A extravagância do Morto - Agatha Christie

 Publicado em 1965, A extravagância do morto é um dos mais aclamados romances policiais da escritora inglesa Agatha Christie. Com um enredo deveras inteligente, temos o detetive belga  Hercule Poirot envolvo numa espécie de jogo, a convite de sua amiga escritora Ariadne Oliver, que elaborou um roteiro de caça ao assassino, e que será realizado numa quermesse para grã-finos britânicos.



Poirot aceita o convite meio a contragosto, mas quando o assassinato fictício toma ares reais, Hercule precisa usar de seus artifícios investigativos para desvendar quem matou a pobre garota que foi encontrada numa casa de barcos. A princípio, a presença do detetive se explicaria pelo fato dele ser o convidado de honra que iria entregar o troféu a quem descobrisse as pistas que levariam a solução do 'crime'. Além dele e de Ariadne, contamos com personagens que trazem características que os colocariam numa posição de suspeitos, cada qual à sua maneira. 


A casa de campo onde se ambienta a trama tem em seus arredores construções 'modernas' para os padrões daquela classe social participante da festa. Nota-se em diversas passagens a aversão destes com os frequentadores desses espaços modernizados, que simbolizam bem a nova geração que se segue àquela dos anfitriões e convidados. 


Christie faz uma crítica contundente à maneira como a aristocracia inglesa enxerga os estrangeiros, pessoas de cor e de condição econômica inferior à dos ricos, retratando bem uma geração imperialista, não satisfeita com o 'cessar exploratório de colônias africanas' e afins. Há também diversas passagens misóginas, espelhando bem o pensamento daquele período com relação à conduta feminina, nos modos de trajar, andar e se expressar. Agatha expõe os manjados estereótipos usados para [pre]conceituar as mulheres na sociedade inglesa da metade do século XX, recriminando de maneira mordaz tais comportamentos sociais.


Em suma, A extravagância do morto é uma obra que possui um enredo intrigante, com um desfecho que contempla o leitor com satisfação e ainda carrega reflexões pertinentes ao período em que foi escrita. Uma leitura deveras interessante e de narrativa ágil.



Para adquirir um exemplar, compre pelo link abaixo e contribua com o blog. 

Vielen dank Auf Wiedersehen!

Nenhum comentário:

De Bukowski a Dostoievski. Ana Cristina César a Lilian Farias. Deleite-se com a poesia de Florbela Espanca e o erotismo de Anaïs Nin...
Aforismos, devaneios, quotes dispersos e impressões literárias...um baú de antiguidades e pós-modernismo. O obscuro, complexo, distópico, inverso... O horror, o amor, a loucura e o veneno de uma alma em busca de liberdade...

Seja bem-indo-e-vindo[a]!

Witches Hat
Tecnologia do Blogger.