Borges e O livro dos seres imaginários...

Trago o incrível autor argentino outra vez aqui no blog, desta vez contando minhas impressões sobre O livro dos seres imaginários, publicado em 1957, tendo como colaboradora Margarita Guerrero. Margarita foi amiga de Borges durante longo tempo, e ajudou o autor em alguns outros escritos.

Trata-se de um compilado sobre criaturas que permeiam o imaginário de diversas culturas, nórdicas, egípcias, chinesas ou islâmicas, entre outras. Seres como a Esfinge, Fadas, elfos e o centauro ganham um espaço nessa publicação. Outras menos conhecidas como o Zaratã, Nesnás e Hochigan também dão o ar de sua graça nas 182 páginas da edição... 

Quando se trata de literatura fantástica, Jorge Luis Borges aponta como um dos autores mais expoentes do gênero. Escreveu ficções, ensaios e poesias, e em cada um de seus trabalhos percebe-se uma veia de mistério e terror da condição humana.


Em O livro dos seres imaginários, figuras clássicas da mitologia grega clássica, oriental e criaturas advindas da mente sombria de grandes nomes da literatura mundial, como Kafka e Edgar Allan Poe também se fazem presentes. Duendes e elfos do folclore europeu são descritos, assim como o duplo e as Valquírias. 

"Entre os índios Sioux, Haokah usava os ventos como baquetas para que ressoasse o tambor do trovão. Seus cornos demonstravam que era também deus da caça. Chorava quando estava contente; ria quando triste. Sentia o frio como calor e o calor como frio."

É como se o leitor fizesse um passeio junto com o autor por um zoológico de criaturas exóticas, vendo animais que sequer existem - a não ser no imaginário cultural de vários povos - e que chegaram até os dias atuais por meio de escritos antigos preservados ao longo dos séculos, ou até mesmo pela oralidade de nossos antepassados...

São 'monstros' que ao longo do espaço e do tempo povoam a fantasia da humanidade. Dragões, o gato de Cheshire [sim, aquele descrito em Alice no pais das maravilhas], quimeras, salamandras, harpias e pigmeus. A fênix, Cérbero, o elefante que predisse o nascimento de Buda. Como podem perceber, a diversificação encontrada na obra abrange culturas diversas.

"Segundo a mitologia dos egípcios, Abtu e Anet são dois peixes idênticos e sagrados que vão nadando à frente da nave de Ra, deus do sol, para adverti-lo de qualquer perigo. Durante o dia, a nave viaja pelo céu, do nascente ao poente; durante a noite, por baixo da terra, em direção inversa."

Em suma, seria uma bela maneira de dar início à rica obra de Borges, pois a escrita dele é fluída e a leitura se torna breve, além de interessante. Aos que gostam de mitologia, o livro serve como um ótimo guia para consultas... Recomendadíssimo... 



8 comentários:

  1. fiquei pensando como esse livro não é curioso. sempre gostei muito de autores criativos. e esse livros além do título muoto bom me fez pensar sobre quais seres imaginários ele nos leva a conhecer ♥

    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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  2. Não sei quase nada sobre mitologia, e acho que esse livro seria uma ótima ajuda para saber como começar a ler mais sobre mitologia e afins
    Adorei
    Beijos

    http://myself-here1.blogspot.com.br/?m=1

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  3. Oi, flor.
    Dessa vez não me interessei pelo livro… Mas talvez seja porque já estamos um pouco saturados desses seres míticos. Gosto de pensar, no entanto, que isso é certamente muito positivo!

    Beijos!
    http://www.myqueenside.blogspot.com

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  4. Oii
    Pela capa eu não dava nada por esse livro. Mas achei muito interessante o tema.
    Gostei! Vou tentar encontrar para ler!
    Bju

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  5. O livro em si não me atraiu muito por não ser uma leitura que eu faria, mas consigo pensar em várias pessoas que eu poderia indicar esse livro.

    http://laoliphant.com.br/

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  6. Olá, acho que eu iria gostar muito desse livro, gosto de livros com seres fantásticos e mitológicos, e ter a oportunidade conhecer tantos seria ótimo.

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  7. Olá, tudo bem?
    Eu acho que esse livro é bem o meu estilo. Eu adoro criaturas mitológicas! Na verdade, adoro tudo que tem a ver com mitologia. Então, sim, com certeza leria a obra.
    Beijos <3

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  8. Li esse livro no início do ano e amei-o, mas ainda não me acostumei ao ritmo de Borges. É diferente. E não sou a maior fã de textos fragmentados, com um jeito de contos.

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