O que me trouxe a literatura húngara: O legado de Eszter
Venho através deste post trazer para vocês a primeira resenha do Desafio Poisonous Bloggers Challenge 2016, em que para o mês de Janeiro, Amanda deu o tema 'escolher um livro que você não saiba pronunciar o nome do[a] autor[a]. A obra que escolhi foi O legado de Eszter, do escritor e jornalista húngaro Sándor Márai. [Não pensem que é fácil pronunciar haha] A edição é da Editora Companhia das Letras.
Trata-se de uma novela em que Eszter, após vinte anos, reencontra o homem que possuiu seu coração, mas que ainda na juventude, casou-se com sua irmã, Vilma [Vilmó]. Essa volta à antiga casa onde se conheceram não foi por acaso. Viúvo já há muito, Lajos [Lê-se Lóiosh] pretende reclamar a posse da propriedade para si e os filhos que teve com Vilma.
Apesar do caráter conhecido de Lajos como vigarista, golpista e mentiroso, Eszter está disposta a entregar os [poucos] bens que lhe restam numa [vã?] esperança de enfim viver esse amor, interrompido por uma série de circunstâncias ocorridas há tantos anos... Confesso que em determinados momentos, sentia raiva pela permissividade de Eszter em acatar resignada as investidas despossuídas de caráter e empatia por parte de seu amor...
Além dos protagonistas, temos Eva, filha de Vilma e Lajos, Nunu, uma espécie de governanta que vive por anos com Eszter, de personalidade misteriosa e indiferente; parece estar alheia ao que acontece ao seu redor, quando na verdade possui sabedoria suficiente para entender o que se passa sem falar muito... Um antigo admirador de Eszter, que nunca teve chance com ela, entre alguns outros...
Em apenas 113 páginas, Márai escancara a passividade de Eszter, que mesmo tendo sido lograda com as atitudes de Lajos, ainda nutre um amor que não se consumiu com o tempo... Tempo - eu diria - que pode ser considerado um importante personagem desse enredo, pois a narrativa em primeira pessoa de Eszter nos faz adentrar na estória de maneira intuitiva e profunda... E em determinado momento, o ângulo muda, e acompanhamos o desfecho numa visão mais ampla e com final surpreendente, embora lá no fundo o leitor saiba que seria feliz demais findar de outra forma...
Eszter é passiva, e senti um misto de raiva, pena e tristeza pela mulher sofrida que amargou anos sem seu amor.
"anos atrás fui infeliz. Mas depois o sentimento coagulou, como sangue na ferida. Desconhecia a força que tamponou em mim o frêmito da dor. Entretanto, há feridas que "o tempo" não "cura". Sabia que não me curara. Mas alguns anos após a "separação" - é muito difícil encontrar palavras precisas para o que aconteceu entre nós - o insuportável tornou-se de repente mais natural, mais simples. Já não sentia a toda a hora necessidade de chamar quem ajudasse, não clamava por policial, nem médico ou padre. De algum modo, vivia..."
Há cartas que não foram lidas, sequer entregues e apenas numa conversa entre tia e sobrinha é que são descobertas. Quem sabe ali estivesse a chave para que tudo pudesse ter sido diferente? Eszter, agora ciente da existência delas, parece compreender como sua vida teria sido se tais cartas tivessem chegado às suas mãos... Seria possível encontrar alguma verdade em Lajos, em meio a uma vida de mentiras e logro? O Tempo escancara [assim como as portas da capa do livro] os anos perdidos de Eszter e Lajos...
"E voltei a deitar-me, com minhas cartas, minhas lembranças, e a consciência amarga da juventude perdida."
Para minha primeira experiência com a literatura húngara, arrisco dizer que foi uma investida positiva, e pretendo ler outras obras de Sándor Márai [lê-se Shándor Márói]. Não só dele mas também de outros autores húngaros...
Enfim, espero que tenham apreciado a resenha... Até a próxima postagem... ;)
Huahahuahahuahuahuahahauahahauahauahahuahauahauahauahauahauahauahauahauahauahahahahahauahauahauahauahauahahahauahauahauahahahahahahahahahuahauahauahauahajhuahauahauahauahauah
ResponderExcluirEu já imaginei tu tentando mil vezes falar o nome.
Foi aquele teu amigo que indicou???
Eu achei a história Mara, será que acho por aqui numa boa esse livro? Beijinho, Val.
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ResponderExcluirEu já imaginei tu tentando mil vezes falar o nome.
Foi aquele teu amigo que indicou???
Eu achei a história Mara, será que acho por aqui numa boa esse livro? Beijinho, Val.
Kkk, que nome hein?! Fiquei curiosa em saber como se fala kkk.
ResponderExcluirQuanto a premissa da história não me atraiu muito não.
Um bj
Camila Bernardini Coelho
Que livro é esse gentem???
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar antes.
Achei a premissa bem diferente, estranha, mas interessante.
Mesmo o livro não sendo o meu tipo favorito, acho que arriscaria a ler, não custa nada mesmo kkkkk E acho que seria bom conhecer a literatura húngara.
Amei sua resenha
O legado de quem? KKKKKKKk
ResponderExcluirq? Como assim Lajos Lê-se Lóiosh?????? KKKKKKKKKKKKKK pois eu pronunciei Lajos até o final da resenha. Eu pulo os nomes lendo Os miseráveis e já abandonei Laranja Mecânica por causa do glossário Nadsat.
Sempre tem uma governanta diferente, impressionante.
Definitivamente não tô preparada pra literatura húngara KKKKKK
Não pude deixar de ler seu perfil
"Detesto forjar simpatia pra parecer agradável." DETESTAMOS.
"Detesto chick-lit, New Adult, harry potter e romances 'atuais" ACHEI OFENSIVO, FALA MAAAAIS HAHAHAAHHA
' Tríade perfeita? Darkside, LPM e Aleph. Sem mais..." NOSSA VENK ME ABRAÇA MOLIER ♡
Vai me ver aqui sempre? Vai sim porque adorei e a gente tem muito em comum!!
Beijos!!
Acho que não conseguiria ler. Detesto mocinhas permissivas. Mas adorei a resenha! Beijos!
ResponderExcluirhttp://www.lostgirlygirl.com
Oi Maria, sua linda, tudo bem
ResponderExcluirSó lendo a sua resenha eu fiquei indignada com ela, ele não presta, casou com a irmã dela, e depois de tudo ela ainda quer viver um romance com ele, alguém sacode essa mulher, risos.... Gostei muito da reviravolta da trama com o conteúdo dessas cartas e gostei dessa governanta misteriosa. Dica mais do que anotada. Sua resenha ficou ótima!!!
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Gente, não iria conseguir pronunciar era o nome de ninguém, hahaha. O que é isso! Kkkkk
ResponderExcluirMas achei bem interessante a história, é uma ótima oportunidade de conhecer outro tipo de literatura.
Bjim!
Tammy
Após 20 anos Lajos ainda possui o coração de Vilma? Nem sei se isso é amor ou obsessão. Eu não conhecia a obra, nem o autor de nome difícil de pronunciar. Gostei da premissa, vou anotar para ler futuramente. Gostei da sua resenha!
ResponderExcluirTatiana
Nunca que eu conseguiria pronunciar o nome desse autor sem dar uma bela cusparada kkkkk.
ResponderExcluirNunca li nada de literatura húngara, e até agora não sentia vontade. Porém, após sua resenha, fiquei bem interessada em ler esse livro, ou qualquer outro do autor. Acho que irei gostar...
Beeijos <3
Olá, confesso que eu não conhecia o livro ainda e não fiquei com vontade de lê-lo, seila mas a trama não me cativou, então eu não leria no momento pelo menos, talvez mais para frente.
ResponderExcluirBeijos
http://www.oteoremadaleitura.com/
Mocinhas passivas me irritam também, é difícil. Mas fiquei com vontade de ler.
ResponderExcluirNunca li nada húngaro, mas gosto bastante de literatura russa e tcheca, será que tem algumas semelhanças?
Beijos
https://forasteras.wordpress.com/
NUnca nem li nem conheci mais da literatura Húngara, gostei muito da sua resenha e a apresentação que ela fez. Não me apeguei muito à premissa, essa mocinha parece ser irritante!
ResponderExcluirValéria, não duvido nenhum pouco de que tenha sido uma leitura bem interessante.
ResponderExcluirNunca li nada da Hungria.
E já me senti com raiva da Eszter só pela maneira que você falou dela.
Lisossomos
Oiie
ResponderExcluirnossa, adorei a resenha e não suporto mocinhas passivas, elas estragam a leitura haha parece ser uma leitura legal apesar disso e não conhecia o livro ainda
Beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Nossa também nunca tive contato com a literatura hungara, primeira vez, eu acredito que vejo falar, a historia de fato me deixou muito interessada, espero ter o prazer de chegar a conhecer mais a historia pelas minhas mãos!
ResponderExcluirBeijos
http://devoreumlivrooufilme.blogspot.com.br/
Oi, Maria
ResponderExcluirNossa, a pronúncia é totalmente diferente da escrita kkkk
No aguardo de novas indicações de literatura húngara, porque essa, confesso, não me chamou tanto a atenção.
Beijo,
João Victor - De cabeça para baixo | All pop Stuff
Oi!
ResponderExcluirAdorei o fato de você ter escolhido uma escritora húngara. Achei um máximo como se pronuncia os nomes, mas confesso que eu leria Lajos mesmo kkkkkkk
Apesar de ter poucas páginas possui um enredo bem diferenciado, e parece extremamente agradável de ler.
www.gordinhaassumida.com.br
Valéria, sugiro o livro "as Brasas" do mesmo autor. É uma das obras mais importantes dele, e apesar de não fazer nem um pouco meu estilo de leitura, terminei de ler de um fôlego só! Acho que é uma leitura interessante para sua próxima incursão em literatura húngara. E que tal literatura da Albânia, com Abril Despedaçado?
ResponderExcluirÉ, já estou com esse outro livro dele na lista de futuras leituras... Sobre lit. albanesa, não me aventurei [ainda] por falta de oportunidade, mas será muito bem-vindo tbm ^^
ExcluirUltimamente, ando querendo conhecer outros 'lugares' através de sua literatura :D meio que fugir um pouco do 'lugar-comum'...
Bjs, Kalina. Obrigada pela visita <3
Oi VAl!
ResponderExcluirPoxa, é um livro curtinho pra uma história tão interessante. Acho que eu também ficaria com raiva de Eszter por acatar essas investidas de Lajos (que é bem dificil de pronunciar, viu?). Gostei bastante da sua resenha e até acho que me arriscaria nessa literatura Húngara só pela resenha!!
Beijos!
LuMartinho | Face