...livros, meu bem-querer...
Comecei desde cedo a apreciar o hábito de leitura... Meus pais são os responsáveis por isso porque, mesmo sem uma carga literária na bagagem, eles encheram minha mochila com sonhos escritos em pedaços de papel... Aos 8 anos, ganhei um exemplar de Machado de Assis [Quincas Borba] do meu pai, antes mesmo dos 8 lia histórias em quadrinhos... Turma da Mônica e Disney... minha mãe conta que chegava na porta do meu quarto, e lá estavam 4 ou 5 pessoas conversando... [eu imitando as vozes dos personagens dos gibis], e na verdade era apenas eu e meus quadrinhos...
À partir daí, devorava as revistas de Van Damme do meu pai, os livros de culinária e Admissão ao ginásio da minha mãe [ela aprendeu a ler em casa, nunca frequentou escola], e os livros didáticos do meu colégio... Me refugiava na Biblioteca a fim de escapar do hoje em dia chamado Bullying... E encontrava nos livros infanto-juvenis a minha companhia de recreio...
Não que não brincasse nos intervalos, mas preferia a Biblioteca... Em casa, li Goiabinha e Gisela, Monitor - a nave secreta e outros livros infantis... Conheci na escola os Irmãos Grimm, Monteiro Lobato, a coleção Vagalume, Ganymedes José, "A marca de uma lágrima" entre outras coisas da literatura infanto-juvenil... Cheguei a trabalhar como voluntária numa biblioteca próxima a meu bairro e lá conheci outras obras, outros autores e os gibis do Fantasma...lia os "Recruta Zero" da minha irmã e Homem-aranha, X-men e afins...
Revistas de anime, rock n' roll e National Geographic. Por incrível que pareça, li até Reader's Digest. Na adolescência, já li Gloss e até Capricho. E não me envergonho disso... Nessa época, conheci o maravilhoso mundo dos mangás, comecei a colecionar alguns e logo depois veio o RPG. Passava horas e horas jogando, montando fichas, criando personagens e até sonhava com as campanhas em que jogava... Comprei alguns títulos sobre o 'Role Playing Game'. Esporadicamente, pegava emprestados alguns livros de literatura brasileira e best-sellers antigos com um amigo meu, e não perdia a chance de ler contos no PC. Sabe aquelas revistas de vídeo game? Então... li também... E veio a faculdade. Mesmo fazendo o curso de História, escolhia cadeiras eletivas com carga literária pesada, a fim de conhecer mais clássicos, autores que até então só conhecia de 'ouvir falar'...
Kafka, Verne, Voltaire, Tolstói, Cervantes e Alighieri. Shakespeare, Wilde, Borges e Austen. Sem contar os acadêmicos. De um título de cada autor, passava aos demais, então encontrava os similares, que escreviam de forma parecida, os conterrâneos de tais grandiosos nomes, e por aí a lista foi crescendo... Entrei em contato com a tragédia grega, Gide, Kundera, entre outros, mesclados a mais literatura clássica brasileira. Conheci o erotismo de Anais Nïn, fui da Epopéia de Gilgamesh à Revolução dos bichos, de Orwell. Flertei com a literatura juvenil novamente, li o tão famoso [e adorável] O pequeno Príncipe, me deliciei com a escrita sofrida/dolorida de Caio Abreu... Me emocionei ao ler a história de Patti Smith e Robert Mapplethorpe [tendo conhecido Patti numa leitura anterior...]. De Agatha à Arte da Guerra, revivi a leitura daqueles romances de banca, não parava com os acadêmicos/teóricos e também os mitológicos... Quadrinhos de todos os tipos, de Sandman a Daytripper. Asterix a 300, e até uma hq sobre Agostinho de Hipona... Milo Manara, Conan, Tex e Cavaleiros do Zodíaco. Maus, Joe Sacco e a biografia de Kiki.
Li alguns absurdos em que nunca mais repousarei minha visão, e outros que de tão enfadonhos, passaram semanas para que eu chegasse aos seus finais... Mais Egito, li Karl Marx, e as pilhas de livros subindo e subindo... Nem auto-ajuda escapou aos meus olhos... Fábulas, a distopia do Admirável mundo novo, a leveza e rebeldia de On the Road, os gatos de Burroughs, o tédio de Fausto e meu 'primeiro Clarice'... a beleza na feiura do Corcunda e até o clichê Filtro solar de Pedro Bial. Me encantei com a poesia de Manoel de Barros e não achei graça nos escritos de Elizabeth Bishop. A segunda dose de Goethe e aí sim, eu gostei. Mais estórias infantis e a descoberta do maravilhoso Moacyr. A literatura suja de Gutiérrez e a trilogia de 5 de Douglas Adams... romances e faroestes, Baudelaire, Tubarão e Teorema de Mabel. Arquivo X, Amaríssimo e os grossos volumes de literatura contemporânea, os YA da atualidade. Precisava me inteirar dessa nova era de leitura. E gostei. O lirismo de Trevisan e o desconforto de ler Eliane Brum [belo soco no estômago, recomendo...]. Mais Verne, mais Manoel, outra vez Burroughs, Bukowski e Kerouac. Até García Márquez e Irvine Welsh entraram nessa 'lista'. E ultimamente ando seduzida pelas Brumas de Avalon...
Pois então...
descrevi minha 'estante' [que ainda não possuo de forma física], descrevi minhas impressões, meus devaneios loucos e inspirações que me fizeram escrever para nunca esquecer de mim... tantas lágrimas derramadas nos fins de página, tantos suspiros luxuriosos e exclamações de surpresa e indignação... Tantas viagens sem tirar os pés do chão... e me sentindo voar mesmo assim...
Há pessoas que perguntam porque eu não gosto de me divertir como todas as outras. E eu sempre respondo que nos livros, encontro a diversão. Os amores e dores, reflexões e dissabores... Paz...
Agradeço a meus pais por tudo isso.
Obrigada, dona Odete e Sr. Reginaldo...
Não que não brincasse nos intervalos, mas preferia a Biblioteca... Em casa, li Goiabinha e Gisela, Monitor - a nave secreta e outros livros infantis... Conheci na escola os Irmãos Grimm, Monteiro Lobato, a coleção Vagalume, Ganymedes José, "A marca de uma lágrima" entre outras coisas da literatura infanto-juvenil... Cheguei a trabalhar como voluntária numa biblioteca próxima a meu bairro e lá conheci outras obras, outros autores e os gibis do Fantasma...lia os "Recruta Zero" da minha irmã e Homem-aranha, X-men e afins...
Revistas de anime, rock n' roll e National Geographic. Por incrível que pareça, li até Reader's Digest. Na adolescência, já li Gloss e até Capricho. E não me envergonho disso... Nessa época, conheci o maravilhoso mundo dos mangás, comecei a colecionar alguns e logo depois veio o RPG. Passava horas e horas jogando, montando fichas, criando personagens e até sonhava com as campanhas em que jogava... Comprei alguns títulos sobre o 'Role Playing Game'. Esporadicamente, pegava emprestados alguns livros de literatura brasileira e best-sellers antigos com um amigo meu, e não perdia a chance de ler contos no PC. Sabe aquelas revistas de vídeo game? Então... li também... E veio a faculdade. Mesmo fazendo o curso de História, escolhia cadeiras eletivas com carga literária pesada, a fim de conhecer mais clássicos, autores que até então só conhecia de 'ouvir falar'...
Kafka, Verne, Voltaire, Tolstói, Cervantes e Alighieri. Shakespeare, Wilde, Borges e Austen. Sem contar os acadêmicos. De um título de cada autor, passava aos demais, então encontrava os similares, que escreviam de forma parecida, os conterrâneos de tais grandiosos nomes, e por aí a lista foi crescendo... Entrei em contato com a tragédia grega, Gide, Kundera, entre outros, mesclados a mais literatura clássica brasileira. Conheci o erotismo de Anais Nïn, fui da Epopéia de Gilgamesh à Revolução dos bichos, de Orwell. Flertei com a literatura juvenil novamente, li o tão famoso [e adorável] O pequeno Príncipe, me deliciei com a escrita sofrida/dolorida de Caio Abreu... Me emocionei ao ler a história de Patti Smith e Robert Mapplethorpe [tendo conhecido Patti numa leitura anterior...]. De Agatha à Arte da Guerra, revivi a leitura daqueles romances de banca, não parava com os acadêmicos/teóricos e também os mitológicos... Quadrinhos de todos os tipos, de Sandman a Daytripper. Asterix a 300, e até uma hq sobre Agostinho de Hipona... Milo Manara, Conan, Tex e Cavaleiros do Zodíaco. Maus, Joe Sacco e a biografia de Kiki.
Li alguns absurdos em que nunca mais repousarei minha visão, e outros que de tão enfadonhos, passaram semanas para que eu chegasse aos seus finais... Mais Egito, li Karl Marx, e as pilhas de livros subindo e subindo... Nem auto-ajuda escapou aos meus olhos... Fábulas, a distopia do Admirável mundo novo, a leveza e rebeldia de On the Road, os gatos de Burroughs, o tédio de Fausto e meu 'primeiro Clarice'... a beleza na feiura do Corcunda e até o clichê Filtro solar de Pedro Bial. Me encantei com a poesia de Manoel de Barros e não achei graça nos escritos de Elizabeth Bishop. A segunda dose de Goethe e aí sim, eu gostei. Mais estórias infantis e a descoberta do maravilhoso Moacyr. A literatura suja de Gutiérrez e a trilogia de 5 de Douglas Adams... romances e faroestes, Baudelaire, Tubarão e Teorema de Mabel. Arquivo X, Amaríssimo e os grossos volumes de literatura contemporânea, os YA da atualidade. Precisava me inteirar dessa nova era de leitura. E gostei. O lirismo de Trevisan e o desconforto de ler Eliane Brum [belo soco no estômago, recomendo...]. Mais Verne, mais Manoel, outra vez Burroughs, Bukowski e Kerouac. Até García Márquez e Irvine Welsh entraram nessa 'lista'. E ultimamente ando seduzida pelas Brumas de Avalon...
Pois então...
descrevi minha 'estante' [que ainda não possuo de forma física], descrevi minhas impressões, meus devaneios loucos e inspirações que me fizeram escrever para nunca esquecer de mim... tantas lágrimas derramadas nos fins de página, tantos suspiros luxuriosos e exclamações de surpresa e indignação... Tantas viagens sem tirar os pés do chão... e me sentindo voar mesmo assim...
Há pessoas que perguntam porque eu não gosto de me divertir como todas as outras. E eu sempre respondo que nos livros, encontro a diversão. Os amores e dores, reflexões e dissabores... Paz...
Agradeço a meus pais por tudo isso.
Obrigada, dona Odete e Sr. Reginaldo...
Ta aí que agradeço teus pais também ;)
ResponderExcluirQue relato lindo, apaixonado, sou leitora também e sei como é.
ó pra você ♥ me ganhou todinha ^^
Oi, Valéria, como vai?
ResponderExcluirADOREI esse texto; PQP, muito fod@ <3
super transmitiu os sentimentos que você quis passar!
Minha mãe me incentivou muito também hihi
http://incriativos.blogspot.com.br/
Não sei nem o que dizer, Val... Conseguiu me emocionar com seu depoimento. A Enriqueta já dizia: "Lerei muitos livros na vida. Mas os que eu lerei enquanto criança eu nunca esquecerei"
ResponderExcluirbeijos! ♥
Olá, eu também comecei a ler muito cedo. Minha mãe e minha tia me incentivaram muito! Sou grato a elas, adorei seu blog! Segue o meu que te sigo de volta :D
ResponderExcluirhttp://likelivros.blogspot.com.br/
Que lindo flor *---*
ResponderExcluirVc lê desde novinha, acho isso um máximo! A minha paixão pelos livros começou quando eu estava entrando na minha vida adulta mesmo. Adorei conhecer mais um pouquinho da sua história!! ;D
xoxo
http://amigadaleitora.blogspot.com.br/