Blake e O casamento do Céu e do Inferno


William Blake é um autor inglês considerado precursor da liberdade sexual da mulher, do individualismo e um revolucionário. Sua obra influenciou autores como Walt Whitman e a obra O casamento do céu e do inferno é considerada sua obra-prima. Além de poeta, foi pintor e gravurista.

Em meados de 1790 ele escreveu O casamento do céu e do inferno, em chapas coloridas com desenhos que circundavam todo o texto. O livro tece uma crítica à  religiosidade, atacando a ortodoxia das igrejas, além de princípios sociais, literários e políticos de sua época. 

É interessante notar certo misticismo permeando sua escrita, além de uma recusa ao autoritarismo. Seus textos eram considerados estranhos para a sociedade inglesa naquele período em que a Inglaterra vivia um momento histórico com a Revolução Industrial, além das ideias iluministas que ganhavam força entre os pensadores e intelectuais. 

O casamento do céu e do inferno possui uma dualidade corpo vs alma rejeitando a ideia de que tudo que é proveniente do corpo é demoníaco e o que é proveniente da alma é divino. Trata-se de uma das obras mais importantes do Romantismo dotada de originalidade e estranheza para os padrões do século XVIII.

"Um homem cuja face não brilha jamais se tornará um astro."

Em edição bilíngue a Hedra Editora possui uma tradução primorosa dos escritos de Blake, organizada por Ivo Barroso, bem como uma linha cronológica e um apêndice ao final da edição. 

"As prisões são erguidas com as pedras da Lei e os Bordéis com os tijolos da Religião."



William Blake influenciou artistas de nosso século, como o vocalista Jim Morrison, que batizou sua banda como 'The Doors' [As portas] devido a uma citação do autor que diz: "se as portas da percepção estivessem limpas tudo se mostraria ao homem tal como é, infinito." O misticismo na obra de Blake serviu de base para a própria filosofia seguida por Jim, que incorporava aos seus versos sombrios facetas da escrita do poeta... 


8 comentários:

  1. Que livro e autor interessante. Ainda tenho muito o que aprender de literatura clássica e gostei muito da sua resenha por dar um panorama e situar a obra do autor e não apenas falar da história. Dica anotada aqui.
    Bjs,
    Dani

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  2. Adorei sua resenha, nunca tinha ouvido falar em Willian Blake, mas sei que o gênero não é o que costumo ler hehe!

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  3. Esse autor é incrível, li algumas coisas em e-book (pirata) por aí. Não conhecia essa edição bilíngue da Hedras. Fiquei bem encantada com o trabalho deles. Espero ter a chance de conferir essa edição tbm.

    Raíssa Nantes

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  4. Oi tudo bem?! ótima resenha. Não conhecia o autor ainda e fiquei curiosa para saber mais sobre ele. Estou tentando ler mais clássicos e com certeza este livro entrará para minha lista.
    Bjs

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  5. Oi.
    Parabéns pela resenha.
    Adorei a dica, principalmente porque neste ano me comprometi a intercalar um livro clássico com outro mais voltado ao entretenimento.
    Pretendo lê-lo em breve.
    Beijos.

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  6. Oi, tudo bem?
    Ainda não conhecia o livro. O tema central é bem polêmico.
    Confesso que acho que não leria, apesar de amar clássicos. Sua resenha está muito bem escrita.

    Blog Livros, vamos devorá-los

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  7. Olá, não conhecia essa obra e fiquei muito interessada, parece ser uma leitura incrível, adorei.

    Abraços

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  8. Olá Maria!
    Não conhecia a obra e achei bem interessante, gosto de livros que foram polêmicos para a sua época e que nos fazem refletir sobre o que está acontecendo na nossa época. Espero poder ler esse clássico!

    beijos!

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Aforismos, devaneios, quotes dispersos e impressões literárias...um baú de antiguidades e pós-modernismo. O obscuro, complexo, distópico, inverso... O horror, o amor, a loucura e o veneno de uma alma em busca de liberdade...

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