terça-feira, maio 31, 2016

12 meses de Poe: Revelação Mesmeriana

Estamos no quinto mês do Desafio 12 meses de Poe e o conto da vez é o Revelação Mesmeriana. Foi publicado pela primeira vez em 1845 e logo no início temos uma pequena descrição do termo Mesmeriano. Seria algo parecido com a hipnose que conhecemos nos dias atuais... 

Mais uma vez o narrador [de nome desconhecido] nos apresenta o Mesmerismo e o Sr. Vankirk, que é um de seus pacientes em que ele usa a técnica já há um bom tempo... Então somos presenteados com um diálogo entre o Sr. Vankirk e nosso narrador, em que este questiona o paciente sobre temas como Morte, Deus e a vida...


O diálogo entre os personagens é denso e certamente a leitura deste conto levanta várias reflexões ao leitor, principalmente no que compete ao que sabemos ou ousamos conjecturar sobre a espiritualidade e a morte... Por vezes, o Sr. Vanvirk se perde em seus pensamentos e não é apenas o narrador que nos passa a sensação de falar sozinho... É como se o paciente falasse consigo mesmo durante a conversa com o outro personagem...

Confesso que nunca tinha lido esse conto antes, e ele me foi o mais complexo até o momento. Não espere terror ou suspense, embora ainda possua um leve teor soturno, típico da escrita de Edgar Allan Poe... O final é impactante e certamente irá surpreender o leitor...

Enfim, espero que tenham curtido a postagem... O conto de junho é O enterro Prematuro, e trata-se de uma releitura para mim... Beijos e até a próxima... 


segunda-feira, maio 30, 2016

Sobre o crescer/decrescer... O curioso caso de Benjamin Button

Finalizei a breve porém profunda leitura de O curioso caso de Benjamin Button, do incrível F. Scott Fitzgerald. Encontrar essa edição da Coleção Folha Grandes Clássicos da Literatura foi um achado, pois já tinha sido lançada semanas atrás e eu tinha perdido os dois primeiros números. Ele foi o segundo título da coleção... Mas quando vi na livraria, não hesitei em comprar...

Trata-se de uma história curta, com apenas 51 páginas, e fala sobre a vida de Benjamin Button, que ao nascer, trouxe estranheza e assombro a todos na cidade em que seus pais moravam. Desde o berço, sua figura espantava pelo fato de ter uma aparência de um velho de setenta anos. Após o choque inicial, a 'criança' é levada para casa e seus pais precisam se adaptar à sua condição, pois esperavam um bebê recém-nascido e não um filho que aparenta ter a idade do próprio avô... 


Por incrível que pareça, com o passar dos anos, algo de diferente se repara em Benjamin. Ele parece rejuvenescer a cada ano, e isso acaba trazendo vários problemas a ele e sua família, que se resignaram a ser alvo das fofocas da cidade sobre o ocorrido...

Encontrei vários elementos na narrativa que poderiam ser esmiuçados de maneira mais crítica em minha resenha, mas seria impossível falar muito sem tirar de vocês o elemento surpresa de algumas partes... Desde cedo Benjamin é uma figura que sofre com a recusa da família em aceitar sua particularidade, a incompreensão do fenômeno por parte da ala científica; ele é inserido num ambiente familiar que tenta a todo custo fazê-lo enquadrar-se nas convenções sociais tidas como normais - no que cabe ao crescimento/desenvolvimento de um bebê. É preciso adaptar o indivíduo à idade que ele tem, não a que ele aparenta ter... Mas quando se trata de um caso de 'decrescimento', não há maneira de obter sucesso nisso...

Mas nada como uma evolução nos negócios da família que não façam com que seu status social seja visto com olhos mais benéficos. Mesmo quando ele se envolve com uma moça de 25 anos, tendo ele a aparência de um senhor com 50. Hildegarde atrai Benjamin desde o primeiro instante e logo as fofocas sobre esse aspecto da vida de Ben recomeçam... Importante frisar que o tempo corre de maneira convencional para as pessoas ao seu redor, e ele é um caso único na vida...

Logo os anos dão ares de velhice a sua esposa e ele vai rejuvenescendo, e aquela a quem amou vai se tornando uma figura desagradável, e isso perturba o protagonista da história. Seus pensamentos acompanham sua aparência e logo ele se vê como um jovem sagaz, ardoroso e cheio de vida, com mentalidade de quem tem vinte e poucos anos e quer mais aproveitar o viço, preso a uma mulher que a cada dia se torna mais obsoleta para ele...

O fluxo 'natural' segue, e a cada momento, Benjamin se vê mais desajustado a seu 'ao redor'. Em dado momento, ele parece ser filho do próprio filho. E claro que isso gera desconforto entre seus parentes... 

"Em 1920, nasceu o primeiro filho de Roscoe Button. Durante as festividades de comemoração, no entanto, ninguém julgou ser "a coisa certa" mencionar que o garotinho sujo com aparentes dez anos de idade que brincava pela casa com soldadinhos de chumbo e um circo em miniatura era o avô do novo bebê."

O livro é sobre o desencaixe social do indivíduo. É ir além do aspecto psicológico e traz uma crítica perturbadora sobre os valores de nossa sociedade ao que é velho, 'ultrapassado', quando ele resolve se mesclar ao novo. Benjamin é uma espécie de peça avulsa de um quebra-cabeça, que vai contra o sentido 'normal' das coisas, que parece desafiar com sua existência, a própria lógica da vida. Apesar de ser uma obra curta, traz importantes questionamentos ao leitor que se entrega a leitura de maneira absorta e completa. 

Revisitar a escrita de F. Scott Fitzgerald só reafirma meu gosto por seus textos, por sua habilidade de criticar com maestria o próprio tempo em que viveu... Sem sombra de dúvidas, umas das melhores leituras que já fiz em trinta anos de passagem aqui na Terra... 



domingo, maio 29, 2016

O centésimo em Roma, de Max Mallmann

Ambientada no século I depois de Cristo, O centésimo em Roma fala sobre a vida de um centurião chamado Desiderius Dolens, e ao longo de suas 425 páginas, vivenciamos junto com o protagonista aventuras que beiram o cômico em sua jornada para virar um cavaleiro, e deixar para trás a vida de plebeu... 

O sonho de Dolens é fazer parte da nobreza, mas isso parece ser um sonho distante. O dinheiro que ele ganha em seu trabalho mal dá pra sustentar as contas de sua família, composta por mãe, irmã, escrava e esposa, pois seu pai é dado como morto, após ter abandonado o lar... Dolens ganha a fama de Carniceiro de Bonna, por ter matado centenas de pessoas sozinho durante um ataque e logo fica conhecido por sua força, mas a população de Roma mal sabe o que realmente aconteceu...

Dolens precisa de duzentos e cinquenta mil sestércios para se tornar cavaleiro, mas ocorrem vários imprevistos e ele nunca consegue juntar a quantia, então se vale de articulações políticas que logo caem por terra, e então ele é nomeado chefe de guarda dos urbanicianos, posto não muito louvável, diga-se de passagem. Logo ele se vê investigando um suposto assassinato, e essa investigação vai lhe render encontros e embates com cristãos que são suspeitos pelo crime. Em paralelo, tem que se desdobrar para manter a família confortável, defender o imperador, não importa quem ele seja - e tentar alçar o posto tão cobiçado, tudo isso contado com uma ironia refinada por parte do autor Max Mallmann.



O centésimo em Roma foi publicado pela Editora Rocco e nos traz uma escrita inteligente e cheia de referências históricas. Ao fim do livro, Max dispõe um glossário com os personagens que aparecem na obra, independente de sua importância ao longo da história. Você pode encontrar na lista um general, uma prostituta que se envolve com Dolens ou até mesmo seu cãozinho de estimação. Há também algumas notas acerca do processo de criação do livro, com textos utilizados pelo autor para criar e ambientar da maneira mais sólida possível a sua história, dando espaço para uma licença poética aqui e ali, que só enriquecem ainda mais a obra...

Apesar da genialidade do autor, a única coisa que não me fez gostar mais do livro foi o fato de - por ser um estilo literário ao qual eu não estou habituada a ler - não me empolgar tanto com sua premissa. Mas isso é uma questão de gosto pessoal, e não influi em nada na criatividade e talento de Max, que presenteia o leitor com uma história repleta de reviravoltas e bom humor, com cenários detalhados que nos transportam à velha Roma de poucos anos depois de Cristo...

Aos apreciadores do gênero, vale muito a pedida...


quinta-feira, maio 26, 2016

Sidarta, um espírito rebelde que buscou paz no mundo...


Minhas primeira experiência com Herman Hesse se deu de maneira positiva... A leitura de apenas 121 páginas fluiu bem e me fez levantar alguns questionamentos sobre a vida, através da filosofia budista apresentada por Hesse ao longo da história... O budismo descrito no livro é o que busca a paz interna e exterior, o indiano. Difere do budismo japonês ou mesmo aquele em que os beats mergulhavam... 

Sidarta nasceu em meio ao luxo e em determinado momento da vida, passa a querer adquirir sabedoria, e para isso, resolve abandonar o lar paterno junto com um amigo a fim de descobrir como é a melhor maneira para se viver... Mas obviamente, o caminho se revela tortuoso e cheio de provações, que farão com que Sidarta descubra que não há fórmulas prontas para transcender...

Na companhia de seu amigo Govinda, Sidarta se juna a um grupo de ascetas errantes, chamados Samanas. Logo os destinos dos dois amigos se bifurcam e sozinho, ele parte numa jornada de novas experiências e aprendizados, tendo até as águas de um rio como mestre já na fase madura de sua vida, após alguns anos de sofrimento e meditação... 

"Ando sem rumo. Apenas vou caminhando. Sou um peregrino."

É com o passar dos anos que Sidarta encontra algumas respostas para as perguntas que o inquietaram durante a juventude. Ele aprende que não há como passar a seu descendente as experiências de sua própria vida, a fim de lhe poupar as quedas. Ele passa da soberba a humildade, da riqueza a pobreza, dos hábitos mundanos a sabedoria. Sua vida é uma verdadeira passagem, cheia de renovações e desenvolvimento... 

"O mundo, amigo Govinda, não é imperfeito e não se encaminha lentamente rumo à perfeição. Não! A cada instante é perfeito. Todo e qualquer pecado já ttraz em si a graça. Em todas as criancinhas já existe o ancião. Nos lactantes já se esconde a morte, como em todos os moribundos há vida eterna."

Segundo Hesse, morte e vida, pecado e santidade e sabedoria e loucura caminham lado a lado, numa interessante e intrincada dualidade, a quem qualquer indivíduo que busque pode discernir... Certamente, uma leitura grandiosa...

quarta-feira, maio 25, 2016

[vídeo] Leituras para o Dia da Toalha

Olá, pessoas queridas. Como estão? Pegando carona no dia de hoje, Dia do Orgulho Nerd [ou dia da Toalha, se preferirem], trouxe um vídeo do canal para que vocês confiram quais leituras me propus a fazer nessa data emblemática... Peguem suas toalhas, cliquem no Play e Feliz 42...






Aproveitem para se inscrever no canal, curtir, compartilhar e afins *risos* Vou adorar curtir o feedback de vocês... E me perdoem os erros e talz, ainda tô aos trancos e barrancos nessa vibe de vlog... hehehe




Beijos e obrigada pela visita!!!


segunda-feira, maio 23, 2016

O corvo - Edgar Allan Poe



"Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gesto severo, - o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não é ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais;
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o corvo disse: "Nunca mais".
Machado de Assis 





"E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".
Fernando Pessoa

Considerado um dos poemas mais famosos da literatura clássica moderna, O corvo, escrito por Edgar Allan Poe ganhou uma versão em ebook que pode ser encontrada no site da Editora Darkside Books, e você pode baixá-la gratuitamente. Além da versão original em inglês, o ebook nos presenteia com duas de suas incríveis traduções, uma delas pelo grandioso Machado de Assis e a outra por Fernando Pessoa, e eu não saberia dizer qual das duas é mais fiel à narrativa em sua língua original [meu inglês não é dado a essas coisas], mas em ambas percebemos o cuidado estético de tradução, a fim de passar ao leitor a essência soturna do poema.

Edgar Allan Poe foi um dos grandes nomes da literatura americana, escreveu poesia, contos policiais e de horror, sendo mais reconhecido por estes últimos. Teve uma vida breve regada a infortúnios, que acabam por se espelhar em sua obra. Sua morte até hoje é cercada de mistério devido à situação calamitosa em que foi encontrado na rua, dias antes de falecer num hospital... 


O corvo - ou The Raven - foi publicado pela primeira vez em 1845, notável por seus versos cadenciados e atmosfera terrorífica, repleto de metáforas e considerado um expoente do romantismo na literatura americana. O corvo, figura agourenta que bate à porta do narrador, pousa sobre o busto de Atena, representando a morte, que levou a amada Lenore da vida do narrador... A ave negra representa a inevitabilidade da morte, que nos é irremediável e através de sua figura, percebemos o pesar que se abateu sobre o coração do homem que perdeu o amor de sua vida. 

Além das traduções para o português, Charles Baudelaire também traduziu para o francês, bem como outros de seus trabalhos. No ebook da DarkSide, a parte final é um texto escrito pelo poeta francês, que admirava a obra de Poe. 





Existem inúmeras referências na cultura pop a partir da obra do escritor, em especial ao poema O corvo. Filmes, curtas, livros, músicas... Soam como verdadeiras odes ao talento do mestre, que tão pouco viveu, mas imortalizou-se na literatura de horror fantástico como poucos o fizeram...



Para ler o poema, clique no link abaixo:
Para mais postagens sobre o autor:







sexta-feira, maio 20, 2016

Misérias Anônimas...

Eis mais uma leitura da Chiado Editora que me deixa no mínimo perturbada, saindo adoravelmente de minha zona de conforto... [na verdade não saindo tanto assim...] Misérias  Anônimas, de Paulo Viana, é o retrato ficcional da não-ficção de muitos, e que ilustra bem o cotidiano de famílias imersas no descaso e nas tristes fatalidades do destino...

"O velho poste de madeira emitia uma  amarela agourenta sobre as duas crianças que brincavam em uma viela imunda ao pé do morro. Ao lado, uma imensa escadaria serpenteava dividindo o Morro de Santa Virgínia ao meio. Os barracos de madeira e zinco e as vielas labirínticas davam ao morro uma aparência de formigueiro desordenado."

O cenário principal é o Morro de Santa Virgínia. Ousaria dizer que a favela é em si um protagonista, que enreda e entrelaça os ali viventes numa teia de desastres partilhados ao longo de anos... figuras anônimas que ganham nomes nessa obra, e cada uma delas representando um indivíduo da vida real...

Um garoto é abusado constantemente pelo próprio pai, enquanto assiste a sua mãe ser espancada em seu barraco pobre no morro. A fim de aplacar a dor das surras, Antonia se refugia nos livros de romance. Outra que é abandonada pelo pai de seus filhos e após uma tragédia, perde um de seus rebentos... Há também uma garota que vive em função de cuidar de sua mãe doente. Uma mulher jogada num asilo depois de ter sua fortuna roubada pelos próprios filhos... O destino dessas pessoas se choca, dando vida à uma cantora pop famosa mais de uma década depois. E que precisa retornar ao seu passado, a fim de enterrar de vez o sofrimento de toda sua infância naquele lugar esquecido por muitos...



Uma mãe drogada, fome, medo da polícia, problema com moradias, pai bêbado e violento podem soar clichês como elementos para essa trama, mas estão tão bem estruturados que parecem soar como uma música, melancólica e triste. Juntem a arrogância de alguns e o desprezo de outros, bem como o muro invisível que separa pobres e ricos e temos um retrato bem fiel à realidade brasileira, e o autor consegue dar voz e vez à mãe que perdeu seu filho num mar de lama após a tempestade por abaixo os barracos da encosta, à filha que se deixa seduzir depois de muito resistir aos encantos do tráfico, que promete vida fácil, mesmo perigosa. Tal sedução se sobressai às misérias da vida na favela, e no fim das contas, parece ser o único caminho disponível a se trilhar por pessoas como ela...

Outro ponto importante a frisar nessa obra, que cumpre bem o papel de crítica social é a posição da mulher, em vários aspectos, que labuta para sustentar os filhos, depois que o homem da casa vai embora. A violência que permeia a vida de Antonia, Eugênia, Henrieta e Hercília, de Amália e Anabela supera o físico, abala o psicológico dessas mulheres, atinge as camadas mais profundas de suas existências. E até Giovanna, a artista pop que volta para encarar seu passado, tem demônios a enfrentar e que atormentam seu espírito. E falando em Giovanna, além de negra, simboliza outro tipo de indivíduo execrado pela sociedade, mas que valendo-se do campo ficcional, Paulo Viana permite a ela um final feliz...

Sobre a parte técnica do livro, se houve algum erro em sua diagramação, as lágrimas que derramei em alguns trechos fizeram passá-lo despercebido... Uma capa belíssima [a obra Retirantes, de Cândido Portinari] simboliza muito bem o retiro de alguns daquela aridez de vida na favela... seja para uma melhor vida, seja para o desconhecido ou para a morte, em alguma sepultura no alto do morro...

"Nossa existência não é nada mais que um curto circuito de luz entre duas eternidades de escuridão." Vladimir Nabokov.

quinta-feira, maio 19, 2016

TAG Star Wars

Olá, pessoas. Como estão? Vi essa Tag no blog Livros ontem hoje e sempre e achei pertinente trazê-la aqui pro blog... É bem simples responder as perguntas, basta relacionar personagens de Star Wars com livros... 


Chewbacca: alguém que sempre vai estar lá por você.


Tolkien. O universo criado em O Senhor dos anéis é de me fazer desejar ir pra lá depois que morrer... Sempre haverá espaço na estante, nas leituras e no coração para os livros da Terra-Média... 


C3PO: personagem ou autor perdido, desesperado.


Olha... quem vem na minha cabeça quando se trata de autor perdido é Julio Verne, com Viagem ao centro da Terra. O livro tinha tudo pra ser bom, mas as páginas finais só me trouxeram frustração. Mas li outras obras dele e super recomendo... Mas não inicie com Viagem...

R2D2: livro na língua mais estranha que você já leu.


Laranja Mecânica e seu vocabulário 'Horrorshow' HAHA Não tem outro. 

Luke Skywalker: um livro que foi importante na sua "formação" (para se tornar um Jedi, claro! ;)


Eu poderia citar as obras de Monteiro Lobato, a série do Sítio do Pica-pau amarelo... Tomei paixão pelas letras ao ouvir as Histórias contadas por Tia Nastácia, Dona Benta... me vi percorrendo os corredores do Labirinto do Minotauro...


Han Solo: bonitinho, mas ordinário…


Bem difícil... Não consigo encontrar algum autor que se encaixe aqui... Vou ficar devendo essa pra vocês... 


Princesa Leia: a força é forte nela.



Uma personagem que me lembre a força de Leia Organa seria Morgana, d'as Brumas de Avalon. Em meio a tantas perseguições de cunho religioso, ela consegue perseverar em suas crenças num ambiente cada vez mais cristão...

Yoda: De sabedoria o livro é.


O pequeno Príncipe. Ok que a resposta foi bem clichê, mas essa leitura sempre me proporciona evolução a cada vez que a revisito... 


Darth Vader: seu melhor vilão!


Dracula. Preciso nem descrever, né?

Millennium Falcon: parece que não... mas vai!



Como água para chocolate, de Laura Esquivel. O começo foi meio morno, mas depois a leitura foi ficando mais intensa e seu desfecho foi poético... 


Então é isso, pessoas. Espero que tenham curtido a Tag. Quais seriam as respostas de vocês? Me falem aí nos comentários... Beijos... ;)

quarta-feira, maio 18, 2016

#LendoSandman Espelhos Distantes [5º arco]


O arco a ser discutido dessa vez conta com três histórias que são baseadas em eventos históricos. Tratam-se das edições 29, 30 e 31 e que foram compiladas no volume Fábulas e Reflexões, em que estão presentes outros 'mini-arcos' [que logo serão debatidos aqui no blog...]. Espelhos Distantes serve como um interlúdio entre a história apresentada em Estação das Brumas e Um jogo de você... Por trazerem elementos em comum, estas três histórias são consideradas um arco.



Na primeira delas, Thermidor, uma mulher carrega uma cabeça e é abordada na rua por dois homens desconhecidos, que tencionavam assaltá-la. Quando consegue se desvencilhar deles, ela chega a um quarto de hospedaria e passa a ter uma conversa com a cabeça que carregava... Logo descobrimos sua identidade, e é alguém muito  importante para o mestre dos sonhos... Essa primeira história faz referência a Robespierre, a guilhotina e se passa na França de 1794. A estranha mulher é Lady Johanna Constantine [sim, ela é parente de quem você pensa que é], e após um pacto com Morpheus, ela recupera a preciosa cabeça, que é também procurada por Robespierre, um personagem histórico que teve papel importante na Revolução, e nessa HQ encarna a figura do tirano que se julga justo, mas não passa de um intolerante fanático. 

Robespierre condena a morte várias pessoas por uma busca insana pela cabeça que está em posse de Lady Johanna, mas se recusa a acreditar que essa cabeça exista'. Mesmo que no evento histórico real ele possa ser considerado um 'cidadão de bem', por algumas de suas ideologias, Gaiman dá outro aspecto a sua personalidade e caráter, tornando-o um fanático perigoso que não poupa ninguém para alcançar seus objetivos...







Na segunda história - Agosto - viajamos para uma Roma Antiga, do tempo dos imperadores e conhecemos Augusto, sobrinho de Júlio César. Disfarçado como mendigo, ele tem a companhia de Lycius, um anão bastante questionador. A história seria uma espécie de presságio para os tempos futuros, pois muito da cultura ocidental bebe da fonte romana. É como se o sonho do imperador se perpetuasse imortalizando o seu nome. A história traz referência também a homossexualidade de César com seu pupilo...





No desfecho desse arco temos a história de Três Setembros e um Janeiro, sobre Joshua Norton, que planeja se matar quando percebe a merda que sua vida se transformou, mas lhe falta coragem para levar adiante seu intento. Entra em cena uma das irmãs de Morpheus, Desespero. Ela propõe uma aposta a Sonho, que ele resgate Joshua de seu pensamento suicida, mas ele não está disposto a entrar nos joguinhos da irmã... Joshua perdeu tudo, e além de Desespero, Delirio e Desejo entram na brincadeira para ver onde aquilo vai dar... Lemos nas entrelinhas uma certa culpa atribuída a Sonho pela partida do irmão mais velho, e Desespero meio que joga isso na cara do irmão. 



Voltando a Joshua, ele se intitula imperador dos Estados Unidos. Ele realmente existiu e segundo sua história, a loucura e mania de grandeza o fizeram grandioso... Ele acaba protegido pelo Sonhar de Morpheus, que ganha a aposta com seus irmãos... A partir do momento que Joshua se coloca na posição de alguém importante, os desejos suicidas desaparecem...

Joshua tinha um compromisso com a nação americana [em seus delirios, claro]. Robespierre tinha um compromisso com a nação francesa, embora tenha sido vítima de seu próprio veneno, e Augusto eternizou Roma, com seu governo mais ou menos em paz... São espelhos distantes refletindo algo que chega até nós, na época atual... Sentimentos como liberdade, liderança e esperança [Sonhos], que não se deixam morrer... 




Então é isso, espero que tenham curtido a resenha... Peguei as imagens da internet, pois não tenho as edições e tô lendo online por aqui... E logo trarei a vocês o próximo arco, Um jogo de você...
Até a próxima... Beijos... 



terça-feira, maio 17, 2016

A tragédia de Medéia










 "É terrível a ira, e mais difícil de acalmar, quando são dois amigos que a discórdia põe em luta."









Fazia tempo que não trazia outra tragédia grega resenhada aqui no blog. Adquiri o hábito de ler peças gregas ainda na faculdade, embora conhecesse o enredo de algumas delas bem antes disso, por gostar de mitologia e afins... Mas a cada leitura que faço, me sinto ainda mais enlevada pelo alto grau de qualidade e drama usado para escrevê-las, e o leitor se sente de tal forma inserido na trama que é como se tudo nos fosse narrado e encenado num palco... 

Para quem não conhece a peça Medéia, fala sobre a mulher que dá nome ao livro, desgraçada de infortúnios por  ter abandonado sua pátria ao casar-se com Jasão, e depois de dois filhos feitos, ser abandonada pelo marido pois este iria consumar casamento com a filha de Creonte. Tomada de cólera e ciúme, se sentindo ultrajada pela traição de Jasão, ela planeja vingar-se, antes que seja expulsa da cidade, já que o próprio Creonte, sogro de Jasão, o fez...

Medéia foi escrita em 431 a.C. e nos mostra o retrato de uma mulher que traz a dualidade ódio/amor dentro de si e é capaz de perpetrar atos hediondos e insanos, mesmo temendo as consequencias. Além de repudiada pelo marido, ela também é uma estrangeira perseguida. Não há mais lugar para ela chamar de pátria... Certamente é uma das figuras femininas mais impactantes da literatura clássica mundial...

A edição que possuo - da Editora Martin Claret -  tem um capítulo que fala sobre a história do teatro, da tragédia e uma minibiografia do autor, Eurípedes. Indico para quem deseja se familiarizar com o formato de peça, devido aos fortes diálogos e cenas impactantes encontrados na obra... Leitura densa na proporção adequada, com um fundo psicológico presente, agregado de uma crítica social considerável...

domingo, maio 15, 2016

Fome, por Lilian Farias


Li recentemente o ebook da autora Lilian Farias, intitulado Fome. Trata-se de uma obra curtinha, que nos presenteia com três contos, no melhor estilo erótico de horror e que vai deixar os leitores mais sensíveis chocados, tal a crueza encontrada na escrita de Lilian. O primeiro deles, intitulado Efeitos Eróticos, é sobre uma transa louca e inusitada entre Márcia, que atrás da vítima perfeita suborna a recepcionista de um consultório a fim de fazer uma 'surpresa' a seu 'namorado' e André, que havia ido até lá doar sêmen e não conhece aquela mulher que vai levá-lo a loucura em alguns minutos dentro daquele quarto. Meses depois descobrimos qual o desfecho desse encontro inusitado, com uma pitada de horror mesclado à narrativa...

Uma noite com Matilde é sobre uma mulher que deseja ser mais do que aquela que vê no reflexo dos espelhos das ruas e esquinas. Matilde deseja a sujeira da vida, violar os bons costumes e ultrapassar a barreira que persiste em dividi-la em mulher 'boa-moça', com penteado tradicional, e mulher-lama-sangue, que se esparrama na moita com peles desconhecidas. E é num boteco qualquer que ela encontra aquele a quem vai ajudá-la nessa transição de mulher perfeita em mulher lambuzada de gozo e sangue...

 Por último, mas não menos importante, Mané Formoso é o conto final que encerra a obra. É sobre o encontro de duas almas perdidas da vida em um metrô, sobre a conexão sexual que envolve a ambos mesmo sem se tocarem. A fantasia se mescla com o real nos sonhos de Mané Formoso, pois Maria e sua bunda eram seu objeto de desejo e contemplação. Aquele corpo lhe traria tudo, vida e morte...

A escrita de Lilian deixa o leitor em suspenso; avidamente devoramos página a página, como uma Fome angustiada que dá nome ao livro. Com finais surpreendentes, não espere um conto 'mais do mesmo', é notável a criatividade de suas palavras, são passagens inteiras que nos deixam desnorteados. Fome é um belo e prazeroso soco no estômago...

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Você pode adquirir o seu ebook na Amazon por apenas R$1,99. 



sexta-feira, maio 13, 2016

Top 3 - Livros de Lovecraft para uma Sexta-feira 13

E nessa sexta-feira 13, o que você gostaria de ler? Numa data tão emblemática, o melhor é escolher um suspense de arrepiar, ou uma obra repleta de terror psicológico... Melhor ainda quando podemos aliar as duas coisas numa só leitura, e são poucos os autores que conseguem isso... Então, vim indicar três livros da Série H. P. Lovecraft da Editora Hedra, que podem te fazer companhia num dia como esse...



A busca onírica por Kadath
Pertence ao Ciclo dos Sonhos, sendo protagonizada por Randolph Carter, o alter ego de Lovecraft. Depois de sonhar com uma fabulosa cidade ao pôr do sol e de acordar sem ter contemplado a grandeza do maravilhoso panorama criado por sua fantasia, Carter pede a permissão dos deuses da terra para visitar a cidade. Para cumprir a jornada, ele mergulha no mundo dos sonhos e empreende uma jornada repleta de perigos em busca de Kadath.



A cor que caiu do espaço
Um vilarejo a oeste de Arkham vê-se em perigo quando um meteoro cai na propriedade de um fazendeiro local e traz consigo uma estranha aberração cromática que afeta a flora e a fauna da região – e cria o cinzento e estéril “descampado maldito”, onde nada cresce. O apêndice do volume é composto por “Notas sobre uma não entidade”, o mais longo relato autobiográfico escrito por Lovecraft, “A confissão de um cético”, breve ensaio em que o autor traça a evolução dos próprios interesses religiosos, científicos e filosóficos ao longo da vida, e “Notas sobre ficção interplanetária”, artigo em que defende as possibilidades artísticas da ficção científica ataca os clichês deste gênero.



Um sussurro nas Trevas
A história se desenrola em torno dos acontecimentos ocorridos após as grandes enchentes de Vermont em 1927. O acadêmico Albert N. Wilmarth, ao ouvir histórias sobre cadáveres de animais desconhecidos boiando nas águas, tenta vincular os relatos às crenças populares da região. O assunto ganha os jornais e com isso surge Henry Wentworth Akeley, um folclorista de Vermont que acredita na existência de cultos secretos e criaturas inumanas nas colinas do estado e logo percebe estar diante de coisas muito mais poderosas do que poderia imaginar. O apêndice traz o texto inédito “Vermont, uma primeira impressão”, um poético relato da viagem que influenciou de maneira decisiva a escritura dessa novela.


Em breve trarei resenha de um desses títulos para vocês... Ficou a fim de adquirir o[s] seu[s]? Clica aqui. ;)


quinta-feira, maio 12, 2016

Linha M

"Vou me lembrar de tudo e vou escrever tudo isso. Uma ária a um casaco. Um réquiem a uma cafeteria. Era no que eu estava pensando no meu sonho, olhando para minhas mãos."




Linha M é o segundo livro de Patti Smith publicado pela Editora Companhia das Letras, e eu tive a feliz oportunidade de lê-lo e trazer minhas impressões sobre essa leitura pungente e permeada de melancolia, sobre a vida de uma das artistas mais importantes da história do Rock Mundial... 

No livro autobiográfico Só Garotos, Patti conta a história de sua vida ao lado de Robert Mapplethorpe, mas em Linha M, eu diria que ela focou na figura de Patricia, em seus gostos por café, beats, viagens à túmulos e casas de artistas que ela admirou e em sua relação com o marido, Fred Smith, morto em 1994, em decorrência de um ataque cardíaco. 

"já sonhei em ter um café. Acho que essa vontade surgiu com as leituras sobre a importância dos cafés na vida dos beats, dos surrealistas e dos poetas simbolistas franceses. Não existiam cafés onde eu cresci, as havia nos meus livros, e eles floresceram nos meus sonhos. Em 1965 eu vim de South Jersey a Nova York só para perambular por aqui, e nada me parecia mais romântico que sentar e escrever poesia num café do Greenwich Village."

Patti visitou o México, e em seus bolsos colocou pedrinhas de uma prisão descrita num romance de Jean Genet, pois ela queria que o autor tivesse algo do lugar para onde ele gostaria de ter ido e não pôde. Descreveu sua saudosa relação com o pai, ateu e casado com uma testemunha de Jeová [sua mãe]... Foi a Berlin para uma palestra, e visitou lugares de importância poética para ela... Evoca os fantasmas da sabedoria beat a fim de lhe ajudar em textos que teimam em permanecer na mente, e não ousam repousar em seus papeis... Cita William Burroughs, amigo beat de longa data, que precisa ser evocado de outra maneira, pois já não pertence ao plano físico...

"Frases de detetive me trazendo à mente o tom grave de canto de boca de William Burroughs. Naquela travessia, fico pensando como William decifraria a linguagem de minha disposição atual. Houve um tempo em que eu poderia simplesmente pegar o telefone e perguntar a ele, mas agora preciso evocá-lo de outras formas."

Ela escreve sobre as lembranças que tem de sua mãe, sua infância comendo donuts com café nas manhãs geladas de sábado, sobre sua terra natal, Chicago. A artista une suas memórias ao presente de maneira que beira o místico, nostálgico, bucólico... Sobre sua mãe, "Sempre que eu fritava dois ovos, pensava nela."

"Uma época de pequenos prazeres. Quando uma pera surgia no galho de uma árvore e caía aos meus pés e me alimentava. Agora não tenho árvores, nem berço nem varal. Há rascunhos de manuscritos espalhados pelo chão, caídos da beira da cama durante a noite. Há telas inconclusas afixadas na parede e um aroma de eucalipto que não consegue encobrir o cheiro de terebintina e óleo de linhaça. Há antigas gotas de cádmio vermelho manchando a pia do banheiro - atingindo a borda do rodapé - e borrões na parede onde o pincel escapou. Basta entrar no espaço de vivência para sentir a centralidade do trabalho em uma vida. Copos de papel de café meio vazios. Sanduíches de balcão meio comidos. Um prato de sopa encrostado. Eis aqui alegria e abandono. Um pouco de mescal. Uma pequena masturbação, mas na maior parte só trabalho. - É assim que eu vivo - fico pensando."

Ela visitou o México novamente, andou pelos corredores da casa onde Diego Rivera e Frida Kahlo moravam, apostou na compra de um bangalô carcomido a beira-mar, sem sequer ter visto seu interior, e dali fez seu santuário... As lembranças daquele dia das bruxas em que Fred foi embora e um mês depois, seu irmão Todd deixando a vida também... Foi ao Japão colocar flores nos túmulos de autores suicidas. Retorna a Europa para visitar a última morada final de mais uma suicida, a poeta Sylvia Plath... Conjectura sobre a vida, morte e o além de tudo isso...

A passagem implacável do tempo, transmutando tudo, levando os vivos, arrancando a pureza da infância, deixando rastros de um passado há muito vivido... São memórias que nos são compartilhadas de maneira íntima, profunda e casual. Sem pretensão a 'fazer arte'. Mas Patti faz... Em pouco mais de 200 páginas e carregada de melancolia, ela compartilha de suas tristezas, perdas e conquistas, seus pequenos paraísos-perdidos... "Talvez não seja possível criar matéria a partir de devaneios nem recuperar uma espora poeirenta, mas podemos juntar o sonho e trazê-lo de volta como um todo."


segunda-feira, maio 09, 2016

Compras e Recebidos - Abril [2016]

Olá, pessoal. Demorei mas cheguei com a Caixa de Correio de Abril. Desculpem a demora em postar mas estes dias foram meio corridos pra mim... [e continuam sendo hahaha]... Vamos conferir o que recebi ao longo do mês? Tem muita coisa bacana...

Recebi dois livros da Editora Companhia das Letras, Só garotos [já resenhado no Dose Literária que também é parceiro da editora], e o Linha M, de Patti Smith. Esse último já está sendo lido e esses dias sai a resenha, mas o Só garotos você pode conferir minhas impressões clicando aqui.


Recebi o Kit do Encontro da Rocco que fui em março, mas só pude pegar os brindes depois com uma das organizadoras do evento... 



Dias depois fui num evento da Giz Editorial, para o lançamento do livro de Lilian Farias, Mulheres que não sabem chorar. Além da noite maravilhosa, ao lado de pessoas super incríveis, recebi em mãos o livro Bichomemulher de Magali Polida, outra parceira do blog, um marcador magnético de Tailany e os livros de parceria que peguei com Lilian, além de uns brindes lindos que ela me presenteou...

Resenha aqui

Clica aqui pra ler a resenha...

A cor púrpura está sendo relido, Os segredos matemáticos dos Simpsons e Misérias Anônimas foram lidos e os posts estão programados. A próxima leitura é Caçando Che, e logo vocês podem conferir post sobre ele aqui também...



Mesmo tendo lido Mulheres que não sabem chorar na edição antiga, pretendo reler pelo meu novo exemplar... O céu é logo ali também vai ser resenhado em breve... Ainda ganhei uma linda caixinha de brinde...


Resenha Mulheres que não sabem chorar
 Ganhei ecobag, marcadores, livretos, bottons, chaveiro, uma linda caixinha com papel de recados... Algumas dessas coisas foram sorteadas na Roda de Leitura de Abril...


Na semana seguinte compareci ao evento de lançamento do livro Pequeno Dicionário de Grandes Personagens Históricos, sendo que dois dos autores foram meus professores na faculdade, e ganhei um exemplar de Kalina Vanderlei. Em breve, haverá resenha dele aqui, aguardem... ;)



Não é livro mas queria mostrar a vocês meu copo lindo de Star Wars haha. Comprei pela revista Tupperware e agora ele sempre vai comigo para o trabalho... 



Ganhei o livro O bisturi de ouro na Carnatona, maratona online que participei no feriado de carnaval. Mas não tenho previsão de quando irei ler... As cores do Entardecer foi de uma promoção que ganhei num blog. 


Com relação as compras, foram apenas duas revistas e uns quadrinhos... Hellsing e YuYu chegaram ao fim, enfim completei minhas coleções...

Hellsing #10
Conan #46
YuYu Hakusho #18 e #19
O livro de Ouro do Recruta Zero #3
Leonardo Dicaprio - Especial para Fas 
O Guia de Game of Thrones - Super Interessante



Bem, por hoje é só. Espero que tenham curtido a postagem. E fiquem de olho porque logo sairão mais resenhas das obras que recebi... 

Beijos

sábado, maio 07, 2016

Os versos que ela fez para mim...

A autora Magali Polida é um ser pensante e vivente que exala poesia. Tive o enorme prazer de conhecê-la pessoalmente mês passado, e não é que ela escreveu alguns versos dedicados a mim? Me senti honrada e especial. E como forma de agradecer o carinho e gentileza, resolvi registrar aqui nessa postagem suas singelas palavras...

Click por Tainá Maivys


O mar ia
Ler um livro.
O mar ia
Ler o mundo.
Ficou penteando suas ondas.
Vá lê!
Aproveite e ria.
Com as escritas da pele
Que história com o corpo
Conta Valéria.
[13h10min – 12.04.2016]


Ela: Elemento pigmentado com vitamina C.
Alaranjou.
Feito suco adocicado e cítrico
Agridocicou.
De nome Maria
Ainda não mãe.
Valéria ria
Dessa poesia, dessa utopia
Dessa estou pia
Com pratos, com prantos.
Elementar, minha Quinto elemento:
A vida é alimento, a vida é lamento.
[13h20min – 24.04.2016]

Se deseja saber um pouco mais do trabalho dela, acompanhe a Página de seu livro Bichomemulher, que já foi resenhado por aqui. E em breve, haverá o sorteio de um exemplar, então fiquem de olho... ;)

quinta-feira, maio 05, 2016

Lendo Sandman - Estação das Brumas [4º arco]

Trago mais uma postagem do Projeto literário #LendoSandman que está sendo organizado por Raquel Moritz no blog Pipoca Musical. Disparado, Estação das Brumas foi meu arco preferido até o momento, e compreende as edições 21  a 28. O início do arco nos apresenta Destino, um dos irmãos Perpétuos, que recebe a visita das Mulheres cinzentas em seu jardim, e profetizam algo que faz com que o Perpétuo convoque os seus irmãos...



Nesse conclave aparecem o misterioso Morpheus [Sonho]. o sexy e provocante Desejo, a horripilante Desespero, a insana Delírio e... Morte. O último irmão não comparece a reunião de família... Em dado momento, Desejo provoca a ira de Morpheus, ao criticá-lo sobre seu romance com Nada, condenada ao Inferno por rejeitar o amor de Sonho... Morte tenta aconselhá-lo e ele percebe que ela concorda com Desejo, e a partir daí ele resolve reparar a injustiça cometida contra Nada, há dez mil anos... Eis o prelúdio do que está por vir na história...

Sandman parte para o Inferno a fim de resgatar sua amada, mas antes toma algumas precauções. Sua última estada na morada do sofrimento eterno não foi amistosa, e ele teme que Lúcifer o puna pela visita anterior. Munido de seu elmo ele parte para as Terras sombrias e nada do que imaginava aconteceu. Ele se depara com um lugar praticamente vazio e um Lúcifer decidido a partir para sempre dali, mas não antes de entregar em suas mãos um poderoso presente/artefato. 

"Aos amigos ausentes, amores perdidos, velhos deuses. E à estação das brumas; e que cada um de nós sempre dê ao demônio o que lhe é merecido."
Particularmente acho incrível o trabalho de Neil Gaiman em reunir personagens já apresentados anteriormente na história, com elementos místicos, religiosidade e fantasia de maneira primorosa. Ele nos convida a um passeio pelas terras nórdicas do Ragnarok, faz referência a personagens de outras tramas do universo dos quadrinhos. O artefato que Morpheus recebe de Lúcifer acaba sendo alvo de disputa de diversas divindades, entre elas Anúbis, Odin, o Chaos, a Ordem, entre outros...

Mortos e condenados vagam pela Terra e Morte está tendo um certo trabalho em colocar tudo em ordem, e nesse ínterim, conhecemos Charles, um garoto que mora no internato e que logo descobre que os antigos moradores que tiveram suas vidas ceifadas entre aquelas paredes ainda perambulam por ali... Ele descobre o quão perversos alguns deles podem ser... 

Retomando o fio condutor de Estação das Brumas, na mansão do Sonho, o anfitrião recebe tentadoras propostas de seus convidados para conseguirem o artefato, que vão de subornos, trocas de favores a ameaças sem sentido. Ele se dá conta de que aquele presente não facilitou em nada sua existência...

A trama vai seguindo rumo ao desfecho que, confesso - me deixou emocionada em dado momento... Ele vai reencontrar sua amada e recuperar o seu amor? O Destino reservou um final poético para seu irmão e Nada... Para que mãos o artefato vai seguir? Uma decisão impensada pode comprometer o funcionamento de todo o plano físico e etéreo... Mas Morpheus não tem muitas horas para decidir... O tempo corre implacável, mesmo para os eternos'...

Uma referência digna de nota logo no prelúdio é com a obra de Jorge Luis Borges - O jardim dos caminhos que se bifurcam. Todo o arco é sobre escolhas, que engendram em perdas, não importando que caminho é escolhido a se percorrer... Uma escolha anula todas as outras possibilidades.... Achei bem interessante essa alusão ao conto do escritor argentino... 

Em suma, foi meu arco preferido, por toda a alusão a mitologias que ele traz, pela própria busca de Morpheus por Nada e pela aparição dos demais Perpétuos... Sobre o ausente, ainda não há indícios que apontem o porquê de seu desaparecimento/isolamento... Se houve, passou despercebido por mim... 

Espero que tenham curtido a resenha... Em breve trarei uma postagem sobre as edições 29, 30 e 31... Não percam e continuem me acompanhando nesse Projeto... 


Postagens relacionadas:


segunda-feira, maio 02, 2016

Robert Mapplethorpe, 'o trabalho mais lindo de todos', segundo Patti Smith...

É difícil para mim revisitar as páginas de um livro que me marcou profundamente. E volta e meia sinto saudade de algumas dores e devaneios e me transporto para terrenos já percorridos, mas em raros casos, eles me permitem sensações novas... 



Só garotos é uma dessas obras. Conta a trajetória de vida de Patti Smith, como criança, adolescente, artista, mulher apaixonada pela poesia e por ídolos de carne e osso, que em meio a tantas adversidades conseguiu brilhar no mundo artístico. Mas - ouso afirmar - ela não conseguiu isso sozinha... E em sua autobiografia, publicada pela Editora Companhia das Letras, ela nos conta sobre uma pessoa especial, uma 'estrelinha azul', da qual só lhe restou "um cacho de seu cabelo, um punhado de suas cinzas, uma caixa com suas cartas, um pandeiro de pele de cabra. E nas dobras do desbotado lenço roxo um colar, com duas placas roxas escritas em árabe, enfileirando suas conta prateadas e pretas que me deu o menino que amava Michelangelo."

Nos primeiros anos de sua infância em Chicago, Patti já almejava algo maior em sua vida. Não se contentaria com um emprego de fábrica e sua paixão por livros e o ímpeto de se rebelar contra as convenções religiosas e sociais fizeram com que ela saísse de sua cidade rumo à Nova York. Sozinha, apenas com uma passagem de ida na mão e poucos pertences, ela queria ganhar dinheiro com sua arte, seus poemas e desenhos. Mas lá chegando, as dificuldades a recepcionaram... 

Quando consegue um emprego de caixa numa lojinha, depois de ter passado fome e dormido ao relento, surge numa situação inusitada aquele que viria a ser seu salvador, um garoto de cabelos cacheados, pele clara e olhos verdes e sonhadores; esse garoto era Robert Mapplethorpe



Uma lealdade mútua nasceu entre ambos e ao longo de vários anos eles dividiram quartos, apartamentos, colchões velhos e moedinhas para o metrô... Viviam se presenteando com coisas simples, reaproveitadas do lixo, compradas em brechós e lojinhas de penhores e souvenires. Escreviam, pintavam, desenhavam, fotografavam... Conheceram artistas underground nas calçadas e clubes novaiorquinos, tais como Andy Warhol, Candy Darling, Janis Joplin, Jimi Hendrix e Jim Carrol. Viram amigos se picarem, se suicidarem, irem embora para não mais voltar... 

Um incentivava o trabalho do outro, e mesmo nos momentos de aperto, em que o que ganhavam mal dava para o aluguel, eles nunca perderam a esperança em dias melhores, nem a cumplicidade que os unia, como se fossem um só... 



Moraram por um tempo no Hotel Chelsea, ponto de encontro de várias personalidades do meio artístico dos anos 60 e 70. Nesse período, Robert já dava indícios de sua homossexualidade. E novos caminhos foram surgindo entre os dois, novos personagens vieram para mudar o rumo da relação, e embora eles tenham se afastado fisicamente, o amor foi mantido...


"Os dois haviam se entregado a outras pessoas. Hesitamos e perdemos todo mundo, mas encontramos um ao outro novamente. Queríamos, ao que parecia, o que já tínhamos antes, um amante amigo para criar junto, lado a lado. Ser leal, mas livre..." 

Foi na época em que tomaram rumos diferentes que Patti montou sua banda, e a capa de seu primeiro CD foi tirada por Robert. O disco é considerado um dos cem melhores álbuns da indústria musical, e um precursor do movimento punk. Segundo Patti, "Até hoje quando olho para essa foto, nunca me vejo. Vejo nós dois." 


Já debilitado por causa da AIDS, Robert se despede da vida, enquanto Patti teve que permanecer com a lembrança de sua morte [Isso não é spoiler, tem na própria contra-capa do livro]. O livro é um verdadeiro mergulho nas memórias de Patti Smith, contando sobre seu envolvimento com Mapplethorpe, numa trajetória cheia de lirismo e poesia pungente... E pela segunda vez, findar este livro me fez chorar. Virei a última página com aquela velha e conhecida secura no peito e o 'engolir em seco' na garganta...

"Patti, será que a arte nos entendeu?" [...] "Patti", disse ele, "estou morrendo. É muito doloroso."
Meu amor por ele não podia salvá-lo. Seu amor pela vida não podia salvá-lo. Foi a primeira vez que entendi de verdade que ele ia morrer. Vinha sofrendo um tormento físico que nenhum homem deveria sofrer. [...] Robert morrendo: criando silêncio. Eu, destinada a viver, ouvindo atentamente um silêncio que demoraria uma vida inteira para expressar."
O livro possui algumas fotografias do acervo do casal. Tocar estas páginas e mirar por algum tempo estas fotografias sempre me é dolorido... Me sinto até como parte de Robert e Patti. Devo ser a filha deles em alguma antiga vida passada, quem sabe... E seria grata à algum milagre da vida se pudesse encontrá-los um dia, em alguma esquina de uma melancólica Nova York... talvez um dia, quando for possível uma viagem no tempo...

"Pensei em dar uma olhada nas suas coisas e no seu trabalho e, passando por anos de trabalho na minha cabeça, vi que, de todos os seus trabalhos, você é ainda o mais bonito. O trabalho mais lindo de todos.
Patti."