O Céu é logo ali, de Lilian Farias
Lilian Farias nos convida a visitar o céu de duas mulheres: Dolores e Clarice. Suas histórias entremeiam-se de maneira subjetiva ao longo das 115 páginas que compõem o livro, e outros personagens vão dando corpo a suas aventuras...
Toda a liberdade aprisionada se esvai quando a portinha da gaiola é aberta... Há quem deseje ardentemente a vida, há quem se recuse a despertar para outra realidade... O céu é logo ali é uma história de transições. Repleto de metáforas e personagens tão reais e que em contrapartida, nos são tão absurdos que parecem não existir. Mas cada um deles representa uma passagem, suas trajetórias são carregadas de simbolismo...
Dolores seria a mulher adulta, que em dado momento da vida estranha a juventude indo embora e precisa se adaptar a condição de maturidade. Com Clarice se dá a mesma situação, mas num divisor de águas anterior, que seria a passagem da adolescência para a vida adulta. Clarice e Dolores representam a nós, mulheres, que passamos por tantas fases ao longo da existência, e com medo de cruzá-las... Algumas são Dolores, que aceitam o desafio de se adaptar, outras - como Clarice - não enxergam perspectiva no que vai além, e entram numa espécie de coma, a fim de se agarrar a segurança dos dias anteriores... e quando ninguém mais tem esperança de que ela desperte desse estado de torpor, ela retorna, mas a realidade não é algo que ela almejava, e se implanta ali um estado vegetativo, uma vida rejeitada, uma não-vida...
"Como saber o que se passava em uma mente anestesiada pela dor? A mente entorpecida, que preferia calar-se para ter forças e rastejar diante da mutilação do viver. Imposta, diariamente, a um sufoco matinal de ter que acordar e sentir o oxigênio em seus pulmões."
A escrita de Lilian é profunda e simbólica. Não espere algo menor que complexidade nas poucas páginas que compõem a obra. Ela soube como poucos representar vários arquétipos humanos em figuras igualmente humanas, mas trazendo nelas a leveza do voo de uma borboleta recém saída de seu casulo...
Para ler resenha de outros títulos da autora, clique nos links abaixo...
Mulheres que não sabem chorar
Fome
A Lilian realmente escreve muito bem, pelo menos do que conheço das postagens que ela faz no blog, sou apaixonada pelos textos. Os livros eu infelizmente ainda não li, mas estou querendo aproveitar a bienal para comprar e também conhecê-la.
ResponderExcluirÉ difícil amadurecer e mesmo a liberdade exige certo grau de coragem. O texto e suas duas personagens devem ser muito reflexivo.
Bjs!
Ola, Adorei o post:)) Bjs Karina
ResponderExcluirNovo:http://openklosetfashion.blogspot.pt/2016/08/cachorro-portuguesa-traditional.html#disqus_thread
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Eu preciso realmente ler os livros da Lilian, pois tenho lido tantas resenhas positivas, sempre ressaltando as qualidades das obras, que não tem como não ficar curiosa pra conferir. Bom, acho que vou enxergar em uma das personagens. Ou nas duas.
ResponderExcluirBeijos!
Olá!
ResponderExcluirAinda não tive a oportunidade de ler os livros da Lilian, mas sua resenha descreveu o livro de uma maneira tão perfeita que estou me sentido muito boba por não ter lido antes. Achei muito legal essa descrição que ela fez das várias personagens que compõe o livro.
Beijos.
http://arsenaldeideiasblog.wordpress.com/
Oi, gostei da sua resenha e acho que a Lilian escreve muito bem, já li esse livro e o livro Mulheres que Não Sabem Chorar, outro livro também muito bem escrito e cheio de detalhes, rico, assim, como esse, de filosofia e ensinamentos que nos faz refletir sobre várias questões da vida.
ResponderExcluirbjus
Oi Val, ainda não li esse livro da autora e quero muito, pois sempre ouvi falar bem dele. Já conheço a escrita marcante dela e tenho certeza que vou amar essa leitura. BJs
ResponderExcluirOi Val.
ResponderExcluirLeio muita coisa positiva sobre a escrita da Lilian e tenho muita curiosidade de conferir por mim mesma as obras.
Ótima resenha.
Beijos
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