Uma questão pessoal - Kenzaburo Oe

 O drama do professor Bird começa ao descobrir que seu filho nasceu com uma anomalia cerebral. A notícia de que iria ser pai já não foi recebida de bom grado, em meio ao marasmo existencial que Bird levava, mesclando porres esporádicos com sonhos de visitar a África. A descoberta da gravidez de sua esposa e posteriormente tal diagnóstico, que colocaria seu bebê numa condição de estado vegetativo fez com que Bird passasse a maquinar um fim para essa criança.




Bird se aproxima dos trinta anos, vive uma vida sem muitas ambições, além dos sonhos que carrega, mas que parecem nunca se concretizar. O ar impessoal de uma Tóquio indiferente ao calor humano contribuem para que Bird se sinta medíocre e anônimo em meio à capital japonesa. Sem conseguir aceitar as responsabilidades da vida adulta e a nova realidade de estar atrelado a uma vida dependente por completo da sua, nos deparamos com um homem atormentado inserido numa narrativa que se aprofunda em questões psicológicas. 

Kenzaburo Oe - vencedor do Prêmio Nobel no ano de 1994 - possui uma escrita que angustia e prende a atenção do leitor, que se vê envolto num misto de sentimentos de revolta, pena, compaixão e até mesmo esperança nas relações humanas. 

Importante mencionar o fato de que em 1964 o escritor foi pai de um menino que nasceu com uma anomalia cerebral, se assemelhando em dado momento com o personagem de Uma Questão Pessoal. O enredo segue em direção a um desfecho que envolve redenção e amadurecimento por parte do professor. Sombrio, perturbador e de atmosfera claustrofóbica. Uma leitura que nos arremessa para o interior da natureza humana e seus anseios mais angustiantes.

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7 comentários:

  1. Olá! Que leitura pesada deve ser. Todos os elementos - sentimentos negativos, sensação de impotência, o problema inesperado do filho - corroboram para uma carga psicológica pesadíssima. Vou deixar anotado para ler em um momento menos pesado por si só. Abs!

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  2. Nossa , parece ser uma leitura muito profunda , trata-se de um tema realmente instigante e não consigo nem pensar como o autor trabalha a relação de não aceitação com a criança , deve ser um livro forte de se ler , daqueles que a gente não esquece da história sabe? Achei realmente muito interessante sua resenha um livro completamente novo pra mim que parece despertar muitas emoções.

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  3. Que tematica interessante! É algo realmente a se pensar né, não deve ser facil assimilar e aprender que se tera um filho com necessidades especiais, deve ser uma grande jornada de aceitação e busca de conehcimento. gostei muito da resenha!

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  4. Menina que livro hein! Fico imaginando o quão angustiante é essa leitura. Não consigo imaginar o desfecho dessa história e isso me deixou curiosa.

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  5. Caraca, que enredo. Não sei se daria conta de ler uma história assim. Sou mãe de dois, e estou grávida a espera de mais um meninão... E essas coisas sempre mexem muito comigo! Esse tipo de leitura é ótimo para compreendermos muitas coisas dentro do universo do personagem, bem como até do autor, como acabou sendo. Maaassss, nossa, não dou conta!!!!

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  6. Caramba, muito curioso que o escritor foi pai de um menino que nasceu com uma anomalia cerebral também, então é interessante essa semelhança pessoal com a questão introduzida no enredo ao personagem no drama. Achei super intrigante como o autor possui escrita angustiante e consegue prender a atenção do leitor. Imagino que é possível se ver bem envolvido mesmo,além de despertar todos esses sentimentos conflitantes de revolta, compaixão, pena ou até mesmo esperança nas relações humanas, como você descreveu.

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  7. Esse parece ser um livro extraordinário, não li o autor e fiquei aqui divagando sobre esse personagem atormentado por algo viável, porém , ainda imaturo, dois pontos importantes.

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