Resenha: Uma solidão ruidosa
Escrito pelo Tcheco Bohumil Hrabal, Uma solidão ruidosa aborda o cotidiano de um narrador que opera uma prensa hidráulica que compacta papel, entre um copo e outro de cerveja. Hant'a, há 35 anos nesse oficio, descarta todo tipo de papel, incluindo livros clássicos. Entretanto, alguns desses títulos são "salvos" da prensa graças à habilidade de Hant'a em "memorizar" as ideias contidas naquelas páginas.
Em dado momento, não se sabe mais de quem partiu a ideia original - se dos livros ou da mente perturbadora do personagem. A história prossegue para o momento em que Hant'a logo será substituído por operários mais novos e ele se vê ameaçado com pesadelos, em que visualiza a cidade de Praga sendo destruída por uma prensa hidráulica gigante.
Publicado pela Companhia das Letras, Uma solidão ruidosa foi um dos últimos trabalhos do escritor, originalmente lançado em 1976. Analisando o histórico da época, a Tchecoslováquia vivia sob o regime soviético, e a obra seria uma espécie de transgressão ao Estado repressivo. Além do protagonista - narrador, ainda contamos em ver outros personagens que carregam traços de peculiaridade em suas construções sociais.
As temáticas abordadas mesclam paradoxos como persistência da memória versus efemeridade da literatura, desejo versus burocratas detentores de uma tecnologia que oprime e censura ideologias. O próprio Hrabal chegou a trabalhar com prensa de papéis usados em determinado ponto de sua vida. Morreu no ano de 1997, aos 82 anos.
O que mais gosto das suas indicações é que você sempre me faz pensar fora da caixinha, sério. Eu me pego pensando que só conheço a literatura estrangeira de países que costumam dominar meus gêneros favoritos, que são Estados Unidos e, muito de vez em quando, Inglaterra. Mas tem tantos outros para conhecermos, como esse, que é até parte de nossa História, baseado em fatos reais, se posso assim dizer, né?
ResponderExcluirGostei bastante da sua indicação. S2
Bjks!
Mundinho da Hanna
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Oioi! Parece ser uma obra de grande cunho reflexivo. Imagino que passemos um bom tempo na mente do personagem e, consequentemente, passeando pelas obras que ele memorizou (aliás, que memória fantástica essa; pergunto-me se é uma dádiva ou um castigo para ele). Deve ser mesmo uma leitura incrível. Abs!
ResponderExcluirCaraca, que abordagem diferenciada! Mas, eu curto pra caramba essas histórias dentro de outra histórias. Parando um pouco pra pensa, analisar... a gente vê os diversos vieses que o autor quis pautar (ou mesmo cutucar!).
ResponderExcluirGostei da indicação. Beijocas
Realmente achei bem intrigante essa proposta ao abordar o cotidiano de um narrador cujo qual opera uma prensa hidráulica com a funcionalidade de compactar papel, ainda mais fazendo isso entre um copo e outro de cerveja. Além de trazer outros personagens peculiares na construções sociais deles. Porém, o que mais me chamou atenção foi o fato da contextualização da época se a Tchecoslováquia sob o regime soviético, por isso achei muito interessante essa obra ser uma espécie de transgressão ao Estado repressivo. Muito curioso.
ResponderExcluirEu não conhecia o livro, nem o autor e lógico, fiquei curiosa porque não tenho tanto contato com a literatura Tcheca. Me parece, eu acho, que talvez beire um pouco para o fluxo da consciência, estou certa?
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