quinta-feira, janeiro 25, 2024

Cloro, de Alexandre Vidal Porto

Escrito por Alexandre Vidal Porto e publicado pela Editora Companhia das Letras, Cloro aborda a vida [ou pós-vida], do personagem Constantino, que faleceu em uma sauna gay, repentinamente, de AVC. O que até então não seria problema se Constantino não fosse um homem de meia idade, heterossexual, com mulher e filhos e ocultasse sua orientação sexual das pessoas que conviviam com ele.  



Após a sua morte, em um lugar que poderíamos considerar como uma espécie de limbo, ele rememora sua vida, desde a infância até o momento solitário de sua morte. Durante a narrativa, o leitor vai conhecendo Constantino e seus temores e angustias, de esconder quem de fato era por medo de uma rejeição social que costuma acompanhar a vida de um homossexual.

A partir das experiências com outros homens, levando uma vida dupla, ele conhece Emilio, diplomata que conhece em uma de suas viagens, em Brasilia. A relação afetiva dos dois permeia toda a trama e nos faz refletir acerca de como nós mesmos conduzimos nossas relações amorosas, em situações que -  em boa parte de nossas vidas -  precisamos esconder por receio de julgamentos alheios, e de como isso afeta nossa existência.

Com uma linguagem íntima e emocionada, Alexandre Vidal nos proporciona uma perspectiva de enxergar a vida como finita, e que pode se esvair mesmo quando nos encontramos na melhor fase dela. Tudo é efêmero e se esvai numa questão de segundos. Vale a pena esconder quem nós somos se ao fim de tudo o que nos resta é a morte?

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quinta-feira, janeiro 18, 2024

Índices Flutuantes - Marina Tsvetáieva

 Nascida em 1892, Marina Tsvetáieva foi uma poeta russa, sendo considerada um dos grandes nomes da poesia clássica de seu país. Sua primeira coletânea de poemas foi publicada em 1910. Perdeu os pais precocemente, vindo a casar-se e torna-se mãe ainda em seus anos de juventude. Produziu incessantemente, tendo publicados seus trabalhos também nas línguas alemã e francesa. 


Além de poemas, também escreveu peças de teatro, textos em prosa e ensaios. Indícios Flutuantes é um punhado de poemas outrora publicados em outras coletâneas, tendo sido traduzidos nesta edição da Ed. Martins Fontes por Aurora Bernardini. A edição é bilíngue, e conta também com um prefácio assinado pela tradutora. 

Como lágrima morna - 

Uma gota nos olhos entorna.

De uma altura sem fim, 

Alguém chora por mim. 

 A poesia de Tsvetáieva carrega uma densidade que pode ser encontrada em meio aos russos, representando aspectos da cultura melancólica de seu país. Seus versos de modo geral não apresentam rimas, mas conseguem passar ao leitor uma sonoridade pungente a cada verso. Há uma cadência potente e lírica em sua poesia, que desvela uma faceta forte de sua autora. 

Sua vida foi permeada de acontecimentos trágicos que culminaram em sua morte por suicídio no ano de 1941. 


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sexta-feira, janeiro 12, 2024

[para isso fui chamado: poemas] - Czesław Miłosz

Sendo um dos vencedores do prêmio Nobel de Literatura, no ano de 1980, Czesław Miłosz foi um poeta lituano, naturalizado polonês, nascido em 1911. A região onde vivia era pertencente ao Império Russo, sendo uma importante testemunha das mudanças políticas que ocorreram em seu país durante o início do século XX.




A Editora Companhia das Letras publica em 2023 o livro [para isso fui chamado: poemas], trazendo um compilado de seus principais poemas, escritos ao longo de sua vida. Além de poemas, escreveu ensaios, romances, cartas, atuando também como tradutor, revelando uma faceta versátil em seus escritos. 

Através de seus versos, desvelou aspectos profundos da natureza humana, tendo como pano de fundo um cenário de guerras, vivenciando períodos históricos importantes da sociedade europeia, desde a Primeira Guerra Mundial até a virada do Século XXI. 

Disposto de maneira cronológica, o livro perpassa todos os momentos da produção poética de Miłosz. Dentre  suas principais obras, destacam-se Mente Cativa, Poema sobre o tempo congelado e Cercanias ao longe. 

E quem sabe a arte, para nós, mentirosos, seja um meio de exprimir de modo oblíquo as mais irrefutáveis verdades? 

A może sztuka, dla nas, kłamców, jest środkiem wyrażania w sposób okólny najbardziej nieodpartych prawd?


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