Resenha: A gorda do Tiki-Bar, de Dalton Trevisan

Um dos trabalhos mais recentes de Dalton Trevisan intitula-se A gorda do Tiki-bar. Publicado pela L&PM Editores, traz onze contos de forte cunho sexual, narrados com uma destreza cru-poética digna de poucos escritores da contemporaneidade. Se faz necessário levar em conta o fato de que seus textos começaram a ser publicados na década de 1940.

Seu jeito de contar histórias possui uma particularidade singular, dando leveza a textos erotizados, que soam como uma relação sexual a meia-luz num bordel de letras em neon vermelho. Por vezes chocante devido à visceralidade de seus enredos e personagens, há tons de decadência nos desfechos de cada conto, verdadeiros diálogos despudorados e inquietantes, lascivos e entorpecentes. 

Dalton Trevisan nasceu em 1925, na capital paranaense. É um dos escritores vivos que representam muito bem sua geração literária. Prolífico, escreveu apenas um romance, mas diversos livros de contos, chegando a ser traduzido para outros países. 


- Galope não. Fique no trote. 

Corcoveava e bufava igualzinha à mula branquinha, que fora o seu primeiro grande amor.


 

12 comentários:

  1. Tai,vou atrás dessa obra, gostei da capa e gostei de como você fala dela e desse trechinho, pode ser a visão masculina mas gosto dessa premissa de poesia e cunho sexual. E você me ganhou no bordel de letras neon kkk.

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  2. "Seu jeito de contar histórias possui uma particularidade singular, dando leveza a textos erotizados, que soam como uma relação sexual a meia-luz num bordel de letras em neon vermelho."

    Sua resenha me ganhou aí. Vou procurar. Adoro escritas leves que nem por isso deixam de ser viscerais. Além disso, amo contos, e um tapa de realidade nunca vai mal. Então, tenho certeza de que não vou me arrepender. Abs!

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    1. Fico feliz que tenha curtido. Espero que tenha a chance de conhecer a escrita dele.
      Tschüß

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  3. Oi Val! Esse não é exatamente um gênero de obra que me atrai, mas acho louvável o trabalho de um autor que consiga abordar de forma visceral e com certa leveza, temas que habitualmente surgem carregados de tabus e extravagâncias. Por si só já é uma obra valiosa e achei ótima sua forma de falar sobre ela.

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  4. Nossa, esse trabalho é inédito e diferente de tudo o que já li na vida! Ótimo que esses contos de cunho sexual narrados com certa destreza cru-poética, como mencionado, contem com essa particularidade singular de contar histórias cujo o autor possui ao dar leveza a textos erotizados.

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  5. Eu gosto de histórias que trazem críticas junto a esse cunho erótico. Mas também gosto de prosa poética que consiga nos enredas como uma forma de trazer, dentro da narrativa, os atos em si. Parece ser bem interessante.

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  6. Oi, tudo bem? Fiquei impressionada que o autor ainda está vivo. Fiquei pensando no quanto ele pode nos agregar com tanto conhecimento, sua visão daquela época, e quais motivos o levaram a escrever tal obra. Uma pena não ter mais obras dele. Nunca li nada do gênero mas acredita que a experiência seria muito rica. Sempre que vejo edições nesse estilo lembro de "livros" que eram escritos como contos e liberados semanalmente. Uma época bem diferente da nossa não é mesmo? Um abraço, Érika =^.^=

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    1. Vivo, mas muito recluso. XD
      Não gosta de dar entrevistas, nem receber ninguém. Vibe no cantinho dele em paz hahaha
      Amo os contos dele. Vdd, lembra mesmo os trabalhos semanais de folhetins e afins.
      Tschuss

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De Bukowski a Dostoievski. Ana Cristina César a Lilian Farias. Deleite-se com a poesia de Florbela Espanca e o erotismo de Anaïs Nin...
Aforismos, devaneios, quotes dispersos e impressões literárias...um baú de antiguidades e pós-modernismo. O obscuro, complexo, distópico, inverso... O horror, o amor, a loucura e o veneno de uma alma em busca de liberdade...

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