A dama do cachorrinho e outras histórias - Anton Tchékhov


Há 154 anos, no dia 17 de janeiro de 1860, nascia na cidade de Taganrov, no sul da Rússia, um dos maiores escritores da literatura russa, Anton Pávlovitch Tchékhov. Formado em Medicina, acabou deixando a profissão de lado para se dedicar à arte de escrever. O autor é bastante famoso por seus contos, sobretudo curtos, que escreveu até pouco tempo antes de falecer, em 1904. Ele se destaca pela escrita mordaz, de humor irônico, utilizando pessoas comuns como personagens, bem como cenas do cotidiano. Além dessas características, é fácil perceber certo toque de melancolia em suas obras... Sem muito drama e ausência de situações complicadas, Tchékhov fala sobre a realidade de seus personagens de forma fluída, mostrando de maneira sutil o interior deles. No dia 1 de julho de 1904, aos 44 anos, falece em um sanatório alemão, devido a tuberculose... No conto A noiva, o personagem Sacha pode ser considerado autobiográfico, devido a seu desfecho...

Meu primeiro contato com o autor foi breve, em 2009, quando li seu conto A aposta. Depois disso, nunca mais flertei com seus escritos, até que há poucos dias, me deparei com A dama do cachorrinho [e outras histórias] dando bobeira num sebo. Não pensei duas vezes em comprá-lo e posso dizer que todos, exatamente TODOS os contos do livro me fascinaram. São eles: A morte do funcionário, O enxoval, Aniúta, A corista, Vanka, Vérotchka, Zínotchka, A irrequieta, Anna no pescoço, Iônytch, A dama do cachorrinho e A noiva. Difícil escolher apenas um para discorrer a respeito. Os que mais me empolgaram estão em destaque. 



Vanka é um menino que resolve escrever uma carta a seu avô, fazendo um apelo para levá-lo de volta para casa, pois é época de natal e o menino se encontra longe de seu avô, após ter perdido os pais. 
É um relato leve e ao mesmo tempo desesperado de uma criança que se encontra envolta a uma atmosfera de violência e maus-tratos, que anseia voltar ao aconchego de seu lar.
A corista é sobre uma mulher que procura uma amante de seu marido, implorando para que esta lhe entregue os presentes dados a ele para ela, pois precisa saldar as dívidas do indivíduo ou seus filhinhos passarão fome.
A morte do funcionário é sobre um homem insistente, que após um incidente no teatro, vai se desculpar com o homem a quem sem querer respingou ao espirrar. As premissas parecem irrelevantes ao ler do que se trata cada história, mas quando se lê o conto, a percepção do leitor vai sendo despertada... 





Sovinices, adultérios, despedidas, miséria, mortes e amores confusos e proibidos se mesclam em toda a obra, fazendo de A dama do cachorrinho [e outras histórias] um livro completo, fantástico e reflexivo. Faz com que o leitor adquira vontade de adentrar-se nos costumes russos. É uma boa pedida para quem quer conhecer a obra de Anton Tchékhov... 


P.S: Esse livro está na lista do Desafio de Férias 2014 que resolvi fazer. Você pode saber quais outros títulos escolhidos clicando aqui.


5 comentários:

  1. Ainda não tive contato nenhum com a escrita dos russos, mas já estou com o Crime e castigo do Dostô separado aqui pra encarar.
    Acho que Tchékhov tá na lista de autores para ler esse ano mas não sei qual livro vai ser ainda, talvez esse mesmo que tu indicou.

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  2. Olá, Valéria :)
    Como está?
    Menina, se eu disser, nunca li nada desse escritor -não que eu me lembre,rsrs.
    Um dia, o Victor tava n super mercado e tava o livro "A dama do cachorrinho" bem baratinho, e ele trouxe; Eu e ele iremos ler hihi

    http://incriativos.blogspot.com.br/

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  3. Já tinha ouvido falar dele, mas nunca o li. Esse ano será bom para leituras! Assim como Agatha Christie, meu pai me deu umas dicas de onde comprar livros desta linha aqui em recife...

    Mas o experimentarei quando o tempo permitir :D

    Beijão :D

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  4. Olá Maria!! Tudo bem??
    Não conhecia o autor e apesar de gostar de contos não conhecia nenhuma de suas obras...Mas adorei seus post e com certeza vou querer ler algum deles.

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  5. Já ouvi falar dele, se é que não estou a confundi-lo com outro (é provável), mas gosto muito de contos. Quem sabe um dia eu terei oportunidade de lê-los?

    Beijos Val ♥ Conversas de Alcova

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