segunda-feira, julho 26, 2021

Mobilidade Urbana no Recife e seus arredores - José Luiz Mota Menezes

 Em mais uma publicação da CEPE Editora, José Luiz Mota Menezes aborda a questão da locomoção no espaço público da cidade de Recife e suas adjacências, na obra intitulada Mobilidade urbana no Recife e seus arredores. Durante as décadas de 1940/1950, a capital pernambucana passou por uma estruturação arquitetônica a fim de modernizar suas ruas, praças, viadutos e demais construções urbanas. 



A Avenida Guararapes, uma das mais movimentadas do Recife, foi inaugurada. Contemporâneo a esse período, Mota Menezes frequentava os espaços populares. É com conhecimento apurado por formação acadêmica na área de Arquitetura e Urbanismo que ele tece um interessante panorama a respeito dessas modificações que propunham dar ares de modernidade à cidade.

       

O autor ainda critica a falta de preparo das instituições responsáveis pelas modificações, que em muitos momentos não levavam em consideração a praticidade de locomoção, a despeito da estética - que contribuía de maneira negativa para a questão do tráfego nas rodovias, ruas, principalmente no que tange ao transporte coletivo da época. 



A obra conta com inúmeros mapas, plantas arquitetônicas, imagens da cidade do Recife, que abrangem o período entre 1537 aos dias atuais. Trata-se de um material primoroso e de linguagem didática, acessível aos leigos na área. Em suma, uma obra que merece ser apreciada, seja à titulo de curiosidade ou a nível acadêmico. Mobilidade urbana satisfaz um público leitor amplo e desvela particularidades de uma das capitais mais antigas e importantes desde o período colonial. 

Estavam todos cegos diante de um progresso nada moderno, e sim vinculado ao capital, e este ao entendimento de uma política ineficiente no resolver a questão. Aconteceu logicamente o domínio de quem desejava o veículo e aquele falso progresso que ele trouxe no seu bojo.


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quarta-feira, julho 21, 2021

Ladies of the night / Althea Prince #PoesiaRotaMundo






Ladies of the Night

The Ladies of the Night
Waking up when needed
To sweeten the horrors of the night
That no one's taken back

Thhey sweeten the dank, dark scents
When everyone sleeps...
All but the night soil men

Are these jobs open to women?

I went back there. 

There was a time I left 
... thinking no one kwew me when...

Now I peer at the faces
Hoping for no recognition
And finding instead... a fine, fine madness...
... thinly disguise as gladness
If only I had seen it way back then
When my spirit ached for arms to hold me
Reaching out through the thick, thick darkness
Of the night

Then I moved in the shadow
My heart in a hollow, loving so
Seeking to follow in footsteps...
some too deep, some too shallow
How I loved so...
And ached so... and wanted so...

Sun setting in a west sky, touching sea...
caressed land

Do men and women love so... here?
Then why to they hate so? hit so? leave so?
Is there a malaise of commitment
Me hear so, dem say so, nuh mus so make so?

Moon watching on a dark-dark night
Behind a cloud , a silver shroud
He wooed her, protected her, then released her
Defenceless to the wolves
Nuh just so does make so?
Nuh you must know ah so make so?

If only a had seen it way back then
When their petals opened softly in the dark
The Ladies of the Night
Waking up when needed
To sweeten the horrors of the night
That no one's taken back



Althea Prince nasceu em 1945 na ilha de Antígua. Desde a década de 1960 reside no Canadá e é professora, além de escritora. Na ficção, escreveu Damas da noite e Loving this man. Being black é um livro de não-ficção publicado em 2001.


Antígua e Barbuda é um país insular pertencente à América Central, tendo a língua inglesa como idioma oficial e é constituída de duas ilhas maiores, seis ilhotas menores e mais 29 ilhotas desabitadas. A porção denominada Barbuda era povoada até o ano de 2017, quando um furacão forçou a evacuação total da região.

A cultura do país é predominantemente britânica, devido à colonização das ilhas, mas a cultura americana também se faz presente entre a sociedade. Dentre os nomes notáveis nascidos no país, está a escritora Jamaica Kincaid, embora tenha sido radicada nos Estados Unidos. 

Saint John, capital de Antígua e Barbuda



A poesia selecionada faz parte do Projeto RotaMundo, em parceria com o blog Poesia na Alma. Neste mês de julho teremos poesias dos países que compõem a América Central: Antígua e Barbuda, Bahamas e Barbados. Para encontrar as demais obras, visite nossas redes [Instagram e Youtube]. Para saber quais os poemas escolhidos por Lilian Farias, visite o blog Poesia na Alma e suas redes sociais.

quinta-feira, julho 15, 2021

As conchambranças de Quaderna - Ariano Suassuna

 


Escrito em 1987, sendo um dos últimos trabalhos escritos por Ariano Suassuna, As conchambranças de Quaderna marca o retorno do escritor, depois de mais de duas décadas sem produzir novas peças de Teatro. 

O termo Conchambrança deriva de conchamblança, que significa conchavo - algo combinado - e foi dessa maneira peculiar que ele viu o termo ser utilizado no sertão paraibano. Ao fim da leitura, percebe-se claramente que foi uma escolha que bem simboliza as três histórias aqui reunidas. O personagem Dom Pedro Dinis Quaderna revolve suas memórias, e nos presenteia com episódios que ocorreram por meio de conchavos a fim de resolver situações pra lá de bizarras, contadas de maneira divertida, com um humor característico da escrita de Ariano.

As peças podem ser lidas sem uma ordem específica, e o elo de ligação entre elas é justamente Quaderna, que vivenciou e nos revela suas aventuras. Aos que já conhecem a obra de Ariano, talvez deva notar que Quaderna já apareceu em outro momento, como personagem-narrador do romance A pedra do Reino. Quaderna se utiliza de sua esperteza [outra característica de personagens do "Teatro Suassuna"] para sobreviver em meio às adversidades sociais que o rodeiam. 

Na primeira peça vemos um funcionário público envolvido num esquema de corrupção. Quaderna parece ter a solução perfeita para que todos se safem da Justiça e não descubram o rombo nos cofres do governo. O segundo Ato consiste num casamento sendo desestruturado quando um homem conhece a própria cunhada e resolve trocar de noiva no momento de fechar o acordo nupcial. Quaderna - envolvido até os ossos - precisa evitar um desastre e através de sua artimanha, almeja proporcionar um desfecho satisfatório para todos - incluindo a si mesmo.

O terceiro ato é sobre traição, contrato com o Diabo e um juiz aparvalhado tentando não levar a pior em meio aquelas pessoas que só querem resolver as coisas com derramamento de sangue. Quaderna mais uma vez, usa de manobras articuladas para acalmar os nervos dos envolvidos. 

Figuras como o Diabo, moças solteiras querendo casar, sertanejos, políticos corruptos, ciganos, senhores de Terras, entre outros personagens típicos da cultura nordestina simbolizam diversos aspectos sociais inseridos nas tramas de maneira divertida e inteligente. Com uma prosa irreverente e repleta de coloquialismos, Ariano nos entrega a vida cotidiana do homem nordestino, bem como estereótipos que - usados com esmero - caracterizam de maneira única a cultura popular. 

As críticas sociais estão presentes em textos que dialogam com o leitor e o transportam para os cenários de caatinga e poeira do Sertão. Uma viagem literária que certamente você não vai querer deixar de fazer algum dia...


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quarta-feira, julho 07, 2021

A virgem dos sicários - Fernando Vallejo

 Ambientado na Colômbia, A virgem dos sicários conta a história de Fernando, narrador e protagonista, que retorna a Medellín depois de três décadas distante de sua terra natal. A cidade se encontra dominada pelos carteis de narcotraficantes, onde jovens morrem e são assassinados, ou matam por encomenda. São os conhecidos sicários, espécie de assassinos de aluguel. Violência e mortes permeiam o cenário, vingança entre gangues e outras situações odiosas ocorrendo num cenário que já se tornou indiferente ao sangue derramado. 


Eis que Fernando se depara com Alexis. Entre o gramático aposentado e o belo e jovem sicário nasce um improvável e louco amor. Fernando buscava um encontro às suas memórias de infância e Alexis entra na sua vida, um rapaz que desde cedo sabe que não existe um futuro de segurança para si mesmo, dado o perigo com que convive diariamente em sua vida entremeada de impunidade e [certeiras] balas perdidas. 

Em paralelo a esse cenário de violência entre traficantes e viciados, existe uma fervorosa herança religiosa intrínseca à população de Medellín. Alexis mata por prazer, mas carrega os escapulários da Virgem padroeira da cidade consigo. Nesse entremeado de sentimentos antagônicos, Fernando tenta mostrar ao amado princípios morais, ao mesmo tempo em que aprende a 'manha' do novo panorama de sua cidade, hoje tão violenta. 

Escrito pelo colombiano Fernando Vallejo, a obra é uma viagem rumo à marginalização que aponta ao leitor as misérias do cotidiano, num contexto que abarca o período que remete à década de 1980 e ao início dos anos 1990, expondo as feridas de uma sociedade corrompida, de pobreza absoluta, em que o único refrigério dos mais carentes é uma fé inabalável em santos e romarias. 

A grande sacada do autor, entre tantos outros meandros de sua escrita primorosa, é inserir um romance homossexual num cenário caótico em que o tráfico predomina, em coexistência com a religiosidade da população e suas existências precárias. O caos urbano de uma cidade outrora pacífica e que num espaço de algumas décadas, se transforma completamente num sepulcro de mortos encomendados por quem tem poder, dinheiro e influência...


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A obra tem uma adaptação para o cinema filmada pelo cineasta alemão Barbet Schroeder no ano de 2000. 



sexta-feira, julho 02, 2021

Homens que mudaram a História - Charles Chaplin

Compondo a coleção Homens que mudaram a História, o segundo volume trata da vida de Charles Chaplin, notório artista da Sétima Arte que revolucionou a indústria do cinema no início do século XX. Nascido em Londres no ano de 1889, desde os primeiros anos passou por inúmeras dificuldades financeiras, lidando com a morte prematura de seu pai. Sua mãe foi internada devido ao trauma da perda do marido, e os anos seguintes foram dolorosos, mas no Cinema Chaplin encontrou uma motivação para seguir adiante. 




 Nessa obra, espécie de biografia condensada do artista, seguimos cronologicamente os fatos mais importantes de sua vida pessoal e profissional, bem como o alcance que suas obras tiveram na indústria cinematográfica. Relacionamentos, linhas de pensamento político, a censura que sofreu por parte dos Estados Unidos, até seus anos finais, dão um panorama sucinto sobre o homem por trás do personagem Carlitos, que através de películas como Tempos Modernos, No armazém, O emigrante, entre outros, fazem importantes reflexões e críticas sociais, com um humor arrojado, simples e direto. 



O livro conta também com as fichas/sinopses de suas principais obras, curiosidades e é ricamente ilustrado. Trata-se de uma obra de caráter introdutório para quem deseja conhecer um pouco sobre Charles Chaplin e seu trabalho no Cinema. Para curiosos e fãs, um excelente deleite...