Projeto Primeiros Passos

 Em parceria com o blog Poesia na Alma, lançamos o Projeto Primeiros Passos, que consiste em ler ao longo de 2021, obras que fazem parte da Coleção Primeiros Passos e resenhar seis títulos aqui no blog. Serão 12 títulos diferentes e quem quiser conhecer todos, é só ficar de olho nas postagens bimestrais que sairão nos meses seguintes. 

Os títulos que escolhi para discorrer a respeito são: 

• O que é Cultura, de José Luiz dos Santos
• O que é Arte, de Jorge Coli
• O que é Teatro, de Fernando Peixoto
• O que é Cinema, de Jean Claude Bernadet
• O que é História, de Vavy Pacheco Borges e
• O que é Socialismo, de Arnaldo Spindel.

A Coleção Primeiros Passos trata-se de uma série de títulos de bolso publicados pela Editora Brasiliense na década de 1970, que possuem um vocabulário simples e de fácil entendimento, funcionando como uma espécie de introdução a assuntos específicos, que vão da Filosofia à Linguística e Temas Sociais. A Coleção tem dezenas de títulos. Posteriormente, com o sucesso de vendas a editora lançou a Coleção Tudo é História, voltada para temas a respeito do Brasil e da História Geral. 

Para acompanhar as postagens nas redes sociais, use a #ProjetolendoPrimeirosPassos 

Caso queira ler conosco, marque a # em suas postagens que nós teremos o maior prazer em interagir com vocês. 

Espero que apreciem o Projeto. Até o próximo post. 

Poesia Basca - das origens à Guerra Civil

 Fechando o ciclo antológico de poesias de origem ibérica, Poesia basca - Das origens à Guerra Civil apresenta trinta textos que se encerram com a Guerra civil espanhola, que vitimou inclusive - alguns nomes presentes no livro.

O idioma basco é falado por cerca de 600 mil indivíduos, sendo a única língua de origem não-indo europeia falada na parte Ocidental do continente, e também a mais antiga conhecida da Europa. Não se sabe a origem do idioma, nem a que ramo linguístico está ligada, dentre as línguas conhecidas hoje. Remonta a um período anterior às invasões celtas na Península Ibérica.

A obra compila canções desde o século XV, que abordam temas como guerras, luto, baladas de amor e vingança, alguns versos de caráter nacionalista e biográficos. Destaque para os poetas Bernat Etxepare, Anaut Oihenarte, José María Iparraguirre e Xabier Lizardi. 

Assim como os três títulos da antologia, este também foi organizado e traduzido por Fábio Aristimunho Vargas. 

São vastas as águas do mar,

seu fundo não pode ser visto;

- eu cruzaria tudo isto

para minha amada avistar.

Teus belos olhos,

amada minha,

me fazem cativo

sendo livre.

Quadras Antigas.

Itsasoak urak handi

Ez du hondorik ageri; 

- Pasako nintzake ni handik

Maitea ikusteagatik.

Zure begui ederro,

Ene lastaná,

Cativaturic nave,

Librea ninzaná.

Kopla zaharrak. 

 

A música de uma vida - Andrei Makine

 

Numa prosa introspectiva e melancólica, Andrei Makine nos transporta para as memórias de Aleksei Berg, um pianista soviético que acaba se tornando inimigo da pátria stalinista. Prestes a tocar em seu conserto inaugural, acaba por fugir da polícia política assumindo a identidade de um soldado que foi morto em batalha. Sendo assim, ele precisa combater ao lado do exército russo, a invasão nazista durante a Segunda Guerra. Nos deparamos com estilhaços de vida de Aleksei, que outrora foi pianista, soldado, perseguido, e suas vidas se intercalam como uma harmonia musical. Suas vivências inacabadas se interrompem abruptamente e ele logo inicia uma nota etapa, deixada de lado em dado momento a fim de que ele retome algo interrompido em seu passado de fuga.

Nesse ínterim de existências, o protagonista se depara com almas e cenários que parecem esquecidos pelo próprio tempo. Paisagens cinzentas e transeuntes que mais parecem esboços incompletos configuram encontros fortuitos e diálogos de turva luminescência.

observo a sala imersa na escuridão. Eles poderiam muito bem passar várias noites ali. Poderiam se acostumar a viver ali! Assim, em cima de um jornal aberto, costas contra o radiador, tendo uma lata de conserva por única alimentação. [...] a vida naqueles vilarejos a mil léguas da civilização é feita de esperas, de resignação, de calor úmido no fundo dos calçados. E aquela estação ferroviária sitiada pela tempestade é tão-só o resumo da história do país. Da sua natureza profunda. Aqueles espaços que tornam absurda toda tentativa de agir. A superabundância de espaço, que engole o tempo, que iguala todos os prazos, todas as durações, todos os projetos. amanhã significa "um dia, que sabe", o dia em que o espaço, as neves, o destino permitirem. O fatalismo...

A música de uma vida é subversivo; ao mesmo tempo em que cruza as gélidas paisagens dos Urais, trespassa o tempo com paranoias políticas, numa espiral de perdas e ganhos para o protagonista, com suas infinitas possibilidades e [des]encontros, unidos pelo amor à música de suas fermatas ao piano...

Clique no link abaixo para comprar um exemplar.

Andrei Makine emigrou de sua terra natal, a União soviética, para a França. Vive entre Paris e o sul do país. Seu romance de estreia vendeu milhões de cópias e venceu dois importantes prêmios literários franceses: o Medicis e o Goncours. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por maria Valéria (@naliteraturaselvagem)

Alceste, Electra, Hipólito - três peças de Eurípedes

 Eurípedes foi um dos grandiosos escritores de peças no período da Antiguidade. Escreveu tramas que possuem grandes dimensões psicológicas, conferindo maior 'visceralidade' a seus personagens. Publicado pela Editora Martin Claret, o compilado de três obras são o foco dessa postagem.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por maria Valéria (@naliteraturaselvagem)

Alceste, escrita por volta de 438 a. C., narra os acontecimentos que precedem a morte da personagem homônima, que resolveu se entregar à Morte a fim de que seu marido seja poupado dela, mesmo a despeito de seus irmãos e amigos. Admeto sofre com a decisão de sua esposa, mas a visita de Hércules altera o rumo dos acontecimentos...

Electra é a segunda peça presente nesta edição. Escrita em 408 a.C., pertence ao ciclo dos Átridas. Filha de Agamemnon, lendário personagem de Tróia, morto por sua esposa ao retornar da guerra. Desconhecendo os motivos que levaram sua mãe a cometer tal ato, junto com seu amante Egisto, Electra resolve dar cabo da vida de sua mãe, induzindo seu irmão Orestes a cometer o assassinato. Eurípedes nos apresenta diálogos densos e profundos. Electra é uma das tragédias gregas mais famosas de seu período.

Hipólito pertence ao ciclo Ático, escrita em 428 a.C. Os temas abordados aqui são a vingança e o ciúme. Os sentimentos dos personagens são levados ao extremo, juntamente com suas ações mais perversas. Dividida em cinco atos, Hipólito vive com o pai Teseu e sua madrasta Fedra. Enciumada, Afrodite faz com que Fedra se apaixone pelo enteado, trazendo a desgraça para o seio familiar. 

Para comprar um exemplar, clique no link abaixo

Eurípedes nasceu em Salamina, ou Atenas, provavelmente em 484 a.C. São de sua autoria cerca de 92 peças de teatro, mas apenas 19 delas chegaram à atualidade, além de alguns fragmentos. Dentre suas peças mais famosas destacam-se Medeia, As troianas e Ifigênia em Táuris.