sábado, agosto 21, 2021

Wind from the Park / Phyllis Shand Allfrey #PoesiaRotaMundo


 Wind from the Park


The lost friend, being humbler than the lost live, and more sane,

falls from life's pressing book like a dried

herb,

leaving no stain.

The dried herb drifts away, but the crushed

rose

cleaves and grows dark

and drops in an empty hand when there blows

wind frok the park.


Phyllis Shand Allfrey foi uma poeta, ativista e jornalista nascida em Dominica, país insular caribenho. Natural de Roseau, escreveu obras notáveis como The Orchid House e In Circles. Faleceu em fevereiro de 1986.




Dominica é um país caribenho colonizado pelos ingleses. A população Caraíba nativa foi quase totalmente extinta devido aos conflitos com os colonos. Isso explica o fato da população atual ser predominantemente negra, descendente  dos escravos trazidos para a ilha durante a colonização.  

Suas paisagens naturais contam com cachoeiras, nascentes e rios. Costuma ser visitada por mergulhadores, devido a natureza vulcânica da ilha.  

Com relação a cultura, Dominica mescla tradições europeias, africanas e caribenhas.


A poesia selecionada faz parte do Projeto RotaMundo, em parceria com o blog Poesia na Alma. Neste mês de agosto, teremos poesias dos países Dominica, República Dominicana e Haiti. Para encontrar  as demais obras, visite nossas redes Instagram e YouTube.  Para saber quais os poemas escolhidos por Lilian Farias, visite o blog Poesia na Alma e suas redes sociais.

segunda-feira, agosto 16, 2021

Tempestade para os vivos e para os mortos - Charles Bukowski

 A escrita prolífica e ácida de Charles Bukowski nos parece infindável. São várias publicações contendo romances, contos, poesias de cunho autobiográfico, muito bem representados por seu alter ego Henry Chinaski, presente em vários de seus escritos. 



Tempestade para os vivos e para os mortos reúne alguns desses materiais, há muito esquecidos em gavetas e que até então não tinham sido publicados. O editor responsável pelo desenterrar desses escritos é Abel Debritto, biógrafo e especialista na obra Bukowskiniana. 

Os poemas encontrados nessa edição remontam do início de sua produção literária, mas também podemos encontrar poemas já escritos em sua velhice, sendo possível assim para o leitor acompanhar a evolução de sua narrativa, vigorosa em variadas fases de sua vida. 

 Franqueza, autocomiseração e crueza não faltam nesses textos, desvelando muito da personalidade do escritor e de suas vivências desconcertantes, tragicômicas. A edição publicada aqui no Brasil pela L&PM Editores conta também com o - provável - último poema escrito por Bukowski, semanas antes de sua morte, aos  anos, em março de 1994.

Os versos rotineiros carregam uma aura de genialidade que poucos como Charles Bukowski conseguiram fazê-lo. Uma original e transcendente viagem ao marasmo existencial humano...



"os animais me amam como se eu fosse uma criança pintando com giz
as bordas do mundo,
pardais passam andando, moscas rastejam sob minhas pálpebra,
não consigo machucar nada
que não seja eu mesmo."


Compre um exemplar por este link e contribua com a manutenção do blog e demais redes sociais literárias do Na Literatura Selvagem

 




segunda-feira, agosto 09, 2021

Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido - Charles Bukowski


lá fora, o tráfego corre pra lá e pra cá, pra cá e pra
lá,
indo a
lugar nenhum.


É com essa sensação de desolamento que a obra de Charles Bukowski nos penetra a existência. Você fica tão sozinho que às vezes até faz sentido é sobre o vazio do ser, uma contemplação existencial que te leva a lugar nenhum, e te imerge em devaneios cinzentos.




Publicado aqui no Brasil pela L&PM Editores, a obra é um dos tantos livros de poemas que o escritor deixou em seu legado literário, mas que em meio a tantos, se sobressai avulsamente pelo sentimento de torpor que envolve os leitores. 

Bukowski desnuda o insosso da vida com uma escrita ágil, feroz, visceral e honesta. Seus versos dialogam com suas vivências de maneira poética, profunda e ao mesmo tempo simples. Parece ser tão fácil lidar com os problemas mundanos, mas é complexo expor num papel preso a uma máquina de escrever. Mas Charles Bukowski o fazia de maneira magistral, envolto em fumaça de cigarros baratos e goles de whisky barato - ou rum vagabundo.

Você fica tão sozinho é uma espécie de ode à apatia, à ironia que carrega as vicissitudes da vida.  É um xingamento aos relacionamentos difíceis e intempestivos, seja com o pai, com as mulheres que passaram por sua vida ou pelas corridas de cavalo perdidas. É uma elegia aos escritores infames que se consagraram e - na concepção de Buk - de nada ou pouca coisa valiam. É - e temos aqui um paradoxo - uma conexão rara com aqueles que se identificam com a solidão de seus escritos. Estar sozinho e fazer sentido, cingir a obra e o sentido de estar sozinho esfacelar...


um dos melhores versos de Lorca
é
"agonia, sempre
agonia..."

pense nisso quando você
matar uma
barata ou
pegar uma navalha para
se barbear

ou despertar na manhã
para
encarar o
sol.

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segunda-feira, agosto 02, 2021

À toa em San Pedro, Charles Bukowski


Não se sente sob a macieira com ninguém além de mim

escolher
sabiamente é meio caminho
andado na
estrada para a
vitória;
a outra metade é
conquistada pela
indiferença.

por um lado
você pode dizer
qualquer coisa
que quiser;
por outro lado
você não tem
que dizer.

de alguma forma
consegui
fazer
as duas coisas.

então qualquer
problema que você tiver
comigo
é
seu.


Nascido em Andernach, no dia 16 de agosto de 1920, Charles Bukowski foi um escritor naturalizado americano. À toa em San Pedro é um dos trabalhos do autor publicado pela Spectro Editora, sendo o quarto volume da coleção Open All Night, encerrando a tetralogia. Com menos de cem páginas, traz poemas de Bukowski que retratam aspectos pessimistas que rompem-se bruscamente, deixando o leitor absorto , perdido em devaneios. 

O Pessimismo, já tão conhecido dos seus escritos, em verso ou prosa, se aliam a tons de ironia, outra característica distinta do autor. Em tons de cinza, a edição procurou manter o coloquialismo de sua linguagem, a fim de não interferir em sua poética. 

A obra seria uma espécie de ode à loucura, a ir no caminho inverso ao que as massas seguem. Carrega marginalidade e nos põe em reflexão a cada verso, desperta no leitor sentimentos de inquietação e introspecção... 

Compõem essa coleção os títulos Vida desalmada, Hino da tormenta e Tempo de vôo para lugar algum.