O som e a fúria, William Faulkner

 


O som e a fúria é considerada uma das obras-primas da literatura norte-americana. Escrita em 1929, pelo Nobel Prize William Faulkner, trata-se de uma leitura que possui uma linguagem bastante particular, que o torna um livro denso e complexo. 

Dividido em 4 capítulos, acompanhamos a trajetória de uma família oriunda do Mississippi, que se encontra em fase de decadência, e através do estilo fluxo de consciência, temos a narrativa vista pela perspectiva de três irmãos, sendo que o primeiro deles, o "bobo" que possui problemas mentais, nos entrega um capítulo sem sentido e mentalmente confuso, assim como ele mesmo. Benjamin faz uma alusão à obra Shakesperiana; 'o som e a fúria' de sua narrativa se faz presente no decorrer da primeira parte do romance. Indo ao passado e retomando o presente, sabemos por meio da mente confusa de Benji que sua irmã Caddy se encontra foragida, após dar a luz uma criança bastarda e que sofreu rejeição por parte da família.



Quentin dá voz à segunda parte da narrativa, igualmente complexa, em que notamos aspectos de sua condição incestuosa e suicida. Jason é a mente rancorosa que dá vida ao capítulo três da história e por último, a parte faltante do engenhoso quebra-cabeça do enredo que se configura em elucidar o romance. Em paralelo a  situação familiar, há a questão econômica como plano de fundo, que deixa notória a situação de falência dos Compson, devido a crise econômica que se instaura a partir dos meses seguintes. 

Embora Benji se sinta 'feliz' por ver o mundo tal como é, sua mente difere da situação real em que sua família se encontra, bem distante das abominações provocadas por seu clã, bem como da sociedade em si, envolta em decrepitude, num cenário devastador. 

Em suma, O som e a fúria entrega muito da genialidade de Faulkner como escritor, e se revela uma leitura desafiadora aos leitores que optam por desvendar sua narrativa. 


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7 comentários:

  1. Eu conheço essa obra, mas nunca a li e acho interessante o personagem do Bobo justamente por você me dizer que é um capítulo confuso.

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  2. Ótimo conhecer essa obra, que é considerada uma das obras-primas da literatura norte-americana. Muito interessante saber que trata-se de uma leitura que possui uma linguagem bastante particular, motivo pelo qual torna o livro denso e complexo, como você descreveu. Enfim, gostei de conhecer mais sobre o que foi apresentado. Curti também que a obra entrega muito da genialidade de Faulkner como escritor, além de revelar-se uma leitura desafiadora aos leitores que optam por desvendar essa narrativa.

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  3. Minha primeira experiência com Faulkner, foi Enquanto Agonizo... Me apaixonei. Li em uma tacada só. Sou super fã de autores que escrevem através do fluxo de consciência. Me amarro de verdade.
    Eu acabei perdendo a chance de ler O Som e a Fúria com uns amigos ano passado. Mas devido a boa experiência que tive com o autor, mais suas pontuações... Quero coloca-lo novamente na TBR da vida.
    Beijo grande

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  4. Oi, tudo bem? Não lembro de já ter ouvido falar desse autor mas concordo com você, a proposta da obra é muito criativa. Fiquei pensando numa mesma história sendo contada por pessoas diferentes. Com certeza teremos pontos de vista distintos. Mas o primeiro dos irmãos me deixou mais curiosa. Fiquei imaginando como o autor faz o leitor perceber que seu relato não é "confiável". Ótima indicação como sempre. Um abraço, Érika =^.^=

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  5. Ahhhh quero tanto ler esse livro, Quentin, nas resenhas que li, e o personagem que mais me chama atenção. E como amo leituras desafiadoras, é perfeito para mim.

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  6. Essa obra é simplesmente fantástica. Essa divisão de narrativa, a construção crítica com o apelo econômico! Eu sou doida para relê-la! Me aumentou ainda mais a vontade, Val!

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  7. Eu nunca li o Faulkner, mas eu tenho muita curiosidade, gostei muito de saber que tem alusões ao Shakespeare, é um autor que eu gosto muito. E, depois dos seus comentários, parece ser muito genial!

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