quinta-feira, setembro 05, 2024

Os trabalhos e as noites - Alejandra Pizarnik

 


A Relicário Edições publicou quatro volumes de poemas de Alejandra Pizarnik, poeta argentina que se suicidou em 1972. Os trabalhos e as noites foi lançado originalmente em 1965, após retornar à Argentina depois de um período vivendo na França. Ela estudou Filosofia, Jornalismo e Letras, mas não chegou a concluir nenhum dos cursos. Em seu círculo de amizades havia nomes como Octavio Paz e Julio Cortázar, dois importantes escritores da literatura latina. 

Para compor os versos que fazem parte dessa obra, Pizarnik se utiliza de um modesto vocabulário, a fim de montar seus poemas, numa escrita breve, limpa, sem preâmbulos. O título funciona como uma espécie de alusão inversa do livro Os trabalhos e os dias, clássico poema épico de Hesíodo, escrito entre os séculos VIII e VII a. C. 

Os trabalhos e as noites é dividido em três partes, e cada um dos poemas é intitulado. Temas como brevidade, uma atmosfera soturna e melancólica, além de uma radicalidade no que concerne ao negativo, sombrio, são elementos-chave na construção do livro.  

Não o poema de tua ausência
só um risco, uma greta em um muro, 
algo no vento, um sabor amargo.

No el poema de tu ausencia
sólo un dibujo, una grieta en un muro,
algo en el viento, un sabor amargo.

Pizarnik usa de palavras para flertar com a morte. 

A morte sempre ao lado.
Escuto seu dizer.
Só me ouço.

La muerte siempre al lado.
Escucho su decir.
Sólo me oigo.

O livro conta ainda com uma apresentação de Ana Martins Marques e o posfácio assinado pelo tradutor, Davis Diniz. Trata-se de uma obra pungente que pode tocar o leitor de maneira delicada e profunda, tal a crueza de seus versos. Pizarnik é límpida, brevemente cruel, cirúrgica em expor suas emoções e conflitos internos...



quinta-feira, abril 11, 2024

A mão misteriosa, de Agatha Christie

Lymstock é uma pequena cidade pacata onde seus habitantes aparentemente possuem uma vida tranquila e livre de problemas. Mas em dado momento a cidade se vê diante de uma ameaça invisível: uma mão misteriosa, que passa a enviar cartas anônimas para alguns habitantes da cidade, semeando discórdia, conflitos, chegando ao ponto de um crime acontecer...

Quem seria o assassino, autor dessas cartas? A cidade fica em polvorosa, a desconfiança se faz presente entre os cidadãos e um casal de irmãos que tinham ido passar um período na cidade acabam enredados por essa trama de intrigas e assassinato... Mas as ações de ambos, principalmente do homem, não seriam o suficiente para pôr fim a esses eventos.. E nesse ínterim, surge Miss Marple, com seu jeito aparentemente inofensivo, colocando os fatos às claras e solucionando mais esse suspense..

Agatha Christie é considerada uma das autoras mais famosas do gênero detetivesco. Suas obras imortalizaram dois grandes personagens: Miss Marple e Hercule Poirot, embora em alguns de seus títulos, a presença de ambos se faz desnecessária e os casos igualmente possuem uma carga de tensão que deixam o leitor atento e em alerta ao longo das tramas...

Publicado originalmente em 1942, foi lançado aqui no Brasil por várias editoras. A edição que tenho é uma publicação da Editora Record, e faz parte da Coleção Agatha Christie. 

 

quinta-feira, abril 04, 2024

Extração da pedra da loucura, de Alejandra Pizarnik

 


Alejandra Pizarnik foi uma poeta argentina, de origem judaica. Nasceu em 29 de abril de 1936, numa região próxima a Buenos Aires. Lançado no Brasil pela Relicário Edições, Extração da Pedra da loucura foi  originalmente publicado em 1968, depois de um período da autora fora da Argentina. 

A escrita de Extração da pedra soa profética, numa espécie de alusão à pintura de mesmo nome do artista holandês Hieronymus Bosch, pintada em 1475. Loucura, suicídio, angústia são temas presentes nos versos que compõem a obra. Alejandra utiliza-se de anáforas para expressar seus sentimentos.

O poema de Alejandra evoca imagens transgressoras, transportando o leitor para paralelos sombrios, questionando a linguagem em suas particularidades. A poeta ocupa um espaço dissonante entre os dissonantes: uma outsider à beira da margem dos marginalizados. 

Esta lilás se desfolha.
Cai por si mesma
e oculta sua antiga sombra.
Hei de morrer de coisas assim. 

Esta lila se deshoja.
Desde si misma cae
y oculta su antigua sombra.
He de morir de cosas así.

Pizarnik faleceu em 1972, após ingerir uma dose de barbitúricos. Suicida aos 36 anos, deixou uma obra impactante e brutal, perturbadora e questionadora acerca das intempéries humanas.





quinta-feira, março 14, 2024

Antologia Pornográfica: de Gregório de Matos a Glauco Mattoso


Organizada por Alexei Bueno e publicada pela Editora Nova Fronteira, Antologia pornográfica: de Gregório de Mattos a Glauco Mattoso é uma coletânea de poemas de cunho pornográfico, chulo propositadamente. Não se trata de versos suaves, sutis, que carregam resquícios subjetivos de erotismo, mas de linguagem obscena, depravada, escrita em língua portuguesa desde meados do século 17, em que a poesia de Gregório de Matos representa o movimento Barroco no Brasil. 

Além de Gregório, o livro conta com poemas de Caetano Souto-Maior, Antônio Lobo de Carvalho, um soneto de Filinto Elísio e Nicolau Tolentino. Bocage, poeta português familiarmente conhecido aqui no Brasil, possui alguns textos de sua produção poética selecionados para o livro. Nascido em 1765, foi um dos poetas mais importantes do século XVIII e inicio do século XIX, sua poesia circulava em manuscritos clandestinos. 

Bernardo Guimarães representa o Brasil do século XIX. Autor de A escrava Isaura, importante clássico da literatura brasileira, temos os poemas O elixir do pajé e A origem do mênstruo. Estes e vários outros nomes de Portugal e Brasil se fazem presentes na Antologia pornográfica.


Então, cheio de raiva, aperta o dente,
E na gostosa, feminil masmorra, 
Alargando-lhe as pernas novamente,
Com estrondosos ais encaixa a porra:
Ela, que já no corpo o fogo sente
Do marsapo, lhe diz: "Queres que eu morra?
Tu não vês que me engasgo, e que estou rouca,
Porque o cruel tesão me chega à boca?

Certamente é uma obra para leitores menos sensíveis que ousem adentrar numa escrita poética densa, crua, e ainda assim - poética.

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quinta-feira, março 07, 2024

Um corpo de mulher - Fernando Sabino

 O personagem dessa breve novela escrita por Fernando Sabino décadas atrás se depara com uma cena inusitada a partir de sua vista numa janela de quarto de hotel: o corpo de uma mulher caindo de algum andar acima em direção ao asfalto da rua. Suicidio ou alguém teria assassinado aquela mulher?

Jaques Olivério adentra então em uma investigação pessoal a fim de descobrir detalhes sobre aquela morte misteriosa. Mas a partir desse evento inusitado, ele parte também numa jornada de encontro ao seu passado. 

Uma infeliz coincidência com a vida real é que em meados dos anos 1940, o autor presenciou um suicidio quando esteve em um hotel no Rio de Janeiro, quando uma mulher se jogou de uma sacada. Ele era jornalista, vivendo num período em que o mundo voltava os olhos para a guerra que findava na Europa, e em nosso país havia um sentimento de  renascimento do poder democrático, que lutava e resistia contra a ditadura de Getúlio Vargas. 



A novela flui de maneira soturna rumo ao desfecho e possui ares de filmes noir. A escrita de Fernando Sabino conduz o leitor vorazmente pela trama e investigações do Jaques que busca respostas para aqueles acontecimentos tão inesperados. 

Para aqueles já habituados com a obra do contista, é fácil enveredar-se por sua aura de suspense e drama. E para os leitores que sequer conheciam seus escritos, eis uma bela porta de entrada, que proporciona momentos de absorção numa história que traz à tona um enredo comovente e sensível.

quinta-feira, fevereiro 29, 2024

Feliz ano Novo, de Rubem Fonseca

 



Feliz ano Novo é um livro de contos do escritor Rubem Fonseca, considerado por muitos como sua obra-prima, ou - pelo menos - um de seus mais polêmicos. Chegou a ser censurado nos anos de chumbo, os 21 anos em que o Brasil viveu sob um regime de Ditadura Militar. Segundo a Censura, o livro tinha conteúdo impróprio, que ia contra os bons costumes e a moral da sociedade. 

Nascido em 1925, Rubem Fonseca escreveu mais de 20 títulos, dentre eles Agosto, O caso Morel e O cobrador. Apesar da censura, que alegou apologia à violência, os contos de Feliz ano Novo desvelam ao leitor personagens marginalizados, bem construídos e que representam as variadas camadas sociais da época. 

Uma das características mais marcantes na escrita do autor é a linguagem visceral, contundente que impregna os cenários e seus personagens. Além da violência, temas como sexo e conflito entre as classes burguesa e pobre são constantes nas tramas. 

Um dos contos mais perturbadores é sobre um pai de familia, que - escondido de todos - atropela pessoas na rua por puro deleite. Agruras de um jovem escritor aborda o assassinato de uma mulher, morta pelo marido. O outro fala sobre perseguição que culmina em morte. Feliz Ano Novo, homônimo, é sobre um assalto que atinge graves proporções e termina em "pizza", ou - na verdade - em brinde de reveilon.. 





Rubem Fonseca recebeu o Prêmio Jabuti 5 vezes, tendo sido premiado também com os prêmios Camões e Juan Rulfo. A Editora Nova Fronteira possui vários títulos do autor publicados. Além de contos, escreveu novelas, crônicas e romances. 



quinta-feira, fevereiro 22, 2024

Nossos Ossos, Marcelino Freire

Heleno é natural do interior de Pernambuco mas vive em São Paulo há muitos anos. Seu namorado fazia programas e foi morto, sendo deixado no IML da cidade sem que ninguém de sua família reclamasse o corpo. Coube a Heleno o papel de transportar o defunto de volta para sua terra natal, a fim de ter um enterro decente dado por seus familiares. 

A partir dessa premissa, a trama se desenrola por meio de flashbacks, em que o leitor vai conhecendo a aventura de Heleno, ao sair de sua pequena cidade interiorana rumo à capital paulistana, bem como os percalços que passou desde se encontrar com Carlos, o amor de sua vida, até o regresso às suas origens, após deixar o corpo do jovem em Poço do boi. 




A história tem um quê de poético em meio a tragicidade de seu desenvolvimento. Personagens marginalizados ganham espaço na narrativa, mostrando que, mesmo invisíveis numa capital gigantesca, que engolfa suas existências durante o dia, são indivíduos que vivem nas noites e madrugadas da cidade cor de chumbo, carregando a trama de reflexões existenciais. 






Natural de Pernambuco, tendo vivido alguns anos na Bahia, Marcelino Freire é um dos escritores mais aclamados da literatura pernambucana contemporânea. Além de Nossos Ossos, possui outras publicações notáveis, como Angu de sangue, Contos negreiros [vencedor do Prêmio Jabuti de 2006], e alguns de seus contos foram adaptados para o Teatro. 

Nossos Ossos é uma obra publicada pela Editora Record e foi ganhadora do Prêmio Machado de Assis, sendo traduzido também para o espanhol e publicado na Argentina e em Portugal. 






quinta-feira, fevereiro 15, 2024

A poesia de Alejandra Pizarnik em Árvore de Diana

 Publicada aqui no Brasil pela Relicário Edições, Alejandra Pizarnik possui uma obra curta, devido talvez a sua breve existência, interrompida após uma dose de barbitúricos, pondo fim à sua vida aos 36 anos. Árvore da vida data de 1962, seu prólogo foi escrito por Octavio Paz, amigo da poeta. 





Através da poesia que consta Árvore da vida, é possivel ao leitor identificar o estilo de escrita de Pizarnik, que viria a se consolidar a partir dessa obra. Podemos conhecer Alejandra e seus gostos por meio de seus versos, seu interesse crescente nas artes plásticas e sua habilidade em desvelar em poucas linhas suas angustias e inquietações. 


agora

nesta hora inocente

eu e a que fui nos sentamos

no umbral do meu olhar.


ahora

en esta hora inocente

yo y la que fui nos sentamos

en el umbral de mi mirada.


 Interessante perceber um tema recorrente em seus escritos: o duplo, a figura do outro, espelhada. A personagem que se identifica com o sujeito do poema. A própria Alejandra que modificou o nome. De Flora passa a ser Alejandra, seu pseudônimo com que passa a assinar seus livros. Seu discurso parafraseia Rimbaud para compreender as tragédias de sua vida. 

Seus versos carregam uma visceralidade pungente, que representam bem sua vida na Argentina, numa época dada a eclosão de golpes de Estado no país. 


tenho nascido tanto

e duplamente sofrido

na memória daqui e de lá.


he nacido tanto

y doblemente sufrido

en la memoria de aquí y de allá.




quinta-feira, fevereiro 08, 2024

A briga dos dois Ivans - Nikolai Gogol

 Ivan Ivanovitch e Ivan Nikiforovitch são dois amigos de longa data e sua amizade é admirada pela população do vilarejo onde vivem, no interior da Ucrânia. A história se passa nas primeiras décadas do século XIX. Apesar das diferenças entre os dois, eles mantêm uma relação cordial, respeitosa, até que em um belo dia as coisas mudam de maneira drástica.

Um chama o outro de raposa velha, devido a uma discussão boba que tem como motivo uma recusa em trocar uma arma por uma porca e dois sacos de areia. A troca de xingamentos toma proporções jamais imaginadas pela vila onde moram e pelos próprios envolvidos, que nas semanas seguintes passam a depreciar um ao outro, abalando as estruturas e convívio social até então intocáveis.

Escrita por Nikolai Gógol em 1835, essa novela intitulada A briga dos dois Ivans carrega em sua narrativa ares de comédia pastelão, revelando ao leitor a veia cômica de Gogol, tão bem empregada em sua obra. Ele usa de cinismo e desvela a natureza hipócrita da sociedade, ilustrando bem a condição burocrática de seu tempo.

Nikolai Gógol nasceu em 1809, em um vilarejo no centro da Ucrânia [antes pertencente ao Império Russo]. Seus livros possuem características do Realismo, e abordam temáticas sociais a respeito da condição humana, moralista e prisioneira de convenções. Dentre suas obras mais famosas, destacam-se Almas mortas, O capote e Taras Bulba.




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quinta-feira, fevereiro 01, 2024

De Profundis - Georg Trakl

De profundis é uma publicação da Editora Iluminuras e reúne a maior parte da breve obra de Georg Trakls, poeta austríaco, nascido em Salzburgo, ainda parte do Império dos Habsburgos em 1887. Aos 27 anos, ceifa a própria vida após ingerir uma dose de cocaína, aproveitando seus conhecimentos em farmácia para pôr um fim aos seus dias.



É considerado um dos grandes nomes da poesia expressionista do século XIX, e graças ao trabalho de tradução de Cláudia Cavalcanti, o leitor brasileiro tem em mãos essa obra singular, que retrata tão bem a angústia de seu criador, ao relatar em versos suas experiências melancólicas e memórias dos meses que passou em guerra, presenciando morte ao seu redor.

 

O azul de meus olhos apagou-se nesta noite,

O ouro vermelho de meu coração. Ah, tão quieta ardia a luz!

Teu manto azul envolveu o desfalecente;

Tua boca vermelha confirmou a loucura do amigo.

 

Die Bläue meiner Augen ist erloschen in dieser Nacht,

Das rote Gold meines Herzens. O! wie stille brannte das Licht.

Dein blauer Mantel umfing den Sinkenden;

Dein roter besiegelte des Freundes Umnachtung.

 

É interessante encontrar na poesia de Trakl uma espécie de sinestesia, em que o poeta utilizava descrição de cores para simbolizar sentimentos e passagens descritas em seus poemas. A melancolia era um dos aspectos mais representados ao longo de sua obra, bem como a decomposição do ser e suas implicações. Trata-se de uma poesia dolorosa, pungente, que parece desprovida de esperança, agonizante.

Um de seus poemas fala sobre a batalha de Grodek, em que quase cem feridos graves agonizaram, sem que ele nada ou pouco pudesse fazer. Em meio a desertores sendo mortos a tiros, um dos feridos se mata com um tiro em sua presença. Os traumas adquiridos com tais experiencias parecem dar mais força para sua própria tentativa de suicídio, mal sucedida após o episódio, mas realizada posteriormente, quando finalmente consegue seu intento.

Em 03 de novembro de 1914, Georg sucumbe à uma super dose de cocaína. Era o fim [físico] aos prematuros 27 anos, mas os seus versos se configuram imortalizados na poesia clássica do século XIX/XX.

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quinta-feira, janeiro 25, 2024

Cloro, de Alexandre Vidal Porto

Escrito por Alexandre Vidal Porto e publicado pela Editora Companhia das Letras, Cloro aborda a vida [ou pós-vida], do personagem Constantino, que faleceu em uma sauna gay, repentinamente, de AVC. O que até então não seria problema se Constantino não fosse um homem de meia idade, heterossexual, com mulher e filhos e ocultasse sua orientação sexual das pessoas que conviviam com ele.  



Após a sua morte, em um lugar que poderíamos considerar como uma espécie de limbo, ele rememora sua vida, desde a infância até o momento solitário de sua morte. Durante a narrativa, o leitor vai conhecendo Constantino e seus temores e angustias, de esconder quem de fato era por medo de uma rejeição social que costuma acompanhar a vida de um homossexual.

A partir das experiências com outros homens, levando uma vida dupla, ele conhece Emilio, diplomata que conhece em uma de suas viagens, em Brasilia. A relação afetiva dos dois permeia toda a trama e nos faz refletir acerca de como nós mesmos conduzimos nossas relações amorosas, em situações que -  em boa parte de nossas vidas -  precisamos esconder por receio de julgamentos alheios, e de como isso afeta nossa existência.

Com uma linguagem íntima e emocionada, Alexandre Vidal nos proporciona uma perspectiva de enxergar a vida como finita, e que pode se esvair mesmo quando nos encontramos na melhor fase dela. Tudo é efêmero e se esvai numa questão de segundos. Vale a pena esconder quem nós somos se ao fim de tudo o que nos resta é a morte?

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quinta-feira, janeiro 18, 2024

Índices Flutuantes - Marina Tsvetáieva

 Nascida em 1892, Marina Tsvetáieva foi uma poeta russa, sendo considerada um dos grandes nomes da poesia clássica de seu país. Sua primeira coletânea de poemas foi publicada em 1910. Perdeu os pais precocemente, vindo a casar-se e torna-se mãe ainda em seus anos de juventude. Produziu incessantemente, tendo publicados seus trabalhos também nas línguas alemã e francesa. 


Além de poemas, também escreveu peças de teatro, textos em prosa e ensaios. Indícios Flutuantes é um punhado de poemas outrora publicados em outras coletâneas, tendo sido traduzidos nesta edição da Ed. Martins Fontes por Aurora Bernardini. A edição é bilíngue, e conta também com um prefácio assinado pela tradutora. 

Como lágrima morna - 

Uma gota nos olhos entorna.

De uma altura sem fim, 

Alguém chora por mim. 

 A poesia de Tsvetáieva carrega uma densidade que pode ser encontrada em meio aos russos, representando aspectos da cultura melancólica de seu país. Seus versos de modo geral não apresentam rimas, mas conseguem passar ao leitor uma sonoridade pungente a cada verso. Há uma cadência potente e lírica em sua poesia, que desvela uma faceta forte de sua autora. 

Sua vida foi permeada de acontecimentos trágicos que culminaram em sua morte por suicídio no ano de 1941. 


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sexta-feira, janeiro 12, 2024

[para isso fui chamado: poemas] - Czesław Miłosz

Sendo um dos vencedores do prêmio Nobel de Literatura, no ano de 1980, Czesław Miłosz foi um poeta lituano, naturalizado polonês, nascido em 1911. A região onde vivia era pertencente ao Império Russo, sendo uma importante testemunha das mudanças políticas que ocorreram em seu país durante o início do século XX.




A Editora Companhia das Letras publica em 2023 o livro [para isso fui chamado: poemas], trazendo um compilado de seus principais poemas, escritos ao longo de sua vida. Além de poemas, escreveu ensaios, romances, cartas, atuando também como tradutor, revelando uma faceta versátil em seus escritos. 

Através de seus versos, desvelou aspectos profundos da natureza humana, tendo como pano de fundo um cenário de guerras, vivenciando períodos históricos importantes da sociedade europeia, desde a Primeira Guerra Mundial até a virada do Século XXI. 

Disposto de maneira cronológica, o livro perpassa todos os momentos da produção poética de Miłosz. Dentre  suas principais obras, destacam-se Mente Cativa, Poema sobre o tempo congelado e Cercanias ao longe. 

E quem sabe a arte, para nós, mentirosos, seja um meio de exprimir de modo oblíquo as mais irrefutáveis verdades? 

A może sztuka, dla nas, kłamców, jest środkiem wyrażania w sposób okólny najbardziej nieodpartych prawd?


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