[HQ] Azul é a cor mais quente...
As pessoas costumam falar em blogs do que está mais em alta, e claro que muitos se surpreendem quando falo que, mesmo tendo lido A culpa é das estrelas, ainda não tenha me reservado um tempinho de falar sobre as impressões que ele me passou... E com o filme nos cinemas, a popularidade só aumenta... Mas, apesar de tudo, cá estou eu falando de uma HQ [e de um filme] que teve seu momento pop/polêmico uns meses atrás, mas que só agora tive a chance de ler, [embora tenha visto o filme na internet, com legenda pequena, ainda quando estava no cinema...] e que, a meu ver, traz tonalidades de azul em sua essência, bem mais tocantes e poéticas que ACEDE...
Falo da história de Clémentine [ou Adèle, caso tenham visto o filme]. Azul é a cor mais quente é uma HQ escrita por Julie Maroh e fala sobre a descoberta do amor num relacionamento entre duas garotas, bem como da dificuldade de aceitação na sociedade por conta de suas 'escolhas'. A garota de cabelos castanhos, Clémentine, tem apenas 15 anos e sente-se perdida em seus devaneios e existencialismo. Acaba conhecendo Emma, por um acaso qualquer do destino, ao cruzar uma rua, e aquelas madeixas azuis começam a povoar seus sonhos mais íntimos...
No início da Hq quem aparece primeiro é Emma, absorta em lembranças de sua amada. Ao ler os diários de Clémentine, na casa dela, conhecemos a história de ambas... O quadrinho mostra toda a trajetória dessas duas garotas, que em meio a um ambiente escolar hostil para os homossexuais, acabam se apaixonando, embora no começo, Clémentine relute em aceitar seus sentimentos, e tente escondê-los das outras pessoas. No caso de Emma, é esconder o que sente por Clémentine, de sua namorada Sabine. Temos outros personagens inseridos na trama, Valentin, amigo de Clémentine, os pais dela, alguns amigos da escola e Sabine, namorada de Emma, cada um tendo sua devida importância na história, servindo de pano de fundo ao amor proibido das protagonistas.
"Foi naquele momento que alguma coisa começou a crescer: o meu desejo por ela. O desejo de estar nos braços dela, de acariciá-la, beijá-la, de que ela quisesse isso também, de que ela me quisesse.
Agora... nós estamos muito próximas. Eu sinto uma ambiguidade, às vezes opressora... e espero... prendendo a minha respiração junto com a dela.
No momento seguinte, sou tomada pela vergonha, eu me odeio e me sufoco com essa bola de fogo que só pede para sair do meu ventre."
No caso do filme, algumas coisas foram adaptadas de forma diferente. A começar pelo nome da personagem principal, que se transforma em Adèle [e pessoalmente eu prefiro o nome dela no filme que na HQ]. Da mesma forma que a garota no quadrinho, Adèle luta contra seus sentimentos mas demonstra uma curiosidade absurda pelo mundo que envolve Emma. Ela é mais 'esquentada', arredia, e faz de tudo para estar perto da bela moça de cabelos azuis. Emma se mostra mais segura de sua homossexualidade no filme que no quadrinho, e logo deixa Sabine de lado para viver um romance com Adèle. As semelhanças sobre o relacionamento com os pais, com a sociedade e afins difere um pouco da Hq, mas o desfecho da história é bem distinto...
Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux |
Não sei como me prolongar mais sem dar spoiler de um ou outro, mas recomendo que leiam/assistam e tentem enxergar as nuances 'azuis' que a história passa ao leitor/espectador. Na verdade, foram duas perspectivas que me emocionaram, cada qual a sua maneira, sem perder a essência do amor entre as protagonistas... finais trágicos e poéticos da mesma forma... No filme, o final deixa uma ponta solta, que dá margem a pensar no que vem depois. Na HQ, a história se consome por si mesma, mas deixa igualmente, um nó na garganta e um soluço angustiado preso ao peito...
"Emma... você tinha me perguntado se eu acreditava no amor eterno. O amor é abstrato demais, e indiscernível. Ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos. Se nós não existíssemos, ele não existiria. E nós somos tão inconstantes... Então, o amor não pode não o ser também.
O amor se inflama, morre, se quebra, nos destroça, se reanima... nos reanima. O amor talvez não seja eterno, mas a nós ele torna eternos...
Para além da nossa morte, o amor que nós despertamos continua a seguir o seu caminho."
Me apaixonei muito pelo filme, vi duas vezes e vivo pensando em rever. Queria ler a HQ e ver como ficou mas acho que vai demorar devido o preço dela *risos*
ResponderExcluirResenha linda :3
ainda pretendo comprar o filme original pra ver novamente :D
Excluirpois é, se eu não tivesse ganho essa HQ numa promoção, nem tão cedo eu teria lido. Tive sorte MESMO. rsrs
Acho que nunca li nada assim, já em filmes pra mim não é novidade. Porém ainda não conhecia este, vou procurar na internet pra ver se da pra assistir online. Valeu a dica, e ese lance de azul eu tbm achei bem legal em ACEDE.
ResponderExcluirxoxo
http://amigadaleitora.blogspot.com.br/
tinha no site Cinema e Prosa. Vi por lá, mas fui olhar agora e descobri que foi removido :(
Excluirespero que vc assista, leia e goste, tanto quanto gostou de ACEDE ^^
bjs
Gostei muito do filme, muito. Filmes com temática LGBT são tão bons geralmente, né? Fica bem mais trágico. Doido para ler o quadrinho porque o desenho da autora é muito bonito também. Fora a história.
ResponderExcluirAbraços!
eu tbm amei, é puro encanto... a temática me agrada bastante...
Excluir^^
Gente, tô chocada, não sabia que uma delas namorava! Tentei ver o filme há um tempo atrás, mas só achei players ruins e desisti. :( Agora quero ler a HQ e depois ver o filme.
ResponderExcluirCoral,
http://universeforwords.com