o porquê dela ser considerada um quadrinho de Horror/Terror. Abby é conduzida à níveis extremos de loucura e sofrimento, e cabe à Alec resgatá-la desse mundo tenebroso de sonhos... Dando continuidade temos os episódios Auréola de Moscas e Balé de enxofre, encerrando essa trilogia.  

Descida entre os mortos é uma descida ao inferno de Dante, descrito em A divina Comédia. Moore caracteriza o inferno como um local de tédio e dor. O Monstro do Pântano é conduzido por esses caminhos tortuosos pro quatro espíritos deslocados: o Desafiador, o Vingador Fantasma, o Espectro e Etrigan, o demônio. 

A parte final do segundo volume dá um enfoque maior à relação de Abby com Alec,inclusive uma cena fantástica de comunhão entre os dois, beirando o transcendental, com um traço incrível aos nossos olhos dando vida ao roteiro de Moore. Seria a consumação do amor entre a garota de cabelos brancos e uma criatura feita de mato, medindo mais de dois metros de altura. E, acreditem, o desabrochar do romance passa longe do mau-gosto, soando até poético... 




Em suma, a Saga do Monstro do Pântano é leitura obrigatória para aqueles que apreciam o trabalho de Alan Moore, bem como os admiradores da DC Comics e Selo Vertigo. Aos que não são familiarizados com esse tipo de história, é uma ótima sugestão para conhecer o vasto mundo de quadrinhos adultos, com pitadas de terror gótico com ambientação nos anos 80. Um deleite aos fãs de quadrinhos... 


Para acompanhar as resenhas da Maratona Literária de Inverno 2015:


Próximo livro da #MLI2015 a ser lido e resenhado, adiantando a segunda semana temática da maratona, será The Walking Dead - A queda do Governador Parte 2. aguardem que haverá resenha... Até mais... 

sexta-feira, julho 10, 2015

Confraternização da Roda de Leitura - 1 ano [Bruxos e Bruxas]

Venho aqui hoje falar para vocês sobre a última roda de leitura realizada aqui em minha cidade. Dessa vez, a Roda foi diferenciada das anteriores, por se tratar da edição de um ano do evento. Conseguimos o espaço da Escola Herculano Bandeira de Melo, no centro de Paudalho, e houve uma confraternização após a discussão sobre a série Bruxos e Bruxas, de James Patterson...



Houve o Quiz, já familiar entre os participantes assíduos, depois fizemos um debate que rendeu muitas questões sobre política, mídia, maioridade penal, cotas raciais, homofobia, religiosidade, bem como vários assuntos que estão em pauta nos últimos meses... Fizemos uma analogia de como a censura é tratada pelo governo nos livros e de como no nosso cotidiano somos atingidos pela liberdade [ou falta dela]de expressão que culmina em várias discussões nas Redes Sociais. 


Essa Roda foi prestigiada por estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco, que estavam presentes a fim de registrar a atividade da roda de Leitura para um trabalho acadêmico sobre incentivo a leitura e 'contação de histórias'. Houve uma dinâmica bem divertida entre os presentes, que se encaixou de forma devida nessa pesquisa de campo dos dois estudantes. 

brindes sorteados/distribuídos na Roda de Leitura...

Volta e meia fazíamos alguns sorteios de brindes ao longo da tarde, e várias pessoas foram contempladas com livros, ecobag, revistas e afins. Glenda também confeccionou alguns mimos, como chaveiro e garrafinhas, bem como o diário de Bruxos e Bruxas. Ela é bem criativa pra essas coisas... 


Ao fim dos debates e brincadeiras, tivemos de fato nossa confraternização, foi bem divertido, prazeroso e instrutivo, em suma, uma tarde maravilhosa ao lado de pessoas legais, de várias faixas de idade... 



Uma surpresa no fim do evento foi o convite que nós, membros da organização, fizemos à Glenda, para que ela se juntasse ao time, devido ao apoio e dedicação que ela vem dando à roda de uns meses pra cá. Reconhecendo sua ajuda, claro que a convidamos para ingressar conosco nesse projeto, e ela aceitou surpresa, bem como os demais participantes, que ficaram felizes com a novidade... 


confraternização tem que ter comida, né? 

Gostaria de agradecer à diretora da Escola Herculano Bandeira, Linda - por ter cedido o espaço para nosso encontro, a Guilherme Filippone, da Editora Record, por ter cedido um kit com ecobag e marcadores para sortear no evento. Quero agradecer também à Lilian, do blog Poesia na Alma e a Editora Valentina, que enviou vários livretos e marcadores distribuídos aos participantes. À Carolina Valeriano, por ter doado quatro livros para serem sorteados. à equipe do Dose Literária, por sempre me ajudar com a divulgação nas Redes Sociais, à minha professora Kalina, que também cedeu vários exemplares para sorteio. Em suma, a todas as pessoas que acreditam nesse Projeto e colaboram da maneira que podem para que ele sempre aconteça todos os meses. E começamos assim uma segunda fase, rumo aos dois anos de Roda de Leitura. Em nome da organização, muito obrigada...

Glenda, Carlinhos, Danilo, Nathy e eu...


E já temos o livro a ser discutido na próxima roda, que será no dia 19/07/2015 - Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Para mais detalhes, visite o evento no Facebook ou a página da roda... Até mais, e que venha a próxima Roda de Leitura...

quinta-feira, julho 09, 2015

2001 - Uma Odisseia no Espaço, de Arthur C. Clarke


E vamos a mais uma leitura concluída da Maratona Literária de Inverno, onde o título da vez é o clássico de Ficção Científica escrito por Arthur C. Clarke, e roteirizado para o cinema por Stanley Kubrick, 2001 - Uma odisseia no espaço, publicado pela Editora Aleph. O livro foi escrito ao mesmo tempo em que o filme era realizado, tendo o autor e o diretor contribuído de forma mútua para que a história ganhasse vida, e eis em minhas mãos essa maravilhosa obra... Sem mais delongas, à resenha...

O livro é composto de 6 partes, e logo na primeira delas nos deparamos com homens-macacos, que seriam os ancestrais da civilização hoje conhecida. Antes de uma caçada em que eles matam um leopardo e dizimam a tribo inimiga, eles se deparam com um monólito preto gigante, de origem desconhecida. Não se sabe como aquele estranho objeto surgiu ali, da noite para o dia, ou por quem foi deixado ali. Aos poucos, nota-se o desenvolvimento dos homens-macacos, desde a maneira com que se alimentam e caçam, até a forma como o próprio corpo vai se modificando ao longo das eras... 

"Nunca mais os homens-macacos tiveram de enfrentar a inanição quando seus dentes ficavam danificados ou gastos; [...] E, com a diminuição dos dentes caninos, o formato de seus rostos começou a se alterar; o focinho retrocedeu, o pesado maxilar tornou-se mais delicado, a boca passou a ser capaz de emitir sons mais sutis. A fala ainda estava a um milhão de anos de distância mas os primeiros passos em sua direção haviam sido dados."

Na sequência, nos deparamos mais uma vez com o monólito, mas desta vez o cenário é a Lua, satélite da Terra. Nota-se o futuro distante no qual a história passa a ser narrada, distante milhares de anos dos homens-macacos. O dr. Heywood Floyd viaja até a lua para ver um achado encontrado sob o terreno lunar, que foi batizado de A.M.T. - 1 [Anomalia Magnética de Tycho - Um]. Os pesquisadores e governo pretendem manter segredo do achado, pelo menos até descobrirem do que se trata de fato...

"O objeto diante do qual o homem de traje espacial estava posando era uma placa vertical de material preto, com cerca de três metros de altura e um metro e meio de largura; lembrança a Floyd, de forma um tanto lúgubre, uma lápide gigante. Perfeitamente simétrica e de bordas afiadas, era tão preta que parecia ter engolido toda a luz que caía sobre ela; não exibia nenhum detalhe na superfície. Era impossível dizer se era feita de pedra, metal ou plástico, ou de algum material completamente desconhecido ao homem."

Em outra parte do livro, a nave Discovery, tripulada com 3 homens em estado de hibernação e 2 astronautas à bordo, Frank e Bowman, tem a missão de ir até Saturno, acompanhados de Hal - 9000, um computador algorítimo que com o passar da narrativa, vai adquirindo emoções humanas e sai de controle, após uma falha em seu sistema. Ele acaba sendo desativado por Bowman, depois de quase perder a vida e ter a nave praticamente destruída, e acaba descobrindo o real motivo da viagem de exploração, que seria na verdade investigar outro monólito gigante, igual ao que encontraram na Lua meses antes, e precisa descobrir sua finalidade, mesmo que seja uma viagem sem volta...

 

O livro levantas várias questões filosóficas sobre a evolução do homem, a narrativa é bem detalhada e cheia de minúcias... em vários momentos, eu conseguia mentalizar os trechos descritos sobre a galáxia e os planetas, bem como suas nuvens de poeira cósmica. O que seria o monólito? Especula-se que seja algo construído por uma forma de inteligência de pelo menos 3 milhões antes do surgimento do homem no planeta. Um Deus? Um ser alienígena? Um povo de ciência avançada e muito superior ao homem terráqueo? Uma civilização hostil? 

Outo fator interessante no livro são alguns acontecimentos citados que anos depois viriam a se concretizar, quando na época sequer se especulavam tais fatos... A ciência e a física são constantes ao longo do texto, mas não permitem uma leitura cansativa, ao contrário - abre um leque de curiosidades em quem deseja se inteirar do assunto ou que traz em si n' perguntas a respeito da formação do universo. Clarke explora bem o conceito de inteligência artificial, viagens espaciais, tecnologia avançada e o medo do desconhecido. O que nos espia para além da atmosfera terrestre? Uma pergunta que o livro nos deixa seria "Há alguém lá fora?" 

Aos aficionados por sci-fi o livro é uma ótima pedida, a leitura flui de maneira instigante e é bem desenvolvido. como bônus, há dois contos no fim do livro, A sentinela e Encontro no Alvorecer, que foram fundamentais para a construção desse clássico. Quanto a diagramação, a Editora Aleph não poderia ter feito um trabalho melhor. O livro parece um verdadeiro monólito... 
Bem, espero que tenham curtido a resenha. Logo mais, trarei para vocês mais uma obra da Maratona. Até a próxima... beijos...


quarta-feira, julho 08, 2015

O planeta dos macacos, de Pierre Boulle

Trago para vocês as impressões que tive ao ler O planeta dos macacos, de Pierre Boulle, livro escolhido para a Maratona Literária de Inverno e que foi o primeiro da lista a ser lido. Pois bem, achei a leitura super fluída e interessante. Havia assistido as versões antigas dos filmes quando era pequena mas não lembrava muito bem da história. Enquanto lia, cenas do filme surgiram em pequenos flashbacks em minha mente... Aah... o poder das palavras em trazer memórias perdidas à tona...Bem, voltando à resenha...



Jinn e Phyllis estão de férias, viajando pelo espaço quando de repente encontram um objeto de vidro, e logo percebem que se trata de uma garrafa com um manuscrito dentro. Após resgatarem o objeto perdido na imensidão do universo e examinarem seu conteúdo, é que nós, leitores, passamos a conhecer o relato de Ulysse Mérou, um jornalista que - em companhia de um físico chamado Arthur Levain, um professor chamado Antelle e um chimpanzé, batizado como Hector, que viajaram numa nave cósmica em direção ao sol vermelho Betelgeuse, localizada na constelação de Órion. Esse local se encontrava a 300 anos-luz do planeta Terra e para chegar nele, passaram-se 350 anos terrestres, em que os tripulantes sentiram como se fosse uma viagem de apenas dois anos.

Quando aterrissam, acreditam estar num local habitado, pois encontram casas, florestas, lindas paisagens... Sua atmosfera é bastante similar a da Terra e logo eles encontram uma espécie de cachoeira... Logo percebem que estão sendo observados e se deparam com uma garota nua, que estranha os visitantes, mas tem sua curiosidade aguçada em examiná-los mais de perto. Após alguns contatos iniciais meio que desastrosos, algo terrível acontece e logo os intrusos se veem rodeados de homens que mais se assemelham a animais selvagens em seu comportamento...

"Durante a viagem, em nossas conversas a respeito de eventuais contatos com seres vivos, evocávamos criaturas disformes, monstruosas, com um aspecto físico bem diferente do nosso, mas sempre supúnhamos tacitamente nelas a presença do espírito. No planeta Soror, a realidade parecia completamente ao avesso: estávamos às voltas com habitantes semelhantes a nós do ponto de vista físico, mas que pareciam completamente destituídos de razão. Era de fato esta a significação do olhar que me perturbara em Nova e que encontrei em todos os outros: a falta de reflexão consciente, a ausência de alma..."

Levados para o 'ninho' desses estranhos humanos, acabam sendo perseguidos por inimigos armados que logo se revelam... macacos. Temos outra baixa no grupo de Ulysse e ele é levado como prisioneiro, a humana selvagem [Nova] que iniciou contato com eles é presa perto dele e assim passa-sem várias semanas, sendo examinado por pesquisadores macacos. Surge uma cientista que fica abismada com comportamento o homem, e ela começa a fazer mais estudos com ele, escondendo suas descobertas dos demais cientistas. Ulysse confia na chimpanzé, de nome Zira, e logo percebe que é ela quem pode tirá-lo daquela situação... Com a amizade que surgia, Zira ensina Ulysse o idioma símio, entrega livros para que ele aprenda o máximo que pode, sem avisar ninguém do laboratório, pois há macacos planejando um destino não muito atraente para o pobre Ulysse...

"eu acompanhara a alteração de sua fisionomia e registrara um certo número de detalhes surpreendentes: em primeiro lugar, a crueldade do caçador emboscando sua presa e o prazer febril que esse exercício lhe proporciona; mas, acima de tudo, o caráter humano de sua expressão. Era efetivamente este o motivo essencial do meu espanto: na íris daquele animais brilhava a centelha espiritual que eu em vão buscara nos homens de Soror."

O livro é dividido em três partes e narrado em primeira pessoa. Ulysse conta toda sua trajetória, desde a captura até quando descobrem que ele raciocina como um macaco, já que nesse planeta, os macacos detém o espírito e todo o conhecimento. Não se sabe o motivo dos humanos serem seres irracionais e os macacos - divididos em três classes [Chimpanzé, gorila e orangotango] -  serem a raça superior aos demais animais do planeta, e é isso o que Ulysse e o noivo de Zira pretendem descobrir. 


O livro tem apenas 206 páginas e pode ser lido sem problemas por leitores não tão bem ambientados em cenários de ficção científica pois não possui termos complicados na linguagem. A história tem um quê de distopia, pois se trata de um planeta onde os humanos são seres subjugados, e tomados como cobaias em experimentos científicos. O ser racional é descrito como inferior, e por vários momentos eu enxergava nos racionais o ser humano, quando na verdade se tratavam de macacos. Interessante e ao mesmo tempo desconfortável 'trocar de lugar' com os animais, pois em toda a narrativa, Ulysse tinha que provar que era um ser pensante e não apenas um animal condicionado. O autor fez um trabalho brilhante ao retratar a humanidade em estado primitivo e inferiorizada pelo seu parente mais próximo, o macaco...

Outro fator que achei interessante é que um dos personagens que é encontrado posteriormente está em estado de pura selvageria, já não reconhece seu amigo jornalista e age como se tivesse regredido ao estágio de animal irracional; mesmo com todas as tentativas de Ulysse de trazê-lo à sua verdadeira natureza, nada surte efeito... Em contrapartida, a humana selvagem que falei no início do texto vai se humanizando com o passar do tempo, por causa do contato [íntimo até] com Ulysse. 

"Eis a prova de que é possível perder o espírito, assim como adquiri-lo."

O desfecho parece caminhar para um final feliz, mas pega o leitor de desprevenido... Mas não vou falar sobre isso, prefiro manter o elemento surpresa da narrativa... Em suma, O planeta dos macacos é certamente uma obra admirável, que aponta várias questões éticas e sobre a evolução/civilização do Homem, bem como sua relação com os animais. É mais que estudar os seres irracionais, é colocar-se como um. E admito que a simples ideia beira o desconforto...

Até a próxima postagem...

P.s: Minha segunda leitura para a maratona é 2001: uma odisseia no espaço. Aguardem que logo haverá resenha aqui... 

domingo, julho 05, 2015

Correios e compras de Junho/2015

E vamos a mais uma Caixa de Correio aqui do blog. Em junho recebi muita coisa e andei comprando outras também, embora a compra de livros tenha sido pequena... Na verdade, foram muitas revistas e hq's que engordaram a lista... Vamos lá...

Logo no início do mês recebi a HQ Encontro Fatal, de Milo Manara, que já foi lida e resenhada aqui... 



A Editora Valentina me enviou alguns livretos e marcadores para sorteá-los na 14ª Roda de Leitura da minha cidade, em que organizo com mais 4 amigos... Montei vários kits que foram distribuídos no evento...


Participei de uma promoção no blog Despindo Estórias e fui a felizarda que recebeu em casa, da Editora Aleph o livro 2001: uma odisseia no espaço, de Arthur C. Clarke. Esse livro foi escolhido para a Maratona Literária de Inverno e assim que lido será resenhado... Além do livro, a editora enviou lindos marcadores...




Ganhei da minha amiga Nathy o livro Contos e Tretas, de Edgar Gonçalves. Trata-se de um livro de contos e não sei quando vou ler, mas assim que ele me chamar da estante, vou me deleitar em suas páginas...





Ganhei 4 edições de Arthur Conan Doyle de minha professora Kalina: O cão dos Baskervilles, Um estudo em vermelho, O signo dos quatro e A morte do chantagista e outros contos. Como já possuía dois títulos, peguei os meus da estante e doei, ficando com as edições que ela me deu...


Ela me deu também algumas HQ's: Hamlet e O conde de Monte Cristo adaptados e Domínio Público... 



Quanto às compras... 

A compra que fiz na Livraria Saraiva também chegou: uma edição de Yuyu Hakusho [6] e o livro Na natureza selvagem, de Jon Krakauer. Estava há tempos a fim de comprar, e aproveitei uma promoção dele no site...



Abaixo vocês podem conferir a lista de revistas que adquiri ao longo do mês... Muitas estavam em promoção, então não resisti... 

  • Revista Mundo estranho 167
  • Coleção Mundo Estranho - O universo dos super-heróis
  • História viva 105
  • Revista Grandes líderes da humanidade, Jesus Cristo, Ghandi, Buda. 100 gênios que mudaram o mundo [5 revistas num só pacote]
  • Superinteressante Guia dos Filósofos
  • Revista da Cultura [gratuita, peguei na livraria Cultura]





Ainda na banca de revistas, comprei o Mangá Steins;Gate volume 2
YuYu Hakusho volume 6 [compra da Saraiva]



Uns dias depois me deparo com a edição 3 de Star Wars. Infelizmente a edição 2 já estava esgotada e terei que comprar pela internet, mas garanti logo a terceira... 



Além de Star Wars, comprei os dois volumes da Clássicos Históricos Marvel 5 e 6.


Aí passei na banca de revistas novamente, encontrei o volume 8 de Yuyu Hakusho e duas edições da Mundo Nerd, não resisti e trouxe... [sim, eu sou a louca da banca xD]




Mais uma ida à livraria me fez comprar a edição A festa de Delirium -  as aventuras dos Pequenos Perpétuos. Logo haverá resenha dele aqui...


Bem, então foi isso. Como perceberam, só comprei um livro, o resto foi HQ e revista... Acho que estou me controlando... Mas pretendo diminuir o volume de ambos neste mês de julho... Espero conseguir...
Até a próxima caixa de correio. Beijos...